Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador - Postagem mais atualizada e com opinião de retratista português em
Obra inédita o genial COLUMBANO BORDALO PINHEIRO – Considerado um dos maiores pintores portugueses, "observador de almas".- Autor de poderosos "retratos psicológicos" tirados a importantes personagens na viragem do século XIX,
Obra aparentemente inacabada aos olhos viegos de quem entende que um retrato tem de ser a cópia fiel de uma fotografia - Por isso, dada a sua antiguidade, quando o concebeu, talvez já o despontar da criação artística de um genial pintor que cedo procurou encontrar os caminhos e a liberdade da sua própria linguagem estética - Atente-se nestas linhas:
Carlos Henriques - QUADRO A ÓLEO INÉDITO DE COLUMBANO BORDALO PINHEIRO Belíssimo quadro inédito do artistas português, Columbano Bordalo Pinheiro, que mostrámos ao pintor Carlos Manuel Henriques, um dos mais exímios e talentosos retratistas portugueses da atualidade, deixou-o encantado, contemplativo e quase sem palavras, na breve entrevista que nos concedeu no seu estúdio, no bairro da Quinta das Conchas, em Lisboa, a quem mostrámos um retrato feminino, provavelmente de Maria Cristina Bordalo Pinheiro. Entrevistado no seu estúdio, com o quadro em suas mãos, Isto é maravilhoso! Uma obra esplêndida! Sente-se o traço da pincelada! A rapidez da execução! A segurança!.. De uma pessoa que domina tranquilamente o retrato, que já é quase como a respiração! Como quem respira e não sabe que respira!... É de uma beleza, de uma delicadeza!... As nuances!... Podia-se estar-se horas a contemplar esta obra!...Esta mistura de cores!... Esta expressão silenciosa!... É magistral!... É uma pessoa que executou centenas de retratos!
"Preterido em dois concursos para bolseiro do Estado em Paris, notado pela crítica que se divide em opiniões contrárias, havendo quem acuse a sua paleta de tons sujos e esverdeados e a falta de acabamento dos seus quadros"-
Em Janeiro de 1881, obtendo uma bolsa da Condessa de Edla, parte para Paris na companhia do seu anjo da guarda – a irmã Maria Augusta. A adaptação ao agitado meio parisiense foi-lhe difícil, valendo lhe o companheiro Artur Loureiro. Frequentando a Academia de Paris com a mesma independência que usara em Portugal, é no silêncio da sua intimidade que pinta, sempre saudoso de Lisboa, cerca de dez quadros.
| Verso da tela sobre cartão e carimbada |
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| Retrato de Maria Cristina Bordalo Pinheiro. , |
A autenticidade deste quadro é devidamente comprovada, tanto pela assinatura, apostada no canto inferior direito mas especialmente pelo pormenor do carimbo (embora já muito esbatido e de difícil leitura) do "FABRIQUE DE COULEURS FINES - Paul Denis Succ Paris – Que detalhados estudos revelam como sendo seu amigo, que lhe vendia tintas e telas e de cujos materiais se serviu para executar vários retratos
Nascido em família de artistas, a pintura foi uma descoberta precoce e inevitável na sua vida. Do pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, pintor e escultor de talentos reconhecidos, recebeu o dom e os primeiros ensinamentos
Como é sabido, não foram muitos os retratos de figuras femininas legados por Columbano Bordalo Pinheiro, e, talvez, numa análise simplista, nos faça lembrar, de algum modo, o chapéu e alguns traços do rosto do famoso retrato de Maria Cristina Bordalo Pinheiro – 1912 - é bem possível que, para o observador menos familiarizado sobre a vida e a obra de Columbano, ou sobretudo para os mais desatentos, desde a assinatura a outros pormenores inscritos na moldura ou nas costas da tela, a sua leitura ou interpretação pictórica, possa escapar ao estilo que mais o notabilizou e, consequentemente, lhe suscite algumas reservas ou dúvidas: daí a particular importância que possa vir assumir para os estudiosos que queiram debruçar-se sobre a vida e a obra daquele que teve apenas um grande amor na sua vida, a pintura
“Considerado como um dos maiores pintores portugueses, conhecido principalmente pelos retratos e, ao público em geral, pelo nome que emprestou a uma avenida de Lisboa que desemboca na Praça de Columbano, deixou-nos há 90 anos e as suas obras, por mais admiradas que sejam, não vão reproduzir-se ou multiplicar-se como as flores num jardim!... Há, pois, que saber olhar o seu legado, se possível com a mesma paixão como ele o viveu e nunca negligenciar nenhuma das suas expressões artísticas: - Até porque, tanto quanto me foi dado saber, quer nas nas pesquisas que efetuámos, , quer nas entrevistas que fiz a vários pintores e aos maiores colecionadores portugueses, desde Cupertino de Miranda a Azeredo Perdigão, (além de Presidente da Gulbenkian, que também exerceu enorme influencia na escolha das obras para o Museu, pós morte do fundador.
