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domingo, 22 de março de 2015

Moncorvo – O regresso à Época Medieval – Num intenso fim-de-semana primaveril – Vila recebeu milhares de visitantes que puderam viajar aos tempos do Rei D. Dinis, com os seus cortejos, feiras, autos e demandas, falcoaria, disputas de cavaleiros, danças no terreiro, saltimbancos, trovas e muitos folguedos, apreciar o melhor artesanato, a gastronomia e as ceias de encher o papo

Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista -   C

"Em 1512, D. Manuel concedeu foral novo a Torre de Moncorvo, constituindo então uma das maiores comarcas do país." – Este foi o principal tema inspirador para a 4ª edição da Feira Medieval que contou  com mais um dia de programação e um aumento de trinta participantes.


A entrada da Primavera foi  festivamente assinalada na ridente vila de Moncorvo.– Com muita alegria, diversão e convívio.

O centro histórico engalanou-se  a preceito, desde os pendões às tendas para performances de falcoaria, de tasquinhas, venda de artesanato e produtos da terra – Exibição de gaiteiros, bobos e saltimbancos, danças, representações teatrais, falcoaria, cantigas de amigo e de amor.- Variadíssimos motivos de recreação histórica e divertimento.



Não foram os dias de céu azul e de um sol brilhante com que o mês de Março, nas duas primeiras semanas, anunciara a floração da amendoeira, pelo contrário, além de um fim-de-semana cinzento  - e na noite de sábado e manhã de domingo, até houve alguns aguaceiros –  mesmo assim, com tempo nublado e fresco, houve momentos  de muita animação, alegria e diversão, com  munícipes, em peso,   a mostrarem-se mais  intervenientes e participativos de que a remeterem-se ao papel de meros observadores – Correspondendo, deste modo, de forma  criativa e entusiástica, à  iniciativa do município, à qual se associaram os vários agrupamentos escolares, associações e o grupo de teatro " Alma do Ferro" e outras  instituições.


IGREJA MATRIZ E MUSEU DO FERRO – LOCAIS DE VISITA OBRIGATÓRIA

Quem visitar Moncorvo, dificilmente poderá dispensar uma visita à sua vetusta e monumental igreja matriz, classificada como património nacional e tida como “um dos mais imponentes edifícios religiosos do Nordeste transmontano – Num dos lados, na parte de trás, da ala esquerda, situa-se o  emblemático museu do Ferro. 

Foram justamente os primeiros passos da nossa peregrinação, mal ali desembocamos, graças ao amável convite  de Tomé Janeiro e de Noémia, que nos foram buscar propositadamente a  Chãs – Pudendo deste modo revisitar lugares que já não víamos, desde há uns anos, pelo que foi com renovado prazer que assim pudemos principiar esta nossa revisitação, numa tarde de tão aliciantes motivos de curiosidade e de diversão, que terminaria, por volta das onze da noite, num breve e casual encontro, no Largo do Castelo,  com Nuno Gonçalves, o dinâmico Presidente da Câmara, que, sorridente e visivelmente bem disposto, na companhia de sua esposa (ambos envergando as vestes dos tempos medievais), iam assistindo, entusiasmados,  aos últimos eventos do dia, que, a inoportuna chuva, entretanto surgida, haveria de interromper. 


OBJETIVOS PLENAMENTE REALIZADOS

Dizia-se que “durante quatro dias, a Vila de Torre de Moncorvo ia respirar a Época Medieval, reatando, assim,  um diálogo vivo com as memórias que nos chegam do ambiente vivido no  espaço rural do séc. XIII. 


Filho de Afonso III e de D. Beatriz de Castela, D. Dinis foi aclamado rei, em Lisboa em 1279, para  iniciar um longo reinado de 46 anos. Com as fronteiras definidas, D. Dinis deu continuidade a medidas importantes para afirmação  da  autoridade do rei, com a construção de castelos, o incentivo ao povoamento e à exploração  económica de algumas regiões.


D. Dinis distinguiu - se, contudo, dos seus antecessores pelo desenvolvimento e divulgação da língua  e cultura Portuguesas na sua  corte. Desta forma o reino ganhou solidez e  prestígio. Na Idade Média, as feiras eram um dos aspetos mais importantes da organização  económica. 


