"Em 1512, D. Manuel concedeu foral novo a Torre de
Moncorvo, constituindo então uma das maiores comarcas do país." – Este foi o principal
tema inspirador para a 4ª edição da Feira Medieval que contou com mais um dia de programação e um aumento de
trinta participantes.
A entrada da Primavera foi festivamente assinalada na ridente vila de Moncorvo.– Com muita alegria, diversão e convívio.
O centro histórico engalanou-se a preceito, desde os pendões às tendas para performances de falcoaria, de tasquinhas, venda de artesanato e produtos da terra – Exibição de gaiteiros, bobos e saltimbancos, danças, representações teatrais, falcoaria, cantigas de amigo e de amor.- Variadíssimos motivos de recreação histórica e divertimento.
Não foram os dias de céu azul e de um sol brilhante com que o mês de Março, nas duas primeiras semanas, anunciara a floração da amendoeira, pelo contrário, além de um fim-de-semana cinzento - e na noite de sábado e manhã de domingo, até houve alguns aguaceiros – mesmo assim, com tempo nublado e fresco, houve momentos de muita animação, alegria e diversão, com munícipes, em peso, a mostrarem-se mais intervenientes e participativos de que a remeterem-se ao papel de meros observadores – Correspondendo, deste modo, de forma criativa e entusiástica, à iniciativa do município, à qual se associaram os vários agrupamentos escolares, associações e o grupo de teatro " Alma do Ferro" e outras instituições.
IGREJA MATRIZ E MUSEU DO FERRO – LOCAIS DE VISITA
OBRIGATÓRIA
Quem visitar Moncorvo, dificilmente poderá
dispensar uma visita à sua vetusta e monumental igreja matriz, classificada
como património nacional e tida como “um dos mais imponentes edifícios
religiosos do Nordeste transmontano – Num dos lados, na parte de trás, da ala
esquerda, situa-se o emblemático museu
do Ferro.
Foram justamente os primeiros passos da nossa peregrinação, mal ali desembocamos, graças ao amável convite de Tomé Janeiro e de Noémia, que nos foram
buscar propositadamente a Chãs – Pudendo deste modo revisitar lugares que já não víamos, desde há uns anos, pelo que foi com
renovado prazer que assim pudemos principiar esta nossa revisitação, numa tarde
de tão aliciantes motivos de curiosidade e de diversão, que terminaria, por
volta das onze da noite, num breve e casual encontro, no Largo do Castelo, com Nuno Gonçalves, o dinâmico Presidente da
Câmara, que, sorridente e visivelmente bem disposto, na companhia de sua
esposa (ambos envergando as vestes dos
tempos medievais), iam assistindo, entusiasmados, aos últimos eventos do dia, que, a inoportuna
chuva, entretanto surgida, haveria de interromper.
OBJETIVOS
PLENAMENTE REALIZADOS
Dizia-se
que “durante quatro dias, a Vila de Torre de Moncorvo ia respirar a Época
Medieval, reatando, assim, um diálogo vivo com as memórias que nos chegam
do ambiente vivido no espaço rural do séc. XIII.
Filho
de Afonso III e de D. Beatriz de Castela, D. Dinis foi aclamado rei, em Lisboa
em 1279, para iniciar um longo reinado de 46 anos. Com as fronteiras
definidas, D. Dinis deu continuidade a medidas importantes para afirmação da
autoridade do rei, com a construção de castelos, o incentivo ao
povoamento e à exploração económica de algumas regiões.
D.
Dinis distinguiu - se, contudo, dos seus antecessores pelo desenvolvimento e
divulgação da língua e cultura Portuguesas na sua corte. Desta
forma o reino ganhou solidez e prestígio. Na Idade Média, as feiras eram
um dos aspetos mais importantes da organização económica.
Surgem
da necessidade de promover a troca de produtos provenientes dos mais diversos
locais do reino, constituindo um ponto de contato entre o produtor e o
consumidor”
.
.
