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sábado, 29 de dezembro de 2018

MUSEU NACIONAL DA MÚSICA - Abre o Novo Ano 2019 - Com recitais de piano âs 19 horas Dia 3 - Recital de Piano de Joana Rolo - Dia 4 - Recital de Maria Raquel Cambournac (Violino) e Tatiana Balyuk (Piano) - Dia 8 - Recital de piano e violino pelo Iberio Duo - Dia 14 - O Museu Nacional da Música abre as suas portas aos alunos do Agrupamento de Escolas Eduardo Gageiro


SUGESTÕES DO LUGAR AO SUL  - De Álvaro José Ferreira – que partilhamos com muito gosto.
Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 


O Museu Nacional da Música é o museu nacional de Portugal dedicado a música, possui uma das mais importantes coleções de instrumentos da Europa. Alguns destes instrumentos estão classificados como Tesouros Nacionais. como é o caso do Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal, do Cravo Antunes, ou do Cravo de Pascal Taskin.
Além de instrumentos musicais, os visitantes podem encontrar no Museu documentos, fonogramas e iconografia. O Museu Nacional da Música possui também um Centro de Documentação e acolhe uma vasta programação de extensão cultural, com destaque para os concertos, as visitas temáticas e os ateliers. Museu Nacional da Música


Dia 3 - Recital de Piano de Joana Rolo. Organização: Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música. Bilhetes - Normal 5,00 / Sócio - 3,00.
Dia 4  - Recital de Maria Raquel Cambournac (Violino) e Tatiana Balyuk (Piano). Organização: Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música. Bilhetes - Normal 5,00 / Sócio - 3,00.

Dia 8 - Recital de piano e violino pelo Iberio Duo, projeto que emergiu em Amsterdão, Holanda, há dois anos e que tem realizado um percurso como duo profissional na Holanda, Espanha e Portugal. A entrada é livre.

Dia 14 - O Museu Nacional da Música abre as suas portas aos alunos do Agrupamento de Escolas Eduardo Gageiro, para a 4.º edição do “Direitos Humanos em Concerto”. Oportunidade para celebrar a música, mas também para relembrar os princípios inalienáveis a que todos, sem exceção, temos direito. O bilhete do Museu dá acesso ao concerto.

 O Museu Nacional da Música é o museu nacional de Portugal dedicado a música, possui uma das mais importantes coleções de instrumentos da Europa. Alguns destes instrumentos estão classificados como Tesouros Nacionais. como é o caso do Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal, do Cravo Antunes, ou do Cravo de Pascal Taskin.
Além de instrumentos musicais, os visitantes podem encontrar no Museu documentos, fonogramas e iconografia. O Museu Nacional da Música possui também um Centro de Documentação e acolhe uma vasta programação de extensão cultural, com destaque para os concertos, as visitas temáticas e os ateliers.

O museu esta instalado, desde 1994, na estação do metropolitano Alto dos Moinhos, em Lisboa   http://www.museunacionaldamusica.gov.pt/



terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Dia de Natal - O dia de ser bom e de encher a barriga - Nos demais dias do ano, os pobres, os desempregados e explorados podem esperar
















Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.


EXCERTO  - DE António Gedeão: dia de natal 







O ano tem 365 (6) dias mas hoje é um dia especial - É dia de Natal!  - Creio que são mais os que lembram da lembrançazinha que vão oferecer ou receber do que do verdadeiro significado natalício -  Sim, a bem dizer, hoje é o dia de todos sermos bonzinhos e dos sem-abrigo encherem a barriga para todo o ano, se possível sob os holofotes televisivos, que é para mostrar que vivemos num mundo cor de rosa, em que até os pobres são felizes com a sua pobreza e não há explorados nem exploradores. O mau é que, depois de receberem a esmola, muitos têm que dormir ao relento, sem o mínimo de conforto, em condições desumanas, deixados à sua sorte, como meros desperdícios do lixo.

39 anos - Natural do Gana - 02 horas - 25 Dez- 2015

Na verdade, é mais o dia da   hipocrisia se ostentar, com falsas caridades, que outra coisa .Salvo as boas intenções, que há - e mal ia o mundo se assim não fosse - não há corrupto que se preze que não ofereça a sua boa lembrançazinha ou lembrançazona. .É a face oculta mais cínica do capitalismo corrupto e corruptor. Que é transmitida com os mais inocentes e gentis sorrisos. Ninguém é mau neste dia. Os que são maus, à força de tantos enfeites e alegorias, hinos de amor e de paz que se ouvem por estes dias, sentem-se como que naturalmente impelidos a deixarem de ter remorsos das suas maldades ou patifarias. Se é que alguma vez os tiveram!... E os que são bons, sendo já bons por natureza - sobretudo os pobres de espírito, porque, segundo diz a doutrina bíblica, deles é o reino do céu - sim, então estes nem sequer têm tempo de pensar no mal (e na exploração) que os outros lhe fizeram. Na ótica cristã continuarão a ser os símbolos das mais exemplares virtudes da igreja.



