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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Hoje 21-12-21- É o Solstício do Inverno no Hemisfério Norte - O DIA MAIS CURTO DO ANO

 JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 

Este ano, o Solstício de Inverno ocorrerá às 15h59min de hoje, marcando o início da estação no hemisfério norte (a mais fria apesar da Terra vir a estar o mais perto do sol a 4 de janeiro). O sol neste dia de solstício estará o mais baixo possível no céu em Lisboa e aquando da sua passagem meridiana atingirá a altura mínima de 28° .

A duração do dia no Solstício de Inverno é a mais curta. A 21 de dezembro de 2021 o disco solar nascerá às 07:51:11 horas e pôr-se-á às 17:18:14 horas em Lisboa, assim a duração do dia será de 09:27:03 horas, ver tabela abaixo

Em 2015, calhou no dia 22 - Celebrámo-lo numa manhã gelada de nevoeiro, com poemas de António Sousa Freitas, junto a um dos calendários solares, a curta distância do Castro do Curral da Pedra, Maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, Foz Côa - É um fenómeno astronómico que acontece todos os anos, entre os dias 21 ou 22 de Dezembro.


O SOLSTÍCIO DO INVERNO É TAMBÉM O INÍCIO DA FESTA NATALÍCIO


Referem os estudos mitológicos que “Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo


Não tinham relógios nem calendários, como hoje os temos, mas nem por isso deixavam de saber quando uma estação terminava e outra começava. Erguiam enormes blocos ou aproveitam-se de outros já existentes e adaptavam-nos para as suas observações astronómicas. Fazendo deles, além de verdadeiros monumentos, também os seus locais de culto e de cura. Muitos caíram no esquecimento ou foram destruídos. Porém, outros, ainda subsistem em vários pontos do Globo: o mais famoso é Stonehenge e, em Portugal, os templos do sol, no maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, onde são celebrados os ciclos do ano e evocados, tempos idos.

STONHENGE PORTUGUÊS" - EXISTE E SITUA-SE NO MACIÇO DOS TAMBORES-MANCHEIA - Com alinhamentos sagrados para todas as estações do ano

Não estando o céu encoberto, os raios solares do nascer do sol, ficariam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular



No Maciço dos tambores, até à presente data, foram descobertos sete alinhamentos: Pedra da Cabeleireira de Nª Senhora, atravessada pelos raios solares do nascer do sol nos Equinócios; a Pedra  do Solstício, alinhada com o pôr do sol do Solstício do Verão; "As Portas do Sol, alinhada com o nascer do sol  do Solstício do Inverno e o pôr do sol do Verão;  Pedra Phallus Impudicus, alinhada com o nascer do sol  solstico do Inverno e a Pedra da Ursa Maior, com as sete fossetes, alinhada com os Equinócios e com simbologia ou enquadramento com  Ursa Maior e a Pedra Caranguejo,  atravessada pelos raios solares do pôr do sol dos equinócios

Houve um tempo, já recuado, ou seja o tempo da cultura megalítica, em que, gigantescas pedras foram erigidas e transformadas em dolmens, cromeleques, menires, megálitos, e, mais tarde - em posteriores civilizações -, toscamente estilizadas e talhadas em enormes estátuas, tais como as actualmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantes com os olhos voltadas ao céu, ou ainda, nos Andes, a não menos impressionante estátua de Tihahuanaco, ou da gigantesca porta do sol, talhadas num único bloco de andesite, presume-se que da cultura Asteca, expressando a  mais estreita aliança entre o céu e a terra e a união do espírito com a matéria - Isto para já não falar do circulo de Stonehenge. das famosas pirâmides do Egito e de outros imponentes altares do género, noutros pontos das Américas, da Europa (Grécia, Inglaterra, por exemplo)China, Índia, e em tantos outros pontos do mundo. Os templos do sol, no afloramento granítico dos Tambores, Mancheia e Quebradas, fazem parte dessa majestosa herança.



António Sousa Freitas, o Poeta que foi cantado por Artistas como Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, entre muitos outros, no dia em que faria 100 anos de vida.ANTÓNIO SOUSA FREITAS, Poeta, nasceu na Freguesia de Buarcos (Figueira da Foz), a 01-01-1921, e faleceu em Lisboa, a 30-06-2004. Iniciou o seu percurso literário durante os tempos de estudante em Coimbra, onde frequentou as tertúlias onde pontificavam Fernando Namora, João José Cochofel, Joaquim Namorado, Carlos Oliveira e Álvaro Feijó.

Durante a sua permanência em Coimbra, entre 1939 e 1942, Sousa Freitas colaborou no jornal universitário “Via Latina”, participou na fundação da revista cultural “Vértice” e do jornal humorístico “Poney”, sendo também em Coimbra que publicou o seu primeiro livro “Anita” (1940). Da sua obra destacam-se, ainda: “Abordagem” (1950- Prémio Antero de Quental) ;África e Outros Poemas” (1958 – Prémio Camilo Pessanha); “Para o Amor o Silêncio” (1961); “Requiem por Todos Nós” (1967 – retirado do mercado pela censura) e “Novamente Aventura” (1994). Entre 1952 e 1963 colaborou nos programas “Ouvindo as Estrelas” e “Canções de Portugal”, na Emissora Nacional, e nos programas “Poetas de Ontem e de Hoje” e “Novidades Literárias”, do Rádio Clube Português.

Como letrista, escreveu canções que foram interpretadas por Maria Clara, que celebrizou a “Canção “da Figueira”; Simone de Oliveira, Maria de Lourdes Resende, João Maria Tudela, António Calvário, Carlos do Carmo e, entre outros, Amália Rodrigues. Em 1985 foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Figueira da Foz (Freguesia de Buarco

 

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