Por Jorge Trabulo Marques - jornalista C
O ponto alto da quinzena da amendoeira, culmina
com o desfile etnográfico, e é já neste domingo. É um dos eventos em que as
freguesias descem à sua cidade para mostrarem, nos carros alegóricos, um misto
de tradição e de fantasia. Claro que, nestas coisas, não basta apelar aos
antigos costumes e retratá-los, é preciso também arte e alguma imaginação.
E, de facto, neste capitulo, apraz-me aqui prestar uma singela homenagem a Fernando Mimoso. Sem dúvida, uma das figuras que, durante vários anos, era o grande animador do cortejo alegórico: dele, esperavam-se sempre as mais artísticas surpresas. Ou, envergando a cruz do Calvário, a lembrar os dias da quaresma, evocando a paixão de Cristo, ou cobrindo-se de peles, tal como naqueles longínquos tempos, pré-históricos, o que, genialmente fez, na altura mais polémica das gravuras, chegando mesmo a gravar em placas de xisto, ao jeito dos artistas do Côa, alguns trabalhos de inspiração paleolítica. Claro, todo esse seu grande entusiasmo, se passa nos anos 90. Hoje, mais velho, e, como na vida há um tempo para tudo, certamente que mais remetido ao papel de observador atento.
E, de facto, neste capitulo, apraz-me aqui prestar uma singela homenagem a Fernando Mimoso. Sem dúvida, uma das figuras que, durante vários anos, era o grande animador do cortejo alegórico: dele, esperavam-se sempre as mais artísticas surpresas. Ou, envergando a cruz do Calvário, a lembrar os dias da quaresma, evocando a paixão de Cristo, ou cobrindo-se de peles, tal como naqueles longínquos tempos, pré-históricos, o que, genialmente fez, na altura mais polémica das gravuras, chegando mesmo a gravar em placas de xisto, ao jeito dos artistas do Côa, alguns trabalhos de inspiração paleolítica. Claro, todo esse seu grande entusiasmo, se passa nos anos 90. Hoje, mais velho, e, como na vida há um tempo para tudo, certamente que mais remetido ao papel de observador atento.
De resto, sempre me pareceu, um homem de múltiplas
facetas: um tanto poeta, um tanto artista, visionário e pensador. E também o
homem de acção, nomeadamente no ramo da
construção cível, tendo chamado a si a responsabilidade de muitas habitações,
dir-se-á mesmo de bairros inteiros,
sobretudo em foz Côa, sua terra natal.
Sim, com a Primavera, quase à porta, o mês de março a brindar-nos com a floração da
amendoeira, e muitas flores campestres a mostrarem-nos o seu colorido, não posso deixar de me lembrar
daquela figura, algo bizarra e fora do
nosso tempo, destacando-se do alto de uma camioneta, a modos que empoleirada
num tronco de árvore descarnado, e no qual dava ares de ter acabado de sair da
mais recôndita das cavernas - Creio que terá
sido, até hoje, a imagem mais
surpreendente de todos os desfiles que se realizaram.
Tal como ele próprio reconhece, as suas origens estão intrinsecamente ligadas ao
campo, nomeadamente a pastorícia, razão pela qual o seu pai até era conhecido
pelo Sr. Cabreirinha • uma alcunha que ele muito preza e recorda com muito
carinho, segundo nos contou, numa visita que fizemos a sua casa, e também na
altura em que apresentou alguns dos seus trabalhos artísticos, num dos certames da Expo-Côa, de cujo agradável
encontro deixo aqui algumas imagens, a par de outras do cortejo etnográfico, já
com alguns anos, juntamente com um vídeo.
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