"Ele é o autor de
poderosos "retratos psicológicos" tirados a importantes personagens
de um país em mudança. Na viragem do século XIX, Portugal está nos quadros de
Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), pintor intimista e "observador de
almas".Nascido em família de artistas, a pintura foi uma descoberta precoce e inevitável na sua vida. Do pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, pintor e escultor de talentos reconhecidos, recebeu o dom e os primeiros ensinamento" - Extraído de http://ensina.rtp.pt/artigo/columbano-bordalo-pinheiro-1857-1929/

Columbano, deixou-nos há 90 anos e as suas obras, por mais admiradas que sejam, não vão reproduzir-se ou multiplicar-se como as flores num jardim!... Há, pois, que saber olhar o seu legado, se possível com a mesma paixão como ele o viveu e nunca negligenciar nenhuma das suas expressões artísticas: - Até porque, tanto quanto me foi dado saber, quer nas minhas pesquisas, quer nas entrevistas que fiz a vários pintores e aos maiores colecionadores portugueses, desde Cupertino de Miranda a Azeredo Perdigão, editadas neste site (além de Presidente da Gulbenkian, que também exerceu enorme influencia na escolha das obras para o Museu, pós morte do fundador) http://www.vida-e-tempos.com/2016/06/arthur-cupertino-de-miranda-confissoes.html
Para um mais aprofundado esclarecimento e informação de que tem responsabilidade nas artes ou nos museus, julgo que seria bom que se atentasse nestas palavras de Columbano: “segundo o mestre para se ser pintor bastava pensar na pintura a todas as horas, no atelier, em casa, na rua, de paleta na mão ou nas folgas, a comer, a sonhar pintura, em detrimento de outros sonhos. Não seria necessário ao pintor ter um conhecimento alargado dos materiais de pintura, pois segundo Columbano isso iria distraí-lo do essencial: No dia em que pretendermos teorizar as razões históricas, físicas ou químicas dos ingredientes luminosos e coloridos, adeus arte, adeus pintura, adeus quietude e serenidade contemplativa” http://docplayer.com.br/

Porém, tal como se documenta neste trabalho, a sua autenticidade é devidamente comprovada, tanto pela assinatura, apostada no canto inferior direito mas especialmente pelo pormenor do carimbo (embora já muito esbatido e de difícil leitura) do "FABRIQUE DE COULEURS FINES - Paul Denis Succ Paris – Que detalhados estudos revelam como sendo seu amigo, que lhe vendia tintas e telas e de cujos materiais se serviu para executar vários retratos, tal como é descrito, pormenorizadamente, por Ângela Sofia Alves Ferraz, Mestre em Museologia e Património pela Universidade Nova de Lisboa, na sua dissertação académica para obtenção do Grau de Doutor em Conservação e Restauro do Património, Especialidade em Teoria, História e Técnicas, importantíssima pesquisa que tomo a liberdade de citar.
