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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Mensagem ao Portugal Marinheiro e Monárquico - De navegador solitário – Cumpriu-se Portugal e Cumpriu-se o sonho do 5º Império, Todavia, deste 5º Império, o que nos resta, além da Língua? "Esta nação de laureada fronte, / Esta a ditosa pátria minha amada! /Ditosa e grande quando foi potente, / Hoje abatida, sem poder, sem nada” . Soares dos Passos:27/11.1826; 08/02/ 1860

 Jorge Trabulo Marques  - Jornalista  


1970 -2014

Meus singelos versos de quem navegou sozinho e à flor do mar 38 longos dias e noites a fio numa frágil piroga no vasto golfo da guiné -    E o meu singelo tributo a D. Dom Duarte Duque de Bragança, lidimo Herdeiro da Coroa Portuguesa


Dom Duarte Pio de Bragança, nasceu a 15 de maio de 1945, em Berna. Suíça, é filho de Duarte Nuno de Bragança, por sua vez neto do rei D. Miguel I, e de sua esposa Maria Francisca de Orléans e Bragança, trineta de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, no casamento que uniu os dois ramos, miguelista e liberal, da Casa de Bragança.



Com efeito, 
evocando o nosso histórico passado,
direi que não foi um começo feliz.
Um filho voltar-se contra sua mãe,
brandindo espada com espada!


Não, não foi um lindo princípio – Porém,
foi assim que Deus quis
que irrompesse a alvorada
de um pequeno país! - Mas grande 
no sonho e na odisseias dos seus feitos!

Depois, muitas lutas mouramas enfrentou,
Outras tantas pelejou com as hostes castelhanas,
até que fosse pátria una, formasse uno povo, e,
em sonho audacioso, sagrasse príncipe encantado,
rendido ao mar, destemido nauta,
ainda novo!

.
Assim aconteceu, 
um dia, porque,
em pergaminho antigo, 
estava escrito
nas estrelas do céu - Ó Sol bendito!
Ó heroica luz! - que o caminho
percorrido por lusa gente,
fosse o mar e o sonho azul
do céu! - Ó astro luzente!
Que, em alvas velas vestindo
tua luz refulgente,
fosses o farol luminoso
e o guia espiritual,
deste ocidental cantinho
em demanda ousada
ao longínquo,
formoso oriente!



«
Porém, ó Ave Celestial, 
eu sei que o teu dourado ceptro

nem sempre brilhou com igual esplendor! 
- Viajando contigo
até ao teu infinito passado, ó astral nave!
Eu vejo que és o drama imenso, incerto, a história impenetrável,
vivida por audazes lusitanos em desconhecidos 
mares bravos, levantados,
ermas solidões, vastos oceanos, 
mares nunca dantes navegados, 
vastidões imensas, horizontes diluvianos,
enfrentando ásperas tempestades,
terríveis naufrágios, bramidos medonhos,
sob infinitos céus lívidos de trevas,
imensos vales de lágrimas, negras névoas,
em errantes viagens com partidas
eternamente perdidas, perdidas!
na vil voragem de redemoinhos
horríveis de alterosas vagas!

Mesmo assim, ó Farol dos nautas, ó Guia que a tormenta esconde!
 - Embora triste, e de coração ferido, pelo luminoso rasto
que, a  sombra amortalhada, descida do alto teto, encobriu e enegreceu, 
em noites antigas  de tenebroso,
 álgido e funéreo véu!
Eu te saúdo, ó Astro amigo! 
Ao ver-te morrer em mar fundo
 e largo! - Ó sublime moribundo!.. 
Ver-te morrer, morrendo
em dourado vale morto, mas sagrado!...
Morrendo, ensanguentado em poente pálido lacrimoso,
belo e trágico!....
 Morrendo, tu, ó Sol bendito! Ó Luz da Vida!

