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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Benfica – Campeão 2022-23 – Noite de glória de coros e abraços na Luz e retunda do Marquês – Vídeos de imagens e fílmico

 Jorge Trabulo Marques - Footballdream -  Jorge Trabulo Marques -  Dois vídeos: um de fotos, outro de filmes - 

Benfica – Campeão 2022-23 – Vídeo de uma noite de glória de coros e abraços na Luz e retunda do Marquês 

Benfica – Campeão 2022-23 – Video do êxtase fílmico das águias na Luz e retunda do Marquês 

O Benfica conquistou neste último sábado, o 38º título de campeonato português  - na temporada 2022/23. – Em ambiente caloroso e festivo durante todo o jogo, com um desfecho verdadeiramente enlouquecedor e apoteótico. E  também, depois, quando a vaga encarnada de milhares de adeptos  se transferiu de cascóis abertos ou enrolados do  Estádio da Luz e se concentrou na retunda do Marquês de Pombal.


Rui Costa é o 34.º presidente do Benfica -Vencedor das  eleições mais participadas da história do Clube, em 2021, e na sua segunda época conquistou o primeiro título de campeão nacional. Há quem defenda que ele é o verdadeiro Maestro do eventual título das águias, sobretudo por ter começado a olhar mais ao aspeto desportivo do que ao financeiro, comparando com outros anos anteriores. As palavras são de Sven-Goran Eriksson, que treinou o antigo craque no Benfica.

A bem dizer, tal era a confiança na conquista do campeonato,  que, mesmo antes do desafio começar, já festa se fazia sentir empolgada e calorosa em redor do Estádio e em todas as avenidas e artérias que ali iam desembocar – E mais ainda cresceu de tom quando Gonçalo Ramos inaugura o marcador aos 7’ – E, para que não restassem dúvidas, de que a vitória estava assegurada, aos 28’, Rafa impõe o 2º golo, que culminaria com terceiro tento apontado por Grimaldo, aos 60’ de penalti. Depois não tardariam  a serem vistas nas mãos de jogadores e dos vários membros equipa técnica, os inseparáveis brindes regados de Champanhe ou de cervejas.

A vitória por  três golos sem resposta, sobre o Santa Clara foi  o corolário apoteótico de um comando de sucesso do alemão Roger Schmidt  - O Estádio da Luz voltou a ser o grande palco inundado de festivos coros  e  de cores e tons de encarnado numa noite de glória benfiquista.

Este o seu desabo à imprensa: “Nunca tinha visto nada como aquilo que vi ontem. Foi único, um dos melhores festejos do futebol europeu. Já tinha visto imagens no Marquês de Pombal no nosso balneário, mas não é a mesma coisa ver uma fotografia ou viver o momento. O caminho até ao Marquês de Pombal foi fantástico, e lá estava um ambiente fantástico, com muita gente.”


De parabéns está, pois, toda a equipa, o seu treinador, Roger Schmidt, nascido em Kierspe, 13 de Março de 1967 e, indiscutivelmente,  Rui Costa, Presidente do SL Benfica,  39 anos depois  de ter deixado os êxitos da  carreira de jogador, tanto no Sl Benfica, como na seleção  nacional e nos dois clubes italianos, Fiorentina e Milan e de ter abraçado, durante vários anos, a missão de diretor desportivo no clube que agora o consagra campeão quatro anos após o último título.


 Rui Manuel César Costa , que cedo se celebrizou  com o nome de Rui Costa, nascido  em Damaia, Amadora, em  29 de março de 1972,  o genial talento daquele  menino, que, aos  9 anos  impressionou  Eusébio, nos treinos de   captação, num estilo sempre com a  bola colada no pé e  cabeça levantada para a passar  ao colega em campo, numa supervisão de mais 500 adolescentes e, que, desde então, foi catapultado para o firmamento das grandes estrelas de futebol pela grande legenda  um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Num dos anteriores títulos 

Tal como é recordado, Rui Costa, aos cinco anos entrou para as categorias de base do Damaia Ginásio Clube. Quatro anos depois, com nove anos de idade, tentou a sua sorte num dos treinos dos testes do Benfica. Passados dez minutos de treino, Eusébio, que estava observando os futuros craques, ficou impressionado com a habilidade do jovem jogador e mandou-o retirar.

