Jorge Trabulo Marques - Na personagem de Luís de Raziel
A MEMÓRIA DAS ANTIGAS TRADIÇÕES NÃO DEVERÁ SER ESQUECIDA
É também com este propósito, que aqui recordo antigas trações, embora de carácter muito rservado, e até algo misterioso, mas vale a pena conhecer esse passado., Festejando tradições genuínas a custo zero - Recordando os rituais da minha adolescência, das chamadas feiticeiras, arredores da minha aldeia, Chãs, que vinham das aldeias vizinhas do meu concelho, Foz Côa, de Mêda e Trancoso - Minhas queridas avozinhas, solteirinhas, que adoravam o anjo da luz espelhado na alvorecer do planeta Vénus, símbolo da deusa do amor e da beleza,-
Sim, naquele solar dos ventos uivantes, em ruinas, propriedade da família Sobral da minha aldeia,.- Sobre o qual recaem várias lendas . Uma das quais diz que, quem olhar - depois do pôr-sol - para lá do portal que se abre junto ao caminho, que lhe aparece um "O HOMEM DO GARRUÇO VERMELHO", pelo há quem leve isso a sério e evite passar ou olhar para o seu interior, sobretudo depois de escorecer e anoitecer.
HALLOWEEN - MAIS FOLIA QUE MEMÓRIA - AOS MILHARES DE VITIMAS QUE SOFRERAM PERSEGUIÇÃO, A TORTURA E A MORTE PELA TENEBROSA SANTA (?!) INQUISIÇÃO - Editado em Nov 2010 - Do qual aqui recordo algumas passagens https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2010/11/halloween-mais-folia-que-memoria-aos.html
Recebi educação católica, foram esses os meus primeiros passos. E até andei dois meses no seminário, em Mogofores, até que fui expulso, devido a uma bebedeira de medronhos e quando, em confissão, revelei os rituais que praticara em criança.
Admiro Cristo como Homem mas não o imagino um Deus Absoluto. Ou um Seu Enviado à Terra. Filhos de Universo e de um Deus Maior somos todos nós. São os oceanos, os continentes, todos os seus vivos e corpos aparentemente inertes. É, no fim de contas, aquilo a que, no meu modesto ponto de vista, resumo como sendo a Inteligência Universal
Sou daqueles que, cedo desiludidos dos templos e dos sacrários construídos por mãos profanas, decidiriam voltar-se para a Mãe-Natureza, ao coração da Terra, à luz que emana da abóbada celeste no coração do dia ou no coração das trevas, contemplar a Lua, as estrelas, os mares que são o azul reflectido dos céus e a origem de todas as espécies , admirar os astros longínquos que irradiam claridade e nos iluminam, são a razão e o sentido da vida, e, por conseguinte, sou dos que aprenderam, desde criança, a ver na beleza dessas imagens a verdadeira presença divina, tornando-se nos seus legítimos apóstolos ou na genuína representação desses deuses, em si próprios.
Em criança juntei-me ao culto noturno das “filhas de Vénus”, que faziam rituais noturnos naquele antigo solar, ao "anjo da luz", localizado próximo de uma fonte romana, juto à qual passa uma calçada também romana, que vai ligar a povoação das Quintãs. da freguesia de Longroiva, concelho de Mêda.
No tempo da chamada Santa Inquisição, uma das fiéis daquele culto, consta-se que teria sido sacrificada na fogueira da intolerância católica - Pois esta era uma das únicas quintas, que, embora tendo um lagar de azeite e de vinho, não tinha nenhuma capela católica -
DE SEGUIDA AGUNS EXCRTOS DO MEU BLOGUE, - Da descrição que fiz em Nov de 2011
Oh, como
eram tão alegres e folionas e como nós nos ríamos às gargalhadas das suas
galhofas e traquinices, nos divertíamos tanto!...Sobretudo, quando nos beijavam
o rabo (claro, de calças vestidas) e, uma das irmãs, a mais velha, depois de
dançarmos e de darmos umas quantas voltas à volta do galo, de patas atadas e
pousado junto ao defumador das aromáticas essências (alecrim rosmaninho, entre
outras ervas ) ali bem no centro do terreiro, sim, se enchia de genica (como a
mestra, a grande chefona, a madre-superiora) e se aprestava para torcer e
degolar de um só golpe a pobre ave, cujo sangue era vertido imediatamente para
uma tigela e dado a beber a todos os participantes.
A princípio,
não lhe achei piada, mas depois, como se ouviam sempre algumas chalaças, até me
pareceu natural e lhe encontrei alguma graça...
Uma vez o meu pai (que madrugou mais cedo para ir vender uns machos e umas vacas a uma feira) , apanhou-me à entrada de casa... Foi numa noite gélida de Inverno. Era quando mais saímos, visto as noites serem mais longas... Perguntou-me donde é que eu vinha àquelas horas... Eu disse que tinha andado a jogar o tiroliro com os outros rapazes no adro...
Ele achou que era muito tarde e deu-me uma valente sova com a cilha da albarda.. Sim, foram tempos difíceis mas trazem-me saudades quando ali vou... A recordar o nosso ritual no vetusto solar...