Porém, que funesta heresia! 
Que maior solidão e vazio pró mundo! 
- Que maior inquietação, pró coração
desolado dos homens!  - Dos pobres náufragos
que, vendo, unicamente,  na tua luz,
a sua última réstia de esperança,
a sua única tábua de salvação,
embora, contemplando-te maravilhados,
em hora tão olímpica, derradeira e oblíqua,
no entanto, mal lhes permites-te ó Sol Divino!,
que seus olhos, se extasiassem, completamente! 

Magnificentemente! 
No fulgor suave  e dolente
dos teus luzentes raios, que flamejando dourados,
se vão derramando  por toda a vastidão  do mar, 
sob o rubro clarão, avermelhado,
que, progredindo rápido, súbito e bíblico se vai fundindo!
Num cinzento brumoso,  raiado de negro!
Ao mesmo tempo, magnifico!... Surpreendente!...
Mas também da cor do sangue!  
Deixando  antever o fantasma
os terríveis presságios!

Por isso, é  funda a sua decepção,
imensa a dor que lhes vai na sua alma, 
quando, subitamente,
já te veem mergulhar a ocidente,
e, apreensivos, olham em tua direção,
e, uma vez mais, pela milionésima vez,
olham o vasto e já revolteado mar!...
Enquanto, a oriente, o cenário,
que  logo descobrem,  os angustia! 
- Sim,  ali, onde já todo o horizonte se tolda
denso e viscoso de penumbra, a noite avança  
avassaladora, cega e muda, profunda e medonha!
Deixando cair pendões coalhados de névoa e bruma
que , sobre a vastidão, vão pousando, silenciosamente!...
Vão caindo,  caindo e subindo, num silêncio surdo,  negro!
Em revoadas de sombra macilenta e espessa, como a imagem
que subitamente antevisse a morte mais horrível e torpe!...


o autor destas linhas 38 dias em canoa
Sim, a toda a volta, 
nada mais que a densa escuridão,
um mundo submerso, eterno e vazio, 
 um rumor negro, um negro horror!... 
Um súbito arrepio, vindo  
de um escuro alastrar, 
coalhado de caos e de ruínas!
Erma vastidão de um Deus 
desconhecido ou Morto!...
- Deus de face Humana?!... 
Custa a imaginar e acreditar.

Só se for o Deus da Noite – Qual misteriosa divindade,
que, no seu  brilhar lívido, brilhe ainda mais alto e longínquo
que as longínquas estrelas e acima da conturbada face do mar..

Mesmo assim, ó Deus Misericordioso!,
se entretanto, lançares o Teu Divino Olhar,
lá do alto, do distante e agora apagado firmamento,
quero acreditar que  talvez sejas mais piedoso
sim, tenho a certeza, que o próprio mar, aqui tão perto de mim,
que já tumultua e corre, sinistro, debaixo dos meus pés!...

Afinal, ó Sol de Deus! - Tu, ó divino Sol Poente!...
Tu, que és tão belo e nostálgico, em hora tão grave  e solene, 
porque te escondes?!...... Ó Grande Senhor dos Infinitos Espaços!
Sabendo  que,  ao cair do dia,  no dealbar de cada tranquilo fim de tarde,  
ao rasares, com teu Globo Solar, a flor das águas,
em tão vasto mar, espalhando docemente,
placidamente, teus finos raios,
por um imenso vale de luz, 
em vez de te quedares,
eternamente a espraiar,
tranquilamente a flutuar,
depois de abandonares o arco dos céus,
logo te afundas!. Rubro e trágico, ó Sol de Deus!






Por isso, grande é  desilusão a minha, 
ao ver-te, inexoravelmente, afundar, tragicamente a suicidar,
nos  mais secretos abismos do mar! 
-  E eu, pobre mortal, aqui sozinho, 
já sem a única companhia  que dispunha!
Que tanto ilude o meu olhar e o cativa 
como consola e reconforta a minha alma!
Tendo, apenas para me orientar, as asas da coragem!
Num estranho mundo, sem teto, sem fundo e sem margem!

Porque, então, esse teu suicídio?! 
Ó Sol de Deus!...Ó Sol Divino e Forte!
Por é que deixas o mundo mais órfão e solitário
e abandonas o  homem à sua triste sorte?!...

 (............)




