expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

domingo, 31 de dezembro de 2017

FELIZ ANO NOVO 2018 – CÓSMICAS BÊNÇÃOS À FRATERNIDADE UNIVERSAL

  QUE O NOVO ANO 2018 – SEJA DE CÓSMICAS BÊNÇÃOS FRATERNAS. DE AMOR E DE PAZ  UNIVERSAL - A Todos Vós Amigos e Amigas, Irmãos e Irmãs da Mesma Fraternidade Universal, que o Divino Foco Vos Ilumine e Vos Transmita as Suas Bênçãos Cósmicas Em Nome da Sagrada Irmandade da Luz 

Em todas as Eras tem havido mulheres e homens, cujas almas têm sido profundamente tocadas pela Natureza, pessoas para as quais as Estrelas falam do seu gracioso silêncio, para as quais a Lua não é só um corpo celeste, para as quais as plantas e os densos bosques, são como as catedrais da alma. Pessoas que amam e respeitam a Natureza, tirando partido dela sem a destruir, pessoas que acreditam que homens e mulheres, têm os mesmos direitos e se respeitam. Estes são os Pagãos








“VENHO  LEMBRAR-VOS DA NOSSA ORIGEM CÓSMICA
ACREDITAR QUE SOMOS PEÇAS FUNDAMENTAIS
ACTUANDO NA TRANSFORMAÇÃO PLANETÁRIA
IRRADIANDO A DIVINA LUZ  E ESPALHANDO
AS SEMENTES DO AMOR E DA  PAZ”


                           
 “Se quereis mudar o mundo, primeiro tentai melhorar  e mudar algo interior de vós mesmos. Isso ajudará mudar a vossa família. E daí passará para o que vos rodeia. Tudo o que fazemos tem algum efeito, algum impacto. In “O Caminho Para A Serenidade – Dalai  Lama

Sejamos crentes ou agnósticos, acreditemos em Deus ou no Karma, a ética moral é um código a qualquer  pessoa pode obedecer. Precisamos de qualidades humanas, como os escrúpulos, a compaixão e a humildade. Devido à nossa fragilidade e fraqueza humanas inatas, estas qualidades só são acessíveis através de um grande desenvolvimento individual, num meio social propício, de modo a que se possa criar um mundo mais humano”– In “O Caminho Para A Serenidade – Dalai  Lama

A luz, o mar, o vento. E as flores, os animais, a vida inteira. Não te apetece gritar? Explorar tudo isso num grito? Num excesso de excesso” – In Pensar – Vergílio Ferreira

“Não é nada, é um novo dia que começa. O Sol ergue-se pela éssima vez. Há luz no ar. Os pinheiros inundam-se dela, acenam-se na aragem a uma voz que vem de longe. Um cão ladra excitado à alegria da vida, há sinais longínquos do trabalho dos homens. Reconheço-me eu vivo também e recolho em mim o universo inteiro. Tudo se recompõe na vida que se suspendeu, as flores voltam a ter razão de ser luz. E há por cima um céu azul. Não é nada. É um  novo dia que começa  - In Pensar – Vergílio Ferreira




quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Nos Tempos do Mundo do Pós-Homem – O Período de Vida Poderá Duplicar ou Triplicar - E nesses dias voará sem precisar de se esforçar



Luis de Raziel - Peregrino Luz 


No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre a águas

Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra” – Disse Cristo, aos apóstolos

Mas, entretanto, chegará outro tempo e outros dias: “Chegará o dia em que homens reencontrarão as estepes e as savanas, aonde afluirão, pondo termo à sua escravatura, as bestas, na Terra imensa, caminharão ao encontro dos homens livres, coabitando na paz, tartarugas-gigantes, elefantes, bisontes, os reis da selva se juntarão aos homens libertados, bebendo das mesmas águas, respirando .urn ar purificado, não mais se dilacerando, será o começo” –  Escreve  a escritora, dramaturga e poeta austríaca Ingeborg Bachmann no seu livro Malina – editado em 1971


