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sábado, 11 de abril de 2020

Sábado de aleluia - "SOL NULO DOS DIAS VÃOS" - Ó SENHOR JESUS! DAI-NOS AO MENOS A FORÇA de, no dia de Páscoa, que aí vem, não mostrarmos a fraqueza da nossa cruz ou temor a ninguém


Jorge Trabulo Marques - Jornalista -  A minha vida continua serena, quase com os mesmos hábitos do costume: de sair à rua só quando é  preciso - Pois, quando preciso de apanhar sol, a minha mansarda de água furtadas, dispõe de um pequeno terra. Mas, naturalmente, preocupo-me com o que vai lá fora. quer no interior de Portugal, quer pelo mundo a fora: só por esse facto, de angústia, de ansiedade, não me posso sentir inteiramente alegre

QUEM NÃO SE REVÊ NA DOR EXPRESSA DESTA IMAGEM NOS DIAS QUE CORREM OU O NÃO FAÇA MEDITAR?..Interdependente da sua crença, raça ou cor . Esta beatifica imagem de sofrimento e martírio expressa no Senhor dos Passos, é também a imagem do calvário universal que assola a humanidade inteira - O seu andor deveria desfilar na passada noite e na tradicional procissão pelas ruas e avenidas de V. Nova de Foz Côa, mas que, pelas razões bem conhecidas,em sua substituição, o pároco da freguesia tomou a iniciativa levar a imagem do Senhor pelas ruas da cidade para confortar quem a desejasse ver da sua varanda ou janela

"sol nulo dos dias vãos
Cheios de lida e de calma
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma

Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém
"
Fernando Pessoa.



CRUZ DA MINHA VIDA NA "ETHEREA IMENSIDADE " NESTA NOITE DE SEXTA-FEIRA SANTA COM O POETA António de Azevedo Castelo Branco (Vila Real, Vilarinho de Samardã,1842 - 1916) .- CADA UM TERÁ DE LEVAR A CRUZ DA VIDA AO SEU CALVÁRIO - A minha já conheceu várias cruzes e várias eternidades mas ,graças a Deus, ainda cá estou, porventura para outras vidas -



"

"VIDA ETHEREA"

Desfeita a ilusão do pavoroso nada,
Consoladora a Fé promette à humanidade
Depois de noite horrenda a luz da madrugada
D'uma vida imortal na etherea imensidade.

Chimera não será de mente alucinada
Crer que não fique em pó virtude e santidade.
E que aos justos e bons esplendida morada
Nos orbes sideraes conceda divindade..

Mas, se, n'um vôo feliz, eu fôr ao firmamento
Para gosar também uma perpétua glória
Embora convertido em cherubim alado

A glorificação terei como tormento,
Se a morte produzir a perda da memória
Do tempo em que na terra amei e fui amado.

António D'Azvedo Castelo Branxo
Do livro Meridionaes
Livro póstomo - 1925

Diz a sua biografia que "foi Inspector da Penitenciária, bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, escritor, poeta, antigo deputado, ministro da Justiça, etc.
Nasceu em Vilarinho de Samardã a 23 de dezembro de 1843. É filho de Francisco José de Azevedo e de D. Carolina Botelho Castelo Branco, irmã do falecido romancista Camilo Castelo Branco, visconde de Correia Botelho.

Cursou com distinção a faculdade de direito, em que se formou, e já então se tornara notável como escritor e poeta. Entrando na carreira politica, o primeiro cargo oficial que desempenhou foi o de administrador do concelho de Murça.





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