Pena que Deus, apontado como Criador da Terra e do Mundo, o tivesse criado com tamanhas desigualdades e imperfeições sociais. Pena, também, que a palavra de Jesus Nazareno, que nasceu em Belém, há pouco mais de dois milénios, tenha sido adulterada e subvertida, com fanatismos que baniram milhões de vidas  - Pena que o seu exemplo, de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39) , tenha dado lugar ao mais desenfreado individualismo e egoísmo dos tempos que correm

O Verdadeiro significado do Natal, hoje em dia é para fazer com que os ricos sejam ainda mais ricos e os pobres mais pobres 

Natal, cada vez mais um ritual  propenso ao consumismo de que a comemorar  a festa de natividade e da solidariedade: pensa-se mais nas prendas a oferecer de que no verdadeiro significado natalício – Um negócio chorudo para os shoppings e as grandes superfícies comerciais (não é por acaso que o  dono do Pingo Doce, que até transferiu a sede da empresa apara um paraíso fiscal, tem a riqueza que tem  Dono do Pingo Doce é o homem mais rico de Portugal ..


Creio que, nem no tempo da ditadura salazarista, de forma tão exposta, este se via este fenómeno cruel e desumano - Há dinheiro para salvar os banqueiros e não há dinheiro para arranjar centros sociais de abrigo para os abandonados e desprotegidos - Pois, os que existem, é a pequena migalha para salvar as aparências.   

Em Lisboa, em 2013,  as estatísticas estimavam em mais de duas mil pessoas, sem-abrigo. Obviamente que seriam já muito mais e hoje  serão ainda mais que há dois anos,  pois quem é capaz de contabilizar, com rigor a miséria?  A que se expõe publicamente ou a envergonhada, que procura esconder a sua fraqueza. Que, "Não tem só a ver com habitação, mas também por desemprego, problemas familiares, adições, tudo misturado. Cada vez mais, mesmo por penúria económica, incapacidade de pagar, e algumas pessoas fazem parte de uma pobreza envergonhada" ,População sem-abrigo em Lisboa já ultrapassa as duas mil 

O ano passado era assim
Existem alguns centros de acolhimento sociais para os sem-abrigo mas não passa de uma gota num oceano de abandono e desamparo. Quem dorme na rua, dificilmente pode gozar de boa saúde – Faz as necessidades na rua, fica debilitado,  e, tanto pode contrair doenças como transmiti-las. Mais tarde ou mais cedo acaba num hospital. O que significa que o Estado acaba  por gastar mais, com esses desprotegidos, de que se lhe criasse o mínimo de  condições de existência: pelo menos um  sítio onde pudessem pernoitar e comer uma refeição. – Pois, seja quem for, todo o ser humano é uma pessoa e a sua vida é um milagre de Deus, que  urge respeitar e dignificar.


MUNDO CÃO 

É frequente ouvir-se a expressão: “quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais” – Sim, é bom gostar dos animais mas não se pode passar de um extremo a outro – De facto, também nem toda a gente pode ter amimais, em sua casa, porém, não sou lá muito bem que se criem hotéis para cães e se acolha o ser humano 
"Na Quinta Monte dos Vendavais, o seu cão pode hospedar-se num dos 128 amplos alojamentos individuais, todos com zona coberta, onde se encontram confortáveis camas, e equipados com bebedouros automáticos. Todos os nossos hóspedes usufruem diariamente de parques de passeio individuais, com a possibilidade de banho numa agradável piscina para brincadeiras, sempre ao som de música ambiente que servirão de cenário perfeito para umas férias inesquecíveisHotel para Cães - Monte dos Vendavais

LIBERALISMO SELVAGEM PORTA-SE PIOR QUE O NAZISMO


Enquanto o nazismo pretendia criar um estado forte (“Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a trusts. Pedimos uma participação nos lucros  das grandes empresas.), o atual liberalismo, pelo contrário: não deixa de ser menos perverso ao pretender privatizar  tudo quanto dê lucro
– De facto, por este andar (com o desemprego a galopar  -  01/07/13  - 19,22 milhões de pessoas estão desempregadas.. Desemprego na Eurozona volta a registrar aumento - não tarda que surjam por aí fornos crematório – Não para reduzir as cinzas os mortos, pois estes já existem. Mas para exterminar todos aqueles que se revelem estorvo à fictícia imagem  propalada pelo el dourado do capitalismo selvagem 

“O desemprego que se vem acentuando na Europa e em todo o mundo é proveniente de vários fatores, dentre eles o acelerado processo de globalização"

"Outro motivo não menos importante que o anterior é a migração de empresas para outros países ou continentes, dessa forma, a produção é desenvolvida nas filiais e na Europa permanecem somente as sedes que direcionam os rumos do empreendimento. Isso significa que ao migrar, buscando benefícios (isenção de impostos, mão-de-obra com baixo custo, leis ambientais frágeis, matéria-prima, entre muitas outras), as empresas deixam de gerar emprego para os europeus, agravando o fenômeno do desemprego.

