Imagem registada às duas da manhã de 25 de Dez .2015 - Natural do Gana, 39 anos de idade, sem-abrigo |
O ano tem 365 (6) dias mas hoje é um dia especial - É dia de Natal! - Creio que são mais os que lembram da lembrançazinha que vão oferecer ou receber do que do verdadeiro significado natalício - Sim, a bem dizer, hoje é o dia de todos sermos bonzinhos e dos sem-abrigo encherem a barriga para todo o ano, se possível sob os holofotes televisivos, que é para mostrar que vivemos num mundo cor de rosa, em que até os pobres são felizes com a sua pobreza e não há explorados nem exploradores. O mau é que, depois de receberem a esmola, muitos têm que dormir ao relento, sem o mínimo de conforto, em condições desumanas, deixados à sua sorte, como meros desperdícios do lixo.
Na verdade, é mais o dia da hipocrisia se ostentar, com falsas caridades, que outra coisa .Salvo as boas intenções, que há - e mal ia o mundo se assim não fosse - não há corrupto que se preze que não ofereça a sua boa lembrançazinha ou lembrançazona. .É a face oculta mais cínica do capitalismo corrupto e corruptor. Que é transmitida com os mais inocentes e gentis sorrisos. Ninguém é mau neste dia. Os que são maus, à força de tantos enfeites e alegorias, hinos de amor e de paz que se ouvem por estes dias, sentem-se como que naturalmente impelidos a deixarem de ter remorsos das suas maldades ou patifarias. Se é que alguma vez os tiveram!... E os que são bons, sendo já bons por natureza - sobretudo os pobres de espírito, porque, segundo diz a doutrina bíblica, deles é o reino do céu - sim, então estes nem sequer têm tempo de pensar no mal (e na exploração) que os outros lhe fizeram. Na ótica cristã continuarão a ser os símbolos das mais exemplares virtudes da igreja.
39 anos - Natural do Gana - 02 horas - 25 Dez- 2015 |
Pena que Deus, apontado como Criador da Terra e do Mundo, o tivesse criado com tamanhas desigualdades e imperfeições sociais. Pena, também, que a palavra de Jesus Nazareno, que nasceu em Belém, há pouco mais de dois milénios, tenha sido adulterada e subvertida, com fanatismos que baniram milhões de vidas - Pena que o seu exemplo, de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39) , tenha dado lugar ao mais desenfreado individualismo e egoísmo dos tempos que correm
O Verdadeiro significado do
Natal, hoje em dia é para fazer com que os ricos sejam ainda mais ricos e os
pobres mais pobres
Natal,
cada vez mais um ritual propenso ao consumismo de que a comemorar a festa de natividade e da solidariedade:
pensa-se mais nas prendas a oferecer de que no verdadeiro significado natalício – Um
negócio chorudo para os shoppings e as grandes superfícies comerciais (não é
por acaso que o dono do Pingo Doce, que
até transferiu a sede da empresa apara um paraíso fiscal, tem a riqueza que tem Dono do Pingo Doce é o homem mais rico de Portugal ..
Depois
de cumprir a minha obrigação social, indo passar a ceia de Natal em casa de familiares, voltei ao meu desvão do telhado., pouco depois das duas da manhã - Vim da
Amadora: uma parte do percurso foi feito a pé: o Metro, que sempre tem
primado por tramar os seus utentes, com milhares de greves, na véspera de
Natal, também não foi exceção: entrei na estação da Amadora, vinte para a
meia-noite, a composição só dali partiu nove minutos depois da uma - Como
consequência: quando cheguei a S. Sebastião da Pedreira, já não pude apanhar a ligação para
a Alameda D. Afonso Henriques, tendo que fazer o percurso a pé - Havia a
hipótese de alugar um táxi mas lá iam uns quantos euros ao maneta. Mas não
estou arrependido: foi um bom exercício físico e deu para ver a solidão da
cidade: mais carros de que pessoas na rua. E também para me dar conta - uma vez
mais - da cruel desigualdade social, que não permite sequer a que, muitas
criaturas humanas, disponham de um teto de abrigo.
