O poeta HAMILTON TAVARES, já não está entre os vivos - Natural de Vila Nova de Foz Côa,
professor e autor de vários livros de poesia e colaborador da imprensa
regional- - Outro gran
Recordamos, em video, as homenagens que lhe prestámos, ainda em vida, se bem que ausente por razões de saúde, nas celebrações que realizamos, desde há vários anos, nos Templos do Sol, maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, freguesia deste concelho - Com um poema lido por José Lebreiro, nosso habitual colaborador, bem como de outros dois poemas, lidos pela voz de duas simpáticas "filhas do Sol", na Pedra dos Poetas, que nos deram o prazer da sua participação, além das palavras então proferidas, frente ao altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Srª pelo Dr. João Paulo Lucas Donas Botto Sousa., atual Presidente do Município de Vila Nova Foz e que, na altura., era Vereador do Cultura, cujas palavras aqui também recordamos, agora num misto de comovida saudade.
Autor de “Gravuras e pedras que falam Pedras ” – obra dedicada às Gravuras de Foz Côa e ao concelho – De “Os Fozcoídas”, Livro que se propõe continuar a epopeia camoniana, com as ninfas do Rio Côa” seguindo "os mesmos moldes, rima, semântica e métrica" de "Os Lusíadas", bem como dos “Ex-Votos”, obra dedicada à devoção à Senhora da Veiga, entre outros livro de poemas, que deu à estampa, graças ao apoio do Município, foi muito diversificado, bastante prolífero na sua criatividade. A sua norte é referida nas páginas do obituário da última edição do mensário Fozcoense, editada em meados deste mês.
Os motivos que lhe serviram de
inspiração, e tão diversos foram, cuja fonte embebeu das coisas que viu,
sentiu, viveu, observou, religiosas ou pagãs, a sua afinidade e identificação
com as gentes as terras que o viram nascer, dir-se-ia situarem-se no plano
universal, visto nos transportarem, simultaneamente, a uma consciência
mundividente. Tal como Camões cantou a epopeia marítima. Hamilton versejou as
gravuras rupestres (Património da Humanidade) quase da mesma maneira, como se
de uma autêntica epopeia, se tratasse.
Enquanto, os arqueólogos, praticamente se limitam a descobrir a datação, a representação, o estilo, se é uma cabra ou é um touro, ave, peixe ou veado e dificilmente entram no domínio dos sentimentos, ele encontrou em todas as aqueles desenhos, em todos os rabiscos, mais ou menos estilizados ou figurativos, com dimensões pequenas ou grandes, verdadeiras comédias de vidas. Pois vai-se lá ver porque razão haveria de descobrir “nas gravuras que os nossos antepassados plasmaram no xisto” o “Amor fértil” ou “Prelúdios do amor”; “Sadismo” ou “ Fogo Paleolítico”; motivos de “Alma danada” ou do “Churrasco paleolítico” – Estes apenas alguns dos muitos temas que lhe serviram de inspiração.
Mas, também , em cada uma das povoações do concelho, da sua cidade, ao lugarejo mais esquecido ou perdido, também ele por lá andarilhou, não esquecendo as amendoeiras, as videiras, as figueiras, as sementeiras, as colheitas, as pescarias no Côa ou no Douro, os monumentos, o moinho de vento ou do rio, o lagar de azeite, os fornos comunitários, a matança do porco, as fontes, o foguetório, a fauna, a flora, o clima, os homens, as mulheres e criança. Nada escapou ao seu olhar atento e à sua sensibilidade poética. E não se julgue que por apelos imaginativos: “Recordo quanto custou, e transpirou, a subida do morro do castelo de Castelo Melhor; mais ainda uma íngreme encosta cujo cimo pôs finalmente à vista (...) e apenas algumas escoriações e uma perna a doer, protegido pela sorte ou por algum anjo da guarda, levantei-me, para continuar...Porém, uma decisão bastante forte passou para o subconsciente: no próximo livro, nada de fotos, nem figuras; na brancura do papel/letras pretas a granel... E será tudo.
Escreveu, Manuel Joaquim Pires Daniel e
Sotero Francisco Mariano Monteiro, no final do prefácio de as “Gravuras e as
pedras que falam” que “Não será difícil catalogar este livro, porque ele
escapará das classificações habituais. Dizer que é um livro de poemas obrigará
a dizer mais do que isso, porque o é na realidade; mas chamar-lhe uma coletânea
de escritos sobre o nosso Concelho será reduzir-lhe o seu indesmentível valor.
(...) É nossa convicção que se trata de
uma obra bastante original, na sua concepção e na sua realização, e que, ao
longo destas páginas, o leitor poderá peregrinar com muito proveito pelas
terras deste município, quer acompanhando o Autor no ritmo do seu entusiasmo,
que deleitando-se nas palavras com que, em prosa e verso, o Prof. Hamilton
Tavares descreve cada uma das povoações e nos ajuda a contemplar o seu
património e as belezas das suas paisagens – Sotero Ribeiro/ Manuel Daniel
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