Poema de Miguel
Torga - NATIVIDADE
Arde no coração da noite
A ritual fogueira que anuncia
O eterno milagre
Do nascimento.
Batida pelo vento,
Que da cinza das brasas faz semente,
É um sol sem firmamento,
Directamente
Aceso
E preso
À terra
Por mãos humanas.
De raízes profanas,
Lume de vida a bafejar a vida,
O seu calor aquece
A única certeza que merece
Ser aquecida...
A ritual fogueira que anuncia
O eterno milagre
Do nascimento.
Batida pelo vento,
Que da cinza das brasas faz semente,
É um sol sem firmamento,
Directamente
Aceso
E preso
À terra
Por mãos humanas.
De raízes profanas,
Lume de vida a bafejar a vida,
O seu calor aquece
A única certeza que merece
Ser aquecida...
Natividade
Poema de
Miguel Torga (in "Diário VIII", Coimbra: Edição do autor, 1959;
"Poesia Completa", Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000, 2.ª edição,
2002 – p. 611)
Recitado pelo autor* (in LP "Natal: Um Conto e Vinte e Um Poemas",
EMI-VC, 1986, reed. EMI-VC, 2000)
fOTO DE
ADRIANO FERREIRA - E assim foi a noite de natal na terra onde nasceu o meu avô
materno
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