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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Dia de Natal – Exemplo de Cristo subvertido pelo egoísmo selvagem mercantil - Dia da fraternidade familiar (quem o pode fazer) e dos miseráveis encherem a barriga para todo o ano – E também o da caridade hipócrita se mostrar. Salvo as boas intenções, não há corrupto que se preze que não ofereça a sua lembrançazinha ou lembrançazona. – É o nosso Mundo! Mas há que pugnar por um mundo mais justo e melhor. Oxalá o ano, 2016, não nos traga mais escândalos financeiros para o zé povinho pagar.



Imagem registada às duas da manhã de 25 de Dez .2015 - Natural do Gana, 39 anos de idade, sem-abrigo





O ano tem 365 (6) dias mas hoje é um dia especial - É dia de Natal!  - Creio que são mais os que lembram da lembrançazinha que vão oferecer ou receber do que do verdadeiro significado natalício -  Sim, a bem dizer, hoje é o dia de todos sermos bonzinhos e dos sem-abrigo encherem a barriga para todo o ano, se possível sob os holofotes televisivos, que é para mostrar que vivemos num mundo cor de rosa, em que até os pobres são felizes com a sua pobreza e não há explorados nem exploradores. O mau é que, depois de receberem a esmola, muitos têm que dormir ao relento, sem o mínimo de conforto, em condições desumanas, deixados à sua sorte, como meros desperdícios do lixo.

Na verdade, é mais o dia da   hipocrisia se ostentar, com falsas caridades, que outra coisa .Salvo as boas intenções, que há - e mal ia o mundo se assim não fosse - não há corrupto que se preze que não ofereça a sua boa lembrançazinha ou lembrançazona. .É a face oculta mais cínica do capitalismo corrupto e corruptor. Que é transmitida com os mais inocentes e gentis sorrisos. Ninguém é mau neste dia. Os que são maus, à força de tantos enfeites e alegorias, hinos de amor e de paz que se ouvem por estes dias, sentem-se como que naturalmente impelidos a deixarem de ter remorsos das suas maldades ou patifarias. Se é que alguma vez os tiveram!... E os que são bons, sendo já bons por natureza - sobretudo os pobres de espírito, porque, segundo diz a doutrina bíblica, deles é o reino do céu - sim, então estes nem sequer têm tempo de pensar no mal (e na exploração) que os outros lhe fizeram. Na ótica cristã continuarão a ser os símbolos das mais exemplares virtudes da igreja.

39 anos - Natural do Gana - 02 horas - 25 Dez- 2015
A noite da consoada, que antecede o dia de Natal,  já lá vai : a esta hora em que escrevo estas linhas, a  madrugada já descai para a alvorada   - Daqui a algumas horas nasce o sol. Mesmo que encoberto de nuvens ou de nevoeiro, sim, aqui em Portugal e no hemisfério Norte, tempo de Inverno, ele  vai dar-nos a sua claridade - O sol quando nasce é  para todos: para os ricos e pobres - Infelizmente, só que de forma drasticamente desigual.


Pena que Deus, apontado como Criador da Terra e do Mundo, o tivesse criado com tamanhas desigualdades e imperfeições sociais. Pena, também, que a palavra de Jesus Nazareno, que nasceu em Belém, há pouco mais de dois milénios, tenha sido adulterada e subvertida, com fanatismos que baniram milhões de vidas  - Pena que o seu exemplo, de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39) , tenha dado lugar ao mais desenfreado individualismo e egoísmo dos tempos que correm

O Verdadeiro significado do Natal, hoje em dia é para fazer com que os ricos sejam ainda mais ricos e os pobres mais pobres 

Natal, cada vez mais um ritual  propenso ao consumismo de que a comemorar  a festa de natividade e da solidariedade: pensa-se mais nas prendas a oferecer de que no verdadeiro significado natalício – Um negócio chorudo para os shoppings e as grandes superfícies comerciais (não é por acaso que o  dono do Pingo Doce, que até transferiu a sede da empresa apara um paraíso fiscal, tem a riqueza que tem  Dono do Pingo Doce é o homem mais rico de Portugal ..