É uma
espécie de alimento purificador do meu corpo e da minha alma... Faço essas
peregrinações desde há vários anos. E então, agora, à medida que os anos
passam... Mais tentadora é a atracão por aqueles tão belos rituais da minha
adolescência.... Em recuar aos joviais tempos do pé descalço pelos carreiros e
caminhos das fragas... nos penhascos e quebradas do maciço planáltico, onde
termina o granito e começa o xisto, noutra área diferente dos arredores da
minha aldeia. E onde faço um misto de investigação, devaneio e peregrinação
espiritual mas também artística: registos nas pedras (esculpo) e fotografo
(fotografo-me) na sítios onde me sinto melhor e mais identificado com o meu
passado e as minhas ancestrais raízes - Luís de Raziel – Pseudónimo de Vidente
Vara de Deus –
Porque será que por vezes me sinto nas vestes de Cristo, envergando as suas túnicas, sendo levado a imitar os seus gestos, os seus passos; outras a rever-me na pele de bruxo noturno?
– Esta é uma estanha dualidade mística que me persegue desde a infância e adolescência: no tempo em que, umas vezes era tentado a isolar-me nos penhascos e a orar junto de imagens religiosas que eu próprio moldava de barro, noutras a acompanhar um ancestral culto das bruxas, para as quais a noite escura estrelada ou iluminada pelo luar era – a certas sextas-feiras – o seu vagueio predileto, o seu templo sagrado -
""Sê integro, sê inteiro! Sê Verdadeiro! Tal como és, tal como vieste à luz do mundo: desde aquele dia primeiro em que te descerraram as pálpebras e passaste a fazer parte do Grande Milagre da Vida - "; Assim tem sido esta a minha sina, o meu misterioso fadário
.O Dr. Jorge Castro Lopes é um bom amigo de longa data - É nativo Peixes - e, como genuíno filho de Neptuno, o Deus da inspiração e da sensibilidade, também ele sente uma inata curiosidade para a chamada fenomenologia do ocultismo e do paranormal -
Ele trabalha e reside próximo da cidade do Porto, mas vai regularmente à sua terra - uma pequena cidade da província. Eu vivo em Lisboa, e também, sempre que posso me desloco à minha aldeia - Por isso, e como já lhe falei das minhas peregrinações nocturnas pelos montes, quis saber algo mais sobre o assunto. Numa ocasião, apostei com ele de que era capaz de fazer um determinado percurso mais rápido de que ele no seu jipe - Já passava da meia-noite e não havia luar
Há lugares que, conquanto se situem na Terra, não são deste Mundo - Transparecem um tal impacto, uma qualquer áurea ou força energética, sobre os quais não existe explicação. - É o caso do Solar do Vale Cheínho, também conhecido por Solar dos Ventos Uivantes do Vale Cheiroso
Pedi-lhe que me desse apenas um avanço de 5 minutos, garantindo-lhe que era capaz de (por caminhos e atalhos) chegar mais depressa ao Vale dos Areais, junto ao cruzamento da EN. 102 - É que, do planalto, até lá lá ao fundo, com as curvas e as contracurvas da estrada alcatroada, ainda são 4 Km - Enquanto, se se for pelos atalhos e alguns troços do milenar caminho romano, a distância é bastante mais encurtada - Só que, como, raramente, alguém ali passa e, parte deles, já estão quase intransitáveis, não faltam silvas, ervas e giestas a dificultar a passagem. Mesmo assim logrei chegar primeiro de que ele.
Ora, isso aconteceu naquele dia - porque estava inspirado - Mas nada agora me garante que possa voltar a dispor (para efeitos de aposta) de idêntica volatilidade e inspiração. É tal qual como a poesia nos poetas ou a prestação de um atleta numa pista de corta-mato ou de um jogador num campo de futebol: nem sempre a predisposição física e mental, é seguramente a mesma.
Por isso, e também porque, nessa noite, gostava de estar sozinho, obviamente não acedi prestar-me a qualquer outro tipo de incursão nocturna, que não fosse ir ao encontro de um certo devaneio espiritual, que, mais uma vez, me iria conduzir aos meus tempos de criança, quando tomara parte no culto da Irmandade do Anjo da Luz, o anjo que surge nas noites de céu estrelado ao irromper a Estrela da Manhã -
ALÉM DO LATIDO DAS RAPOSAS, APENAS SE OUVIA O PIAR DOS MELROS NOS SILVADOS E DAS NOITIVÓS NAS CARRASQUEIRAS E NOS ESCASSOS OLIVAIS
Mesmo assim, não há como as noites da Primavera - quando a passarada nocturna, parece também deliciar-se com os perfumes da amendoeiras e de outras flores silvestres ou delirar com a sinfonia que soa da água a correr nas pequenas cascatas dos ribeiros.
Em todo o caso, era uma noite de Outono e, estas, com os seus matizes de aguarelas (pelo menos enquanto não arrefecem aos graus negativos), também têm o seu encanto e a sua magia... Eu já por ali andei - em noites de Inverno - com o chão coberto de gelo, como se estivesse coberto de neve. Também não me importo. Só se tem frio parado
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