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terça-feira, 14 de junho de 2022

Solstício do Verão 21-06-2022 – No Stonehenge Português, aldeia de Chãs. V.N. de Foz Côa - É celebrado junto ao monumental megalítico esférico alinhado com os raios solares do pôr-do-sol no maior dia do ano, em ação evocativa, antecedida, com uma homenagem ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - Coordenador dos eventos

Pormenores da celebração https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2022/06/celebracao-ao-solsticio-do-verao-chas.html

 

 

 


Prevista uma singela homenagem no Santuário Rupestre da  Pedra da Cabeleira de Nª Srª ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues, ao, prestigiado Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, a quem se deve o primeiro estudo do mítico monumento  – Agora, com 94 anos, feitos em Maio passado - Uma referência emblemática na investigação histórica, arqueológica e antropológica regional, nacional  e internacional   


A sua última visita a este local, ocorreu em 23 de Setembro de 2014, na celebração do equinócio do Outono, na homenagem que então prestamos à poetiza Maria da Assunção Carqueja,   à saudosa  e sua muito querida esposa, antiga diretora   do Centro de Docência Científica do Instituto de Investigação Científica de Angola. Metodóloga, e, posteriormente, Técnica Científica da União Europeia na área da Filosofia da Schola Europaea. –


Gaitarolas de Sreikibeta

O Solstício de Verão, o dia mais longo do ano para o Hemisfério Norte, e  que marcará o início da estação estival,  ocorre  às 10 h 14, dia 21 de junho (terça-feira) em Portugal -  Vai ser celebrado  a partir das 18 horas, desde o adro da igreja da aldeia em direção aos monumentais calendários pré-históricos, com o tradicional  cortejo celta, composto por personagens  envergando túnicas brancas, representando o papel dos lendários sacerdotes druidas, lembrando os seus antigos rituais ou tradições, ação evocativa esta abrilhantada pelos Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiro de Miranda do Douro - Evento que conta com o inestimável apoio da Câmara Municipal de V. N. de Foz Côa, além do  que se espera vir a ser prestado pela  Junta de Freguesia

PROGRAMA Celebração do Solstício do Verão –  No "Stonehenge português" - On the Stone of the Summer Solstice, na Pedra do Solsticio, em  Chãs. V.N. de Foz Côa,  com festejos à despedida do pôr-do-sol no dia maior do ano - Nesta coordenada - 40º 59' 39.94'' N - 7º 10' 35.46'' W.  17.30 Horas – Em Chãs - Arruada pelos  Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiro de Miranda do Douro, nas ruas da aldeia - 18.00 – Partida do cortejo celta do adro da igreja 19.00 – visita à  Pedra da Cabeleira de Nª Srª  Das  19.45   às 20.45 – Celebração do dia maior do ano na Pedra do Solstício, com a leitura de poemas a condizer com o espírito da estação -21.00 horas – Última sessão de poesia,  no Altar dos Poetas 


O Vale do Côa, não é só já famoso pelas suas gravuras rupestres mas também por dois magníficos templos solares, já apontados por estudiosos como a Rota do Sol ou o “Stonehenge Português”   –  Um é a   Pedra do Sol ou Pedra do Solstício, um enorme monólito; o outro, é o Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora, apontado aos equinócios da Primavera e do Outono, classificado, há vários anos, pelo historiador Adriano Vasco Rodrigues, como antigo local de culto do crânio e de sacrifícios, e, posteriormente, em 2002, como um  verdadeiro calendário astronómico primitivo –

No interior do seu recinto amuralhado, celebrou-se, no passado dia 21 de Março, o Equinócio da Primavera. – Agora é a vez de saudarmos o dia mais longo do ano

Depois de uma arruada pelas ruas da aldeia, que terá início às 17, 30 horas, pelos Gaitarolas de Strekibeta, seguir-se-á  às 18 horas, o cortejo celta, pelo antigo caminho romano, desfilando até ao Maciço dos Tambores, já conhecido pelo planalto dos Templos do Sol, por aqui se situarem alguns dos mais belos calendários solares da humanidade,  erguidos pelos povos, que, nos períodos  do Neolítico e Calcolítico, por aqui se refugiaram, se abrigaram,  de que existem abundantes vestígios, cultuando os seus deuses, festejando  e orientando a sua vida, simples e humilde, em estreita ligação com a natureza e o ritmo das estações do ano

