QUE O NOVO
ANO 2018 – SEJA DE CÓSMICAS BÊNÇÃOS FRATERNAS. DE AMOR E DE PAZ UNIVERSAL
- A Todos Vós Amigos e Amigas, Irmãos e Irmãs da Mesma Fraternidade Universal,
que o Divino Foco Vos Ilumine e Vos Transmita as Suas Bênçãos Cósmicas Em Nome
da Sagrada Irmandade da Luz
“Em todas as Eras tem
havido mulheres e homens, cujas almas têm sido profundamente tocadas pela
Natureza, pessoas para as quais as Estrelas falam do seu gracioso silêncio,
para as quais a Lua não é só um corpo celeste, para as quais as plantas e os
densos bosques, são como as catedrais da alma. Pessoas que amam e respeitam a
Natureza, tirando partido dela sem a destruir, pessoas que acreditam que homens
e mulheres, têm os mesmos direitos e se respeitam. Estes são os Pagãos”
“VENHO
LEMBRAR-VOS DA NOSSA ORIGEM CÓSMICA
ACREDITAR QUE SOMOS PEÇAS FUNDAMENTAIS
ACTUANDO NA TRANSFORMAÇÃO PLANETÁRIA
IRRADIANDO A DIVINA LUZ E ESPALHANDO
AS SEMENTES DO AMOR E DA PAZ”
“Se quereis mudar o mundo,
primeiro tentai melhorar e mudar algo
interior de vós mesmos. Isso ajudará mudar a vossa família. E daí passará para
o que vos rodeia. Tudo o que fazemos tem algum efeito, algum impacto. In
“O Caminho Para A Serenidade – Dalai Lama
Sejamos crentes ou
agnósticos, acreditemos em Deus ou no Karma, a ética moral é um código a
qualquer pessoa pode obedecer.
Precisamos de qualidades humanas, como os escrúpulos, a compaixão e a
humildade. Devido à nossa fragilidade e fraqueza humanas inatas, estas qualidades
só são acessíveis através de um grande desenvolvimento individual, num meio
social propício, de modo a que se possa criar um mundo mais humano”– In “O
Caminho Para A Serenidade – Dalai Lama
“A luz, o mar, o vento. E
as flores, os animais, a vida inteira. Não te apetece gritar? Explorar tudo
isso num grito? Num excesso de excesso” – In Pensar – Vergílio Ferreira
“Não é nada, é um novo
dia que começa. O Sol ergue-se pela éssima vez. Há luz no ar. Os pinheiros
inundam-se dela, acenam-se na aragem a uma voz que vem de longe. Um cão ladra
excitado à alegria da vida, há sinais longínquos do trabalho dos homens.
Reconheço-me eu vivo também e recolho em mim o universo inteiro. Tudo se recompõe
na vida que se suspendeu, as flores voltam a ter razão de ser luz. E há por
cima um céu azul. Não é nada. É um novo
dia que começa - In Pensar – Vergílio Ferreira
Luis de Raziel - Peregrino Luz No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem
forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus
pairava por sobre a águas
“Dias virão em que não ficará pedra sobre
pedra” – Disse Cristo, aos apóstolos
Mas, entretanto, chegará outro tempo e outros
dias:
“Chegará o dia em que homens reencontrarão as estepes e as savanas, aonde
afluirão, pondo termo à sua escravatura, as bestas, na Terra imensa, caminharão
ao encontro dos homens livres, coabitando na paz, tartarugas-gigantes,
elefantes, bisontes, os reis da selva se juntarão aos homens libertados,
bebendo das mesmas águas, respirando .urn ar purificado, não mais se
dilacerando, será o começo” – Escreve a escritora, dramaturga e poeta austríacaIngeborg Bachmannno seu livro Malina – editado em 1971
Na noite, que está prestes a findar, entre o dia 26 e 27– talvez por
força do vento invernal que começou a soprar junto à pequena porta que dá
acesso ao terraço do meu desvão do telhado, e estando eu recostado tranquilamente
no humilde leito, no qual passo mais horas acordado que a dormir, espontaneamente,
ao ler umas páginas do interessantíssimo livro que acabei de citar (adaptado para um filme em 1991, com o mesmo
título dirigido por Werner Schroeter de um roteiro de Elfriede Jelinek , sim, ao deparar-me com um brevíssimo mas muito significativo
texto, ocorreu-me um artigo, em 21-5-1977, no já extinto
Diário Popular, visto a minha visão vir a suceder (se bem que para um cenário mais
longínquo) ao profetizado, em meia
dúzia de linhas, escritas em jeito divertido, pela conceituada
autora, Ingeborg Bachmann, em Malina – E
que tão cedo partiu para a eternidade(Klagenfurt25 de Junho de 1926 - 17 de Outubro de
1973.