Madrid vai multar quem acampar, pedir esmola ou solicitar prostitutas na rua” – Ideologia liberal promove as desigualdades sociais, gera desemprego, agora o próximo passo é certamente o extermínio para quem não se suicidarSuicídios e depressões estão a aumentar com a crise -  só resta fazer como os nazis: criar formos crematórios.


Há dinheiro para salvar os banqueiros e não há dinheiro para arranjar centros sociais de abrigo para os abandonados e desprotegidos – Mais pormenores em – http://www.vida-e-tempos.com/2015/12/dia-de-natal-exemplo-de-cristo.html

Enquanto não nos libertamos do euro não há volta a dar - Unicamente favorece a economia alemã e empobrece os países mais pobres e periféricos - Não é possível termos uma moeda forte se somos um país pobre. Alemanha lucra com a crise europeia ao poupar quase 41 milhões em juros   ..... O mito de que é a Alemanha que financia a União Europeia…..

Dono do Pingo Doce é o homem mais rico de Portugal Soares dos Santos, da cadeia Pingo Doce, é o homem mais rico de Portugal, ultrapassando Américo Amorim. Na habitual lista anual dos 25 mais ricos de Portugal, a Exame conclui que as maiores fortunas portuguesas somaram este ano 14,4 mil milhões de euros, uma queda de 17,5% face ao ano anterior.


O empresário tinha passado do quarto lugar em 2010 para segundo em 2011, depois de ter registado uma fortuna de 330 milhões de euros quando o ranking da revista surgiu, em 2004. Américo Amorim tem como grandes ativos as participações na Corticeira Amorim e na Galp Energia e tornou-se há quatro anos no homem mais rico de Portugal, caindo este ano para segundo lugar, depois da sua fortuna recuar 24,4% para 1,9 mil milhões de euros. A Guimarães de Mello é a família mais rica de Portugal pois, apesar de verem a sua fortuna cair 30,4% em 2012, a família Guimarães de Mello subiu de quarto para o terceiro lugar no ranking, com 700,1 milhões de euros de fortuna, num ano que tem sido marcado pela OPA (Oferta Pública de Aquisição) sobre a Brisa. Belmiro de Azevedo, o líder da cadeia de supermercados Modelo-Continente, concorrente do Pingo Doce, que já foi o homem mais rico de Portugal, ocupa este ano o quarto lugar no ranking, com a sua fortuna a diminuir 47,5% para 681 milhões de euros. A mulher mais rica do país, e a primeira a aparecer individualmente no top 10 das 25 maiores fortunas, é Maria Isabel dos Santos, uma das principais acionistas da Jerónimo Martins, que ocupou este ano o nono lugar no ranking, com uma fortuna de 542,3 milhões de euros. A mulher mais rica do ano passado, Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo, do Grupo Espírito Santo, cai este ano do oitavo para o 12.º lugar no ranking, com uma redução de 22,6% na sua fortuna, avaliada em 500 milhões de euros.


Enquanto não nos libertamos do euro não há volta a dar - Unicamente favorece a economia alemã e empobrece os países mais pobres e periféricos - Não é possível termos uma moeda forte se somos um país pobre. Alemanha lucra com a crise europeia ao poupar quase 41 milhões em juros   ......

O mito de que é a Alemanha que financia a União Europeia


 CAPITALISMO  SELVAGEM ATUAL - NADA TEM A VER COM O DINHEIRO GERADOR DE TRABALHO, DE RIQUEZA E PRODUTIVIDADE MAS COM A CORRIDA DESENFREADA, DESUMANA E ESPECULATIVA DO LUCRO

Um em quatro europeus está em risco de pobreza

09.09.2015 / Com a média do Produto Interno Bruto (PIB) dos 28 países da União Europeia nos 26 mil euros per capita, um quarto da população europeia encontra-se em risco de pobreza ou exclusão social. Dos 123 milhões de pessoas em risco de pobreza, 50 milhões estão em extrema pobreza. - Veja mais em: 4 Um em quatro europeus está em risco de pobreza

Europa: 133 milhões de pobres sofrem mais com políticas de austeridade (Cáritas) Lisboa, 19 fev 2015 (Ecclesia) - A confederação europeia da Cáritas apresentou hoje em Roma o terceiro relatório sobre a crise, no qual denuncia a existência de 133 milhões de pobres na União Europeia e o aumento das desigualdades sociais.
O documento adianta que a situação se agravou com a crise financeira e as políticas de austeridade, analisando em particular os seus impactos na Itália, Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, Roménia e Chipre. Agência Ecclesia - Europa: 133 milhões de pobres sofrem 

Portugal voltou aos níveis de pobreza de há dez anos

30/01/2015 - 22:27 Portugal voltou aos níveis de pobreza e exclusão social de há dez anos. Agora, como em 2003 ou 2004, uma em cada cinco pessoas é pobre. Dois milhões de portugueses. É este o retrato cru que se retira do inquérito às condições de vida e rendimento, publicado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Alguns números dizem respeito a 2013, outros já são de 2014. Mas as tendências vão no mesmo sentido. A desigualdade na distribuição de rendimentos agrava-se. A taxa de privação material cresce. Há mais pessoas em risco de exclusão social. Mais crianças pobres. E quem é pobre está mais longe de deixar de o ser.

