Os dias frios e cinzentos do Inverno, finalmente estão a dar lugar a brilhantes e risonhas manhãs e tardes de uma Primavera, que parece querer antecipar as suas coloridas vestes - Pena de momento não podermos partilhar dessa alegria na aldeia que nos viu nascer - Mas, de facto, chegam-nos noticias muito animadoras - além das belas panoramas oferecidas pela Mãe-Natureza, os fins-de-semana na sede do concelho, têm sido de arromba!
São de louvar estas iniciativas mas bom era que não se descurassem outros aspectos importantíssimos da vida dos municipios, que celebram as amendoeiras em flor
- Por esta altura, gastam-se milhares de euros em eventos realizados pelos vários municípios da região do Douro Superior, alguns dos quais unicamente a preencher cartaz e justificar orçamentos – Num tempo em que, a maior parte dos portugueses, sente as suas magras pensões afetadas, e também o seu nível de vida, dificultado, mormente no mundo rural, em que a fome voltou à mesa humilde, com o magro caldo e batatas, mas muito pior no liberalismo selvagem, do salve-se quem puder, que no famigerado tempo de Salazar, toca a estoirar foguetório! - Pasme-se como há dinheiro a granel dos municípios, quando, ainda mal o ano começou, além de que, daqui a alguns meses, por exemplo, com a praga dos incêndios a devastar campos e culturas, se regateiam ou cerceiem apoios aos homens da paz, com as consequentes perdas de bens e de vidas.Culpa do fogos é do governo, acusam agricultores
- Por esta altura, gastam-se milhares de euros em eventos realizados pelos vários municípios da região do Douro Superior, alguns dos quais unicamente a preencher cartaz e justificar orçamentos – Num tempo em que, a maior parte dos portugueses, sente as suas magras pensões afetadas, e também o seu nível de vida, dificultado, mormente no mundo rural, em que a fome voltou à mesa humilde, com o magro caldo e batatas, mas muito pior no liberalismo selvagem, do salve-se quem puder, que no famigerado tempo de Salazar, toca a estoirar foguetório! - Pasme-se como há dinheiro a granel dos municípios, quando, ainda mal o ano começou, além de que, daqui a alguns meses, por exemplo, com a praga dos incêndios a devastar campos e culturas, se regateiam ou cerceiem apoios aos homens da paz, com as consequentes perdas de bens e de vidas.Culpa do fogos é do governo, acusam agricultores
" Os Bombeiros não estão
disponíveis para continuar a andar a estender a mão à caridade. Presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses no Barreiro
-
Estes apenas um dos vários exemplos do desperdício municipal.
A floração da amendoeira é um dos espetáculos da natureza mais aguardados e surpreendentes na região da terra quente, sem dúvida, um dos seus cartazes por excelência – Foz Côa faz parte desse roteiro, que antecede o anúncio da Primavera. O esplendor branco e cor-de-rosa, a luminosidade florida que se estende desde os mais fundos vales, por íngremes ladeiras e cabeços, libertando um perfume intenso, com sabores suaves e adocicados, que nos remete ao de um favo de mel, sobretudo quando as abelhinhas, no seu vai e vem constante, entre a colmeia e os ramos floridos, não cessam de zunir e de recolher néctares e pólen.
Não há uma data definida para as amendoeiras
entrarem em flor
O despertar da flor da amendoeira, é variável com
as condições climatéricas de como o fevereiro se vai libertando dos rigores do
Inverno, mas também das variedades – As
variedades, típicas da região, as mais antigas, costumam florir mais cedo,
enquanto afloração das novas espécie, da aná, também conhecida pela amendoeira
da CEE, ocorre mais tarde. Daí a tendência para, nos novos amendoais, se venha
optando por este espécie, dado ser mais produtiva, mais fácil de colher e também a mais protegida das geadas, que, em
muitos casos, traem a delicadeza das florezinhas nas antigas amendoeiras. Todavia,
longe de proporcionar o mesmo espetáculo , das desgarradas amendoeiras, cujas
copas parece erguer-se como braços rendidos
à beleza da terra e dos céus.