 Depois de cumprir a minha obrigação social, indo passar a ceia de Natal em casa de familiares, voltei ao meu desvão do telhado., pouco depois das duas da manhã - Vim da Amadora: uma parte do percurso foi feito a pé: o Metro,  que sempre tem primado por tramar os seus utentes, com milhares de greves,  na véspera de Natal, também não foi exceção: entrei na estação da Amadora,  vinte para a meia-noite, a composição só dali partiu nove minutos depois da uma - Como consequência: quando cheguei a S. Sebastião da Pedreira, já não pude apanhar a ligação para a Alameda D. Afonso Henriques, tendo que fazer o percurso a pé - Havia a hipótese de alugar um táxi mas  lá iam uns quantos euros ao maneta. Mas não estou arrependido: foi um bom exercício físico e deu para ver a solidão da cidade: mais carros de que pessoas na rua. E também para me dar conta - uma vez mais - da cruel desigualdade social, que não permite sequer a que, muitas criaturas humanas, disponham de um teto de abrigo. 
Foi o que pude constatar com a vida do sem-abrigo, que se refugiam nas entradas do Mercado de Arroios - Atualmente, em obras de recuperação - Bom era que tivesse sido transformado num Centro de Abrigo Social - Pois, dada a concorrência das grandes superfícies comerciais e das lojas de indianas,  de legumes e de fruta, que agora estão por todo o lado da cidade, o que ali se vê, são mais restaurantes de que o típico mercado tradicional. 

MENOS REPRESSÃO MAS MAIS DESUMANIDADE QUE NO TEMPO DO FASCISMO

Creio que, nem no tempo da ditadura salazarista, de forma tão exposta, este se via este fenómeno cruel e desumano - Há dinheiro para salvar os banqueiros e não há dinheiro para arranjar centros sociais de abrigo para os abandonados e desprotegidos - Pois, os que existem, é a pequena migalha para salvar as aparências.   

Em Lisboa, em 2013,  as estatísticas estimavam em mais de duas mil pessoas, sem-abrigo. Obviamente que seriam já muito mais e hoje  serão ainda mais que há dois anos,  pois quem é capaz de contabilizar, com rigor a miséria?  A que se expõe publicamente ou a envergonhada, que procura esconder a sua fraqueza. Que, "Não tem só a ver com habitação, mas também por desemprego, problemas familiares, adições, tudo misturado. Cada vez mais, mesmo por penúria económica, incapacidade de pagar, e algumas pessoas fazem parte de uma pobreza envergonhada" ,População sem-abrigo em Lisboa já ultrapassa as duas mil 

O ano passado era assim
Existem alguns centros de acolhimento sociais para os sem-abrigo mas não passa de uma gota num oceano de abandono e desamparo. Quem dorme na rua, dificilmente pode gozar de boa saúde – Faz as necessidades na rua, fica debilitado,  e, tanto pode contrair doenças como transmiti-las. Mais tarde ou mais cedo acaba num hospital. O que significa que o Estado acaba  por gastar mais, com esses desprotegidos, de que se lhe criasse o mínimo de  condições de existência: pelo menos um  sítio onde pudessem pernoitar e comer uma refeição. – Pois, seja quem for, todo o ser humano é uma pessoa e a sua vida é um milagre de Deus, que  urge respeitar e dignificar.

 Em Lisboa, só o ano passado, as estatísticas estimavam em mais de dois mil as pessoas, sem-abrigo . Obviamente que seriam já muito mais e hoje  serão ainda mais que em 2013,  pois quem é capaz de contabilizar, com rigor a miséria?  A que se expõe publicamente ou a envergonhada, que procura esconder a sua fraqueza. Que, "Não tem só a ver com habitação, mas também por desemprego, problemas familiares, adições, tudo misturado. Cada vez mais, mesmo por penúria económica, incapacidade de pagar, e algumas pessoas fazem parte de uma pobreza envergonhada" ,População sem-abrigo em Lisboa já ultrapassa as duas mil 

MUNDO CÃO 

É frequente ouvir-se a expressão: “quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais” – Sim, é bom gostar dos animais mas não se pode passar de um extremo a outro – De facto, também nem toda a gente pode ter amimais, em sua casa, porém, não sou lá muito bem que se criem hotéis para cães e se acolha o ser humano 
"Na Quinta Monte dos Vendavais, o seu cão pode hospedar-se num dos 128 amplos alojamentos individuais, todos com zona coberta, onde se encontram confortáveis camas, e equipados com bebedouros automáticos. Todos os nossos hóspedes usufruem diariamente de parques de passeio individuais, com a possibilidade de banho numa agradável piscina para brincadeiras, sempre ao som de música ambiente que servirão de cenário perfeito para umas férias inesquecíveis. Hotel para Cães - Monte dos Vendavais