Com a primeira paragem no altar sacrificial da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, onde será prestada uma singela Homenagem ao Professor Adriano Vasco Rodrigues e, deste santuário rupestre, rumando à Pedra do Solstício, onde, às 20.45, os participantes, poderão testemunhar a passagem dos raios solares sobre a crista do esférico megálito,. justamente no momento em que  o sol se despede do maior dia do ano, na margem esquerda  da colina sobranceira ao magnifico vale da ribeira centeeira, ao som do grupo de gaiteiros e acordes de violinos, que servirão de acompanhamento a  momentos de poesia . Neste lugar, e, por último, na Pedra dos Poetas.

  Prevista a leitura de poemas de Maria da Assunção Carqueja, natural de  Moncorvo, saudosa esposa do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, que ali  acompanhou o seu marido em 2006, bem como dos poetas Manuel Daniel, natural de Mêda, de  Amadeu Ferreira,  concelho de  Miranda do Douro,  Orlando Marçal, de Foz Côa, já falecidos. - - E dos poetas vivos: Manuel Alegre, natural de Águeda e de  Hamilton Tavares, natural do nosso concelho - Se houver disponibilidade, poderão ser lidos também  poemas de outros autores - Ao som dos acordes da violinista Raquel Cravino,  docente de violino no Conservatório de Música da Metropolitana e na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa -Ao som dos acordes da violinista Raquel Cravino,  docente de violino no Conservatório de Música da Metropolitana e na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa

As cerimónias evocativas solsticiais, serão abrilhantadas por  um grupo de Gaiteiros de Miranda do Douro e sons de violino  - Previstos momentos de poesia e uma  singela homenagem ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues, com a sua honrosa e amável presença -  O primeiro investigador e estudar e classificar um destes monumentais templos solares, com 94 anos, completados no passado dia de Maio  – Uma referência emblemática e muito admirada na investigação histórica, arqueológica e antropológica, quer no nosso distrito, quer a  nível  nacional  e internacional.


De facto,  foram os seus valiosos contributos científicos, nomeadamente o seu estudo do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que me levaram a questionar, se não haveria por ali, algo mais – algo  maravilhoso - ,  escondido pela poeira das eras, e ainda por desvendar. E não estava enganado. Depois de tanto matutar e de tantas voltas por aqueles lugares, direi mesmo, de inúmeras peregrinações (direi mesmo, desde os tempos do pé descalço), por fim, lá deparei com a última decifração do enigma da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora 

E tudo isto, em boa parte, graças ao génio inspirador de Adriano Vasco Rodrigues. É que ele, além de ser um comunicador nato, por excelência, cuja palavra é sempre um grato prazer escutar, tem o dom de infundir o saber e o entusiasmo pelas coisas do passado – Obrigado Prof. Adriano Vasco Rodrigues – Que os deuses antigos o inspirem e sejam os seus divinos protetores. Lhe proporcionem ainda muitos anos de vida –  Com saúde, e a alegria que lhe conhecemos. Pois certamente que ainda haverá muitos segredos arqueológicos que esperam por si.





Embora tendo nascido no hospital da Guarda, cidade capital do nosso distrito, onde sua mãe, foi professora e enfermeira, sim, tal como ele recorda, que «dedicou a sua vida aos outros», bem como o pai, que até «aprendeu a dar injeções para também poder socorrer» e esta cidade representasse  para si  “um ideal de vida e um ideal de solidariedade», fazendo alusão aos tempos em que «havia umas cinco ou seis mil pessoas» razão pela qual o município já o distinguiu com a medalha de mérito do IPG e medalha de ouro da cidade, considerando-o um símbolo do guardense devotado à causa da sua terra». a verdade é que a sua origem é de Longroiva, onde foi gerado e cresceu, freguesia que ele bem conhece e tem estudado e onde tem parte das  suas raízes familiares e ancestrais, tendo também já sido agraciado pela Câmara Municipal de Mêda , com a medalha de Mérito Cultural e o seu nome dado a uma rua

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O território delimitado pelos concelhos de Meda e de Vila Nova de Foz Côa é de comprovada antiguidade, oferecendo por vezes surpresas e imprevistos arqueológicos. Há mais de 50 anos que venho estudando a Pré-História desta região, tendo em 1956 encontrado testemunhos da presença do Homem do Paleolítico, num abrigo conhecido por Gruta do Cavalinho, onde estava representada a gravura de um cavalo. Esta gruta situa-se perto da Ribeira Teja, na freguesia do Poço do Canto, Meda. Outros testemunhos da arte paleolítica vieram juntar-se a este, principalmente no Vale do Côa e mais a norte do Douro e Vale do Sabor.

Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade


O jornalista Jorge Trabulo Marques, natural das Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que meritoriamente tem pesquisado toda esta área, levantou o problema de se tratar de um calendário solar, tendo o homem pré-histórico aproveitando este monumento natural e adaptando-o, como se comprovou pela presença da pedra, que atrás referi. Esta hipótese não foi levantada despropositadamente, pois está comprovado por testemunhos de períodos coevos em que foram levantados calendários relacionados com a marcação de solstícios de Verão e de Inverno. O culto ao Sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras. O culto à Deusa Mãe e ao Sol dos primeiros agricultores está relacionado.

Adriano Vasco Rodrigues - Diretor Jubilado da Schola Europaea , U.E. Bélgica. Ex-Professor Associado da Univ. Portucalense. Trabalhou em Angola, na década de 1960/70 como Inspector Provincial Adjunto da Educação e colaborou com o Instituto Superior de Investigação Cientifica de Angola. Estas funções levaram-no a percorrer de automóvel mais de trezentos mil quilómetros naquele território, adquirindo profundo conhecimento. Além de responsável pela planificação de cursos de aperfeiçoamento e atualização de docentes do Ensino Secundário e Básico, realizou prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e também estudos no Deserto do Namibe. Organizou com a Dr. Maria da Assunção Carqueja Rodrigues, sua Esposa, a secção de arqueologia do Museu de Angola e a primeira carta da Pré-história daquele país. Publicou trabalhos sobre educação, pré-história, arqueologia e arte africana, relacionados com Angola. É autor do livro de memórias, De Cabinda ao Namibe,(2010- seg.Edi. 2011)

O aprofundamento das questões arqueológico-históricas levam-no a elaborar a 1ª. Carta Pré-histórica de Angola, tendo realizado escavações, nomeadamente nas ruínas de um antigo embarcadouro de escravos para o Brasil, e no deserto do Namibe, onde localizou os destroços de uma embarcação da carreira das Índias

O STONEHENGE PORTUGUÊS

Enquanto em Stonehenge, os neodruídas e milhares de seguidores e de curiosos, se reúnem à volta do famoso círculo de pedras, por trás da famosa Heel Stone, ao nascer do sol, para saudarem a entrada do dia maior do ano, em Portugal, o Verão, é festejado, ao pôr-do-sol, junto a um antigo altar de pedra localizado no patamar da uma impressionante vertente rochosa, numa das faldas de zona castreja, conhecida pelo castro do Curral da Pedra








O convite é dirigido não só  à população da aldeia e às gentes do concelho e redondezas, convidando-as evocar as festas dos ciclos da natureza dos seus antepassados, e fazendo com que as mesmas continuem a fazer parte do seu património cultural, como também a  todos aqueles que se interessem pelo estudo e pesquisa do passado longínquo da História do Homem e das particularidades desta região, cheia de misticismo e de um passado riquíssimo, contribuindo com o seu testemunho e partilhando num acontecimento de rara beleza e significado. 

ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO

Esta extraordinária imagem,  configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar  projectando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e poderá ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, caso as condições atmosféricas o permitam. 

A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e  voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo,  a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em  perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.

 TALVEZ DOS ÚNICOS OU POUCOS LUGARES DA TERRA ONDE AINDA PERSISTEM ALINHAMENTOS SAGRADOS COM TODAS AS ESTAÇOES DO ANO



Local mágico, pleno de história e de misticismo, dos tais lugares  da terra onde a beleza e o esplendor solar  podem repetir-se à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área.


São conhecidos por alinhamentos sagrados, remontam ao período megalítico e existem em várias partes do mundo, mas sobretudo na Europa. Sendo o mais famoso o Stonehenge. Muitos destas gigantes estruturas estão em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente com os Equinócios e os Solstícios - Perpetuam memórias de verdadeiros calendários astronómicos, que antigas civilizações elegeram como especiais locais de culto – No maciço dos Tambores


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