No entanto, o menino Rui Costa, pensou que não ia ser escolhido e vai de sair a  chorar -   Contou à Benfica TV, em 2014 – “Estavam 500 miúdos naquele dia, todos queriam jogar, mas pouco depois de ter tocado algumas vezes na bola, o Eusébio tirou-me da equipa e disse 'tu, menino, já chega'. Saí a chorar, a pensar que não ficaria, mas, no dia seguinte, soube que iria treinar com a equipa de infantis e do choro passei para a alegria num ápice", referindo que foi  com orgulho que entrou no Benfica "pela mão de um gigante como Eusébio".

O facto de ter agradado a Eusébio, que seria seu treinador nos escalões jovens, foi decisivo para iniciar a sua carreira no clube do coração e Rui Costa elogia o "rei", apesar de não o ter visto jogar.

 "Durante oito anos aprimorou a qualidade nas categorias de base do Sport Lisboa e Benfica, até 1990, onde esteve emprestado por uma temporada ao Fafe. Retornou ao Benfica e conquistou uma Taça de Portugal (1992–93) e uma Primeira Liga (1993–94).

Quando atingiu a idade de sénior (18 anos), foi emprestado por uma época pelo Benfica ao Fafe, da III Divisão portuguesa, para poder jogar com mais frequência, já que era difícil conquistar um lugar na equipa principal do clube de Lisboa. Apesar de ter feito a temporada de 1990/1991 num escalão inferior, não deixou de ser convocado para as seleções jovens. Assim, foi um dos jogadores eleitos pelo treinador Carlos Queiroz para representar Portugal no Mundial de futebol de sub-21 (para jogadores com idades inferiores a 21 anos) que teve lugar em 1991.

Titular indiscutível e uma das grandes figuras da equipa portuguesa, Rui Costa acabou por se sagrar campeão do Mundo. No jogo frente ao Brasil, disputado no Estádio da Luz, em Lisboa, perante cerca de cem mil espectadores, foi ele que marcou a grande penalidade que deu a vitória a Portugal, depois da partida ter terminado empatada no tempo regulamentar."

Em 1993, recusou rumar ao Sporting, juntamente com Pacheco e Paulo Sousa, no célebre “verão quente” do futebol português. O Benfica passava por uma grave crise financeira e os rivais de Alvalade 'atacaram' o plantel das águias em busca de reforços. Mesmo com proposta tentadora, Rui Costa preferiu ficar no seu clube, ao contrário de Pacheco e Paulo Sousa

Entretanto, a  Fiorentina interessou-se pelo meio-campista e desembolsou 1,2 milhões de contos (cerca de 6 milhões de euros).  Transferência esta da responsabilidade do empresário Manuel Barbosa,  que serviu como um balão de oxigênio para as finanças do clube, que na época vivia grandes problemas financeiros.

Conquistou tudo e todos, em Itália, onde ainda hoje é conhecido como o Príncipe de Florença. Estava num dos melhores campeonatos de futebol, mas o tal amor ao Benfica continuava a 'atormentá-lo'. Dois anos após a transferência, 

Rui Costa jogou sete temporadas na Fiorentina, onde conquistou duas Copas da Itália e uma Supercopa. Apesar das dificuldades, conseguiu ser eleito em algumas temporadas o melhor camisa 10 do futebol italiano

No dia 13 de agosto de 1996, a Fiorentina foi a equipe convidada pelo Benfica para o jogo de abertura da temporada. Rui Costa marcou o único golo da partida, e ao marcar contra o seu clube do coração, não conseguiu segurar o choro. - Recordou

Cinco temporadas no Milan em 2001

Em  2001, o treinador turco Fatih Terim (que havia comandado a equipe de Florença uma temporada antes) foi contratado pelo Milan e levou Rui Costa consigo por 36,6 milhões de euros, onde jogou cinco temporadas, tendo conquistado  uma Copa da Itália, uma Liga dos Campeões da UEFA, uma Supercopa da Itália, um Campeonato Italiano e uma Supercopa da UEFA.