Foi o que pude constatar com a vida do sem-abrigo, que se refugiam nas entradas do Mercado de Arroios - Atualmente, em obras de recuperação - Bom era que tivesse sido transformado num Centro de Abrigo Social - Pois, dada a concorrência das grandes superfícies comerciais e das lojas de indianas, de legumes e de fruta, que agora estão por todo o lado da cidade, o que ali se vê, são mais restaurantes de que o típico mercado tradicional.
Foi o que pude constatar com a vida do sem-abrigo, que se refugiam nas entradas do Mercado de Arroios - Atualmente, em obras de recuperação - Bom era que tivesse sido transformado num Centro de Abrigo Social - Pois, dada a concorrência das grandes superfícies comerciais e das lojas de indianas, de legumes e de fruta, que agora estão por todo o lado da cidade, o que ali se vê, são mais restaurantes de que o típico mercado tradicional.
MENOS
REPRESSÃO MAS MAIS DESUMANIDADE QUE NO TEMPO DO FASCISMO
Creio
que, nem no tempo da ditadura salazarista, de forma tão exposta, este se via
este fenómeno cruel e desumano - Há dinheiro para salvar os banqueiros e não há
dinheiro para arranjar centros sociais de abrigo para os abandonados e desprotegidos
- Pois, os que existem, é a pequena migalha para salvar as aparências.
Em Lisboa, em 2013, as estatísticas estimavam em mais de duas mil pessoas, sem-abrigo. Obviamente que seriam já muito mais e hoje serão ainda mais que há dois anos, pois quem é capaz de contabilizar, com rigor a miséria? A que se expõe publicamente ou a envergonhada, que procura esconder a sua fraqueza. Que, "Não tem só a ver com habitação, mas também por desemprego, problemas familiares, adições, tudo misturado. Cada vez mais, mesmo por penúria económica, incapacidade de pagar, e algumas pessoas fazem parte de uma pobreza envergonhada" ,População sem-abrigo em Lisboa já ultrapassa as duas mil
O ano passado era assim |
Em
Lisboa, só o ano passado, as estatísticas estimavam em mais de dois mil as pessoas, sem-abrigo . Obviamente
que seriam já muito mais e hoje serão ainda mais que em 2013, pois
quem é capaz de contabilizar, com rigor a miséria? A que se expõe
publicamente ou a envergonhada, que procura esconder a sua fraqueza. Que,
"Não tem só a ver com habitação, mas também por desemprego, problemas
familiares, adições, tudo misturado. Cada vez mais, mesmo por penúria
económica, incapacidade de pagar, e algumas pessoas fazem parte de uma pobreza
envergonhada" ,População sem-abrigo em Lisboa já ultrapassa as duas
mil
MUNDO CÃO
É
frequente ouvir-se a expressão: “quanto mais conheço as pessoas mais
gosto dos animais” – Sim, é bom gostar dos animais mas não se pode passar de um
extremo a outro – De facto, também nem toda a gente pode ter amimais, em sua
casa, porém, não sou lá muito bem que se criem hotéis para cães e se acolha o
ser humano
"Na Quinta Monte dos Vendavais, o seu cão pode hospedar-se num dos 128
amplos alojamentos individuais,
todos com zona coberta, onde se encontram confortáveis camas, e
equipados com bebedouros automáticos. Todos os nossos hóspedes usufruem
diariamente de parques de passeio individuais, com a possibilidade de
banho numa agradável piscina para brincadeiras, sempre ao som de música
ambiente que servirão de cenário perfeito para umas férias inesquecíveis. Hotel para Cães - Monte
dos Vendavais
LIBERALISMO
SELVAGEM PORTA-SE PIOR QUE O NAZISMO
Enquanto o nazismo pretendia criar um estado forte
(“Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a trusts.
Pedimos uma participação nos lucros das grandes empresas.), o atual
liberalismo, pelo contrário: não deixa de ser menos perverso ao pretender
privatizar tudo quanto dê lucro
.