 Ó astro luzente! Ó flor do espaço!
Se a tua luz, brilhando lá no alto, 
que tudo vê e  ilumina,
ao menos me pudesse falar!... 
Dar-me uma mensagem de fé e de esperança
de que a noite não seria eterna no meu destino!...

Oh! A tua luz  brilha!... Faísca e rebrilha!. 
Inexoravelmente, prosseguindo a sua marcha 
em órbita cada vez mais descendente, 
da concavidade imensa do firmamento
indiferente às minhas súplicas, 
ao meu sentido apelo, ao meu pensamento!
Mas é cega e muda!.... - Extasia os meus olhos
e até acalenta e aquece um pouco o meu coração
mas não evita que a tarde descaia 
e a sombra da noite, tudo venha a enegrecer!

Na hora em que mais dela se precisa 
- Ó sorte maldita!... Ó errática deriva!
Ao cabo de tanto luzir  e rebrilhar,
eis que se  vai fundir em  mil reflexos e brilhos!
Que vão perdendo vida e fulgor  - Se vão apagando!
Suavemente! Nostalgicamente! - Até se extinguirem!
Para além da estrada de luz que ia do seu disco até mim
num  indistinto ponto a ocidente
que une o vasto círculo do mar,
em cuja preferia se  afunda e morre,
num misto de  brilhos de oiro e de sangue .

Por isso, tu,  ó genial autor da Mensagem!
Ó grande decifrador da Verdade Oculta!
Tu, ó elevado poeta, para quem, em vida,
viveu múltiplos eus, e, certamente, após a morte - no além, viverás ainda muitas mais  vidas que as vividas nos teus famosos heterónimos,
coisa que eu, humilde cidadão, 
entre os cidadãos anónimos,
por enquanto, apenas poderei aspirar 
a ir vivendo, sem fama, e sem glória, 
discretamente a minha vida. 
- Mas, tu, órfico perscrutador de todas as vibrações,
teosófico pensador que até na penumbra vês um raio de luz,
e, sabendo eu que, na penumbra do além,  me estás vendo e ouvindo,
diz-me, por favor, ao correr fluído da tua pena,
o que até hoje ainda não consegui que o mar me dissesse!

Sim, desfraldando aos ventos as páginas dos teus lindos versos,
sobre a vasta planície da voragem do verde mar antigo,
responde-me, como só tu o sabes responder:
- pois, muito embora sabendo que não tens 
a minha experiência náutica de marear,
 contudo, sempre te julgo mais vidente e mago  -,
por isso, responde-me, ao som profético da tua harpa,
sob  a  visão larga e longínqua do teu olhar fecundo,
que  retrata  a história  de outros tempos, decifrando-a ao mais fundo,
em prosa ou em cânticos de épicos versos! - Sim,
vós, ó  Fernando, vós em Pessoa, 
vós, que, olhando ainda a linha horizontal do horizonte,
vedes, ainda lá longe, na fímbria do esbatido círculo,
o perfil dos antigos lenhos a navegar,
dizei-me, em sublimes estrofes, 
afinal, de quem são os ousados panos,
de quem são as velas das antigas naus,
nas quais, em vastas solidões,
em trágicos mares, Camões,
o insigne poeta, o aventureiro,
andou embarcado, e até naufragou,
porém, nadando, abnegadamente, com o seu baú de versos,
salvou a vida e salvou seus versos, que depois, os verteu,
os cantou, epicamente, em seus Lusíadas?


Sim, se  lá do alto, da outra vida,
ainda as estais vendo o poeta aflito,
se ainda estais ouvindo o bramido do vento
e o rugido das vagas, então, dizei-me, dizei-me:
Que ventos ainda sopram tais caravelas?
Que perigos ainda ameaçam os marinheiros?!...
De quem são as velas? Em quem tocam,
em que madeiros roçam as velas
nas caravelas, que ainda navegam
naquelas tenebrosas águas
do fim do mundo?!..

“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu

           Quem te sagrou criou-te português,
           Do mar e nós em ti nos deu sinal!
           Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
           Senhor, falta cumprir-se Portugal!      
          