Na noite, que está prestes a findar, entre o dia 26 e 27– talvez por força do vento invernal que começou a soprar junto à pequena porta que dá acesso ao terraço do meu desvão do telhado, e estando eu recostado tranquilamente no humilde leito, no qual passo mais horas acordado que a dormir, espontaneamente, ao ler umas páginas do interessantíssimo livro que acabei de citar (adaptado para um filme em 1991, com o mesmo título dirigido por Werner Schroeter de um roteiro de Elfriede Jelinek , sim, ao deparar-me com um brevíssimo mas muito significativo texto,  ocorreu-me um artigo, em 21-5-1977, no já extinto Diário Popular, visto a minha visão vir a suceder (se bem que para um cenário mais longínquo)  ao profetizado, em meia dúzia de linhas, escritas em jeito divertido,   pela  conceituada autora, Ingeborg Bachmann, em  Malina – E que tão cedo partiu para a eternidade (Klagenfurt 25 de Junho de 1926 - 17 de Outubro de 1973.

O PODER DAS ARMAS NUCLEARES É VERDADEIRAMENTE DEVASTADOR E MORTIFEROTodavia, a insensatez do homem atual, faz  desfilar em grandes paradas, exibindo-as como meros brinquedos de humanos crescidos – Que  pasmam o olhar mas que dão profundamente que pensar a quem as olha seriamente e com preocupação.

Claro que não vão apodrecer indefinidamente nos seus paióis: um dia cumprirão a função cruel e odiosa por que foram concebidas – Mesmo assim, não será o fim … Pois este será apenas um episódio na longa jornada civilizacional  humana - 

Dias virão, em que, das cinzas e dos poucos que sobreviverão, se empreenderá outra caminhada e se levantarão outras espécies e outros seres. – A imagem da explosão atómica, que aqui lhe apresento, faz parte de um conjunto de diapositivos, que me foram oferecidos por António Lima de Paiva,  antigo legionário português (uma das quais publicadas, sob minha autorização no semanário Expresso,  Nº1194 ),  Não fui o autor sequência que foi fotografada, a escassa distância e fora do abrigo, mas fazem parte do meu vasto espólio fotográfico, tendo autorizado a sua  publicação no sumário Expresso, creio que nos finais da década de  80

DP – 21-5-77   - NA PEUGADA DO MUNDO DO PÓS-HOMEM  - O PERÍODO DE VIDA PODERÁ DUPLICAR OU TRIPLICAR
Por Jorge Trabulo Marques



Pelas leis naturais do princípio evolucionário, que de modo algum penso ter esgotado todos os seus infindáveis recursos para a cedência e inspiração de novos  valores e artificialismos no capítulo das espécies vivas, é mais que evidente e logicamente admissível  que a passagem de ser humano  para outro ser qualquer se irá consumar com incrível progressividade  no seu imparável percurso pelos tempos vindouros

Não alimento a menor incerteza. Tal facto será inevitável. O ser humano primeiramente começará por ultrapassar a sua inteligência. Daí em diante desenvolverá exordiaria  força torça produzida pela sua mente, cuja energia libertada e concentrada pela atenção poderá vir a atingir poderes com uma capacidade mais poderosa que qualquer das bombas atómicas que se constroem actualmente. Ou não será através da sua mente que as mesmas são concebidas e construídas? E, pela ordem natural das coisas, o progenitor e artificiador de determinada coisa ou objecto é sempre superior a essas criações. Inclusivamente, além de lhe saber dar o destino que melhor entender, mesmo que se trate de um engenho explosivo, pode despoletá-lo. Ora o engenho por si não o pode fazer. Claro que até pode servir para a autodestruição da mente que o imaginou. Bem, mas até isso ainda dependerá do seu querer.