Retorno ao Benfica em 2006

Acertou seu retorno ao Benfica em maio de 2006, sendo apresentado no dia 25 de maio.A transferência, desta vez, foi a custo zero e só foi possível porque Rui Costa e Milan rescindiram o acordo que os ligava por mais uma época.

Rui Costa assinou em branco com o Benfica, deixando a Luís Filipe Vieira a opção do seu vencimento como jogador. 

Encerrou a sua carreira futebolística na temporada de 2007–08.  Seu último jogo foi contra o Vitória de Setúbal, no qual foi substituído aos 86 minutos para receber uma enorme ovação do público.

Seleção Nacional

Pela Seleção Portuguesa Sub-20, sagrou-se campeão do Mundial Sub-20 de 1991, vencendo na final o Brasil na disputa por pênaltis. A final foi realizada no antigo Estádio da Luz, e Rui Costa converteu a penalidade que definiu a vitória.

Já pela Seleção Portuguesa principal, estreou em 1993 e disputou sua última partida em 2004, contra a Grécia, na final da Eurocopa. Na ocasião, a Seleção Grega venceu por 1–0 e sagrou-se campeã do torneio.

Foi anunciado como diretor desportivo do Sport Lisboa e Benfica no dia 14 de maio de 2008, deixando para trás uma carreira respeitável e iniciando um novo ciclo no clube.

Durante a janela de transferências desse verão, Rui Costa contratou alguns jogadores de renome, como o meio-campista argentino Pablo Aimar, o ponta-esquerda espanhol José Antonio Reyes e o atacante hondurenho David Suazo por empréstimo, recebendo imensos elogios da administração e dos adeptos.

No verão seguinte, após uma campanha decepcionante na liga, Rui Costa aumentou ainda mais os seus esforços para fortalecer a equipa do Benfica. Nesse sentido, fez várias contratações importantes, como o avançado argentino Javier Saviola, o volante brasileiro Ramires e o volante espanhol Javi García, juntamente com o experiente treinador português Jorge Jesus. As suas principais contratações acabariam por se revelar bem sucedidas, o Benfica acabou por conquistar a Primeira Liga na temporada 2009–10 pela primeira vez em cinco anos. O Benfica também venceria a Taça da Liga na mesma temporada derrotando o Porto na final por 3 a 0.

Diregente do SL BENFICA 

Assumiu provisoriamente a presidência do Benfica em 9 de julho de 2021, após a suspensão do então presidente Luís Filipe Vieira, anunciando que seriam convocadas eleições antecipadas assim que possível.[11] Já no dia 21 de setembro, anunciou a sua candidatura à presidência do clube, anunciando que concorreria nas eleições de 9 de outubro desse ano.[12] Com 84,48% dos votos, no dia 9 de outubro foi eleito presidente do club.  - De várias fontes - Entre as quais a https://pt.wikipedia




sábado, 27 de maio de 2023

Feira do livro de lisboa 2023 – Reportagem fotográfica, com a voz e a imagem de Goreti das Rosas, em vídeo do primeiro dia e também de imagens de vários autores em edições anteriores

  Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

O horário do certame  poderá ser alterado neste sábado,  no caso de o Sport Lisboa e Benfica se tornar campeão nacional de futebol  - Prevendo-se a  compensação pelo encerramento mais cedo da Feira,  por causa da festa do título.

horário de abertura é às 11h00, enquanto à semana a feira abre às 12h30. O do fecho  às 22h00, nos dias de semana, e às 23h00 às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriado.

Goreti da Rosa, cantora, pintora e escritora - Na sua voz e sua imagem e de muitas outras

O primeiro dia da Feira do Livro de Lisboa teve  boa afluência pública e também de  muitos rostos  da cultura, além de  entidades bem conhecidas

Goreti da Rosa, cantora, pintora e autora de vários livros foi uma das  várias surpresas, com que me deparei  naquele fim de tarde e principio da noite da abertura oficial do maior certame livreiro do país ao ar livre e a cuja voz  - de uma das suas populares canções - , tomei a liberdade de sonorizar o vídeo   da reportagem que ali decidi ir fazer, a que junto também  registo de umas  breves palavras biográficas