Depois de aumentar em 2012 para 18,7% da população, a taxa de risco de pobreza voltou a agravar-se em 2013, passando para 19,5%. E se no início da crise já havia sinais de que as desigualdades e a exclusão estavam a aumentar, hoje, à luz de alguns anos, é “inequívoco” que se inverteu o ciclo de redução da pobreza, diz o investigador Carlos Farinha Rodrigues, especialista em desigualdades, exclusão social e políticas públicas. Em 2004, a taxa de pobreza era de 19,4%, em 2005 de 18,5%, em 2006 de 18,1%. Cinco anos depois, 2011, estava nos 17,9%. Portugal voltou aos níveis de pobreza de há dez anos .08/10/2015    Portugal. Risco de pobreza ou de exclusão afecta 2,8 milhões 21/05/2015     Portugal é dos países mais pobres e desiguais da OCDE.......- Tribunal absolve Oliveira e Loureiro


Natividade - Poema de Miguel Torga - Com imagem da fogueira de Natal em Vila Nova de Foz Côa - Por Adriano Ferreira



Poema de Miguel Torga - NATIVIDADE
Arde no coração da noite
A ritual fogueira que anuncia
O eterno milagre
Do nascimento.
Batida pelo vento,
Que da cinza das brasas faz semente,
É um sol sem firmamento,
Directamente
Aceso
E preso
À terra
Por mãos humanas.
De raízes profanas,
Lume de vida a bafejar a vida,
O seu calor aquece
A única certeza que merece
Ser aquecida...
Natividade
Poema de Miguel Torga (in "Diário VIII", Coimbra: Edição do autor, 1959; "Poesia Completa", Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000, 2.ª edição, 2002 – p. 611)
Recitado pelo autor* (in LP "Natal: Um Conto e Vinte e Um Poemas", EMI-VC, 1986, reed. EMI-VC, 2000)

fOTO DE ADRIANO FERREIRA - E assim foi a noite de natal na terra onde nasceu o meu avô materno


sábado, 22 de dezembro de 2018

SOU PEREGRINO DA LUZ MAS DESEJO TAMBÉM SER DISCÍPULO DE JESUS



UM ABRAÇO AMIGO E LUMINOSO DE FELIZ NATAL AO PEDRO DANIEL POR ME TER TIRADO ESTA TÃO FANTÁSTICA E MÍSTICA FOTOGRAFIA NUM CABEÇO DO SOLAR DOS VENTOS UIVANTES - MAIS CONHECIDO PELAS CASAS VELHAS DO VALE CHEÍNHO OU VALE CHEIROSO - ONDE, NA MINHA ADOLESCÊNCIA, A IRMANDADE DAS FILHAS DO "ANJO DA LUZ OU DEUS CORNUDO" SE REUNIAM E FAZIAM OS SEUS SABATES - CADA QUAL COM A SUA CRIANCINHA - Um desses meninos, era eu - Pelos vistos, assim estaria escrito nos astros dos longínquos céus, que tanto haveria de passar por experiências pagãs como nas do Deus da Cristandade - Por isso mesmo, hoje, mais do que nunca - EXCEPTUANDO UMA OU OUTRA TENTAÇÃO - me sinto mais próximo dos ensinamentos bíblicos de Jesus que de outras cartilhas -


Para meu desencanto, resido longe da minha aldeia, onde, quando ali vou, gosto de peregrinar de dia ou pela noite fora, por ermas quebradas e rochosos penhascos, de modo a sentir-me o mais afastado da grande cidade - Sim, vivo uma vida monástica, solitária, talvez mais de que muitos monges nos seus conventos, passando dias e dias isolado em minha casa, muitas vezes dias seguidos, recostado na minha cama, mas sem me deitar, escrevendo ou lendo e ouvindo praticamente cânticos gregorianos e de cariz cristão - Vejo apenas escassos momentos de televisão. - E, quando vou fotografar a um estádio de futebol - onde até já fiz exorcismos a pedido de pessoa amiga - - não é porque o futebol me arraste mas pelo gosto de fotografar e de também sentir quanto me sinto diferente no meio de tanta gente.


Sim,com toda a sinceridade, direi que sinto em mim, no cintilar de alguns flaches da minha mente, algo que, por vezes, ultrapassa o meu querer e a minha imaginação. - Apelo este, que certamente me conduzirá a que, num qualquer dia, tenha mesmo de me isolar ainda mais, até do hábito da escrita e dedicar-me, por inteiro, à contemplação e à oração. - Pois quero que o meu espírito fique a perdoar como eco de luz por todos aqueles ermos das Quebradas e Tambores, sim, por onde eu caminhar seguindo os passos - - não de Belzebu naquele antigo solar - mas nos dos monumentais monólitos e Templos do Sol - nos quais gosto de envergar as túnicas brancas de Cristo Jesus.






Vale Cheínho ou Vale Cheiroso - Devido à sua exposição privilegiada, aqui se fixaram vários povos, havendo vestígios de ocupação desde o neolítico até à atualidade - Nomeadamente as ruínas de algumas casas de quintas, como seja, uma antiga casa senhorial, servida por um antigo caminho romano e abastecida pela água de uma fonte românica, com lagar de azeite e de vinho, forno rústico, cavalariças e pombal. A pouco mais de quilómetro e meio da minha aldeia - a que pertencem também os atuais herdeiros





REUNIAM-SE LÁ DEPOIS DA MEIA NOITE - EM GAROTO TAMBÉM PARTICIPEI NOS RITUAIS - AINDA HOJE GOSTO DE POR LÁ PEREGRINAR DE VEZ EM QUANDO



É um hábito que me vem de criança: não pelo facto de lá ir a levar a comida ao nosso pastor, pois, essa tarefa, só a desempenhava para o almoço -, mas porque havia, por lá, naqueles tempos, um certo culto, que era praticado, noutro ponto dos arredores da minha aldeia, também ermo e despovoado, pelas filhas do Anjo da Luz. Eram mulheres solteironas, que se reuniam no recinto de antigo solar. Três eram minhas conhecidas, outras vinham das aldeias vizinhas. Uma delas ia buscar-me a casa, sem os meus pais saberem, tendo, por isso, participado alguns dos seus cultos.Vivo em Lisboa para mal dos meus pecados - Não gosto desta cidade mas não tenho outro remédio. Daí a necessidade de ter que ir até à minha aldeia com alguma regularidade. Preciso de retomar os meus passeios mensais (noturnos das Sextas)pelos velhos caminhos romanos dos Abrolhos e do Vale Cheiroso - Ir até ao Solar dos Ventos Uivantes( onde guardo tantas recordações da minha infância) entrar na Cova da Moura e deambular pela Fraga Alta, Curva da Ferradura, Castelo Velho, Pinhal da Raposa e peregrinar por outros sítios místicos e de alto pendor iniciático. 


.Confesso-lhe que nunca me senti impelido a seguir a sua cartilha, nunca a tomei muito a sério, mas diverti-me imenso com as suas rezas, com os seus rituais e com a suas estranhas evocações, aprendendo, inclusivamente, a não ter medo da noite e a saber deslocar-me, rápida e subtilmente, seja em que em ermo for e na mais densa escuridão. Aliás, ainda não há muito, apostei com um amigo que era capaz de, eu por carreiros e caminhos, e ele com o seu jipe por uma estrada sinuosa mas em bom estado, chegar ao termo de um determinado troço de estrada, primeiro do que ele, e ganhei-lhe a aposta. Daí talvez a razão de me ficar, para sempre, aquela minha curiosidade para a decifração de uns certos mistérios. Tendo mesmo, por via disso, já ensaiado, há uns anos, três viagens sozinho no mar: uma verdadeira maratona de sobrevivência, em circunstâncias bem peculiares, e que felizmente pude superar. Uma das quais 38 dias . E de uma forma primitiva. 



 Designação do Sítio: Quinta de Vale Cheiroso


O edifício da Quinta é uma construção que data do séc. XVIII e foi uma casa de lavoura de grande fulgor económico, no decorrer do século XIX. Tinha forno de cozer o pão e ao lado, num dos anexos havia um lagar de vinho, daqueles que tinham tanque e trave com fuso e peso e que são comuns neste tipo de estruturas. No pombal da casa, havia uma construção sub-rectangular que se encontra do outro lado da linha de água, trata-se de um lagar de azeite. Este lagar foi construído no interior de um edifício feito em pedra. Reparte-se por três compartimentos, sendo o maior aquele onde se encontravam os elementos necessários ao fabrico do azeite. Os outros dois destinavam-se a guardar a azeitona antes desta ser triturada. No compartimento maior conserva-se a moenda formada por duas mós a rodearem no interior de uma taça de pedra. A força motriz era produzida por um animal, uma taça circular e todo o sistema de prensagem constituído por um prelum de madeira que encaixava na parede, a ara de prensagem circular e o peso da pedra com o respectivo fuso de ferro. Completava o conjunto as duas tinas de pedra para onde escorria o mosto oleário. Arqueólogos: Carlos Alberto Brochado de Almeida/Responsável .










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Mais pormenores em 01/11/2011  halloween que maravilhosa a noite! - templos do sol - tambores ...

03/11/2010 halloween - mais folia que memória aos milhares de vitimas que ...