Por meu lado, julgo que ao atingir essa fase que o elevará ao derradeiro ponto da perfeição última, será ainda entretanto uma criatura de espírito e de matéria. Fisionomicamente mais bela e atraente. Entre o homem e a mulher haverá semelhanças físicas mais acentuadas. Ambos tenderão, inevitavelmente, a conjugarem-se e numa criatura única. Manterão, como é evidente, os órgãos de procriação próprios de cada sexo; porém, estes, com o rodar do tempo, reduzirão enormemente a sua função e por tal motivo darão origem a que, em muitos seres nascidos, tais órgãos apareçam praticamente estéreis e sem qualquer finalidade reprodutiva. Porém, isso não constituirá problema porque fará parte do processo evolutivo em curso.
Meditação, em vez  de alimentação

PORTANTO, será um ser com uma compleição física mais perfeita e harmoniosa. Nada de aberrante ou de monstruosa como certas mentalidades doentias hoje o prevêem. Terá ainda, da, porém, muitos traços parecidos com os do homem actual. Mas apesar disso a diferença de muitos caracteres será enorme. Quando se detiver, por exemplo, a visitar algum dos seus museus antropológicos, ficará visivelmente estupefacto pela evidente dissemelhança entre si e os seus antepassados. Notará, inclusivamente, num misto de espanto, desdém e piedade, que tais imagens ou figuras lhe sugerem mais  um parentesco e parecenças com criaturas simiescas, que terão provavelmente quase o mesmo aspecto que hoje têm,  do que particularmente com as suas próprias pessoas, as quais sabem muito bem estarem na sua sucessão atávica.

Nessa altura, os seus hábitos e necessidades serão bastante alheios aos de hoje. Precisará de menos alimentos. Será capaz de passar dias e dias seguidos sem comer, entregue a profundas e prolongadas meditações. Terá pois mais necessidades espirituais do que físicas, visto ser essencialmente mais espiritual do que agora. Desenvolverá em ritmo notavelmente crescente um novo modo de ser e de estar no mundo. Nunca estagnará a sua cabeça em estúpidas monotonias ou hábitos rotineiros. Mesmo em estado de contemplações, far-se-ão passar pelo seu cérebro as imagens e os pensamentos mais díspares e elevados. Entregar-se-á, portanto, a momentos da mais indescritível e fértil imaginação. Viverá acordado como num sonho.

Todavia possuirá uma., capacidade de concentração verdadeiramente espantosa. Preocupações esquisitas não as conhecerá; 1 o seu mundo será simples, belo e natural. , A poluição já não o atingirá. As máquinas jamais serão suas escravas ou vice-versa. Haverá menos habitantes na terra. Porque esta travessará um período de faustosa abundância de beatífica paz, completo sossego e agradável bem-estar, que o levará a desprezar o sexo e a encará-lo como um  acto demasiado ridículo e animalesco. Os grandes centros populacionais, outrora existentes, serão velhas ruínas do passado, alguns dos quais já completamente subterradas pelo desgaste do tempo. Centros urbanos, como Lisboa, Madrid, Paris, Londres, Nova Iorque, Tóquio e outras cidades actualmente importantes no Mundo, serão lugares ainda com algumas pedras encasteladas mas desérticas e abandonadas por os seres dessa época terem sentido, desde há muito, relutância em aceitá-los. 

Os prédios, os bairros, as ruas, dessas cidades tê-los-ão julgado completamente desfasadas para as suas simplistas e práticas exigências. Preferirão o campo, a montanha, agrupar-se-ão em pequenos núcleos ou  povoados, aos amontoados das autênticas colmeias humanas do passado.

A era será caracterizada essencialmente  pela marca do espírito. Denominar-se--á. virtualmente, como “a grande era espiritual”. Porque, tais seres, ditos pós-homem, farão dessa qualidade uma constante no  seu quotidiano para a resolução de todas as coisas. Irão perdendo, no entanto, como já referi atrás, progressivamente uma grande faculdade: a da procriação da espécie.

E do fumo das labaredas e das cinzas se abrirá nova luz
A potência e  os instintos sexuais irão ficando atrofiados em muitos desses seres. Os grandes intelectuais do pensamento, os mais distintos, espiritualmente, serão os primeiros a abaterem-se dessa necessidade ou a perderem tal instinto. O índice de esterilidade e absentismo sexual terá proporções cada vez mais elevadas. Mas ninguém ligará importância ao facto. Da reprodução encarregar-se-ão, todavia, os seres mentalmente menos favorecidos e adiantados mentalmente. Pois essa desigualdade ainda persistirá. Ter-se-ão eliminado já todas as diferenças sociais e económicas; porém, a do pensamento manter-se-á indefinidamente.

