Segundo a informação da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, "o Festival Internacional de Cinema de Foz Côa – Cinecôa regressa em 2016 com um
cartaz diversificado e pensado para diferentes públicos. De 17 a 19 de
Novembro, o auditório de Vila Nova de Foz Côa vai exibir oito longas metragens,
seis curtas e muitos filmes de animação para os mais pequenos.
O destaque desta edição vai para o filme
“Altamira”, do conceituado realizador Hugh Hudson, já que permite um
paralelismo entre a caverna de Altamira, conhecida como a Capela Sistina da
arte rupestre, e as gravuras do Parque Arqueológico do Vale do Côa. “Não é de
forma inocente que abrimos assim o Cinecôa. O filme, protagonizado por Antonio
Banderas, faz uma grande aproximação entre dois pontos fulcrais da arte
rupestre europeia, como são Altamira e Foz Côa”, explica António Valente,
membro da organização.
Hugh Hudson vai estar presente no
Cinecôa para mostrar a sua mais recente obra no dia 17. “Trata-se de um
realizador inglês que é o autor de ‘Momentos de Glória’, um filme que ganhou
quatro Óscares, e que marcou todo um conjunto de gerações”, destaca António
Valente.
No dia 18, será exibido o filme-concerto
"Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens", um clássico alemão de 1922,
dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau, e será acompanhado, em palco, pela
Orquestra do Norte.
Os filmes portugueses vão dominar o
segundo dia do Festival e a sessão termina com um Cine Concerto da Orquestra do
Norte. Do Cinecôa constarão ainda filmes recentemente produzidos em Marrocos,
Espanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Brasil e Cuba. A entrada é gratuita e
são esperadas cerca de 3 mil pessoas ao longo dos três dias.
O Festival Internacional de Cinema de
Foz Côa também vai distinguir António-Pedro Vasconcelos, realizador de obras
cinematográficas como “Jaime”, “Os Imortais”, “Call girl” ou “Os gatos não têm
vertigens”, filme que abriu o Cinecôa na edição anterior. “Vamos homenagear um
dos realizadores mais polémicos e com os filmes mais vistos pelo público
português. Será exibido o seu último filme – Amor Impossível, seguido de um concerto
da filha, Patrícia Vasconcelos, que acaba de lançar um disco”, refere António
Valente.
Organizado pela Câmara Municipal de Vila
Nova de Foz Côa, o Cinecôa acontece ininterruptamente desde 2011, ano da sua
estreia, e já homenageou ou contou com a presença de figuras marcantes do
cinema como Manoel de Oliveira, Lisandro Alonso, Benoît Jacquot, Teresa
Vilaverde ou Tino Navarro.
DE CAPITAL DA AMENDOEIRA A MECA DO
CINEMA
A minha cidade, terra natal do meu avô
paterno, sede do concelho da minha aldeia (e de mais 16 freguesias), vai ser
palco, este fim-de-semana – de 17 a 19 de Novembro - de mais um evento, com
projeção, nacional e internacional – Pena não poder estar presente mas ofereço aqui ao leitor algumas imagens, que me foram enviadas, juntamente ao detalhado
texto, pela entidade organizadora, a
Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, a que
também me associo editando algumas fotografias, de minha autoria, daqueles
mágicos lugares, que os homens do paleolítico, há mais de 20 mil anos, escolheram
para ali gravarem, nas lascas do xisto, as
graciosas e estiladas figurinhas, dos animais que por lá vagueavam e caçavam, aproveitando-se das margens e das águas do Rio Côa e de alguns dos seus afluentes, beneficiando de um micro-clima menos severo das grandes invernias
rigorosas, que caracterizavam as terras mais altas ou até o litoral
Enfim, tal
como é referido por especialistas, “pescando e caçando para sobreviver,
gravando com «silex» os painéis do rijo xisto de ambas as margens, por ali se
mantendo ou vagueando os seus descendentes, homens do Mesolítico, Neolítico,
Calcolítico, Bronze e Ferro, numa sucessão de gerações inter-milenares, que se
sucederam c completaram. Assim, na Canada do Inferno, no Vale de Figueira, no
Vale de José Esteves, no Vale Cabrões, gravuras do Paleolítico e de períodos
posteriores marcam bem a presença humana na área que hoje é termo de Vila Nova
de Foz Côa.
No Castelo Velho do Monte Meão poderemos vir a encontrar
vestígios pré-históricos, se bem que a muralha visível nos leve tão somente à
Idade Média ou, mesmo, ao período de ocupação romana. Só sondagens
arqueológicas poderão dar resposta a esta constante interrogação das pessoas,
desde a visita ao local, no século XIX, do Abade de Miragaia.
Não
será descabida a hipótese de tentar localizar, no lugar do Castelo, vestígios
de um povoado da Idade do Ferro. Imensos vestígios líticos encontram-se nas
imediações! No Paço são abundantes os vestígios de ocupação do período romano,
o que nos leva a supor estarmos (ali no Castelo) perante um «Castro
Romanizado»! No lugar do Azinhate sondagens arqueológicas permitiram recolher
alguns materiais dos finais da Idade do Ferro, do período Romano e ainda da
Idade Média, o que leva a referenciar, naquela veiga planáltica, uma ocupação
ultra-secular continuada. Aliás, a julgar por notícias recentes, a Ara votiva
que se encontra na Matriz de Foz Côa, dedicada a Júpiter, teria sido oriunda
deste sítio.
Nos
primórdios da Nacionalidade deve a terra ter sido arrolada pela Coroa, mantendo-se
durante muito tempo como «terra reguengueira». Assim se explicará a sua não
dependência do então município de Numão, bem como a disponibilização e vontade
de D. Dinis em lhe conceder foros e mercês.
Recebeu
o seu primeiro foral de D. Dinis, que lho outorgou em 21 de Maio de 1299. Nessa
época, Foz Côa compreendia os seguintes limites: para além da Vila Nova, o
lugar da Veiga de Santa Maria com seu termo; o Azinhate; Aldeia Nova, que por
sua vez chegava ao termo de Vale de Boi, e daí o termo ia em direcção à Portela
de Anovia, Muxagata, seguindo para o Côa até ao Douro. O foral dionisino
reflecte já um processo de anexação, uma vez que a descrição do termo
individualiza alguns lugares. Refira-se ainda que poucas décadas antes, no
reinado de D. Afonso III, o lugar da Veiga foi objecto de uma Carta de
Composição entre as Câmaras de Numão e da Vilariça.
O
segundo foral foi-lhe também atribuído pelo mesmo monarca, que o fez, em
Lisboa, a 24 de Julho de 1314. Entre as doações fernandinas, de 1 de Fevereiro
de 1371, a favor de Fernando Afonso de Zamora figura também Foz Côa. O mesmo
monarca, em 1373, torna a doar as terras de Foz Côa, mas agora a Rui Vasques
Fernandes. – Excerto de http://www.cm-fozcoa.pt/index.php/o-concelho/freguesias/79-concelho/freguesias/66-freguesia-de-vila-nova-de-foz-coa
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