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"Há
um Deus que fertiliza a polpa azul da sombra
e
extenso no silêncio está como o olvido no olvido.
Recolhe-se
no movimento para o centro
onde
permanece côncavo e completo.
Na
sua enamorada eternidade.
O
corpo é asa, pedra e nuvem.
O
mundo por vezes é um instante de amêndoa
em
que ele transparece em carícias de
regaço.
Movimento
de plácida e redonda consciência,
não
a imagem mas a visão nua do âmbito pleno,
em
que estamos com ele em sequência natural.
A
sua vida é o sono da luz e da sombra em aberta órbita
sempre
no seu próprio círculo em sucessivas
ondas
de
sossegada incandescência.
Ele
está no mundo, o mundo está nele
sempre
como no princípio num fulgor cumprido
na
radiosa concavidade azul.
- António Ramos Rosa - In Facilidade do Ar
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