Dois videos - Um de quem o conheceu e com ele conviveu, outro com um dos investigadores que primeiro estudaram os milhares de documentos da arca de Fernando Pessoa - Foi o caso de José Pessoa
Jorge Trabulo Marques - Jornalista - "Fernando Pessoa, não ligava a mais pequena importância aos versos que fazia…em regra, à mesa do café… E depois lia-os a um ou outro amigo, que estava à mesa do café, que estava presente… E outras vezes, nem sequer o fazia… Estava ele sozinho… e pegava neles de deitava-os ao cesto dos papéis!... Diz o seu vizinho e amigo, o escritor Luíz Oliveira Guimarães.
Fernando Pessoa - De seu nome completo, Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa, frente ao teatro S. Carlos, em Lisboa, a que ele chamou a sua aldeia, em 13 de junho de 1888 – Faleceu, nesta mesma cidade, em 30 de novembro de 1935
Poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. – O mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitman renascido" e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa mas também da
inglesa.
José Pessoa , foi um dos primeiros investigadores e historiadores que teveacesso ao vasto espólio do poeta da Mensagem e aos seus documentos mais íntimos- Gostou do que viu mas não se apaixonou pela sua obra, considerando mesmo que ela ofuscou outrospoetas de grande valor - Sim, foi este investigador, com o mesmo apelido(depreendi que não por afinidade familiar), que compulsou os milhares de papéisdo legado pessoano, que Mário Cesariny apelidava da Virgem Negra - Ficou surpreendido pelo talento e misticismo com que deparou no vasto espolio acautelado pelo poeta, que, em sua vida, teve o cuidado de organizar e salvar uma boa parte de sua intensa produção literária numa arca, mas nem por isso se apaixonou pelo que leu
Não se compreende a razão que, anos mais tarde, levou a que o espolio fosse
leiloado, quando deveria ser considerado património público - Imagine-se,
leiloado no Centro Cultural de Belém por milhares de euros isto, porque, tanto Manuela Nogueira, como o seu irmão, sobrinhos de Fernando Pessoa, decidiram pôr à venda o espólio herdado do seu tio através do referido leilão - Considerando que os muitos documentos não têm valor para os estudiosos, apenas para colecionadores - Claro o mais importante era acautelar os euros
Luiz de Oliveira Guimarães, entrevistado por mim, em 1981, disse-me: O “Fernando Pessoa, foi meu vizinho… (..) . Eu morava em Campo de Ourique, ele morou também lá: - muitas vezes, íamos os dois para a baixa; ele frequentava aquele Café da Arcada! Eu, às vezes, ia lá a cavaquear com ele e dávamo-nos muito bem.(..) “Não ligava a mais pequena importância aos versos que fazia…”
Magistrado, escritor, jornalista, dramaturgo, ensaísta, cronista, advogado, conferencista, humorista, com cerca de meia centenas de obras publicadas, inúmeras crónicas e artigos da imprensa - Nascido na Quinta do Castelo em Espinhal (Penela), de seu nome completo Luíz de Abreu Alarcão de Oliveira Guimarães, tendo ido para Lisboa, aos 6 anos de idade, cidade na qual passaria depois toda a sua vida.
Jurista de profissão, Luís de Oliveira Guimarães considerado um criativo e humorista por convicção, tendo colocado o seu saber e a sua pena ao serviço das letras como pedagogo humorista, como cronista irónico e como dramaturgo satírico. Figura ímpar da Vila do Espinhal, em particular, mas também uma figura do panorama cultural português do século XX, que assumia na mesma pessoa, a singeleza da cultura de raiz popular, com o fino espírito dos intelectuais do seu tempo
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