Não haverá fronteiras

PARA efeito de melhor interpretação do que atrás referi sobre o comportamento do sexo, veja-se, por exemplo, qual o tipo de pessoas que têm hoje mais tendências proscritivas. Não será a gente mais rude e ignorante? E a mais pobre, materialmente?.. Não será nos países mais pobres e atrasados onde o índice de natalidade é maior? Naturalmente que sim! 

Claro que haverá outros factores a tomar em conta, mas o principal é o motivado pela ignorância e pobreza espiritual. Pois através dos tempos continuará a persistir. A evolução é um predicado de todos os seres, contudo o seu ritmo ou grau de avanço é que não  será, de facto, paralelamente igual a todos eles. Porém isso não obstará a que o entendimento não venha a ser, em tal futuro, o mais agradável e harmonioso. Reinará absoluta tranquilidade. A inveja, o egoísmo, males terríveis da nossa época, terão sido já então totalmente banidos. 

As superstições, as religiões - piores inimigos do livre pensamento e do desenvolvimento das civilizações ao longo das épocas - não terão já a menor aceitação. Nenhum desses seres irá em tais cantilenas. Não se guiará por qualquer das filosofias ou ideologias actuais. Acha-las-á mais do que ultrapassadas e ridículas. Os seus meios de comunicação serão apenas os seus sentidos. Não usará livros de espécie alguma. Os livros serão igualmente outras tantas peças de museu cuidadosamente guardadas. Prestará imensa atenção e devotado carinho a tudo quanto diga respeito ao pensamento. O passado servir-lhe-á apenas como pequeno passatempo desse deleite ou de mera curiosidade arqueológica.

Não haverá fronteiras entre os povos, de todo o Mundo. Não existirão estados ou nações. Também não haverá governos, exércitos ou autoridades seja de que tipo for. Será  a autêntica e pura anarquia, o  regresso à selva, às origens, mas num avanço mental como da noite para o dia. Dir-se-á que então ali irá viver em plena luz, em pleno sol do dia, e não na longa noite escura e de trevas em que viveram os seus predecessores. Os campos serão mais verdes, arborizados e luxuriantes. Os seres das outras espécies proliferarão e povoarão de novo a terra. A terra, que já cansada e quase improdutiva de tanto desbaratada e explorada durante a era das químicas e das máquinas, voltará a ter uma face renovada e fértil.
Viajar… através do cérebro

QUE mundo belo e maravilhoso então não será esse! Um mundo onde até as enfermidades, as doenças já estarão de todo extintas. Eis pois que fantástico paraíso esperará o pós-homem.

A única entidade a que ele, todas as raças, todos os grupos étnicos obedecerão, será unicamente ao Universo, que far-se-á sentir em todo o seu esplendor e vitalidade, O período de vida duplicará ou triplicará. Não haverá transportes de espécie alguma. No entanto o pós-homem deslocar-se-á para onde bem entender com a maior das facilidades. O seu extraordinário poder mental levá-lo-á para onde quiser.

Não terá pois necessidade de transportes de tipo algum. A configuração corpórea do elemento pós-homem será de facto constituída pela matéria, mas esta servirá unicamente para albergar o seu espírito em determinadas condições. Funcionará como uma espécie de centro físico de aperfeiçoamento entre o seu espírito e os cosmos. Quando precisar de estar presente neste ou naquele lugar, mais afastado do seu meio, seja da terra seja do espaço, fará unicamente uso do poder espiritual. E isto porque será dotado da fantástica possibilidade de se transcender e desdobrar da própria matéria sempre que queira. 

O seu corpo permanecerá num repouso letárgico, nuns casos. Porém, nos indivíduos de maior craveira e sublimidade mental, poderá mesmo sumir-se nas brumas do invisível. Contará realmente ainda com esta assombrosa faculdade. Viverá numa espécie 'de dupla vivência. Mas sempre em perfeita consciência desses dois estados.

Hoje tal só é possível ao ser humano, mas de modo inconsciente, quando o seu espírito voga através do sonho, contudo, o pós-homem, como já disse, viverá num género de sonho permanentemente acordado e não precisará de andar armado em saltimbanco, saltitando grandes distâncias, com o seu corpo, desta para aquela zona, como o faz o actual homem. Fixar-se-á, definitivamente, na região onde nascer. O sítio que o acaso lhe destinar oferecer-lhe-á as condições indispensáveis para as necessidades simples do seu organismo. As de carácter mental serão, sem dúvida, ilimitadas pois será insaciável neste domínio. No entanto, os recursos de que será possuída a sua mente não encontrarão quase barreira alguma. Somente estarão condicionados e irão variar de acordo com o grau de avanço que cada pós-homem for progressivamente atingido dentro da escala evolucionária.

Assim, mediante esse estado, a capacidade transmutativa e a facilidade que cada um deles terá de situar o seu raio cerebral ou naquele ponto da Terra ou do Universo, oscilará, no entanto, incrivelmente no seu comportamento e  formas rápidas. Assim, nesse natural seguimento, cérebros haverá que terão que  terão que se conformar com  velocidade do raio do relâmpago. Que, diga-se em abono da verdade, embora nos pareça verdadeiramente   fulminante e no recorde absoluto do movimento de todas as coisas no cosmos, todavia, ainda francamente modesta  para a extraordinariamente produzida pelo ponto culminante do raio cerebral, no qual se consubstanciarão todos os valores do pensamento e do saber, num comprimento de onda fabulosamente electrizante e cuja velocidade, por tão inconcebível hoje à mente do homem do homem, nem sequer oferece o mínimo termo de comparação possível. Porque actualmente ainda é demasiado humano  para que atinja tal óptica compreensiva. Exactamente do mesmo modo que ao homem da pré-história teria sido impossível imaginar que ele hoje pudesse fazer os inventos que tem feito e guindar-se à posição intelectual que actualmente desfruta.



Registos de algumas das impressionantes imagens, no Atol Nuclear da Moruroa, no Pacífico, colónia francesa, oferecidas ao autor deste blogue por ex-legionário da Legião Francesa e ex-combatente da guerra colonial, António Lima de Paiva - 



O diapositivo de uma destas imagens - da explosão atómica no Atol Nucelar da Mururoa, no Pacífico - Mururoa Nuclear Tests, RNZN protest Veterans, cujas experiências têm sido contestadas, quer por veteranos, que ali foram afeactados por fortes radiações, quer por várias instituições pacifistas da comunidade internacional, foi publicada, sob minha autorização, no Nº1194 do semanário Expresso, como disse, fazem parte de uma colecção de slides e de fotografias, que me foram gentilmente oferecidas pelo seu autor. Na sequência de uma entrevista que me concedeu para a Rádio Comercial-RDP, nos anos oitenta. Na altura, ele estava a atravessar (pareceu-me) um período de uma certa depressão.. Não sei se ainda é vivo. Bem gostava que fosse. Mas duvido, dados os riscos de radiações a que se expôs. Pois nunca mais o vi.

Alguns dos vários documentos confidenciais que me confiou António Lima de Paiva. a  que me refiro detalhadamente em http://www.vida-e-tempos.com/2010/08/templos-negros-da-guerra-colonial-lobo.html

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Noite de Natal O Céu não estava estrelado mas uma estrela luzia, - De Manuel Daniel - O Poeta, quase invisual, que divide o coração entre Meda, sua terra natal e Foz Côa, onde constituiu família e tem vivido - Autor de vasta obra literária e da notável antologia “Cem Poemas Portugueses Sobre o Portugal e o Mar



OS OLHOS JÁ QUASE NADA VÊEM MAS O CORAÇÃO CONTINUA ACORDADO   --

Pese o facto dos seus olhos já não poderem contemplar a luz e a beleza que o inspiraram a escrever os mais belos poemas, tendo como temas os costumes da terra e das suas gentes, mas também os valores pátrios, religiosos   e  de pendor universal, sim,  pensámos que os demais sentidos, reforçados pela sua fé e determinação inabalável pela paixão da escrita e pelo gosto  da vida, continuarão, certamente, ainda mais sensíveis, para poder ir ao fundo do baú da sua memória e poder continuar a brindar-nos  com os seus excecionais dotes literários, desde o teatro, à  poesia e à ficção  - Obviamente que uma tal tarefa, além de só ser possível com o amparo da esposa, dos filhos e netos, que nunca lhe negaram o indispensável carinho e apoio, naturalmente que exige um esforço hercúleo a quem contraia a cegueira adulto: a vida espiritual, por certo, se intensificará mas as limitações físicas, vão-se tornando num calvário que só Deus e quem leva essa pesada cruz,   compreenderá o drama na sua verdadeira extensão.


