Nesta noite havia uma enorme fogueira acesa no adro da igreja, ardendo no melhor tronco
.
. (três
gerações que já pouco se veem: o avô, o filho emigrante e a neta)
Sim, este é o primeiro dia
do ano – Quando chegou a meia-noite, estralejaram foguetes pela cidade. Ouviu-se
um bruaá lá fora e um bater de panelas ou tachos à janela. Certamente de
pessoas que não passam privações ou que pretendem esquecer as agruras vividas e
atordoar-se do futuro incerto que as espera.


Como não sou prisioneiro das televisões e prefiro o aconchego silencioso da minha modesta e fria mansarda de águas furtadas (não é muito confortável mas os cobertores dão um grande jeito, vão remediando) foi-me então fácil imaginar que havia muito quem festejasse o momento – Sejam felizes para todo o Ano. Pois é bom ser feliz e desejar felicidade a amigos e a desconhecidos – O que não é bom é esta cruel e indesmentível realidade de que, por detrás deste ruido festivo, há um imenso silencio de pessoas desempregadas, num país à deriva, cada vez mais em mãos estrangeiras e de milhares de famílias que não sabem como fazer face ao dia a dia e dar sustento aos filhos
Como não sou prisioneiro das televisões e prefiro o aconchego silencioso da minha modesta e fria mansarda de águas furtadas (não é muito confortável mas os cobertores dão um grande jeito, vão remediando) foi-me então fácil imaginar que havia muito quem festejasse o momento – Sejam felizes para todo o Ano. Pois é bom ser feliz e desejar felicidade a amigos e a desconhecidos – O que não é bom é esta cruel e indesmentível realidade de que, por detrás deste ruido festivo, há um imenso silencio de pessoas desempregadas, num país à deriva, cada vez mais em mãos estrangeiras e de milhares de famílias que não sabem como fazer face ao dia a dia e dar sustento aos filhos
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