Surgem da necessidade de promover a troca de produtos provenientes dos mais diversos locais do  reino, constituindo um ponto de contato entre o produtor e o consumidor
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Para a organização do evento, a Feira Medieval de Torre de Moncorvo pretende ser um espaço de animação e convívio, dando a conhecer ao público, residente e visitante como decorria um mercado medieval, assim como outras práticas frequentes na época – A avaliar pelo que pudemos observar, na tarde de Sábado, dir-se-ia que tais objetivos foram amplamente alcançados

O QUE SE DIZ DO PASSADO HISTÓRICO DE TORRE DE MONCORVO

Torre de Moncorvo (ou simplesmente Moncorvo), é uma vila portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e subregião do Douro, com cerca de 3 000 habitantes. É sede de um município com 532,77 km² de área e 9 919 habitantes (2001), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Vila Flor, Alfândega da Fé e Mogadouro, a sueste por Freixo de Espada à Cinta, a sudoeste por Vila Nova de Foz Côa e a oeste por Carrazeda de Ansiães. 

O nome desta localidade está associado a um nobre leonês, Mendo Curvus, senhor destas terras, que, tendo participado na Reconquista Cristã da Península Ibérica, aqui mandou construir um castelo para sua residência e defesa do território. D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, confirmou os privilégios dados anteriormente aos habitantes, e concedeu à povoação os forais de 1128 e de 1140. 

 
Um século depois, Torre de Moncorvo ganhou nova importância quando foi elevada a vila, por iniciativa do rei D. Dinis. Nesse mesmo reinado, reedificou-se o castelo e reforçaram-se as muralhas, confirmando o facto de constituir um ponto de defesa avançada da fronteira portuguesa durante a Idade Média.  Em 1512, D. Manuel concedeu foral novo a Torre de Moncorvo, constituindo então uma das maiores comarcas do país. 

Situada no fértil Vale da Vilariça, junto da Serra do Reboredo, a localidade transformou-se num importante pólo de troca comercial entre os territórios a Norte do Rio Douro e a zona vinhateira da Beira Alta. A riqueza desta região reflectiu-se na construção de dois importantes monumentos: a imponente Igreja Matriz de Torre de Moncorvo e a Igreja da Misericórdia, de estilo renascentista. 

 
No séc. XVII, foi criada a Real Feitoria dos Linhos e Cânhamos, por iniciativa régia de D. João IV.  Durante o séc. XVIII, o uso da seda desenvolveu-se e a cultura do bicho da seda veio substituir a do linho, dando continuidade à produção têxtil regional. 

Uma outra área de investimento foi a exploração mineira, que teve início em 1874 e se deve ao facto de aqui existir um dos maiores jazigos nacionais de ferro. O actual Museu do Ferro e da Região de Moncorvo lembra-nos como foi a evolução desta indústria e dá-nos mais informação sobre a história e costumes locais. . Excerto de Torre de Moncorvo - Solares de Portugal

"Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré-histórica do Baldoeiro.

Segundo a tradição, os habitantes desta povoação, devido à insalubridade do local muito sujeito às emanações palustres e, talvez, também, em consequência dos estragos sofridos com as Razias Mouriscas tão frequentes na época abandonaram-na deslocando-se para o ponto mais arejado no sopé da Serra do Roboredo. De qualquer maneira, a ter-se dado o abandono da Vila de Santa Cruz da Vilariça, este ter-se-ia processado nos fins do séc. XIII. No principio desse século existia ainda a Vila de Santa Cruz da Vilariça e dava sinais de relativa vitalidade, pois recebeu de D. Sancho II, em 1225, uma carta foral que lhe concedia importantes isenções e regalias fiscais e penais."

"Quanto à origem do topónimo de Torre de Moncorvo, segundo as Memórias Paroquiais de 1978, " hé tradição que se mudava da Villa de Santa Cruz pela multidão de formigas, que não só faziam dano considerável em todos os viveres, mas aos mesmos viventes lhe cauzavão notável opressão, e resolvendo-se a evitar estes incomodos forão para o pé do Monte Reboredo aonde havia uns cazaes de que era senhor um homem chamado Mendo, o qual dizem que na sua casa tinha uma torre e domesticando nela um corvo. Crescendo depois a povoação e tendo o foral de Villa lhe chamarão de Villa de Mendo do Corvo, que com fácil corrupção se continuou a chamar a Villa de Moncorvo" Excerto de .História - Município de Torre de Moncorvo



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