Sim, longe de imaginar, que, um desses rostos, iria ser o da autora de “Um esconderijo na floresta”, entre outras curiosas obras, acompanhada por outros dois talentosos  artistas portugueses,  Elvis Santiago  - Alexandre Faria, com quem também tive o prazer de dialogar - E também alguns momentos com o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que após o acto inaugural se dirigiu com alguns familiares e assessores numa visita muita atenta ao longo dos vários pavilhões do certame

Confesso que não estava a contar com tão espontâneo e gracioso  diálogo, que ocorreu, ocasionalmente,  quando o simpático grupo de amigos, estavam de saída do recinto da feira,  depois de terem participado na  cerimónia oficial da abertura da 93ª edição da Feira do Livro de Lisboa, cujo ato inaugural decorreu na  tarde de quinta-feira, dia 25, com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa   e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, além do Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, bem como   de Pedro Sobral, diretor da APEL, entre outras personalidades,

Oportunidades para discursos e também para  assinaturas de autógrafos por Isabela Figueiredo, José Milhazes, Alice Vieira e João Pedro George, entre muitos outros.

Foi referido, que, este ano, a Feira do Livro de Lisboa terá 139 participantes, mais de 980 chancelas editoriais e os mesmos 340 pavilhões da edição de 2022.



Para esta edição, são esperados também “muito mais escritores” e “mais autores internacionais do que no ano passado”, afirmou o presidente da APEL, que tem verificado um aumento da “proatividade nos escritores, que dizem ‘quero estar’ na feira”, em vez de simplesmente esperarem pelos convites.


Pedro Sobral espera, por isso, que este ano aumente o contacto com escritores e a afluência, que em 2022 se situou entre os 770 mil e os 790 mil visitantes.

Esta expectativa está diretamente ligada ao crescimento do mercado do livro, que se tem verificado desde 2021, e que no final do primeiro trimestre deste ano estava nos 12%.

“Além da recuperação (pós-pandemia), há uma alteração nos hábitos de leitura. Portugal é dos países com piores índices de leitura, mas há um crescente interesse na compra de livros para leitura própria”, quando, tradicionalmente, a maioria dos livros comprados eram para oferta, indicou o responsável.

Longe do bulício da cidade e do ruido televisivo negativo, busca o teu acolhedor abrigo e tranquiliza o teu espírito

Jorge Trabulo Marques - No perfil de Peregrino-da-Luz

Navega no alto de uma colina ou no cimo do cristal de uma pedra
Não procures conhecer os segredos dos confins da eternidade
Segue tranquilo o caminho do teu íntimo da oferenda secreta
Não busques indagar se passares ao subtil reino da invisibilidade
Acolhe-te na musicalidade silenciosa do teu mutismo e sossega.

Divaga iluminado na densidade da atmosfera que em ti se reflete
Não desistas de saborear a inevitável surpresa que te habita
em que tudo converge, te resgata do impuro e dele não se repete.



quinta-feira, 25 de maio de 2023

Santo Tirso - Festa das Rosas de regresso à Escola Agrícola Conde S. Bento - Dias 3 e 4 e Junho com exposições de centenas de exemplares de flores e de outras atividades paralelas. - A Escola da minha saudade que também frequentei

  Jorge Trabulo Marques - Jornalista e antigo aluno da Escola  Profissional Agrícola Conde de S. Bento



 Oportunidade de convivo, com atuais e antigos alunos e  de Professores e alunos a mostrarem os trabalhos do ano-letivo e o melhor que a quinta produziu -  A instituição assinala a abertura do evento às 21h00 de 3 de junho, com o Grupo de Bombos de Santiago da Carreira, Sons dos Claustros e Mridangam Band.

No dia seguinte, há missa na capela da escola, às 11h00, e animação do Rancho Folclórico de S. Martinho do Campo. A tarde contará também com o anúncio dos premiados do Concurso de Arranjos Florais e com a atuação musical de José Morais Silva.

O Concurso de Arranjos Florais, com os trabalhos entregues estarão expostos no Salão Nobre da Escola. - Bem como  uma exposição e mercado de produtos da Escola e da Associação de Antigos Alunos da Escola

Recordo-lhe  a reportagem que fiz, quando ali regressei, há uns anos, numa das festas das Rosas  na qual tive o prazer de rever imagens que há muito não via de tantas rosas floridas, em canteiros - e também tantas rosas bonitas expostas - e das mais diversas cores e matizes - Está, pois, de parabéns a direção da Escola Profissional Agrícola, Conde São Bento, em Santo Tirso., por mais esta belissima iniciativa.