– De facto, por este andar (com o desemprego a galopar
- 01/07/13 - 19,22 milhões de pessoas estão desempregadas.. Desemprego na Eurozona
volta a registrar aumento - não tarda que surjam por aí
fornos crematório – Não para reduzir as cinzas os mortos, pois estes já
existem. Mas para exterminar todos aqueles que se revelem estorvo à fictícia
imagem propalada pelo el dourado do capitalismo selvagem
“O desemprego que se vem acentuando na Europa e em
todo o mundo é proveniente de vários fatores, dentre eles o acelerado processo
de globalização"
"Outro motivo não menos importante que o anterior é a migração de empresas para outros países ou continentes, dessa forma, a produção é desenvolvida nas filiais e na Europa permanecem somente as sedes que direcionam os rumos do empreendimento. Isso significa que ao migrar, buscando benefícios (isenção de impostos, mão-de-obra com baixo custo, leis ambientais frágeis, matéria-prima, entre muitas outras), as empresas deixam de gerar emprego para os europeus, agravando o fenômeno do desemprego.
“Madrid
vai multar quem acampar, pedir esmola ou solicitar prostitutas na rua” – Ideologia liberal promove as desigualdades sociais, gera desemprego,
agora o próximo passo é certamente o extermínio para quem não se suicidar- Suicídios e depressões
estão a aumentar com a crise - só resta fazer como os nazis:
criar formos crematórios.
Enquanto
não nos libertamos do euro não há volta a dar -
Unicamente favorece a economia alemã e empobrece os países mais pobres e
periféricos - Não é possível termos uma moeda forte se somos um país
pobre. Alemanha lucra com a
crise europeia ao poupar quase 41 milhões em juros
CAPITALISMO
SELVAGEM ATUAL - NADA TEM A VER COM O DINHEIRO GERADOR DE TRABALHO, DE RIQUEZA
E PRODUTIVIDADE MAS COM A CORRIDA DESENFREADA, DESUMANA E ESPECULATIVA DO LUCRO
Um
em quatro europeus está em risco de pobreza
09.09.2015
/ Com a média do Produto Interno Bruto (PIB) dos 28 países da União Europeia
nos 26 mil euros per capita, um quarto da população europeia encontra-se em
risco de pobreza ou exclusão social. Dos 123 milhões de pessoas em risco de
pobreza, 50 milhões estão em extrema pobreza. - Veja mais em: 4 Um em quatro europeus está em risco de pobreza
Europa: 133 milhões de
pobres sofrem mais com políticas de austeridade (Cáritas) Lisboa, 19 fev 2015 (Ecclesia) - A confederação
europeia da Cáritas apresentou hoje em Roma o terceiro relatório sobre a crise,
no qual denuncia a existência de 133 milhões de pobres na União Europeia e o
aumento das desigualdades sociais.
O
documento adianta que a situação se agravou com a crise financeira e as
políticas de austeridade, analisando em particular os seus impactos na Itália,
Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Roménia e Chipre. Agência Ecclesia - Europa: 133 milhões de pobres
sofrem
Portugal
voltou aos níveis de pobreza de há dez anos
HÁ UM ANO - 30/01/2015 - 22:27 Portugal voltou
aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. Agora, como em 2003 ou
2004, uma em cada cinco pessoas é pobre. Dois milhões de portugueses. É este o
retrato cru que se retira do inquérito às condições de vida e rendimento,
publicado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Alguns números dizem respeito a 2013, outros já são de 2014. Mas as tendências
vão no mesmo sentido. A desigualdade na distribuição de rendimentos agrava-se.
A taxa de privação material cresce. Há mais pessoas em risco de exclusão
social. Mais crianças pobres. E quem é pobre está mais longe de deixar de o
ser.
Depois
de aumentar em 2012 para 18,7% da população, a taxa de risco de pobreza voltou a agravar-se em 2013, passando para 19,5%.
E se no início da crise já havia sinais de que as desigualdades e a exclusão
estavam a aumentar, hoje, à luz de alguns anos, é “inequívoco” que se inverteu
o ciclo de redução da pobreza, diz o investigador Carlos Farinha Rodrigues,
especialista em desigualdades, exclusão social e políticas públicas. Em
2004, a taxa de pobreza era de 19,4%, em 2005 de 18,5%, em 2006 de 18,1%. Cinco
anos depois, 2011, estava nos 17,9%. Portugal voltou aos níveis de pobreza de há dez anos .08/10/2015
Portugal. Risco de pobreza ou de exclusão afecta 2,8 milhões
21/05/2015 Portugal é dos países mais pobres e desiguais da OCDE.......- Tribunal absolve Oliveira e Loureiro
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Excerto de António Gedeão: dia de natal -
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