JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista


Seu eu deixasse de trabalhar, eu não sei o que me iria acontecer mas lá coisa boa não era, com certeza!... Eu sou uma pessoa que se adapta às circunstâncias: sei que já não posso trabalhar com a velocidade com que trabalhava! Já não posso pegar em pesos!.. Há uma série de coisas, que eu já estou limitada!... Mas não estou limitada ainda na cabeça!.. Por isso, eu vou fazendo!... Eu posso mandar fazer!...


Só seu eu não tivesse o mínimo de personalidade é que poderia agradar a toda a gente
Eu estou a trabalhar para mim! Para aquilo que me dá prazer, um certo êxtase!... Depois. Se houver muita gente que goste, eu fico muito contente
E há outra coisa que eu acho muito bonito: por exemplo, estou a fazer n formas de variadíssimas esculturas, eu depois dou a oportunidade das pessoas, que estão a ver, comecem a funcionar com a sua própria imaginação !
Quanta gente que diz que não tem imaginação?
Claro que têm mais ou menos resolvida: e não está aproveitada porque julga que não têm. Mas, se começarem a olhar para uma obra de arte, é tão fundamental, pelo que, eu acho uma tristeza, que, por exemplo, aqui em Lisboa, haja tão poucas esculturas nos jardins! Haja tão pouca coisa para puxar pela cabeça das pessoas! De se habituarem a viver com arte!... Pois é muito difícil, a muita gente entrar num museu!... Porque julgam que aquilo é só para intelectuais!. Não é!
As pessoas são mais ou menos sensíveis, conforme queiram ou não aceitar e ver! E sentir! E respirar!
Quando estou a trabalhar, eu estou num sonho! Sinto-me muito bem
Eu estou sempre a trabalhar! Porque é uma das coisas que me realiza! Que me faz feliz!... Então esqueço-me, esqueço-me das dores! Esqueço tudo!... Enquanto eu estou a trabalhar é uma alegria!... É uma coisa que eu não sei explicar o que é


Depois da morte, o que fica é lembrança, o interior! Aquilo que a pessoa foi"

Dizia Jorge Amado - Gostei de tudo quanto vi, de todas as peças nascidas de suas mãos, com certas criações me emocionei. Mas, de tudo quanto me foi dado ver antes, durante e depois da visita ao atelier de Dorita, em companhia e Zélia e do amigo Nuno Lima de Carvalho, amei sobretudo um Santo António gordo e bonachão, um santo bem português e humano, um santo feito para a reza. Desde então penso em Dorita de Castel’ Branco como alguém que tem raízes na terra sofrida, sabe da arte e da experimentação necessária para criá-la, mas que é também íntima dos santos, Dorita do rabicundo Santo António, moça frágil, desmedido escultor. https://blogcie. wordpress.com/2008/09/21/ dorita-de-castelbranco/
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