Natal 2020 confinado mas não a voz do voo do livre pensamento
Mesmo confinado, numa modesta e solitária mansarda da cidade
retirado de qualquer estridência ou
grito desesperado das sirenes
que rasgam a noite como súplicas de
socorro ou velozes alarmes.
Embora longe dos penhascos por onde
livremente peregrino
nem assim, distante da aldeia que me
viu nascer, desisto
que este Natal do Confinamento, me
cerceie a liberdade
de procurar na nudez da palavra e,
através do esplendor da sua luz,
a suave plenitude, a sombra
iluminada capaz de me trazer o eco,
a ressonância de uma linguagem nova
e virginal
Pois nenhuma imagem do pensamento se
abrirá
à superfície de uma escrita Luminosa
e clarividente
se não for vivida na intensidade
íntima e calma
de um plácido desejo que alimenta o
silencioso
sortilégio de um místico e sublime
recolhimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário