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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

É HOJE O SOLSTÍCIO DO INVERNO 2018 - DIA 21 ÁS 22.H 23”.- CELEBRAÇÃO COM POESIA SANTOMENSE E FOZCOENSE - " 21 Dezembro no Hemisfério Norte – Astronomicamente marcando a noite mais longa e o dia mais curto, dando início à estação mais fria apesar da Terra vir a estar o mais perto do sol a 3 de janeiro – No Planalto dos Tambores, arredores da aldeia de Chãs, além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão, existem também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno – O fenómeno astronómico pode ser observado ao nascer do sol 08.30 - em dois alinhamentos sagrados: nas Portas do Sol e na Pedra do Phallus Impudicus

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador   - Editamos dois vídeos com poemas de Alda Graça Espírito Santo, Olinda Beja e Conceição Lima - Bem como dos poetas Manuel Daniel e Hamilton Tavares





 
Em busca de uma palavra que me ilumine
e purifique de sagrada plenitude e de luz
Sim, porque um dia em paz toda a calma
da minha alma na viagem efémera da vida se apagará!...
Só o mistério indecifrável e eterno para sempre perdoará...


SOLSTÍCIO DO INVERNO COM POESIA SANTOMENSE - POEMAS DE ALDA GRAÇA ESPÍRITO SANTO, CONCEIÇÃO LIMA  E OLINDA BEJA - ALÉM DOS POETAS PORTUGUESES, MANUEL DANIEL,  E DE HAMILTON TAVARES  -   do Concelho de Meda e de Foz Côa. 

No Planalto dos Tambores, além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão,  existem  também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno - Um dos quais descoberto há oito anos por Albano Chaves - A segunda descoberta, ocorreu no solstício do Inverno de 2013  


De entre os vários calendários, que assinalam o primeiro dia das estações do ano, existentes no penhascos do Maciço do Tambores,  que tievmos o privilégio de descobrir mas Quebradas e Mancheia ergue-se, Junto ao Castro do Curral da Pedra, um curioso magalito,  em forma fálica alinhada com o nascer do sol, que batizámos  de Phallus Impudicus", por a sua configuração se associar   aos fantásticos cogumelos Stinkhorn Phallus Impoudicus"  que existm por esta altura nalguns pontos destas áreas.

O dia solar mais curto do ano e a noite mais longa no hemisfério Norte - Que a Luz deste dia ilumine e abençoe em paz e Harmonia Universal a Humanidade, com verdadeiro espírito de Natal 

No templos do Monte dos Tambores, aldeia de chãs, de Vila Nova de Foz Côa, é já uma tradição, desde o principio deste século, celebrarmos, ali, junto aos calendários pré-históricos que descobrimos, a entrada de cada um  dos quatro   ciclos astronómicos da Natureza. com momentos de poesia .

E aqui estamos, pois, a dar continuidade a essas festividades, com as quais desejamos dar continuidade às antiquíssimas tradições dos povos que aqui viveram e que aqui  terão cultuado e celebrado os seus deuses e festejado os ciclos da Mãe-natureza.
Com o registo, em dois vídeos, de poemas dos cinco poetas  que referimos.

Solstício do Inverno – Esta é a noite mais longa do ano –  porventura também uma das mais geladas - Nós, ao nascer do sol (se estiver encoberto também o faremos) vamos saudar a sua entrada junto à Pedra "Phallus Impudicus" em homenagem aos fantásticos cogumelos Stinkhorn Phallus Impoudicus"  que existem por esta altura nalguns pontos dos penhascos do Maciço do Tambores, Quebradas e Mancheia 


SOLSTÍCIO DO INVERNO É TAMBÉM A FESTA NATALÍCIA 


- Referem os estudos mitológicos que “Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo” – Excerto de http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio



 
O "STONHENGE PORTUGUÊS" - EXISTE E SITUA-SE NO MACIÇO DOS TAMBORES-MANCHEIA - Com alinhamentos sagrados para todas as estações do ano

 Se as condições do tempo o permitirem, o alinhamento pode observar-se cerca das 08.30 Os raios solares do nascer do sol, ficam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular .


PEDRA FÁLICA A CURTA DISTÂNCIA DO CASTRO DO CURRAL DA PEDRA E ALINHADA COM O NASCER DO SOL DO SOLSTÍCIO DO INVERNO - É MAIS OUTRA DAS MARVILHAS NOS TEMPLOS DO SOL



Os raios solares do nascer do sol, ficam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular . Porém, à medida que nos aproximamos do menir, naturalmente que vemos o ângulo altear-se. É possível que existisse ali  uma  ou mais pedras  a balizar o centro do terreiro e que tivessem sido retiradas para junto do muro, uma vez que todos os bocados deste maciço, até há uns anos atrás, eram cultivados de centeio: onde não podia entrar o arado com o macho, ia a enxada . Ainda é uma questão a pesquisar - Pois existem pedras compridas, deitadas junto  ao amuralhamento, com características de menir. Mesmo assim, o que tive a alegria de testemunhar, creio que é bastante convincente.   



Trata-se, com efeito, da mais recente descoberta. O ano passado ia para observar o chamado alinhamento solsticial do Inverno das Portas do Sol, descoberto por Albano Chaves (cujos estudos foram editados neste site), acabei por nos aperceber também de um outro a curta distância. De resto, a singularidade dessa pedra, também já me havia suscitado a curiosidade pelo que, indo já de sobreaviso, ainda  logrei arranjar tempo para confirmar a minha   intuição. Se puder associar-se, não falte. Certo de que não se arrependerá. Depois do sol levantar, também rapidamente as geadas se dissipem, ou nevoeiros se os houver, antevendo-se que surja  um dia bonito. O problema maior seria a chuva ou o céu nebulado mas a meteorologia dá-nos indicações de um céu  limpo e descoberto, com o astro-rei a saudar a entrada do dia mais pequeno do ano


O SOLSTÍCIO DO INVERNO - NAS PORTAS DOS TEMPLOS DO SOL - NO PLANALTO DOS TAMBORES - DESCOBERTO, OBSERVADO E ESTUDADO POR ALBANO CHAVES - Já conhecíamos os alinhamentos com os Equinócios da Primavera e do Outono e o Solstício do Inverno - única dúvida que havia, finalmente foi desfeita.

Tal como foi dito neste site,(1) solstício do inverno nos templos do sol – albano chaves .. a descoberta do alinhamento solsticial de Inverno nas Portas do Sol, foi observada há três anos e ficou a dever-se ao Dr. Albano Chaves – O seu desenvolvido estudo, também já publicado em Inglaterra, numa revista sobre astroarqueológica, é realmente um valioso contributo para o conhecimento e investigação do património histórico na aldeia de Chãs, no termo da qual se situam as famosas gravuras paleolíticas da Quinta da Barca . Com tão interessantíssimo trabalho de investigação, concluía-se, assim, que, no planalto do Maciço dos Tambores, conquanto não houvesse  os  artistas, do mesmo  gabarito dos  que povoaram o  Vale do Côa, mas verdadeiros astrónomos ou cultuadores do sol e dos ciclos das estaçõe





SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – ILHAS MARAVILHA QUE GERAM POETAS E CONVIDAM À CONTEMPLAÇÃO E À POESIA  - MESMO QUANDO AS REPRIMEM -   - Por Jorge Trabulo Marques - jornalista e investigador 

A beleza natural de São Tomé e Príncipe é meio caminho andado para ser-se poeta – e estas ilhas têm grandes poetas: desde um  Costa Alegre, a Francisco José Tenreiro, passando por Francisco Stockler, Alda do Espírito Santo, Conceição Lima, a Olinda Beja, entre outros, são nomes de elevada craveira, que atestam uma extraordinária literatura poética


VER AS BIOGRAFIAS E OUTRA INFORMAÇÃO, ACERCA DESTE MESMO EVENTO NO MEU SITE  - ODISSEIAS NOS MARES
 http://www.odisseiasnosmares.com/2018/12/solsticio-do-inverno-no-hemisferio.html


 



É o que se pode dizer um espetáculo musical e poético, ao vivo, que não cansa, não enfada, contrariamente a muitas destas sessões.  Pois é das tais récitas poéticas, que prende  e emudece de encanto a assistência,  arrebata e   faz levantar em apoteóticos aplausos, quem a ouve. – Sim, porque, a par dos seus extraordinários dotes poéticos e artísticos,  também costuma fazer-se  acompanhar de um outro talento musical – De  Filipe Santo, que, dedilhando, artisticamente, os melhores sons do africanismo sãotomense, lhe empresta ainda mais redobrado sentimento e  fulgor. 



  

19-12-2014  -Recebi um amável e-mail do Dr. Manuel Daniel, no qual, entre outras palavras amigas,  aproveitava para me “desejar um Santo e Feliz Natal e um Novo Ano cheio de venturas”, cujos votos com um caloroso abraço retribuo,  tendo ainda tido a amabilidade de me enviar um dos seus belos poemas, alusivo ao Natal, que no fundo é também uma forma não só de celebrar a figura do chamado Deus-Menino, como ao mesmo tempo um retorno à inocência

Por isso mesmo, antes de aqui tomar a liberdade e ter o grato prazer de editar esse belíssimo poema neste meu site, vou recordar umas palavras de outro meu distinto amigo, que, por várias vezes, me deu a honra de me receber em sua casa, sim, um dos textos extraído da obra diarística, “conta-corrente” 1982-1983



"Natal - Há uma legenda do Natal, que o exprime e resume 

em humanidade e elevação. É a que diz «Glória a Deus nas altura e paz na Terra aos homens de boa-vontade.» Da glória a Deus dirão aqueles a quem Deus ainda fala; da paz na Terra dirão aqueles  para quem o homem é ainda, dentre todos, o mais alto valor. Mas tudo isso se condensa afinal na realidade da infância, pelo que aí há de ternura e inocência; e não é assim por acaso que o Natal é acima de tudo a festa da criança. Eis porque todo o esforço deve ser o retorno a essa infância que a esse amor pertence. O que posso desejar a quem me ouve é portanto a recuperação  de uma iluminação do espírito, para se acreditar que a vida e o homem  e a união de todos os povos são a expressão mais alta do nosso encontro comum e da nossa aventura sobre  a Terra."


NOITE  DE  NATAL

O Céu não estava estrelado
Mas uma estrela luzia.
Num barraco desprezado
Estava José e Maria.
Num monte distanciado
A branca neve caía.
Mas no negrume fechado
De repente se fez dia.

Uma criança chorava
Quando a luz se reflectia
Num espaço onde ecoava
Um cântico de alegria,
Cântico que reboava
Numa perfeita harmonia,
Enquanto José louvava
E aos Céus agradecia.

Era um mistério sagrado
O que ali acontecia.
Um pastor, admirado,
Cantava, dançava e ria.
O próprio Tempo, abismado,
Em dois tempos se partia.
E sobre palhas deitado
O Deus Menino dormia.

Manuel Daniel







AS CELEBRAÇÕES NOS TEMPLOS DO SOL - SÃO TAMBÉM UMA OUTRA MANEIRA DE EVOCARMOS A MEMÓRIA DAS NOSSAS ANTIGAS RAÍZES E DE NOS INTERROGARMOS PERANTE O MILAGRE DO COSMOS E DA VIDA

Vou aqui também a aproveitar para transcrever um texto que editei neste site, alusivo às palavras do Dr. Manuel Daniel, que, por várias vezes nos deu o prazer de se associar às celebrações nos Templos do Sol, em Chãs, e que se enquadram nestes tempos da quadra natalícia


O HOMEM PERANTE O UNIVERSO


MANUEL DANIEL – UM RARO EXEMPLO DE AMOR ÀS LETRAS E À CAUSA PÚBLICA

Tal como já tive oportunidade de aqui referir, Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu  em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida,  um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras  e de sentido e dedicação ao bem comum.


Advogado, escritor, poeta, dramaturgo,  estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida  à função pública e à  vida autárquica.  A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem  como em jornais brasileiros,  prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”,  de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado  - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.

Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas  em discos e cassetes -   Interpretadas por  Ramiro Marques, em EP nas canções   “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com  música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.