O PODER DAS ARMAS NUCLEARES É VERDADEIRAMENTE DEVASTADOR E MORTIFERO –
Todavia, a insensatez do homem atual, faz desfilar em grandes paradas, exibindo-as como meros
brinquedos de humanos crescidos – Que pasmam
o olhar mas que dão profundamente que pensar a quem as olha seriamente e com preocupação.
Claro que não vão apodrecer indefinidamente nos seus paióis: um dia
cumprirão a função cruel e odiosa por que foram concebidas – Mesmo assim, não
será o fim … Pois este será apenas um episódio na longa jornada civilizacional humana - Dias virão, em que, das cinzas e dos
poucos que sobreviverão, se empreenderá outra caminhada e se levantarão outras
espécies e outros seres. – A imagem da explosão atómica, que aqui lhe
apresento, faz parte de um conjunto de diapositivos, que me foram oferecidos
por António Lima de Paiva, antigo legionário português (uma das quais publicadas, sob minha autorização no semanário Expresso, Nº1194 ), Não fui o autor sequência que foi
fotografada, a escassa distância e fora do abrigo, mas fazem parte do meu vasto
espólio fotográfico, tendo autorizado a sua
publicação no sumário Expresso, creio que nos finais da década de 80
DP – 21-5-77 - NA PEUGADA DO MUNDO DO PÓS-HOMEM - O PERÍODO DE VIDA PODERÁ DUPLICAR OU TRIPLICAR
Por Jorge Trabulo Marques
Pelas leis naturais do princípio
evolucionário, que de modo algum penso ter esgotado todos os seus infindáveis
recursos para a cedência e inspiração de novos valores e artificialismos no capítulo das
espécies vivas, é mais que evidente e logicamente admissível que a passagem de ser humano para outro ser qualquer se irá consumar com
incrível progressividade no seu
imparável percurso pelos tempos vindouros
Não alimento a menor
incerteza. Tal facto será inevitável. O ser humano primeiramente começará por
ultrapassar a sua inteligência. Daí em diante desenvolverá exordiaria força torça produzida pela sua mente, cuja
energia libertada e concentrada pela atenção poderá vir a atingir poderes com
uma capacidade mais poderosa que qualquer das bombas atómicas que se constroem
actualmente. Ou não será através da sua mente que as mesmas são concebidas e
construídas? E, pela ordem natural das coisas, o progenitor e artificiador de
determinada coisa ou objecto é sempre superior a essas criações.
Inclusivamente, além de lhe saber dar o destino que melhor entender, mesmo que
se trate de um engenho explosivo, pode despoletá-lo. Ora o engenho por si não o
pode fazer. Claro que até pode servir para a autodestruição da mente que o
imaginou. Bem, mas até isso ainda dependerá do seu querer.
Por meu lado, julgo que
ao atingir essa fase que o elevará ao derradeiro ponto da perfeição última,
será ainda entretanto uma criatura de espírito e de matéria. Fisionomicamente
mais bela e atraente. Entre o homem e a mulher haverá semelhanças físicas mais
acentuadas. Ambos tenderão, inevitavelmente, a conjugarem-se e numa criatura
única. Manterão, como é evidente, os órgãos de procriação próprios de cada
sexo; porém, estes, com o rodar do tempo, reduzirão enormemente a sua função e
por tal motivo darão origem a que, em muitos seres nascidos, tais órgãos
apareçam praticamente estéreis e sem qualquer finalidade reprodutiva. Porém,
isso não constituirá problema porque fará parte do processo evolutivo em curso.