           Porém, pode  o poeta estar mais tranquilo, no seu túmulo de mármore, que Portugal já cumpriu a parte que lhe coube em seu destino.
           Em vida, o autor  da Mensagem, não teve o privilégio de poder assistir à materialização da sua poesia profética, ou do seu, então, utópico sonho,  mas, aí está,   Portugal cumpriu-se, de facto, desde o Minho a Timor, com os novos países de expressão portuguesa, independentes e a falarem a mesma língua. - E na esteira do da Revolução dos Cravos!    
           - Este, sim, ó Fernando, em verdade, só pode ser este o teu, e  também o nosso, o Quinto Império, que sonhaste!  -.Vibra agora connosco! Vibra!
          
“Vibra, clarim! A todos chama!
Vibra! E tu mesmo, voz arder,
Que o seu inteiro voo libra
De Poente a oriente.

O Portugal feito Universo
Que reúne, sobre amplos céus
O corpo anónimo e disperso
De Osíris, Deus”
.
Sim, meu caro poeta, este é o teu e é o meu:

            “Portugal que se levanta
  Do fundo do Destino,

  E, como a Grécia, obscuro canta
  Baco divino”.
         
             De igual modo, ó grande épico, podes também ficar agora mais descansado, lá, longinquamente, entre os reinos orientais  e em companhia das tuas inspiradoras musas:
            
              Tu, meu poeta gentil que partiste,
              tão amargurado desta vida, e descontente,
              repousa lá no  céu, tranquilamente,
              e viva eu, cá na terra, menos triste!
                    
             Sim, tu, que em tudo aquilo que puseste tamanho amor, não viste senão desgosto e desamor, penso que agora já nem sequer terás motivo para receares que as ninfas fujam à tua chegada a qualquer hipotética floresta estelar! Teu coração, pode finalmente ficar menos inquieto, porque, aí, não haverá desilusões ou desenganos!   E, nós aqui, como, certamente, lá do alto, poderás ver-nos,  olha, as coisas vão indo, vão avançando, vão-se transformando! Vão batendo mais ou menos certo, tal como tu dizes na memória dos teus versos:
 
               “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
                 muda-se o ser, muda-se a confiança;
                 todo o mundo é composto de mudança,
                 tomando sempre novas qualidades.”

                 E até porque, como diz Drummond de Andrade, insigne poeta do Brasil, nosso irmão, ele pensa que:

                 “Dos heróis que cantaste, que restou
                  senão a melodia do teu canto?
                  As armas em ferrugem se desfazem,
                  os barões nos jazigos, dizem nada”

                   E mais, diz de ti,  o autor da história-coração-linguagem, que:
                 
                  “Tu és a história que narraste, não
    o simples narrador. Ela persiste
                  mais em teu poema que no tempo neutro,
                  universal sepulcro da memória.”

                  Sim, meu poeta, teu cântico é eterno, pelo que, sempre que medito e revejo, o quanto de desconforto, e de incerto, ia na tua alma, sim, quão funda era a tua inquietação,  em pleno mar bravo e fundo, eu próprio não deixo de, ansiosamente, juntar a minha pergunta à tua:

                   “Ó gente que a natura 
                  Vizinha fez de meu paterno ninho,
                 Que destino tão grande ou que ventura
                 Vos trouxe a cometerdes  tal caminho?
                Não é sem causa, não, oculta e escura,
                Vir do longínquo Tejo e ignoto Minho,
                Por mares nunca dantes doutro lenho arados.
                A reinos tão remotos e apertados”. 

 Porém, descansa! Tu, Camões, que tão dura vida levaste, e até, mesmo, às portas da morte, grande incompreensão, sempre encontraste,  descansa! Sossega, agora, tua alma sofredora, que  os tenebrosos caminhos que em vida  percorreste , e,  tão genialmente,  ainda cantaste, além de já traçados por lusa gente, são hoje os caminhos comuns de um grande destino! - No qual, uma vasta família, apartada pelos extensos mares, mas unida por desígnio espiritual, além de falar a mesma  língua, pode, finalmente, orgulhar-se da nossa língua e cantar, com orgulho, cantar também os teus versos!
              Agora, sim, o teu profético cântico, não é utopia, é sonho verdadeiro - É ou não é, ó meu lendário sapateiro?!...

