Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador dos eventos - Não perca também O SOL em Chãs - Imagens com história - Vistas pela mestria do antigo repórter da Reuters, José Manuel Ribeiro, na sua deslocação à celebração do Solstício do verão - Clike e veja as belíssimas imagens com história https://www.idyllmeraki.com/post/o-sol-em-ch%C3%A3s a quem se deve a divulgação das primeiras fotos e a noticia de um destes templos solares para os mais diversos quadrantes do mundo - E a quem renovamos daqui um grande abraço amigo
Poucos mas irmanados por um sentimento de grande espiritualidade - Estes os momentos vividos na Celebração ao Solstício do Verão, por um pequeno grupo de peregrinos, vindos de perto e de longe, que vieram saudar o maior dia do ano na tarde do passado dia 21 de junho, junto aos altares dos místicos alinhamentos sagrados do Stonehenge Português, aldeia de Chãs, de Foz Côa, antigos calendários solares e lugares de culto dos povos que por aqui se fixaram, de que abundam ainda muitos vestígios, festejando os ciclos das estações do ano, a Mãe-Natureza, da qual dependiam inteiramente, venerando e dando graças ao Deus Sol, fonte da vida e fidedigno espelho da obra divina do Criador.
Solstício do Verão 2013 - Pedra do Sol Chãs Véspera
Declarou o Padre Diogo Martinho, um dos dois sacerdotes presentes nas celebrações, lamentando não ter podido chegar mais cedo, em virtude de compromissos pastorais, referindo que essa busca do misticismo se passou com “com o povo bíblico, no antigo testamento: um povo que não tinha terra...“
Sim, é verdade: - a aldeia vai-se despovoando, tal como o país profundo - Não há nascimentos e os valores sagrados vão-se também diluindo na sociedade do consumo e das aparências - Mas há sentimentos que o tempo não apaga nas gerações mais velhas e que se habituaram a fazer uma vida mais nómada e de sacrifícios de que sedentária
Vimos essa reação num punhado de idosos do lar de Nª Srª de Assunção, que se alegraram e nos bateram palmas, antes do cortejo deixar o adro da igreja ao som dos Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiros de Miranda do Douro - O vídeo, que editamos, assim o documenta
Imagem do alinhamento num dos anos anteriores |
A extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi por mim registada, e pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003
Desta vez, com o céu nublado, não a pudemos observar - Apesar disso, conquanto o astro solar não nos revelasse o seu nostálgico esplendor à hora do sol-posto, com os seus raios projetando-se alinhados sobre a crista da esférica Pedra do Solstício, mesmo assim, dir-se-ia que S. Pedro, nos poupou das chuvas que caíram noutras bandas, senão apenas com uns leves pingos, já no regresso quando deixávamos estes belos, sagrados e amplos espaços e nos dirigíamos de novo ao adro da igreja para terminarmos as evocativas sessões solsticiais no salão da Junta de Freguesia com um recital de violino por Raquel Cravino, que, devido à instabilidade do tempo, se optou por se realizar em lugar coberto
As previsões do IPMA, dias antes e de véspera, anunciavam para o primeiro dia de verão, períodos de cé
Na verdade, viveram-se momentos muito belos e calorosos, em todo o percurso e em todas as paragens da simbólica e expressiva peregrinação: desde à aldeia aos atos que se sucederam à primeira paragem junto ao altar do Santuário da Pedra da Cabeleira de Nª Srª -
Pena não ter podido referir-me mais cedo, como seria meu desejo: no mesmo dia, tive que regressar a Lisboa e acabaram por ocorrer outros imprevistos, que me impediriam de editar as belas imagens e vídeos, que tenho o prazer de vir agora divulgar
Presidente da CM de Almeida |
Vereadora Ana Filipe impondo o colar dos Templos do Sol a Mirian |
Ana Filipe, uma Vereadora feliz |
Para a homenagem que projetamos prestar ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues, – Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, o Município de Foz Côa, ao qual devemos o gratificante apoio à vinda de um grupo de gaiteiros de Miranda de Douro , os Gaitarolas de Strekibeta, bem como da violinista Raquel Cravino, docente de violino no Conservatório de Música da Metropolitana e na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, fez-se representar pela Vereadora da Cultura Ana Maria Proença Filipe
O Presidente João Paulo Sousa, um entusiasta destas celebrações - tal como o seu antecessor, Gustavo Sousa Duarte, atual deputado do PSD, na AR, ao qual também devemos vários apoios-, ambos na imagem ao lado, desta vez não puderam associar-se devido a outros compromissos da sua agenda.
Também nos manifestou o seu desejo em comparecer, o Presidente da CM de Mêda, João Mourato, mas, as condições atmosféricas eram desmotivadoras, e, nesse dia, estava na cidade da Guarda e com alguns problemas de ordem física.
Da Vila de histórica Almeida, contamos também com a honrosa presença do Presidente da Câmara Municipal, António José Monteiro Machado, com o propósito de se associar à nossa iniciativa - A uma personalidade, também muito querida no seu concelho, para o qual tem contribuido com importantes estudos, além de ali ter laços familiares pelo lado maternal, visto a sua mãe ter aqui nascido.