Meditação, em vez de alimentação
PORTANTO, será um ser com
uma compleição física mais perfeita e harmoniosa. Nada de aberrante ou de
monstruosa como certas mentalidades doentias hoje o prevêem. Terá ainda, da,
porém, muitos traços parecidos com os do homem actual. Mas apesar disso a
diferença de muitos caracteres será enorme. Quando se detiver, por exemplo, a
visitar algum dos seus museus antropológicos, ficará visivelmente estupefacto
pela evidente dissemelhança entre si e os seus antepassados. Notará,
inclusivamente, num misto de espanto, desdém e piedade, que tais imagens ou
figuras lhe sugerem mais um parentesco e
parecenças com criaturas simiescas, que terão provavelmente quase o mesmo
aspecto que hoje têm,do que
particularmente com as suas próprias pessoas, as quais sabem muito bem estarem
na sua sucessão atávica.
Nessa altura, os seus
hábitos e necessidades serão bastante alheios aos de hoje. Precisará de menos
alimentos. Será capaz de passar dias e dias seguidos sem comer, entregue a profundas
e prolongadas meditações. Terá pois mais necessidades espirituais do que físicas,
visto ser essencialmente mais espiritual do que agora. Desenvolverá em ritmo
notavelmente crescente um novo modo de ser e de estar no mundo. Nunca estagnará
a sua cabeça em estúpidas monotonias ou hábitos rotineiros. Mesmo em estado de
contemplações, far-se-ão passar pelo seu cérebro as imagens e os pensamentos
mais díspares e elevados. Entregar-se-á, portanto, a momentos da mais indescritível
e fértil imaginação. Viverá acordado como num sonho.
Todavia possuirá uma.,
capacidade de concentração verdadeiramente espantosa. Preocupações esquisitas
não as conhecerá; 1 o seu mundo será simples, belo e natural. , A poluição já
não o atingirá. As máquinas jamais serão suas escravas ou vice-versa. Haverá
menos habitantes na terra. Porque esta travessará um período de faustosa
abundância de beatífica paz, completo sossego e agradável bem-estar, que o
levará a desprezar o sexo e a encará-lo como um
acto demasiado ridículo e animalesco. Os grandes centros populacionais,
outrora existentes, serão velhas ruínas do passado, alguns dos quais já
completamente subterradas pelo desgaste do tempo. Centros urbanos, como Lisboa,
Madrid, Paris, Londres, Nova Iorque, Tóquio e outras cidades actualmente
importantes no Mundo, serão lugares ainda com algumas pedras encasteladas mas
desérticas e abandonadas por os seres dessa época terem sentido, desde há
muito, relutância em aceitá-los. Os prédios, os bairros, as ruas, dessas
cidades tê-los-ão julgado completamente desfasadas para as suas simplistas e
práticas exigências. Preferirão o campo, a montanha, agrupar-se-ão em pequenos
núcleos ou povoados, aos amontoados das
autênticas colmeias humanas do passado.
A era será caracterizada
essencialmente pela marca do espírito. Denominar-se--á. virtualmente, como “a grande
era espiritual”. Porque, tais seres, ditos pós-homem, farão dessa qualidade uma
constante no seu quotidiano para a resolução
de todas as coisas. Irão perdendo, no entanto, como já referi atrás,
progressivamente uma grande faculdade: a da procriação da espécie.
E do fumo das labaredas e das cinzas se abrirá nova luz
A potência e
os instintos sexuais irão ficando
atrofiados em muitos desses seres. Os grandes intelectuais do pensamento, os
mais distintos, espiritualmente, serão os primeiros a abaterem-se dessa
necessidade ou a perderem tal instinto. O índice de esterilidade e absentismo
sexual terá proporções cada vez mais elevadas. Mas ninguém ligará importância
ao facto. Da reprodução encarregar-se-ão, todavia, os seres mentalmente menos
favorecidos e adiantados mentalmente. Pois essa desigualdade ainda persistirá.