Deixei esta Escola Agrícola, aos 18 anos -  Sim, sou antigo aluno e foi, justamente, o curso que frequentei nesta Escola – o antigo curso Agente Rural – que me levaria a fazer um estágio nas Roças em S. Tomé – Mas não só, a viver as experiências de vida, únicas, as mais diversas, muitas das quais  na vastidão dos mares ou em escaladas, ditas impossíveis.  

INESQUECÍVEL - AQUELA NOITE E TARDE DA FESTA DAS ROSAS!

Impossível mostrar tudo o que retive na retina, vivi  ou fotografei – Mas deixo-lhe algumas imagens. E julgo que não é tarde demais para lhas mostrar. Sim, não é tarde para lhe falar das emoções que ali vivi, que me foi dado observar e reviver nos dois dias em que decorreu a tradicional Festa das Rosas da Escola Profissional Agrícola de Santo Tirso, ou seja,  na noite do dia 31 de Maio e a partir do meio da tarde do dia 1 de Junho, também lá estive.  Pois, tantas foram as emoções, que, se escrevesse sobre o momento, logo após o meu regresso a  Lisboa, ou as palavras me faltavam ou corria o risco de  nunca mais parar de escreve

A  Escola Profissional, Conde S. Bento, situada ao lado da emblemática Igreja Matriz,  com edifícios e terrenos que se estendem por duas quintas, que, noutro tempo, faziam parte de um convento beneditino,  para quem a frequente ou a simplesmente a visite, seja em tempo normal de aulas, nas férias ou nas suas festas, deixa sempre emoções muito calorosas, sempre algo para recordar.


ESCOLA AGRÍCOLA COM REGULAMENTO MAIS RIGIDO MAS A QUINTA ESTAVA UM BRINCO



 



 


 


 Hortas e campos bem cuidados, caminhos limpos, alunos sorridentes, mostrando, com os seus professores,  o melhor do que fizeram ao longo do ano letivo - A  Festa das Rosas, além de convívio e diversão, em boa parte é isso mesmo: servir de montra  e  de abertura à comunidade -  Alguns fontanários estavam secos, mas esse problema prende-se com obras e reparações dos mesmos.



O regulamento da Escola Agrícola, agora obedece a regras mais rígidas - Ao vir do comboio, após atravessar a ponte sobre o Rio Ave, detendo-me, absorto, com os olhos presos  naquele nostálgico e magnifico cenário sobre as duas quintas da Escola, era-me impossível não me aproximar da minha querida escolinha.  Antes de me dirigir à parte alta da cidade,  foi das primeiras visitas que fiz.

E não tardou que ouvisse os sinos da velha torre  da igreja matriz  - O mesmo som de sempre. 

 - Nesse aspeto, parece que nada mudou. O som continua a ecoar da mesma maneira, como se o seu eco, além de medir o tempo, em todas as gerações  que o escutaram,  o quisesse eternizar. 



Entretanto, na impossibilidade de transpor o velho portão de madeira da Escola, entrei numa das portas da Igreja, ao lado .

Estavam abertas, porque era a hora da missa.  E não resisti de ir  dar uma olhadela àquele vetusto friso de claustros, que emolduram um pátio em forma de quadrilátero,  ao centro do qual existe  um fontanário - Que quadro mais silencioso e conventual!... A bem dizer, só se ouvia a água a cair das suas cascatas e os esvoaçar das pombas, que ali vão beber. – Oh, e também os cânticos da missa, coisa mais mística e solene, como há muito não ouvia ao dar os meus passos sobre aquelas desgastadas  pedras tumulares!




I


De facto, há certos lugares que são como que inspiradores, que convidam a um certo relaxamento, interiorização e a uma certa serenidade ou espiritualidade. Não sou eu apenas que o digo, são todos os alunos que por ali passam, e, à medida que os anos mais nos distanciam dessa despedida, mais vincada se sente a empatia, a ternura herdada desse persistente  e indelével vínculo.