PORMENORES DO HISTÓRICO
DA CASA PARISIENSE DO SEU AMIGO PAUL DENIS, DE ONDE COLUMBANO SE FORNECIA DE
MATERIAIS PARA A SUA OBRA - Maison Merlin Paul Denis Succ Paris 1882- 1905
Auto-retrato-Jose-Maria-Veloso-Salgado-1864-1945-1931-oleo-sobre-tela_.– Pormenor do carimbo observado de fabrico da tela pela Maison Merlin Paul
Denis Succ Paris, dando-se como exemplo o carimbo observado no verso na pintura
4089. – Estudo de Ana Mafalda Cardeira
(…) Maison
Merlin Paul Denis Stéphanie Constatin e Clotilde Roth-Meyer destacaram a
importância que, no século XIX, os fornecedores de materiais de pintura tinham
na vida dos artistas. Segundo estas autoras, para além de fornecerem os
materiais necessários para o exercício da pintura, os fornecedores serviam de
intermediários entre os pintores e os possíveis clientes na venda das suas
obras, bem como, em algumas situações, também lhes garantiam suporte
financeiro. Assim, tanto Constatin como Roth-Meyer apontam diversos exemplos de
relações privilegiadas e de amizades profundas entre alguns pintores franceses
com os seus fornecedores.
Não se
sabe quando se terão conhecido embora seja possível que tal tenha acontecido
entre 1881 e 1883, anos em que Columbano esteve em Paris 1293, tal como dava
conta Diogo de Macedo na biografia que escreveu sobre o pintor em 1952: Fora
desta vadiagem de estudante, só saía do atelier a tomar ar no Luxemburgo,
atravessando o jardim para dar dois dedos de conversa com ovendedor de tintas e seu amigo Paul Denis [ ] Já de novo em Portugal, Columbano terá continuado a utilizar materiais deste fornecedor. Veja-se que o retrato de Ramalho Figura 4.13 Auto-retrato de Paul Denis no atelier do pintor Eugène Favier. c. 1897, col. Tourett. Fotografia reproduzida em: Autour de Paul Denis, 2007, p Pamplona, 1948: Constantin, 2001: 49-67; Roth-Meyer, 2004: Ver anexo 21, F Lapa, 2007: Macedo, 1952:
A 23 de Agosto de 1910 Paul Denis referia igualmente o
envio de objetos, como fotografias, molduras e livros Columbano, Retrato de
Ramalho Ortigão, 1885, óleo sobre madeira, 19 x 14,5 cm, Museu de Grão Vasco,
inv. n.º Charles Vaumorin [Carta] 1890 Jul. 30, Paris [a] Columbano. Acessível
no Arquivo do MNAC-MC Paul Denis [Carta] 1900 Jan. 2, Paris [a] Columbano.