Ter-se-ão eliminado já todas as diferenças sociais e económicas; porém, a do
pensamento manter-se-á indefinidamente.
Não haverá fronteiras
PARA efeito de melhor
interpretação do que atrás referi sobre o comportamento do sexo, veja-se, por
exemplo, qual o tipo de pessoas que têm hoje mais tendências proscritivas. Não
será a gente mais rude e ignorante? E a mais pobre, materialmente?.. Não será
nos países mais pobres e atrasados onde o índice de natalidade é maior?
Naturalmente que sim! Claro que haverá outros factores a tomar em conta, mas o
principal é o motivado pela ignorância e pobreza espiritual. Pois através dos
tempos continuará a persistir. A evolução é um predicado de todos os seres,
contudo o seu ritmo ou grau de avanço é que não será, de facto, paralelamente igual a todos
eles. Porém isso não obstará a que o entendimento não venha a ser, em tal
futuro, o mais agradável e harmonioso. Reinará absoluta tranquilidade. A
inveja, o egoísmo, males terríveis da nossa época, terão sido já então
totalmente banidos. As superstições, as religiões - piores inimigos do livre
pensamento e do desenvolvimento das civilizações ao longo das épocas - não
terão já a menor aceitação. Nenhum desses seres irá em tais cantilenas. Não se
guiará por qualquer das filosofias ou ideologias actuais. Acha-las-á mais do
que ultrapassadas e ridículas. Os seus meios de comunicação serão apenas os
seus sentidos. Não usará livros de espécie alguma. Os livros serão igualmente outras
tantas peças de museu cuidadosamente guardadas. Prestará imensa atenção e
devotado carinho a tudo quanto diga respeito ao pensamento. O passado
servir-lhe-á apenas como pequeno passatempo desse deleite ou de mera
curiosidade arqueológica.
Não haverá fronteiras
entre os povos, de todo o Mundo. Não existirão estados ou nações. Também não
haverá governos, exércitos ou autoridades seja de que tipo for. Será a autêntica e pura anarquia, o regresso à selva, às origens, mas num avanço
mental como da noite para o dia. Dir-se-á que então ali irá viver em plena luz,
em pleno sol do dia, e não na longa noite escura e de trevas em que viveram os
seus predecessores. Os campos serão mais verdes, arborizados e luxuriantes. Os
seres das outras espécies proliferarão e povoarão de novo a terra. A terra, que
já cansada e quase improdutiva de tanto desbaratada e explorada durante a era
das químicas e das máquinas, voltará a ter uma face renovada e fértil.
Viajar… através do cérebro
QUE mundo belo e
maravilhoso então não será esse! Um mundo onde até as enfermidades, as doenças
já estarão de todo extintas. Eis pois que fantástico paraíso esperará o
pós-homem.
A única entidade a que
ele, todas as raças, todos os grupos étnicos obedecerão, será unicamente ao
Universo, que far-se-á sentir em todo o seu esplendor e vitalidade, O período de
vida duplicará ou triplicará. Não haverá transportes de espécie alguma. No
entanto o pós-homem deslocar-se-á para onde bem entender com a maior das facilidades.
O seu extraordinário poder mental levá-lo-á para onde quiser.
Não terá pois necessidade
de transportes de tipo algum. A configuração corpórea do elemento pós-homem
será de facto constituída pela matéria, mas esta servirá unicamente para
albergar o seu espírito em determinadas condições. Funcionará como uma espécie
de centro físico de aperfeiçoamento entre o seu espírito e os cosmos. Quando
precisar de estar presente neste ou naquele lugar, mais afastado do seu meio,
seja da terra seja do espaço, fará unicamente uso do poder espiritual. E isto
porque será dotado da fantástica possibilidade de se transcender e desdobrar da
própria matéria sempre que queira. O seu corpo permanecerá num repouso
letárgico, nuns casos. Porém, nos indivíduos de maior craveira e sublimidade
mental, poderá mesmo sumir-se nas brumas do invisível. Contará realmente ainda
com esta assombrosa faculdade. Viverá numa espécie 'de dupla vivência. Mas
sempre em perfeita consciência desses dois estados.