Para a
organização do evento, a Feira Medieval de Torre de Moncorvo pretende ser um
espaço de animação e convívio, dando a conhecer ao público, residente e
visitante como decorria um mercado medieval, assim como outras práticas
frequentes na época – A avaliar pelo que pudemos observar, na tarde de Sábado,
dir-se-ia que tais objetivos foram amplamente alcançados
O QUE
SE DIZ DO PASSADO HISTÓRICO DE TORRE DE MONCORVO
“Torre
de Moncorvo (ou simplesmente Moncorvo), é uma vila portuguesa, pertencente ao
Distrito de Bragança, Região Norte e subregião do Douro, com cerca de 3 000
habitantes. É sede de um município com 532,77 km² de área e 9 919 habitantes
(2001), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelos
municípios de Vila Flor, Alfândega da Fé e Mogadouro, a sueste por Freixo de
Espada à Cinta, a sudoeste por Vila Nova de Foz Côa e a oeste por Carrazeda de
Ansiães.
O nome desta localidade está associado a um
nobre leonês, Mendo Curvus, senhor destas terras, que, tendo participado na Reconquista
Cristã da Península Ibérica, aqui mandou construir um castelo para sua
residência e defesa do território. D. Afonso Henriques, primeiro rei de
Portugal, confirmou os privilégios dados anteriormente aos habitantes, e
concedeu à povoação os forais de 1128 e de 1140.
Um século depois, Torre de Moncorvo ganhou nova importância quando foi elevada a vila, por iniciativa do rei D. Dinis. Nesse mesmo reinado, reedificou-se o castelo e reforçaram-se as muralhas, confirmando o facto de constituir um ponto de defesa avançada da fronteira portuguesa durante a Idade Média. Em 1512, D. Manuel concedeu foral novo a Torre de Moncorvo, constituindo então uma das maiores comarcas do país.
Situada no fértil Vale da Vilariça, junto da Serra do Reboredo, a localidade transformou-se num importante pólo de troca comercial entre os territórios a Norte do Rio Douro e a zona vinhateira da Beira Alta. A riqueza desta região reflectiu-se na construção de dois importantes monumentos: a imponente Igreja Matriz de Torre de Moncorvo e a Igreja da Misericórdia, de estilo renascentista.
No séc. XVII, foi criada a Real Feitoria dos Linhos e Cânhamos, por iniciativa régia de D. João IV. Durante o séc. XVIII, o uso da seda desenvolveu-se e a cultura do bicho da seda veio substituir a do linho, dando continuidade à produção têxtil regional.
Uma outra área de investimento foi a exploração mineira, que teve início em 1874 e se deve ao facto de aqui existir um dos maiores jazigos nacionais de ferro. O actual Museu do Ferro e da Região de Moncorvo lembra-nos como foi a evolução desta indústria e dá-nos mais informação sobre a história e costumes locais. . Excerto de Torre de Moncorvo - Solares de Portugal
"Torre
de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em
antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada
no topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida
pré-histórica do Baldoeiro.
Segundo
a tradição, os habitantes desta povoação, devido à insalubridade do local muito
sujeito às emanações palustres e, talvez, também, em consequência dos estragos
sofridos com as Razias Mouriscas tão frequentes na época abandonaram-na
deslocando-se para o ponto mais arejado no sopé da Serra do Roboredo. De
qualquer maneira, a ter-se dado o abandono da Vila de Santa Cruz da Vilariça,
este ter-se-ia processado nos fins do séc. XIII. No principio desse século
existia ainda a Vila de Santa Cruz da Vilariça e dava sinais de relativa
vitalidade, pois recebeu de D. Sancho II, em 1225, uma carta foral que lhe
concedia importantes isenções e regalias fiscais e penais."
"Quanto
à origem do topónimo de Torre de Moncorvo, segundo as Memórias Paroquiais de
1978, " hé tradição que se mudava da Villa de Santa Cruz pela multidão de
formigas, que não só faziam dano considerável em todos os viveres, mas aos
mesmos viventes lhe cauzavão notável opressão, e resolvendo-se a evitar estes
incomodos forão para o pé do Monte Reboredo aonde havia uns cazaes de que era senhor
um homem chamado Mendo, o qual dizem que na sua casa tinha uma torre e
domesticando nela um corvo. Crescendo depois a povoação e tendo o foral de
Villa lhe chamarão de Villa de Mendo do Corvo, que com fácil corrupção se
continuou a chamar a Villa de Moncorvo" Excerto de .História
- Município de Torre de Moncorvo
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