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domingo, 10 de maio de 2015

Henrique Mourato - O pintor que pôs Fernando Pessoa a nu – Hoje é dia do seu aniversário - Está duplamente de parabéns – Por ser um grande artista – e me dar o prazer de ser um dos muitos admiradores da sua obra e me dar também a honra de ser seu amigo - Nasceu em Santiago do Cacém a 10 de Maio de 1947.

JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista      C

O dia de aniversário é sempre um dia especial na vida de qualquer pessoa – Sobretudo de um criativo - De um poeta, de um escritor, de um músico ou de um pintor  - É o caso de   Henrique Mourato, pintor, escultor, desenhador e gravador,  com uma vida artística muito preenchida, criativa e prestigiada, que hoje está de parabéns - Nasceu em Santiago do Cacém a 10 de Maio de 1947. 

Artisticamente, mais conhecido por H. Morato: o artista e a pessoa que muito estimo, pelas suas excecionais qualidades humanas, de generosidade, de empatia e de comunicabilidade. É das tais pessoas, com uma palavra de humor sempre pronta a disparar no bom sentido da palavra e a tornar mais próximo e  franco o diálogo.   Mas também o admiro pela sua obra. Nas suas diferentes formas de expressão. A ele se deve a criação dos fantásticos morais na Cooperativa dos Olivicultores de Vila Nova de Foz Coa e de um outro não menos fabuloso na fachada principal das instalações da extinta Adega Cooperativa dos Olivicultores, deste  mesmo concelho, entretanto vendia à empresa Mateus & Sequeira.

Conheço o Henrique Mourato, desde a década de 80, do período a que eu chamo dos meus tempos áureos da Rádio Comercial, em que tive a oportunidade, o prazer de conhecer e de entrevistar variadíssimas personalidade públicas – e também gente anónima e simples, e outra dita marginal.  Sim, o dia do aniversário, com  maior ou menor relevância, é sempre um dia difícil de passar despercebido. Que mais não seja para se contar mais um ano, mormente quando a vida deixa de ter sentido. Sim, porque  há vidas para as quais os dias, tão cinzentos, atribulados ou desiludidas são, que deixaram de ter significado – Infelizmente, a humanidade é composta  por milhões desses seres. Dificilmente será o caso dos poetas, pintores, músicos, escritores e criativos. Mesmo que vivam no limiar da pobreza, há sempre uma reserva no fundo dos seus corações, na sua sensibilidade, que os torna diferentes do comum dos mortais. 

Pois bem, a generalidade dos aniversários, são festas de família e de amigos, comemoradas na intimidade   ou muitas das vezes, nem tanto. A pessoa sabe que soma mais um ano  e deixa andar até que Deus quiser. Sim, mas qual é o ser humano, que se preze, que não goste de uma palavrinha de amizade ou de parabéns. Ora bem, embora ainda não há muito me tivesse referido ao meu amigo, H. Mourato, neste site, a propósito do lançamento do seu álbum Fernando Pessoa, entendi que era meu dever também dedicar-lhe esta postagem  e, pelo menos em palavras, dedicar-lhe os tradicionais versos, Parabéns a você, nesta data querida, muita felicidade, muitos anos de vida.”





CONVITE - O filho de Henrique Mourato, de nome Henrique Tigo – Além de pintor também é dramaturgo, escritor e poeta – Vai lançar mais um livro de poemas e com mais qualquer coisa da Maçonaria.  No Teatro Passagem de Nível sito Praça José Afonso, 15 E, Centro Comercial Colina do Sol, Loja 55,  Alfornelos.

A RECORDAR - Foi precisamente no   dia 9 de Dezembro,  que tive o prazer de me reencontrar de novo com H. Mourato, sua esposa e filho, muitos amigos e admiradores, que enchiam por completo a plateia do auditório do Teatro Passagem de Nível, Praça José Afonso, Colina do Sol,  Amadora - obra com  uma tiragem numerada de 200 exemplares, editada pela Calçada de Letras,  sobre Fernando Pessoa, concebidos em várias datas e momentos e que pretendem traduzir os diferentes aspetos da complexa personalidade do poeta da Mensagem. 