Hoje tal só é possível ao
ser humano, mas de modo inconsciente, quando o seu espírito voga através do
sonho, contudo, o pós-homem, como já disse, viverá num género de sonho
permanentemente acordado e não precisará de andar armado em saltimbanco,
saltitando grandes distâncias, com o seu corpo, desta para aquela zona, como o
faz o actual homem. Fixar-se-á, definitivamente, na região onde nascer. O sítio
que o acaso lhe destinar oferecer-lhe-á as condições indispensáveis para as
necessidades simples do seu organismo. As de carácter mental serão, sem dúvida,
ilimitadas pois será insaciável neste domínio. No entanto, os recursos de que
será possuída a sua mente não encontrarão quase barreira alguma. Somente
estarão condicionados e irão variar de acordo com o grau de avanço que cada
pós-homem for progressivamente atingido dentro da escala evolucionária.
Assim, mediante esse
estado, a capacidade transmutativa e a facilidade que cada um deles terá de
situar o seu raio cerebral ou naquele ponto da Terra ou do Universo, oscilará,
no entanto, incrivelmente no seu comportamento e formas rápidas. Assim, nesse natural
seguimento, cérebros haverá que terão que terão que se conformar com velocidade do raio do relâmpago. Que, diga-se
em abono da verdade, embora nos pareça verdadeiramente fulminante e no recorde absoluto do movimento
de todas as coisas no cosmos, todavia, ainda francamente modesta para a extraordinariamente produzida pelo ponto
culminante do raio cerebral, no qual se consubstanciarão todos os valores do pensamento
e do saber, num comprimento de onda fabulosamente electrizante e cuja
velocidade, por tão inconcebível hoje à mente do homem do homem, nem sequer
oferece o mínimo termo de comparação possível. Porque actualmente ainda é
demasiado humano para que atinja tal
óptica compreensiva. Exactamente do mesmo modo que ao homem da pré-história
teria sido impossível imaginar que ele hoje pudesse fazer os inventos que tem
feito e guindar-se à posição intelectual que actualmente desfruta.
Registos de algumas das impressionantes imagens, no Atol Nuclear da Moruroa, no Pacífico, colónia francesa, oferecidas ao autor deste blogue por ex-legionário da Legião Francesa e ex-combatente da guerra colonial, António Lima de Paiva -
O diapositivo de uma destas imagens - da explosão atómica no Atol Nucelar da Mururoa, no Pacífico - Mururoa Nuclear Tests, RNZN protest Veterans, cujas experiências têm sido contestadas, quer por veteranos, que ali foram afeactados por fortes radiações, quer por várias instituições pacifistas da comunidade internacional, foi publicada, sob minha autorização, no Nº1194 do semanário Expresso, como disse, fazem parte de uma colecção de slides e de fotografias, que me foram gentilmente oferecidas pelo seu autor. Na sequência de uma entrevista que me concedeu para a Rádio Comercial-RDP, nos anos oitenta. Na altura, ele estava a atravessar (pareceu-me) um período de uma certa depressão.. Não sei se ainda é vivo. Bem gostava que fosse. Mas duvido, dados os riscos de radiações a que se expôs. Pois nunca mais o vi.
OS OLHOS JÁ QUASE NADA VÊEM MAS O CORAÇÃO CONTINUA ACORDADO --
Pese o facto
dos seus olhos já não poderem contemplar a luz e a beleza que o inspiraram a
escrever os mais belos poemas, tendo como temas os costumes da terra e das suas gentes, mas também os valores pátrios, religiosos e de pendor universal, sim, pensámos que os demais sentidos,
reforçados pela sua fé e determinação inabalável pela paixão da escrita e pelo
gosto da vida, continuarão, certamente, ainda mais sensíveis, para poder
ir ao fundo do baú da sua memória e poder continuar a brindar-nos com os
seus excecionais dotes literários, desde o teatro, à poesia e à
ficção - Obviamente que uma tal tarefa, além de só ser possível com o amparo da esposa, dos filhos e netos, que nunca lhe negaram o indispensável carinho e apoio, naturalmente que exige um esforço hercúleo a quem contraia a cegueira adulto: a vida espiritual, por certo, se intensificará mas as limitações físicas, vão-se tornando num calvário que só Deus e quem leva essa pesada cruz, compreenderá o drama na sua verdadeira extensão.