QUATRO SEMANAS DE ARROMBA
O ponto de partida foi dado no passado dia 15 de
Fevereiro, com um Passeio de Motos TT à freguesia de Chãs – Porém, a abertura oficial só se
verificaria no dia 20 de Fevereiro, com
vários espetáculo musicais, montarias e percursos pedestres, IX feira de produtos
regionais de S. martinho, o XXVII passeio de cicloturismo, passeio pedestre das Mós, passeios de motas pelas
terras das tomatas,. No fim de semana-seguinte, com o Sarau
Cultural do Agrupamento Vertical de Escolas do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, VI Torneio de Karaté das
amendoeiras em flor, no recinto Gimnodesportivo ; Exposição de Rendas (no museu de Rendas em Muxagata);
torneio de futebol de veteranos; XXIX - Festival de Folclore, com as presenças
do Rancho Folclórico de V. N. de Foz Côa, Ass. de
Cultura Popular - Adulto e Juvenil; Os Camponeses do Freixo – Mortágua; Grupo Etnográfico da Escola Preparatória de Rio Tinto; Rancho Folclórico de Macieira da Lixa; 1º Convívio Tunning – Cidade do
Côa; Dia do Estudante Universitário, no Parque de St. António; jantar académico;
espetáculo dos Bandalusa, na Praça do Município; Feira Franca, na Avenida; 1ª
caminhada – Por terras do Paleolítico, do Museu do Côa ao Castro de Castelo
Melhor; III Encontro dos Intersócios Fozcôaautocross ;Exibição dos Cavaquinhos
da Horta; V Festival de Estilos Concelhios – O Fim-de-semana, que
marcará o encerramento, dias 6,7 e oito, com a Banda Musical de Freixo de Numão, no Centro
Cultural, entre outras iniciativas, que culminará com desfile etnográfico pelas ruas da cidade - Estes apenas alguns dos muitos eventos.
2012 - ."A câmara de Vila Nova de Foz Côa, uma das mais dinâmicas neste tipo de festividades, vai investir, este ano" (investiu em 2012) "mais de 120 mil euros na organização da Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios da região do Douro Superior e Vale do Côa." - In Douro: Frio atrasa floração das amendoerias -
2012 - ."A câmara de Vila Nova de Foz Côa, uma das mais dinâmicas neste tipo de festividades, vai investir, este ano" (investiu em 2012) "mais de 120 mil euros na organização da Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios da região do Douro Superior e Vale do Côa." - In Douro: Frio atrasa floração das amendoerias -
AMENDOEIRA - MAIS CARTAZ TURÍSTICO DE QUE ECONÓMICO
Os amendoais existentes na região da terra quente –
pelos vistos, já com uma cobertura maior que no Algarve – valem mais pela
beleza que emprestam aos campos e como cartaz turístico de que propriamente
pela sua rentabilidade económica.
A maior parte das amendoeiras é deixada à sua
sorte, já nem sequer são limpas. É bem possível, que, dentro de alguns anos, em
vez de manchas floridas, se vejam mais manchas nuas e despidas. O cultivo
intensivo, no Sul da Espanha, mas sobretudo, na Califórnia, onde as plantações,
além de encontrarem ótimas condições climatéricas, com a introdução das
espécies mais produtivas e de pequeno porte, são devidamente ordenadas por forma a
facilitarem os trabalhos fitossanitários e da colheita, aspeto negligenciado no
tradicional cultivo da amêndoa, em Portugal. Agora, é o amendoal, com o olival
já se passa, quase a mesma coisa, e qualquer dia, também a vinha deixa de ser
rentável, tudo porque, pelos vistos, o que faz mais falta, são os festejos, é o
fogo de vista, as políticas das aparências, de que a discussão, séria e atenta, do que bem-estar e nível de vida do nosso mundo rural, onde, em muitos lares,
já se vive bem pior que antigamente.
Refere, o
programa do manicipio foz-coense, que este
concelho "reivindica muito justamente o título de "Capital da
Amendoeira". Visto possuir “a maior densidade de amendoeiras em toda a sua
área (106.000 árvores em 38.000 hectares). E, para além disso ou talvez por
consequência disso, em todas as 14 freguesias que constituem o Município se
pode admirar a extraordinária beleza das amendoeiras em flor.
Por seu turno, numa noticia do JN, divulgada, há
dois anos, dizia-se que, apesar de se registar uma "diminuição" das
áreas de amendoal na região do Douro Superior e Terra Quente transmontana,
"o espetáculo das amendoeiras floridas está garantido".
Na região do Douro Superior - que engloba os
concelhos de Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Mogadouro, Freixo de
Espada à Cinta, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa - há cerca de 10
mil hectares de amendoal plantado.
Já na Terra Quente transmontana - região que
abrange os concelhos de Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé e Mirandela - há
quatro mil hectares de terreno coberto de amendoeiras. – Excerto de Floração das amendoeiras do Douro atinge ponto alto no
A amendoeira
todas brancas ou rosadas,
são do ano as primeiras
e também mais perfumadas
...