Adriano Vasco Rodrigues, não tendo podido estar presente, a conselho de seu médico, por uma inesperada indisposição de véspera, fez-se representar pela sua filha Mirian Rodrigues, na companhia de seu amado esposo - Entretanto, teve amabilidade de nos telefonar à agradecer-nos calorosamente a nossa iniciativa, prometendo aqui voltar se a saúde lho permitir, o ajudar - Pois 94 anos, têm também o seu peso.
Prof. Adriano Vasco Rodrigues, 94 anos, natural de Longroiva. Mêda, mas com raízes maternas nesta histórica vila raiana portuguesa
Adriano V Rodrigues 2014 |
Personalidade bem conhecida e muito estimada no nosso distrito, a quem se deve o primeiro estudo do mítico monumento - Uma referência emblemática na investigação histórica, arqueológica e antropológica regional, nacional e internacional
Possuidor de uma notável biografia - Sendo autor de obras e estudos de investigação histórica, artística e arqueológica, tendo contribuído para um maior conhecimento ao nível da arqueologia peninsular através de obras como “Arqueologia da Península Hispânica” ou “História Geral da Civilização”
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Adriano Vasco Rodrigues e o pastor Miguel - 1995 |
O trabalho de investigação desenvolvido tem sido reconhecido a nível internacional, participando em colóquios e seminários europeus. Entre 1959 e 1964, foi coordenador do curso de Arqueologia Hispânica na Universidade do Porto. É membro da união europeia de conselheiros técnico-científicos e investigador do centro de estudos africanos da Universidade do Porto. Em 1996 foi condecorado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido medalhas de mérito da cidade do Porto, da Guarda e do município de Almeida. A sua vida tem sido repartida entre a investigação e a docência, nomeadamente em Portugal, Angola e a Bélgica, onde dirigiu a Schola Europaea.
A última visita do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, a este local, ocorreu em 23 de Setembro de 2014, na celebração do equinócio do Outono, na homenagem que então prestamos à poetiza Maria da Assunção Carqueja, à saudosa e sua muito querida esposa, antiga diretora do Centro de Docência Científica do Instituto de Investigação Científica de Angola. Metodóloga, e, posteriormente, Técnica Científica da União Europeia na área da Filosofia da Schola Europaea.
PRESENÇA ENTUSIÁSTICA E AMÁVEL DE DOIS DEVOTADOS SACERDOTES
Padre Diogo Martinho |
Padre Adelino Ramos |
De realçar, também, as presenças dos sacerdotes, Diogo Dias Martinho, da paróquia de Foz Côa e Manuel Adelino Ramos Abrunhosa, da paróquia de Moimenta da Beira, que prometeu aqui voltar E cujas sábias palavras solidárias, gestos e so
“Não fiquem tristes por haver pouca gente das Chãs neste acontecimento, porque, as coisas místicas, são mais valorizadas por quem é nómada! Sempre!... Declarou o Padre Diogo Martinho, no encerramento da celebração, nas suas reflexões, lamentando não ter podido vir mais cedo, em virtude de compromissos pastorais, referindo que essa busca do misticismo se passou com “com o povo bíblico, no antigo testamento: um povo que não tinha terra... Esta a minha primeira reflexão. E, nesse sentido, queria também apresentar três pessoas da minha terra e que são nómadas e, que, por isso, estão aqui: são dois irmãos: o tio Agostinho, que namora com uma tia minha- É o Elido, que é o meu ano, e o Marcelo, que nasceu em Angola; somos da mesma turma em Castro Daire . E, portanto, estão aqui a trabalhar! São nómadas!