Neste sagrado dia da
Natividade, ao mesmo tempo que aqui temos o prazer de transcrever dois
dos seus lindos poemas, inseridos no Espírito Natalício,
aproveitámos para lhe expressar os votos amigos de um Feliz Natal, junto dos
que lhe são queridos e desejando que a deficiência visual, que tão
profundamente o afecta, recupere e não se agrave
GLORIFICAR O NATAL NAS TREVAS É CERTAMENTE O
MAIOR TRIUNFO DO QUERER HUMANO
Noite de Natal
O Céu não estava estrelado
mas uma estrela luzia,
Num barraco desprezado
estavam José e Maria.
Num monte distanciado
A branca neve caía.
Mas no negrume fechado
De repente se fez dia.
Uma criança chorava
quando a luz se refectia
num espaço onde ecoava
um cântico de alegria,
cântico que reboava
numa perfeita harmonia
enquanto José Louvava
e aos céus agradecia.
Era um mistério sagrado
o que ali acontecia.
Um pastor admirado,
cantava, dançava e ria.
O próprio tempo, abismado
em dois tempos se repartia.
E sobre palhas deitado O Deus menino dormia.
.
Manuel Daniel – do Livro Chão de Areia
Natal - “Sempre assim foi: Mistério, encantamento,
anjos
cantando, a Estrela de Belém,
céus
e Terra louvando o nascimento
de
Jesus que nasceu para o nosso Belém…
E
sempre assim será. Mas vão passando
os
anos na natureza dos seus trilhos.
e
só é já Natal para mim quando
se
renova nos olhos dos meus filhos.
Manuel Daniel – do Livro Chão de Areia
Nasceu na cidade da Meda em 18 de Novembro de 1934.
A partir dos 20 anos de idade , propôs-se e fez os exames do ensino
secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978 da Faculdade de
Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser licenciado.
Tendo começado a trabalhar aos 11 anos, fez uma longa carreira da função
pública nas tesourarias e repartições das Finanças da Meda, Pombal, Reguengos
de Monsaraz, S. João da Pesqueira, Vila Nova
de Foz Côa e Guarda, culminando como dirigente superior da Direção Geral do
Tesouro, no Ministério das Finanças, onde foi responsável pelos serviços
técnicos e financeiros das Tesourarias de Fazenda Pública.
O seu gosto pela literatura foi-se manifestando no jornalismo, na poesia
e no teatro, tendo publicado “Caminhada Imperfeita” (poemas), “Auto da Juventude”,
“Lourdes”, “Eram meninos como nós” (teatro), “A porta do labirinto” (poemas,
textos e teatro) e visto uma letra de forma uma conferência sobre “O Feriando Municipal
da Meda e S.Martinho”, promovida pelo respetivo município.
Tem inéditas cerca de uma vintena de peças de teatro, a maior parte das
quais para crianças e jovens. Colaborou em diversos jornais e revistas e
manteve durante mais de um ano uma crómica dominical na “Rádio Altitude da Guarda”
Foi sócio da extinta Sociedade Portuguesa de Escritores e é membro da
Sociedade Portuguesa de Autores; co-fundador do quinzenário” Luz da Beira”
(Meda 1954.1974), do mensário “Palavra”, (Reguengos de Monsaraz a partir de
1966), co-fundador e diretor do boletim intermunicipal “Terras e Gentes”
(mensário, 1986-1995) dos municípios de Meda, S. João da Pesqueira e Vila Nova
de Foz Côa.
Em Vila Nova de Foz Côa presidiu durante 12 anos à Assembleia Municipal e, durante 23, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia.
Pela sua ação social, foi distinguido
pelo “Diploma de Mérito” pela Câmara Municipal. Reside desde 1971 na cidade de
Vila Nova de Foz Côa, onde exerce advocacia.