LIBERALISMO SELVAGEM PORTA-SE PIOR QUE O NAZISMO


Enquanto o nazismo pretendia criar um estado forte (“Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a trusts. Pedimos uma participação nos lucros  das grandes empresas.), o atual liberalismo, pelo contrário: não deixa de ser menos perverso ao pretender privatizar  tudo quanto dê lucro
– De facto, por este andar (com o desemprego a galopar  -  01/07/13  - 19,22 milhões de pessoas estão desempregadas.. Desemprego na Eurozona volta a registrar aumento - não tarda que surjam por aí fornos crematório – Não para reduzir as cinzas os mortos, pois estes já existem. Mas para exterminar todos aqueles que se revelem estorvo à fictícia imagem  propalada pelo el dourado do capitalismo selvagem 

“O desemprego que se vem acentuando na Europa e em todo o mundo é proveniente de vários fatores, dentre eles o acelerado processo de globalização"

"Outro motivo não menos importante que o anterior é a migração de empresas para outros países ou continentes, dessa forma, a produção é desenvolvida nas filiais e na Europa permanecem somente as sedes que direcionam os rumos do empreendimento. Isso significa que ao migrar, buscando benefícios (isenção de impostos, mão-de-obra com baixo custo, leis ambientais frágeis, matéria-prima, entre muitas outras), as empresas deixam de gerar emprego para os europeus, agravando o fenômeno do desemprego.

Madrid vai multar quem acampar, pedir esmola ou solicitar prostitutas na rua” – Ideologia liberal promove as desigualdades sociais, gera desemprego, agora o próximo passo é certamente o extermínio para quem não se suicidar- Suicídios e depressões estão a aumentar com a crise -  só resta fazer como os nazis: criar formos crematórios.

Enquanto não nos libertamos do euro não há volta a dar - Unicamente favorece a economia alemã e empobrece os países mais pobres e periféricos - Não é possível termos uma moeda forte se somos um país pobre. Alemanha lucra com a crise europeia ao poupar quase 41 milhões em juros 

 CAPITALISMO  SELVAGEM ATUAL - NADA TEM A VER COM O DINHEIRO GERADOR DE TRABALHO, DE RIQUEZA E PRODUTIVIDADE MAS COM A CORRIDA DESENFREADA, DESUMANA E ESPECULATIVA DO LUCRO

Um em quatro europeus está em risco de pobreza

09.09.2015 / Com a média do Produto Interno Bruto (PIB) dos 28 países da União Europeia nos 26 mil euros per capita, um quarto da população europeia encontra-se em risco de pobreza ou exclusão social. Dos 123 milhões de pessoas em risco de pobreza, 50 milhões estão em extrema pobreza. - Veja mais em: 4 Um em quatro europeus está em risco de pobreza

Europa: 133 milhões de pobres sofrem mais com políticas de austeridade (Cáritas) Lisboa, 19 fev 2015 (Ecclesia) - A confederação europeia da Cáritas apresentou hoje em Roma o terceiro relatório sobre a crise, no qual denuncia a existência de 133 milhões de pobres na União Europeia e o aumento das desigualdades sociais.
O documento adianta que a situação se agravou com a crise financeira e as políticas de austeridade, analisando em particular os seus impactos na Itália, Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Roménia e Chipre. Agência Ecclesia - Europa: 133 milhões de pobres sofrem 

Portugal voltou aos níveis de pobreza de há dez anos

HÁ UM ANO - 30/01/2015 - 22:27 Portugal voltou aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. Agora, como em 2003 ou 2004, uma em cada cinco pessoas é pobre. Dois milhões de portugueses. É este o retrato cru que se retira do inquérito às condições de vida e rendimento, publicado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Alguns números dizem respeito a 2013, outros já são de 2014. Mas as tendências vão no mesmo sentido. A desigualdade na distribuição de rendimentos agrava-se. A taxa de privação material cresce. Há mais pessoas em risco de exclusão social. Mais crianças pobres. E quem é pobre está mais longe de deixar de o ser.

Depois de aumentar em 2012 para 18,7% da população, a taxa de risco de pobreza voltou a agravar-se em 2013, passando para 19,5%. E se no início da crise já havia sinais de que as desigualdades e a exclusão estavam a aumentar, hoje, à luz de alguns anos, é “inequívoco” que se inverteu o ciclo de redução da pobreza, diz o investigador Carlos Farinha Rodrigues, especialista em desigualdades, exclusão social e políticas públicas. Em 2004, a taxa de pobreza era de 19,4%, em 2005 de 18,5%, em 2006 de 18,1%. Cinco anos depois, 2011, estava nos 17,9%. Portugal voltou aos níveis de pobreza de há dez anos .08/10/2015    Portugal. Risco de pobreza ou de exclusão afecta 2,8 milhões 21/05/2015     Portugal é dos países mais pobres e desiguais da OCDE.......- Tribunal absolve Oliveira e Loureiro

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.


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