Incontestavelmente, o melhor que até hoje se retratou de Fernando Pessoa, em termos pictóricos  - Pois, como é sabido, uma boa imagem vale por mil palavras, e os desenhos e pinturas, de H. Morato, dedicados à vida e obra de Fernando Pessoa, tem esse raro condão: de nos fornecerem múltiplas e profundas leituras de uma poeta tão complexo  e multifacetado.

O QUE SE DIZ DAS QUALIDADES E FACETAS DO AUTOR DO DESENHOS DE PESSOA

"Em 1985, aquando do centenário da morte de Fernando Pessoa, fiz uma exposição na Galeria Libis, com uma série de desenhos a tinta-da-china e o título “Pessoa a Preto e Branco”.
Com esta exposição comecei uma vasta série de outros desenhos com interpretações e temáticas diferentes, com perspetivas mais ou menos ortodoxas e em situações da vida íntima, marginal, indisciplinada  e fingidora do poeta,

Desenhos em cafés, restaurantes e no atelier entre  conversas e tertúlias de amigos entendidos em Pessoa.

Tornei-me no desenhador das marcas do poeta e dos seus ortónimos, juntando desenhos como um colecionador de besouros ou borboletas: desenhos em folhas de papel, desenhos sem cronologia feitos entre 1985 e 2014.

Utilizando vários tipos de canetas obtendo traços finos ou grossos que foram ilustrando, livros, revistas, postais, camisolas, e até menus de restaurantes, quer em Portugal, quer além fronteiras, alguns deles estão agora reunidos neste álbum"


"Fazendo o périplo  das galerias, assíduo no Chiado ou a pontificar em roda dos amigos, Henrique Mourato  é sempre notável nos lugares que frequenta.


Humilde mas com imponente figura, de palavrão ousado e brejeirice como sinal de um temperamento vincadamente português, porque muito vândalo, alano, suevo, franco, godo, grego, romano, celta, ibero, lusitano e cartaginês, costuma marcar a ferro e fogo as conversas e os interlocutores.


Brusco ou suave no esplendor da sua humaníssima forma de ser e de estar, H. Mourato é um paradoxo vivo ou, se quisermos, um escândalo com pernas, braços e a vivacidade de um olhar permanentemente empenhado e feliz. Nisto faz flagrante contraste com a introversão geral, pelo que brilhar é um destino que assume com tenacidade nunca isenta. Para além de tudo isto, importa referir ser «a fera» um pensador inveterado e dono de uma ironia sempre cáustica, despudorada e solta. Neutralizamos os malefícios deste retrato acrescentando, por ser de inteira justiça, a verticalidade que lhe tem granjeado a admiração e o respeito dos que o conhecem para lá das graças pesadas ou das tiradas, quase ferozes, com que usa brindar, sobretudo, os que ama. 
 

A visão  do mundo por H. Mourato, o desenhador, o pintor, o gráfico e o escultor é, consequentemente, impar. Difícil se torna, portanto, analisar-lhe o talento multifacetado que o reflecte com genuína autenticidade. Evitando estabelecer paralelos com arquétipos da Arte Contemporânea, fica-se sem essa preciosa muleta e, assim, o que nos resta é a narrativa de um caso que, oscilando ao sabor  de tantas vertentes, a si próprio se permite variar , em género e qualidade. Há obras que traduzem grandes momentos  e hás as que, produzidas em jeito mais leviano, não nos dão a escala  e a importância deste autor.


Notabilizado, entre outras, pelas ilustrações feitas para os escritos de Jorge Listopad, H. Mourato expressa-se , com particular fluência, através do desenho  predominantemente satírico  e surrealista.


De imaginação muitas vezes prodigiosa e capaz de grande rigor nas observações que constituem a base dos seus mecanismos de criação, este artista plástico cultiva a exuberância como uma imagem de marca emprestando a toda a sua produção uma vivacidade formal e cromática característica, ainda quando aborde temas cruciais para o Homem, a Sociedade e o Planeta. 