29/10/2011halloween – no solar do vale cheínho ou vale cheiroso

www.vida-e-tempos.com/2011/10/halloween-no-solar-do-vale-cheinho-ou.html

29/10/2011 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

É HOJE O SOLSTÍCIO DO INVERNO 2018 - DIA 21 ÁS 22.H 23”.- CELEBRAÇÃO COM POESIA SANTOMENSE E FOZCOENSE - " 21 Dezembro no Hemisfério Norte – Astronomicamente marcando a noite mais longa e o dia mais curto, dando início à estação mais fria apesar da Terra vir a estar o mais perto do sol a 3 de janeiro – No Planalto dos Tambores, arredores da aldeia de Chãs, além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão, existem também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno – O fenómeno astronómico pode ser observado ao nascer do sol 08.30 - em dois alinhamentos sagrados: nas Portas do Sol e na Pedra do Phallus Impudicus

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador   - Editamos dois vídeos com poemas de Alda Graça Espírito Santo, Olinda Beja e Conceição Lima - Bem como dos poetas Manuel Daniel e Hamilton Tavares





 
Em busca de uma palavra que me ilumine
e purifique de sagrada plenitude e de luz
Sim, porque um dia em paz toda a calma
da minha alma na viagem efémera da vida se apagará!...
Só o mistério indecifrável e eterno para sempre perdoará...


SOLSTÍCIO DO INVERNO COM POESIA SANTOMENSE - POEMAS DE ALDA GRAÇA ESPÍRITO SANTO, CONCEIÇÃO LIMA  E OLINDA BEJA - ALÉM DOS POETAS PORTUGUESES, MANUEL DANIEL,  E DE HAMILTON TAVARES  -   do Concelho de Meda e de Foz Côa. 

No Planalto dos Tambores, além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão,  existem  também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno - Um dos quais descoberto há oito anos por Albano Chaves - A segunda descoberta, ocorreu no solstício do Inverno de 2013  


De entre os vários calendários, que assinalam o primeiro dia das estações do ano, existentes no penhascos do Maciço do Tambores,  que tievmos o privilégio de descobrir mas Quebradas e Mancheia ergue-se, Junto ao Castro do Curral da Pedra, um curioso magalito,  em forma fálica alinhada com o nascer do sol, que batizámos  de Phallus Impudicus", por a sua configuração se associar   aos fantásticos cogumelos Stinkhorn Phallus Impoudicus"  que existm por esta altura nalguns pontos destas áreas.

O dia solar mais curto do ano e a noite mais longa no hemisfério Norte - Que a Luz deste dia ilumine e abençoe em paz e Harmonia Universal a Humanidade, com verdadeiro espírito de Natal 

No templos do Monte dos Tambores, aldeia de chãs, de Vila Nova de Foz Côa, é já uma tradição, desde o principio deste século, celebrarmos, ali, junto aos calendários pré-históricos que descobrimos, a entrada de cada um  dos quatro   ciclos astronómicos da Natureza. com momentos de poesia .

E aqui estamos, pois, a dar continuidade a essas festividades, com as quais desejamos dar continuidade às antiquíssimas tradições dos povos que aqui viveram e que aqui  terão cultuado e celebrado os seus deuses e festejado os ciclos da Mãe-natureza.
Com o registo, em dois vídeos, de poemas dos cinco poetas  que referimos.

Solstício do Inverno – Esta é a noite mais longa do ano –  porventura também uma das mais geladas - Nós, ao nascer do sol (se estiver encoberto também o faremos) vamos saudar a sua entrada junto à Pedra "Phallus Impudicus" em homenagem aos fantásticos cogumelos Stinkhorn Phallus Impoudicus"  que existem por esta altura nalguns pontos dos penhascos do Maciço do Tambores, Quebradas e Mancheia 


SOLSTÍCIO DO INVERNO É TAMBÉM A FESTA NATALÍCIA 


- Referem os estudos mitológicos que “Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo” – Excerto de http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio



 
O "STONHENGE PORTUGUÊS" - EXISTE E SITUA-SE NO MACIÇO DOS TAMBORES-MANCHEIA - Com alinhamentos sagrados para todas as estações do ano

 Se as condições do tempo o permitirem, o alinhamento pode observar-se cerca das 08.30 Os raios solares do nascer do sol, ficam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular .


PEDRA FÁLICA A CURTA DISTÂNCIA DO CASTRO DO CURRAL DA PEDRA E ALINHADA COM O NASCER DO SOL DO SOLSTÍCIO DO INVERNO - É MAIS OUTRA DAS MARVILHAS NOS TEMPLOS DO SOL



Os raios solares do nascer do sol, ficam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular . Porém, à medida que nos aproximamos do menir, naturalmente que vemos o ângulo altear-se. É possível que existisse ali  uma  ou mais pedras  a balizar o centro do terreiro e que tivessem sido retiradas para junto do muro, uma vez que todos os bocados deste maciço, até há uns anos atrás, eram cultivados de centeio: onde não podia entrar o arado com o macho, ia a enxada . Ainda é uma questão a pesquisar - Pois existem pedras compridas, deitadas junto  ao amuralhamento, com características de menir. Mesmo assim, o que tive a alegria de testemunhar, creio que é bastante convincente.   