ENTREI MAS TIVE DE SAIR…


Os últimos dias de Maio  dias de Junho são longos e, às 21 horas, já não há sol mas ainda  existe muita claridade. Quando ali cheguei, por volta das oito e meia, vindo da parte alta da cidade, o ambiente era sereno, ainda não muito concorrido, dir-se-ia, relaxante, com um grupo de alunos sentados em volta de um pelourinho, outros,  ex-alunos,entre eles ou com amigos e familiares,  convivendo e esperando, calmamente pela hora da entrada - As frondosas árvores que por existem, sobretudo, em tempo quente, perfumavam e suavizam a atmosfera.  A igreja, aquela hora, mergulhava em silêncio  - O mesmo sucedia, ao lado,  com o edifício do Museu Abade Faria, no piso de cima, e,  no rés do Chão, adega e  queijaria da Escola Agrícola -  De volta e meia o portão da Escola  abria-se mas as entradas eram muito restritas.

 
Curiosamente, momentos antes, chegava a Diretor Carlos Frutuosa – Estava distraído e é  precisamente a delegada da  Associação dos Pais dos alunos, com quem conversava, que me diz: “olhe, acabou de chegar, o Sr. Diretor. Vá falar com ele para o deixar entrar”  Assim fiz, a que ele acedeu amavelmente, dando-me o prazer de o  acompanhar ao seu lado. Só que, lá dentro, mal transpus a porta, de  imediato, uma voz me diz:  “tenha paciência, só depois das nove” 

–  Julgo que o diretor nem se terá apercebido .Mas eu também não quis criar-lhe nenhum incómodo imprevisto, pelo que nem esperei que ele se apercebesse  ou dissesse alguma coisa - A noite era de festa e ainda era uma criança - Que mais me  fazia entrar uns minutos antes ou depois?!... Dir-se-ia que fora apenas o tempo de sair e me voltar a juntar com as simpáticas pessoas com quem agradavelmente dialogava.

De facto, há muito que andava à espreita desta belíssima oportunidade 

- Finalmente, pude desfrutar desse privilégio. Já, por várias vezes,  ali me desloquei  mas nunca coincidiu com o calendário de  uma das  mais vivas e antigas tradições desta Escola. Mas eis que,  – depois de tantos anos  – lá voltei a reencontrar-me com a lindíssima festa que o Diretor Rossi -  louco pelas rosas, tal como sua esposa – haveria de conceber.. Oh, e quanta memória me veio à lembrança!....







Video - Excerto da coreografia dos alunos da Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento, alusiva às viagens, aos grandes nomes da literatura nacional e mundial -- Antecedida por uma breve charge à polémica venda dos quadros de Miró  - "35 milhões é muito dinheiro!" - Exibida na  noite da Festa das Rosas, tendo como cenário um gracioso  fontanário em granito, também ele coberto de rosas, ladeado pelos claustros, de antigo mosteiro beneditino -- Num local  onde as rosas das mais diversas cores e matizes, faziam as honras da casa: isoladas ou em lindos raminhos ou mesmo em grinaldas, nos mais diversos  e surpreendentes suportes -- Obviamente, ante a presença de centenas de pessoas, desde atuais a antigos alunos, corpo docente, pais e amigos, a muita gente da cidade de Santo Tirso ou vinda dos concelhos limítrofes ou até de mais longe, para se associar ao espírito da festa e celebrar as mais belas Rosas do Mundo, num evento bianual, com uma tradição que já conta mais de meio século, numa escola também ela centenária, com pergaminhos e com história digna de passado e de nome .





Restaurante Rosae,  com mesa posta, bonita decoração, com os pratos, os copos e os talheres no seu lugar. Noutro tempo, eram camas e mesinhas de cabeceira, lado a lado. Também não se iam ali servir refeições -- pois essa oportunidade estava disponível, no refeitório, justamente no piso debaixo. Mas serviam-se  bebidas, cocktails e aperitivos e mostravam-se as performances dos alunos, sempre muito simpáticos e prestáveis, fazendo prova pública dos seus  conhecimentos e méritos, já como nas vestes   de excelentes bons técnicos -- De poderem desempenhar, profissionalmente, a atividade que abraçaram, no mais exigente hotel ou restaurante, que lhe ofereça uma oportunidade de trabalho -- E, pelo que pude depreender,  têm sido  muito solicitados os alunos que  frequentam os diversos cursos da Escola Profissional Conde São Bento, em santo Tirso.