O meio em que se formou e cresceu era íntimo e propiciava intervenções que o conhecimento e o afecto particularizavam. Hoje, sem tempo para absorver as mutações geradas pelo vertiginoso avanço da Ciência, reage como qualquer dos comuns mortais. Perante a alteração dos comportamentos quem consegue ficar indiferente ao pânico, esse reverso da medalha cuja face nos mostra as vantagens da globalização? 


Reagindo como o herói de Jacques Tati, Henrique Mourato retugia-se então na ironia e é a gargalhada que lhe trava o medo, o apelo ao sexo que lhe mascara ou inibe o inexorável dramatismo das conclusões. 


Aparentemente simplista, este autor remete-nos para a essência das coisas revelando-nos, sempre e apenas, a vertente absurda das soluções. Através do trocadilho redutor em que se oculta e com o qual nos leva a sublimar a angústia existencial que Sartre também experimentou, percebe que o homem de hoje, liberto das amaras que ainda o ligam ao transcendente, fica preso a uma indescritível solidão na largueza de um universo que diariamente se expande. Não para nos confirmar a esperança mas para nos dizer que, na poeira dos mundos, o nosso apelo continua sem resposta.

Estoril , Março de 98 – Edgardo Xavier


Biografia de H. Morato

Comendador da Ordem de São Miguel de Ala.
Começou a pintar em Almada, começando na mesma altura a frequentar o Atelier da Costa da Caparica de Manuel Cargaleiro, assim como o atelier de Artur Bual na Amadora realizou a sua primeira exposição em 1967 em Almada.
Tem o Curso de Gravura na Cooperativa Nacional de Gravadores, tem exposto individual e coletivamente desde 1967, contando no seu curriculum com inúmeras exposições. Tem exposto internacionalmente na Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino-Unido, Polónia, Japão e Brasil entre outros.
Conta com alguns prémios e menções honrosas. Está representado em museus tais como: Museu de Arte Contemporânea – Sabugal; Museu Francisco Tavares Proença Júnior; Museu Municipal Santiago do Cacém; Museu Municipal Portalegre; Museu Municipal Escultor Martins Correia; Museu Biblioteca Marquês de Pombal; Museu Municipal Manuel Cabanas; Museu Angra do Heroísmo – Açores; Graceland – Elvis Museum (Memphis – U.S.A).Assim como em Organismos Públicos como: Fundação Mário Soares – Lisboa; Governo Regional dos Açores; Consulado português na Praia - Cabo Verde; Universidade dos Açores - Sala de Estudos Nemesianos; Casa Fernando Pessoa – Lisboa; Escola Superior de Dança – Lisboa; Biblioteca Municipal Camões – Lisboa; Biblioteca Municipal David Mourão - Ferreira – Lisboa; Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém; Biblioteca Fórum Romeu Correia – Almada; Associação Agostinho da Silva – Lisboa; Associação de Escritores Portugueses – Lisboa; Associação Cultural Encontros da Eira – Madeira; Associação 25 de Abril – Lisboa e Pinacoteca do Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo – Espanha.
Ao longo deste 40 anos de carreira artística ilustrou mais de 200 capas e livros.  Foi e é Ilustrador e Colaborador de muitos vários jornais e revistas nacionais e estrangeiros e ainda jornais on-line e blogs.
Autor de cenários para peças de teatro e bailados, tendo feito um cenário para a Escola Superior de Dança, apresentar na Expo 98.
É autor de uma dezena de esculturas ao Ar livre na região de Coimbra e de painéis de azulejos públicos espalhados pelo nosso país.
Vem representado em inúmeros livros e dicionários de Arte Plásticas quer nacionais quer estrangeiros.Em 2006 foi-lhe atribuído o título de Comendador Patrono dos Museus do Vaticano, pelos serviços prestados a Cultura.Em 2008 foi atribuído o título de Comendador da Real Irmandade de São Miguel de Ala, pelas e actividades humanitárias que tem realizado ao longo de décadas.Conta ainda com os títulos de Barão de Santiago do Cacém, Cavaleiro Honorário da Real Irmandade de São Miguel de Ala; Cavaleiro da Imperial Ordem da Estrela de Honra do Império da Etiópia.H. Mourato - Varanda das Estrelícias - Espaço Aberto




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