Trata-se, com efeito, da mais recente descoberta. O ano passado ia para observar o chamado alinhamento solsticial do Inverno das Portas do Sol, descoberto por Albano Chaves (cujos estudos foram editados neste site), acabei por nos aperceber também de um outro a curta distância. De resto, a singularidade dessa pedra, também já me havia suscitado a curiosidade pelo que, indo já de sobreaviso, ainda  logrei arranjar tempo para confirmar a minha   intuição. Se puder associar-se, não falte. Certo de que não se arrependerá. Depois do sol levantar, também rapidamente as geadas se dissipem, ou nevoeiros se os houver, antevendo-se que surja  um dia bonito. O problema maior seria a chuva ou o céu nebulado mas a meteorologia dá-nos indicações de um céu  limpo e descoberto, com o astro-rei a saudar a entrada do dia mais pequeno do ano


O SOLSTÍCIO DO INVERNO - NAS PORTAS DOS TEMPLOS DO SOL - NO PLANALTO DOS TAMBORES - DESCOBERTO, OBSERVADO E ESTUDADO POR ALBANO CHAVES - Já conhecíamos os alinhamentos com os Equinócios da Primavera e do Outono e o Solstício do Inverno - única dúvida que havia, finalmente foi desfeita.

Tal como foi dito neste site,(1) solstício do inverno nos templos do sol – albano chaves .. a descoberta do alinhamento solsticial de Inverno nas Portas do Sol, foi observada há três anos e ficou a dever-se ao Dr. Albano Chaves – O seu desenvolvido estudo, também já publicado em Inglaterra, numa revista sobre astroarqueológica, é realmente um valioso contributo para o conhecimento e investigação do património histórico na aldeia de Chãs, no termo da qual se situam as famosas gravuras paleolíticas da Quinta da Barca . Com tão interessantíssimo trabalho de investigação, concluía-se, assim, que, no planalto do Maciço dos Tambores, conquanto não houvesse  os  artistas, do mesmo  gabarito dos  que povoaram o  Vale do Côa, mas verdadeiros astrónomos ou cultuadores do sol e dos ciclos das estaçõe





SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – ILHAS MARAVILHA QUE GERAM POETAS E CONVIDAM À CONTEMPLAÇÃO E À POESIA  - MESMO QUANDO AS REPRIMEM -   - Por Jorge Trabulo Marques - jornalista e investigador 

A beleza natural de São Tomé e Príncipe é meio caminho andado para ser-se poeta – e estas ilhas têm grandes poetas: desde um  Costa Alegre, a Francisco José Tenreiro, passando por Francisco Stockler, Alda do Espírito Santo, Conceição Lima, a Olinda Beja, entre outros, são nomes de elevada craveira, que atestam uma extraordinária literatura poética


VER AS BIOGRAFIAS E OUTRA INFORMAÇÃO, ACERCA DESTE MESMO EVENTO NO MEU SITE  - ODISSEIAS NOS MARES
 http://www.odisseiasnosmares.com/2018/12/solsticio-do-inverno-no-hemisferio.html


 



É o que se pode dizer um espetáculo musical e poético, ao vivo, que não cansa, não enfada, contrariamente a muitas destas sessões.  Pois é das tais récitas poéticas, que prende  e emudece de encanto a assistência,  arrebata e   faz levantar em apoteóticos aplausos, quem a ouve. – Sim, porque, a par dos seus extraordinários dotes poéticos e artísticos,  também costuma fazer-se  acompanhar de um outro talento musical – De  Filipe Santo, que, dedilhando, artisticamente, os melhores sons do africanismo sãotomense, lhe empresta ainda mais redobrado sentimento e  fulgor. 



  

19-12-2014  -Recebi um amável e-mail do Dr. Manuel Daniel, no qual, entre outras palavras amigas,  aproveitava para me “desejar um Santo e Feliz Natal e um Novo Ano cheio de venturas”, cujos votos com um caloroso abraço retribuo,  tendo ainda tido a amabilidade de me enviar um dos seus belos poemas, alusivo ao Natal, que no fundo é também uma forma não só de celebrar a figura do chamado Deus-Menino, como ao mesmo tempo um retorno à inocência

Por isso mesmo, antes de aqui tomar a liberdade e ter o grato prazer de editar esse belíssimo poema neste meu site, vou recordar umas palavras de outro meu distinto amigo, que, por várias vezes, me deu a honra de me receber em sua casa, sim, um dos textos extraído da obra diarística, “conta-corrente” 1982-1983



"Natal - Há uma legenda do Natal, que o exprime e resume 

em humanidade e elevação. É a que diz «Glória a Deus nas altura e paz na Terra aos homens de boa-vontade.» Da glória a Deus dirão aqueles a quem Deus ainda fala; da paz na Terra dirão aqueles  para quem o homem é ainda, dentre todos, o mais alto valor. Mas tudo isso se condensa afinal na realidade da infância, pelo que aí há de ternura e inocência; e não é assim por acaso que o Natal é acima de tudo a festa da criança. Eis porque todo o esforço deve ser o retorno a essa infância que a esse amor pertence. O que posso desejar a quem me ouve é portanto a recuperação  de uma iluminação do espírito, para se acreditar que a vida e o homem  e a união de todos os povos são a expressão mais alta do nosso encontro comum e da nossa aventura sobre  a Terra."