Das abelhas conhecidas
são as mais apetecidas!
Cumprido o seu fadário
as flores caiem um dia
deixando como em sacrário
a riqueza que crescia!
As amêndoas d'um sabor
exótico ... como a flor!
Mas já sem flor nem fruto,
"
a amendoeira tão nobre
paga sempre o seu tributo
tanto ao rico como ao
pobre!...
Será lenha na lareira
ou cajado na ladeira!
Maria de Assunção Carqueja
Maria de Assunção Carqueja
Natural de Moncorvo. Uma personalidade muito querida
na região, a que nos referimos em Equinócio do Outono celebrado num dia lindo de cinza Esposa
do Prof. Adriano Vasco Rodrigues
Maria
da Assunção Carqueja nasceu a 15 de Agosto de 1930 no Felgar, licenciou-se em
Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra em 1955, e fez ainda
o curso de Ciências Pedagógicas. Iniciou a sua carreira no Liceu Nacional de
Braga em 1955, trabalhou com o seu marido no Liceu Nacional da Guarda,
transferindo-se para o Porto onde se profissionalizaram na docência do Ensino
Secundário. Em 1965, acompanha Adriano Vasco Rodrigues para Angola, onde
trabalhou no Instituto de Investigação Científica, na área das Ciências
Humanas. Em Angola elaborou vários trabalhos nas áreas da história dos povos
africanos, escravatura e filosofia Bantu. Em 1988, desloca-se para a Bélgica
onde exerceu durante dez anos o cargo de Conselheira Técnica para o Ensino da
Filosofia na União Europeia
Além
de vários livros de poesia que já editou é autora de várias obras de
investigação sobre o nosso concelho como “Subsídios para uma Monografia da Vila
de Torre de Moncorvo” (1955), “Subsídios para o Estudo das Ferrarias do
Reboredo” (1961), “Felgar” (2006), este escrito em parceria com o seu marido e
“Documentos Medievais de Torre de Moncorvo” (2007). Excerto de https://www.google.com/search?q=Maria+da+Assun%C3%A7%C3%A3o+Carqueja&ie=utf-8&oe=utf-8
MAJOR ANTÓNIO SILVANO UM BELO EXEMPLO DE SER E DE
SENTIR A SOLIDARIEDADE HUMANA E A ALMA FOZCOENSE
Era uma das pessoas, que, nesta altura da quinzena
da amendoeira, não faltava a dar-nos o seu entusiasmo. Vale a pena aqui
recordarmo-lo, prestando-lhe uma singela homenagem.
Major Silvano, de facto, já não está entre nós,
mas a sua memória continua presente - Nesta
sociedade, dita da era do vazio, caracterizada sobretudo por exacerbados
egoísmos individuais e excessos consumistas, em que os interesses de ordem
pessoal se sobrepõem aos da comunidade ou aos valores éticos, de carácter moral
e coletivo, apesar de tudo, subsiste um sector de pessoas - talvez constituindo
já uma pequeníssima minoria - que toma uma postura precisamente contrária à
corrente habitual. Pois o seu lema é justamente o do sacrifício das suas vidas
em prol da comunidade ou dos mais desfavorecidos.
Um desses exemplos, foi o do Major António Silvano, ilustre foz-coense ,
homem magnânimo, generoso e bom, que encarnara, como poucos, o verdadeiro
sentido da solidariedade e da convivência fraterna e humana.
Na verdade, depois de uma carreira, subida a
pulsa, ao serviço da GNR, onde atingiria o alto posto de oficial superior, ao invés de ter enveredado por uma tranquila reforma
entregou-se
A uma atividade, totalmente dedicada à comunidade
. Tanto como Presidente da Direção da Casa de Foz Côa, onde foi um dos grandes entusiastas pela sua dinamização,
como ainda , pelo notável trabalho que desenvolveu numa instituição dedicada à recuperação e ao
apoio de crianças e adultos vítimas de deficiência congénita ou adquirida.
Meu caro e bom amigo Major Silvano, já não está
entre nós, mas se acaso, nos está vendo e ouvindo, lá das alturas infindas para
onde sua alma terá voado, compreenderá, certamente, que, mesmo perante Deus,
dar aos outros, nem sempre implica que, nesta vida terrena, se alcancem
imediatas compensações. O importante é dar um sentido à vida, e essa meta, só
os espíritos mais generosos e elevados a poderão alcançar. Tudo o mais que se
busque e se pratique, só Deus se encarregará de ajuizar. E, estamos certos, que
Deus, ao chamá-lo para junto da sua companhia, o fez para o ter como um dos seus.
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