E, outra reflexão: talvez tenha sido um dia em que o sol não se apresentou como estaríamos à espera! Para tirarmos aquelas fotografias, como desejaríamos! Onde não deu para nos deslumbrarmos com aquele jogo de sombra, sol, luz e treva, como já vi… Não deu para apreciar o sol, que é sempre nesse sentido
Antes de nos sentarmos, estávamos a falar com um senhor daqui, que quem vem aqui é uma coisa muita pagã! Daqueles sacríficos! Mas afinal é uma coisa muito espiritual que tem a ver muito com o cristianismo … E nós identificamo-nos como o sol como Jesus Cristo! Que vem do alto!... Ora, este sol que vem do alto, não nos pôde presentear hoje, mas estivemos lá ! tivemos aqui o presente da música, que também nos salva -
Foram lidos poemas de Maria da Assunção Carqueja, natural de Moncorvo, saudosa esposa do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, que ali acompanhou o seu marido em 2006, bem como dos poetas Manuel Daniel, natural de Mêda, de Amadeu Ferreira, concelho de Miranda do Douro, Orlando Marçal, de Foz Côa, já falecidos. - - E dos poetas vivos: Manuel Alegre, natural de Águeda e de Hamilton Tavares, natural do nosso concelho
Não esteve muita gente, é certo, mas os poucos que estiveram, valeram por muitos: vibraram de entusiasmo com o ar puríssimo que se respira através destes, amplos e magníficos espaços, com o pulsar das energias telúricas do elemento terra, que os peregrinos recebem da beleza destes sagrados lugares, tão majestosamente plenos de misticismo, ancestralidade, onde a beleza agreste dos fraguedos do granito se harmoniza com a fertilidade do vale sobranceiro ou das encostas xistosas e aparentemente quase nuas da outra margem, que se abrem como um vasto e magnífico panorama bíblico
Sim, a saudação à despedida do maior dia do ano, ocorrida na tarde da passada terça-feira, dia 21, no maciço dos Tambores, nos arredores da minha aldeia, não foi uma festa muito concorrida e o pequeno grupo de participantes, por via da nebulosidade que toldava o horizonte a oeste, não pôde observar o tão maravilhoso e desejado alinhamento sagrado: - a passagem dos raios solares a poente sobre um ponto da ondulada colina sobranceira ao magnifico vale da ribeira centeeira, direcionados com a crista do esférico megálito, perpendicularmente ao seu eixo e a uma cova evocativa circular, cujo templo solar se ergue nas faldas de um antigo castro. -
No entanto, pelo que pude presenciar, ninguém deu por mal perdido o seu tempo e esta peregrinação anual, já bem enraizada desde há quase duas décadas, acabou por ser mais um acontecimento espiritualmente muito alegre e expressivo!
Vereadora Ana Maria Filipe - lendo um poema |
Tal como estava previsto, foi prestada uma singela homenagem de reconhecimento ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues - 94 anos, completados em Maio passado - ao distinto nativo de Longroiva, concelho de Mêda, primeiro investigador a debruçar-se sobre a importância de um dos templos solares, existentes nesta área, ou seja, o Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora no seu estudo, publicado em 1983, sobre a história remota do concelho de Mêda, ao qual, em tempos, a freguesia de Chãs., já pertenceu, sim, ao nosso prezado amigo, figura muito admirada em todo o distrito da Guarda, prestigiado Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, que, por motivos de saúde, dada a sua avançada idade, não pôde estar presente , como era seu desejo, mas que se fez representar por sua filha Miriam Rodrigues, acompanhada de seu querido esposo
Aqui renovo, pois, o nosso mais caloroso e sincero agradecimento ao nosso município, à junta de freguesia por nos ter proporcionado o salão nobre e a todos os que nos deram o prazer, a alegria e a honra da sua presença -Além da amável e inexcedível habitual colaboração de António Lourenço, José Lebreiro, Agostinho Soares, assim como, nomeadamente, do repórter fotográfico José Ribeiro, a quem devemos a divulgação das primeiras imagens dos templos do sol para os mais diversos quadrantes do mundo, através da Reuters, e, naturalmente, de todos os demais peregrinos, designadamente Carlos Palma e Virgílio Guerreiro, que se deslocaram das proximidades da capital para ali se associarem à nossa tradicional saudação à despedida do maior dia do ano.
Virgílio Guerreiro, é maquinista da CP - E aproveitou para ali deixar também um gesto singular e muito caloroso da sua passagem, inscrevendo em duas cascas de árvores, dois belos poemas inspirados na espiritualidade das energias do lugar, que haveria de encostar ao misterioso nicho da Pedra da Cabeleira de Nª Srª e no sopé da Pedra do Solsticio
Balada dos aflitos - Poema de Manuel Alegre, do livro “Nada está escrito” -Lido numa das sessões da celebração do Solstício do Verão, no passado dia 21, Face à instabilidade das condições atmosféricas, uma parte das cerimónias teve de ser realizada no auditório da Junta de Freguesia, nomeadamente alguns dos poemas, que ali não puderam ser lidos- E que contamos vir a editar -
Os calendários solares, aqui existentes, fazem parte dos chamados alinhamentos sagrados, com a mesma orientação de muitas igrejas da antiguidade, ou, recuando ainda mais no tempo, tal como outros observatórios pré-históricos, que ainda perduram em várias partes do mundo - São locais de cura, atravessados por linhas ou energias geodésicas especiais, que os saberes e a experiência de antigas civilizações, que viviam em estreita ligação com a Natureza, escolheram para seu benefício próprio e, ali, se dirigirem às suas divindades. De referir que as duas vertentes do vale são atravessadas pela falha sísmica do “graben" de Longroiva, nome de antiga vila de origem celta ,a que a freguesia de Chãs, já pertenceu, e onde existe uma das mais antigas estâncias termais do país.
TOM GRAVES, AUTOR DO LIVRO AGULHAS DE PEDRA – A ACUMPUCLTURA DA TERRA – JÁ
ESTEVE NOS TEMPLOS DO SOL
Deslocou-se da Austrália, expressamente para estudar os dois alinhamentos. E concluiu que ambos os monumentos se se situam em sítios para onde convergem vários veios de água. Graves, defende que os lugares sagrados são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano.
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