Acessível no Arquivo do MNAC-MC Paul Denis [Carta] 1900 Nov. 10, Paris [a]
Columbano. Acessível no Arquivo do MNAC-MC Paul Denis [Carta] 1910 Ago. 23,
Paris [a] Columbano. Acessível no Arquivo do MNAC-MC. 234
A 30 de Junho de 1910 Columbano escreveu à esposa: Muito obrigada pela
tua cartinha que recebi hoje em casa do Paul Denis [ ] No mês seguinte,
referia-se novamente a essa estadia: Envio um retrato tirado em casa do Paul
Denis num domingo que passei com eles em Orsay Em 1912, numa carta dirigida à
sua irmã Maria Augusta, Columbano mencionava não só ter ficado novamente em
casa do fornecedor como também ter pintado o seu retrato e da esposa: Estivemos
dois dias em Orsay em casa do Paul Denis e muito falamos de ti lastimando que a
mana Augusta não tivesse vindo também. ![]() |
| Museu Grão-Vasco |
Na verdade, embora sejam conhecidos alguns estudos de Columbano
Bordalo Pinheiro, mas não como obras autónomas e inacabadas. Dir-se-á que este é um exemplo raro “O primeiro
estudo de Columbano que se conhece é uma pequena cópia , feita aos 11 anos, do
quadro “ A Barca de Dante”, de Delacroix , tem a indicação no verso, copiado
por Columbano Bordalo, em 1868. Era possuidor da curiosa estreia do pequeno
artista, em 1929, o Sr. J. C. da Silva Barbosa,
e o quadrozinho foi publicado nesse ano pelo Diário de Noticias” – Refere um ensaio bibliográfico de Giacinto Manuppela, MANUPPELLA, intitulado - Dantesca Luso-Brasileira - Subsídios para uma Bibliografia da Obra e do Pensamento de Dante
Alighieri.![]() |
| Estudo preparatório - Concerto de Amadores |
![]() |
| Concerto de Amadores - Obra completa |
Referindo que “O pintor deixou grande parte da sua
colecção ao Museu do Chiado, cerca de 200 obras, entre pintura desenho e
escultura. "Obrigou a família a doar tudo", conta o director.(...) Num país onde pouco se reflecte a pintar, é possível encontrar na obra de Columbano "um meta-discurso sobre o a condição do trabalho do artista", diz Pedro Lapa. E dá o exemplo de um triângulo de pinturas, onde Columbano faz uma reflexão sobre a própria pintura, o papel do modelo, do artista e da recepção.
UM
HOMEM POUCO SOCIÁVEL - Noutro interessante artigo, e por ocasião da mesma efeméride, recordava o CM, que, “ao contrário do sensualista Rafael, que o apresentou aos círculos da intelectualidade lisboeta, Columbano era um homem pouco sociável, dado a “súbitas reacções de fúria e pequenas teimosias de solitário”, nas palavras do historiador de arte José-Augusto França.
O pintor nasceu em Lisboa a 21 de Novembro de 1857, filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro, também dedicado à pintura, bem como à escultura e gravação. Estudou na Academia de Belas-Artes de Lisboa, cursando, desde os 14 anos, Desenho e Pintura Histórica. Em 1881 partiu para Paris com uma bolsa de estudos secretamente custeada pelo rei consorte, D. Fernando II, já viúvo de D. Maria II, amigo do seu pai. Na cidade Luz, Columbano aprendeu com Manet e Degas. Em 1882 apresentou no Salon de Paris, o quadro ‘Concerto de Amadores’, bem recebido pela crítica. De regresso a Lisboa, os críticos mostraram-se menos favoráveis.
Da paleta de Columbano saíram igualmente as pinturas da sala de recepção do Palácio de Belém, os painéis dos Passos Perdidos da Assembleia da República e do tecto do Teatro Nacional D. Maria II. Em 1914 o pintor assumiu a direcção do Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea. O mesmo que agora apresenta a sua obra- Excerto de https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/columbano-o-artista-que-teve-um-unico-amor

DE ENTRE OS VÁRIOS PINTORES FAMOSOS
QUE SE ABASTECIAM DE MAISON MERLIN CHARLES OLIVIER DE PENNE
(Francês 1831-1897) Ponteiros no campo
Óleo no painel chanfrado
12 -1/2 x 9-1 / 2 polegadas (31,8 x 24,1 cm)
Assinado inferior direito: Ol. de Penne
Gravado no verso: Fabrique de Couleurs / [...] / Maison Merlin / Paul Denis Succ. / Paris rue de Medices [?] 19
Penne era um desenhista e pintor talentoso que se distinguia tanto como caricaturista de L'Illustration </ Antes de passar para assuntos históricos, acabei alcançando a maioria das celebridades artísticas de pinturas de animais, principalmente cães. Como atesta o presente trabalho, ]https://www.icollector.com/Olivier-de-Penne-FRENCH-1831-1897-Pointers-in_i7489358





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