No nosso roteiro pelos diversas mostras da Festa das Rosas, na Escola Profissional Agrícola, Conde São Bento, em  Santo Tirso, passámos também pela sala de transformação dos cereais em pão. E fomos gentilmente recebidos pela  Profª. Ana -- Que ali mostrava e dava a saborear algumas das  habilidades operadas pelos seus alunos. Sim, havia sorrisos e havia pão  - Sobretudo, gostosos pedacinhos, de vários tipos de pão, alguns condimentados com ervas aromáticas.  Mas não era uma padaria nem uma sala de panificação mas de transformação. Uma variante dos cursos dos Técnicos de Produção Agrária -- Que consiste em aplicar conhecimentos fundamentais do processo produtivo (preparação e transformação de produtos agroalimentares e respetivo embalamento) assim como de tecnologia específica do subsector agroalimentar (princípios de funcionamento e de programação, conservação e manutenção, riscos e regras de segurança


Na imagem é a Prof. Paula Areal,  de economia e gestão, que nos recebe, na mostra  do empreendedorismo.  Ela e uma aluna que quis aprender a arte de transformar as rosas em produtos comestíveis -- compotas e caramelos cristalizados - ou deliciosos licores bebíveis. Nos recebeu a nós e, também, com o mesmo sorriso e disponibilidade, a todos quantos por ali passaram - Sim, as Rosas são o motivo emblemático da Festa  - e muitas e variadas são as rosas que se puderam admirar nos  claustros de um antigo convento e nas diversas salas de aulas teóricas e práticas, colhidas dos hortos da Escola -- Para já não falar na oportunidade de admirar os aprazíveis campos, jardins e retiros da quinta. Mas, a festa, além de uma exposição num já por si magnífico cenário, é sobretudo muita  alegria e convívio, entre alunos, atuais e antigos, pais e professores e outros visitantes -- Pretexto de abertura da escola à comunidade, mostra  do que melhor se faz na Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento. E, de facto, muitas foram as pessoas que a visitaram nesses dois dias  -  Na noite do dia 31 de Maio para 1 de Junho -- E. depois, a partir do meio da tarde. Vivendo momentos, que, certamente, tão cedo esquecerão


 Oh, e quanta memória não ressuscitou do fundo do tempo!


Sim, vivendo momentos muito agradáveis -  Interiorizando-os, como que  imerso por uma espécie de nostalgia ou silêncioso recolhimento  introspetivo – Só quase, já próximo a ir-me deitar,  é que acabei por soltar um pouco mais a fala, falando de São Tomé, da minha passagem de doze anos por aquela Ilha. 

Pois era impossível deixar de associar o verde daquele formoso arquipélago ao de  Santo Tirso – Há, realmente,  algo  em comum: não apenas pelo nome dos santos mas também pelos seus verdes intensos. 

Por outro lado, deparei também com um excelente conversador, outro apaixonado pelo mar, tal como eu! Que, em companhia de seu pai,  um antigo comandante da Marinha, viajou pelas sete partidas dos oceanos.  Um jovem, na casa dos trinta, que, embora não sendo aluno, gostou de fazer  companhia a um grupo de alunos, seus amigos, que trouxeram para ali uma maquineta, pronta a fotografar e dar a foto na hora! – Um artefacto tecnológico que  fez as delícias da rapaziada – Aliás, a todas as idades: desde os  pequerruchos aos mais graúdos, que não paravam de disprar e de soltar risadas e  risotas  frente à misteriosa objetiva.

ÀQUELA HORA ATÉ SE FALOU DE LEVITAÇÃO…


Entrava-se já pela madrugada....E, como àquela hora, já muita gente não deixara de fazer o gosto às bilhas de cerveja, espumosa e fresquinha, pronta a sair diretamente para o copo, ali mesmo ao estender de uma mão, ou ir até “taverna” do vinho da Escola, pois, não é que este amigo queria saber – e lá tive eu que lhe explicar – e com muito gosto - como é que eu – a  “seco” – lograva alguns momentos de levitação. 