              “Quando o sonho é verdadeiro,
- Dá-se uma luz muito clara
Sonho agora que uma var
Vai dando luz  a um outeiro”

                E, tu meu poeta do Desassossego e da Procura da Verdade Oculta, que me dizes tu,  a este repto de Bandarra?:

                “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
                  Deus quis que a terra fosse toda uma
                  Que o mar unisse, já não separasse,
                  Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.”

                  E tu Camões, entendem as tuas musas que há cântico que baste, para tamanhos feitos?!...

                “Cessem do sábio grego e do troiano
                 As navegações grandes que fizeram,
                Cale-se de Alexandre e de Trajano
                A fama das vitórias que tiveram,
                Que eu canto o peito ilustre lusitano,
                A quem Neptuno e Marte obedeceram:
               Cesse tudo o que a Musa canta,
               Que outro valor mais alto se alevanta”.

              Ó Camões! Ó pessoa! Ó Bandarra! - Se achais que há sonho e cântico que bastem, então cantai à desgarrada - Eu adoro ouvir a vossa lira!

              Pessoa:

             Grécia, Roma, Cristandade,
             Europa - os quatro se vão
             Para onde vai toda idade.
            Quem vem viver a verdade
             Que morreu D. Sebastião?

Bandarra:
               “Em vós que haveis de ser Quinto
                 Depois de morto o segundo
                 Minhas Profecias fundo
                 C’o estas Letras que aqui pinto.

                Camões:

                 “Eternos moradores do Luzente.
                   Estelífero Pólo e claro Assento
                   Se do grande valor da forte gente
                   De Luso não perdéis o pensamento,
                   Deveis ter sabido claramente
                   Como é dos fados grandes certo intento
                   Que por ela se esqueçam os humanos
                    De Assírios, Persas, Gregos e Romanos.”

                   Pessoa:

                  “Transcende a Grécia e a sua história
                   Que o nosso sangue continua!
                   Deixa atrás Roma e sua Glória
                   E a Igreja é sua!

                   Camões:

                   “Deixo, Deuses, atrás a fama antiga,
                   Que c’o a gente de Rómulo alcançaram,
                    Quando com Viriato, na inimiga
                    Guerra romana, tanto afirmaram;
                    Também deixo a memória que os obriga
                    A grande nome, quando alevantaram,
                    Um por seu capitão, que, peregrino,
                    Fingiu na cerva espírito divino.”

                    Pessoa: 
               
                    “Não foi para servos que nascemos
                      Da Grécia ou Roma ou de ninguém.
                      Tudo negamos es esquecemos!
                       Fomos para além.”

                     Camões:
                 “Estas palavras Júpiter dizia. 
                  Quando os Deuses, por ordem respondendo,
                  Na sentença um outro diferia,
                  Razões diversas dando e recebendo,
    O Padre Baco ali não consentia
No que Júpiter disse, conhecendo
Que esquecerão seus feitos no Oriente,
Se lá passar a lusitana gente.”

CUMPRIU-SE PORTUGAL E CUMPRIU-SE O SONHO DO 5º IMPÉRIO - TODAVIA, DESTE 5º IMPÉRIOO QUE NOS RESTA, ALÉM DA LÍNGUA?..


Responde Soares dos Passos:27/11.1826; 08/02/ 1860

 "Esta nação de laureada fronte,
Esta a ditosa pátria minha amada!
Ditosa e grande quando foi potente,
Hoje abatida, sem poder, sem nada.

....Onde está esse vasto capitólio
Das tuas glórias, o soberbo Oriente,
Lá onde  erguida em triunfante sólio,
Empunhavas o teu ceptro refulgente?

...Então eras tu grande! Hoje esquecida,
Um eco apenas do teu nome soa;
Nos braços da vitória adormecida
Perdeste o ceptro e a majestosa coroa

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