Manuel J. Pires Daniel, nasceu em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras e de sentido e dedicação ao bem comum – Nos seus livros, perpassam prefácios elogiosos, tanto pelo Presidente da Câmara de Meda, a sua terra, como de Vila Nova de Foz Côa, onde foi Presidente da Assembleia Geral, entre outras altas funções.
No texto de apoio ao 2º vídeo, que igualmente tencionámos divulgar, aproveitaremos para inserir as palavras do Presidente Eng Gustavo de Sousa Duarte, com que prefaciou o livro de poesia Chão de Areia, entretanto, deixamos-lhe aqui um excerto do elogio do Presente Dr. Anselmo de Sousa, escrito no prefácio do livro “Coração Acordado:
Manuel Daniel, ilustre medense. personalidade incontornável na história recente da Mêda, edita mais um livro intitulado de "Coração Acordado". Ainda recentemente, em Novembro do ano transacto, tinha lançado "Chão de Areia: poemas, texto e teatro", o que denota a sua polivalência e proximidade literária.
O Município de Mêda congratula-se com mais este projecto editorial, onde o autor expressa de modo inequívoco o seu profundo amor telúrico, as emoções que nutre pela terra que o viu nascer, considerando estigmatizado esse destino peta providência divina

Trata-se de mais um importante contributo de salvaguarda da nossa identidade e memória local. A sua voz, as suas palavras, congelam em livro a idiossincrasia e a peculiaridade do nosso concelho, valorizando o nosso fundo documental, enriquecendo a nossa história local.
Nos seus poemas faz a apologia da Mêda, não se coibindo de recorrer aos mais belos recursos e artifícios estilisticos, não se esquecendo de enaltecer e de homenagear personalidades que já não estão entre nós, salientando as suas virtudes e benfeitorias, o seu desempenho meritório em prole da sua Terra, no exercício da cidadania.
(...) Sem dúvida, que o autor nos deixa mais um valioso testemunho que será prorrogado pelas gerações vindouras. A sua benignidade, o seu altruísmo, a sua generosidade e a sua competência literária merece todo o nosso reconhecimento.
Dr. Anselmo de Sousa, Presidente da Câmara de Meda.

HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA  - ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO  -  Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol   - São indispensáveis.

MANUEL DANIEL –  UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA

 A sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição. Atualmente, debatendo-se com extremas limitaçoes da sua vista, por via de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação, nem por isso a verbe do poeta se esgota  e, dentro do que lhe é possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e editando livros.  Em cujos poemas  perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa -  Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressa, a par de um  profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos,  suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida  e o destino do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas que vêm  do coração, que brotam  naturalmente, como água da  melhor fonte, que corre das entranhas  do xisto ou do granito da nossa terra.



Um coração de poeta, muito admirado e querido, onde a sua obra literária que é numerosa e perfeita, é reconhecidíssma, em todos os géneros literários em que se tem expressado, perfeitas maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa.

O paisagista inspirado, por genuíno temperamento de artista, que soube conservar e realçar todo o encanto da graça virginal da alma campesina e do realismo forte destas terras; o panteísta nato que extasia e enche de ternura, de empolgante enlevo e emocionante saudade, o espírito de quem o lê, sulcado por emoções, lavradas por suave harmonia e o doce e inebriante perfume de terra virgem, plena de misticismo e de mistérios sedutores e fecundos

O autor dos maravilhosos espectáculos rurais e da natureza envolvente, que mais terão impressionado a retina dos seus olhos, enquanto a mesma não foi toldada pelas trevas do fatalismo cruel da cegueira, com a qual tem agora de conviver as 24 horas do dia, valendo-se da memória, mas que, mesmo assim, tão minuciosamente continua a descrever, entremeando-os de episódios encantadores e de uma saudável originalidades bem genuína


Hamiltn Tavares  - Professor e colaborador da Imprensa regional - Autor de vários livros de poesia - Nomeadamente, "Gravuras e Pedras que falam" 

AS MULHERES DAQUELE TEMPO – POEMA DE HAMILTON TAVARES
DO LIVRO GRAVURAS E PEDRAS QUE FALAM

As fêmeas do humanos não paravam
Um só momento em cada novo dia:
Ainda o sol a dormir, já se ajeitavam
Tomando banho em água quente ou fria...

A comida para todos preparavam ,
Dando a comer, felizes de alegria...
E quantas vezes , rezes se abeiravam ,
Que delas se abichavam sua fatia...

E à tarde , iam buscar ao longe as presas
Que os homens nas calçadas abatiam,
Recolhiam também frutos silvestres...

E tudo, tudo, sem qualquer despesas.
A não ser  de energias que cresciam

Nos seus torneados corpos de rupestres...






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