Foi preciso telefonar ao meu amigo, Dr. Jorge Castro Lopes  – que, às duas da manhã, seguia um acesso debate na TSF – para lhe confirmar como é que eu, um dia, levei de vencida uma aposta que fizera com ele: ao encontrar-se comigo na minha aldeia,  de abalada e já noite,  ao dizer-lhe que ia peregrinar, até de madrugada, lá pelos penhascos do maciço dos tambores, perguntando-me se não tinha medo de  andar sozinho por aquelas fragas, por aqueles cinzentos enigmáticos morros, respondi-lhe, em jeito de brincadeira, que não só não recava a noite, como até era capaz de voar de fraga em fraga, qual ave noturna dos tempos pré-históricos. 


E, como quem não quer a coisa, vou de apostar com ele: -  eu por atalhos, e ele com o jeep pela estrada, era capaz de chegar à sua frente, ao cruzamento com a EN102, que percorre, longitudinalmente, o  vale sobranceiro ao planalto, lá ao fundo da ribeira – ele, 4km por  estrada, e eu atalhando por antigos caminhos romanos, cheios de silvas, que já caiaram em desuso. Pedi-lhe que esperasse apenas cinco minutos. Ainda hoje, não sei porquê, venci a aposta.  Se isto é levitar, eu naquela corrida, mais de que correr ou saltar, levitei e voei. 

E assim terminou a noite, contando histórias fantásticas
 a um amável jovem portuense, que, enquanto me ouvia, não despegava de rir, com a mesma avidez que levava o copo de cerveja à boca.

JÁ LÁ VÃO TANTOS ANOS …

 

Já lá vai quase meio século, que partia para a Ilha do meio do Mundo. No meu tempo, 1959-63  – oh, e há quanto tempo não foi! –, os  claustros enchiam-se de mesas e os alunos serviam as pessoas que nos visitavam. Gravitava tudo em torno dos belos ramos de rosas, seus enfeites  e da ceia – Uma ceia à maneira antiga, onde o caldo verde (muito apetitoso) era servido em pequenas tigelinhas de barro vidrado. E o vinho verde da Escola. No final, dividiam-se as gorjetas. Que davam muito jeito, pois ali não havia meninos ricos. Agora, as refeições eram servidas no refeitório – Também lá estive, e confesso que gostei, e até senti uma comoção que me encheu os olhos de lágrimas (mas muito íntimas, muito para dentro de  mim) ao lembrar-me daqueles velhos tempos.  

Eram os  alunos de Turismo e Hotelaria, vestidos como verdadeiros profissionais, com o seu avental  e farda adequada, que  chamavam a si a responsabilidade da arte de bem comer e de bem servir    – Que, de resto,  também estavam encarregados das  bebidas nos claustros  voltados para o recreio e,  num dos corredores do piso de cima,  transformado em Bar e Restaurante. Além disso, a noite não era só de comes e bebes ou de ver as exposições das rosas, que alindavam uma das alas dos claustros, havia ainda as performances de bailado, enquanto no meu tempo, era confinada a exibições de ginástica. 

Não se convidavam artistas de nomeada para cantar mas  os ranchos folclóricos, que todos nós adorávamos, davam aos claustros ou à eira (pois chegou a realizar-se nos dois lados), um ambiente, uma alegria, que era de fazer  pasmar a alma, vibrar o coração! – De um ritmo muito alegre e contagiante!   A direção, certamente que teve em conta esse passado   e não se esqueceu de levar, no dia seguinte, o rancho folclórico de Monte Córdova, da pequena freguesia, que fica lá no alto, para os lados do Monte de Nª Srº da Assunção, imagem que nos ficava mesmo em frente, como que fazendo parte do mesmo cenário da quinta, quase como o do Rio Ave, dos nossos campos, hortas, jardins, fontanários, ramadas e a bouça.


As Festas das Rosas abriram com uma performance dos alunos – Em que o tema da corografia escolhido foram as viagens. Por isso, nas paredes da exposição liam-se cartazes com poemas  de Fernando Pessoa, de Miguel Torga, de Gabriel Garcia Marques e textos de José saramago, 

"O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já." José Saramago