Neste sagrado dia da Natividade,  ao mesmo tempo que aqui temos o prazer de transcrever dois dos seus  lindos poemas, inseridos no Espírito Natalício, aproveitámos para lhe expressar os votos amigos de um Feliz Natal, junto dos que lhe são queridos e desejando que  a deficiência visual, que tão profundamente o afecta, recupere e não se agrave 



GLORIFICAR O NATAL NAS TREVAS É CERTAMENTE O MAIOR TRIUNFO DO QUERER HUMANO


Noite de Natal
O Céu não estava estrelado
mas uma estrela luzia,
Num barraco desprezado
estavam José e Maria.
Num monte distanciado
A branca neve caía.
Mas no negrume fechado
De repente se fez dia.



Uma criança chorava
quando a luz se refectia
num espaço onde ecoava
um cântico de alegria,
cântico que reboava
numa perfeita harmonia
enquanto José Louvava
e aos céus agradecia.


Era um mistério sagrado
o que ali acontecia.
Um pastor admirado,
cantava, dançava e ria.
O próprio  tempo, abismado
em dois tempos se repartia.
E sobre palhas deitado
O Deus menino dormia.
.
Manuel Daniel – do Livro  Chão de Areia











Natal  - “Sempre assim foi: Mistério, encantamento,
anjos cantando, a Estrela de Belém,
céus e Terra louvando o nascimento
de Jesus que nasceu para o nosso Belém…


E sempre assim será. Mas vão passando
os anos na natureza dos seus trilhos.
e só é já Natal para mim quando

se renova nos olhos dos meus filhos.

Manuel Daniel – do Livro  Chão de Areia


Nasceu na cidade da Meda em 18 de Novembro de 1934.
A partir dos 20 anos de idade , propôs-se e fez os exames do ensino secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978 da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser licenciado.
Tendo começado a trabalhar aos 11 anos, fez uma longa carreira da função pública nas tesourarias e repartições das Finanças da Meda, Pombal, Reguengos de Monsaraz, S. João da  Pesqueira, Vila Nova de Foz Côa e Guarda, culminando como dirigente superior da Direção Geral do Tesouro, no Ministério das Finanças, onde foi responsável pelos serviços técnicos e financeiros das Tesourarias de Fazenda Pública.

O seu gosto pela literatura foi-se manifestando no jornalismo, na poesia e no teatro, tendo publicado “Caminhada Imperfeita” (poemas), “Auto da Juventude”, “Lourdes”, “Eram meninos como nós” (teatro), “A porta do labirinto” (poemas, textos e teatro) e visto uma letra de forma uma conferência sobre “O Feriando Municipal da Meda e S.Martinho”, promovida pelo respetivo município.

Tem inéditas cerca de uma vintena de peças de teatro, a maior parte das quais para crianças e jovens. Colaborou em diversos jornais e revistas e manteve durante mais de um ano uma crómica dominical  na “Rádio Altitude da Guarda”






Foi sócio da extinta Sociedade Portuguesa de Escritores e é membro da Sociedade Portuguesa de Autores; co-fundador do quinzenário” Luz da Beira” (Meda 1954.1974), do mensário “Palavra”, (Reguengos de Monsaraz a partir de 1966), co-fundador e diretor do boletim intermunicipal “Terras e Gentes” (mensário, 1986-1995) dos municípios de Meda, S. João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
Em Vila Nova de Foz Côa presidiu durante 12 anos à Assembleia Municipal  e, durante 23, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia. Pela sua ação social,  foi distinguido pelo “Diploma de Mérito” pela Câmara Municipal. Reside desde 1971 na cidade de Vila Nova de Foz Côa, onde exerce advocacia.