NOITE  DE  NATAL

O Céu não estava estrelado
Mas uma estrela luzia.
Num barraco desprezado
Estava José e Maria.
Num monte distanciado
A branca neve caía.
Mas no negrume fechado
De repente se fez dia.

Uma criança chorava
Quando a luz se reflectia
Num espaço onde ecoava
Um cântico de alegria,
Cântico que reboava
Numa perfeita harmonia,
Enquanto José louvava
E aos Céus agradecia.

Era um mistério sagrado
O que ali acontecia.
Um pastor, admirado,
Cantava, dançava e ria.
O próprio Tempo, abismado,
Em dois tempos se partia.
E sobre palhas deitado
O Deus Menino dormia.

Manuel Daniel







AS CELEBRAÇÕES NOS TEMPLOS DO SOL - SÃO TAMBÉM UMA OUTRA MANEIRA DE EVOCARMOS A MEMÓRIA DAS NOSSAS ANTIGAS RAÍZES E DE NOS INTERROGARMOS PERANTE O MILAGRE DO COSMOS E DA VIDA

Vou aqui também a aproveitar para transcrever um texto que editei neste site, alusivo às palavras do Dr. Manuel Daniel, que, por várias vezes nos deu o prazer de se associar às celebrações nos Templos do Sol, em Chãs, e que se enquadram nestes tempos da quadra natalícia


O HOMEM PERANTE O UNIVERSO


MANUEL DANIEL – UM RARO EXEMPLO DE AMOR ÀS LETRAS E À CAUSA PÚBLICA

Tal como já tive oportunidade de aqui referir, Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu  em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida,  um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras  e de sentido e dedicação ao bem comum.


Advogado, escritor, poeta, dramaturgo,  estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida  à função pública e à  vida autárquica.  A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem  como em jornais brasileiros,  prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”,  de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado  - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.

Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas  em discos e cassetes -   Interpretadas por  Ramiro Marques, em EP nas canções   “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com  música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.


Manuel J. Pires Daniel, nasceu em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras e de sentido e dedicação ao bem comum – Nos seus livros, perpassam prefácios elogiosos, tanto pelo Presidente da Câmara de Meda, a sua terra, como de Vila Nova de Foz Côa, onde foi Presidente da Assembleia Geral, entre outras altas funções.
No texto de apoio ao 2º vídeo, que igualmente tencionámos divulgar, aproveitaremos para inserir as palavras do Presidente Eng Gustavo de Sousa Duarte, com que prefaciou o livro de poesia Chão de Areia, entretanto, deixamos-lhe aqui um excerto do elogio do Presente Dr. Anselmo de Sousa, escrito no prefácio do livro “Coração Acordado:
Manuel Daniel, ilustre medense. personalidade incontornável na história recente da Mêda, edita mais um livro intitulado de "Coração Acordado". Ainda recentemente, em Novembro do ano transacto, tinha lançado "Chão de Areia: poemas, texto e teatro", o que denota a sua polivalência e proximidade literária.
O Município de Mêda congratula-se com mais este projecto editorial, onde o autor expressa de modo inequívoco o seu profundo amor telúrico, as emoções que nutre pela terra que o viu nascer, considerando estigmatizado esse destino peta providência divina

Trata-se de mais um importante contributo de salvaguarda da nossa identidade e memória local. A sua voz, as suas palavras, congelam em livro a idiossincrasia e a peculiaridade do nosso concelho, valorizando o nosso fundo documental, enriquecendo a nossa história local.
Nos seus poemas faz a apologia da Mêda, não se coibindo de recorrer aos mais belos recursos e artifícios estilisticos, não se esquecendo de enaltecer e de homenagear personalidades que já não estão entre nós, salientando as suas virtudes e benfeitorias, o seu desempenho meritório em prole da sua Terra, no exercício da cidadania.
(...) Sem dúvida, que o autor nos deixa mais um valioso testemunho que será prorrogado pelas gerações vindouras. A sua benignidade, o seu altruísmo, a sua generosidade e a sua competência literária merece todo o nosso reconhecimento.
Dr. Anselmo de Sousa, Presidente da Câmara de Meda.

HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA  - ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO  -  Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol   - São indispensáveis.

MANUEL DANIEL –  UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA

 A sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição. Atualmente, debatendo-se com extremas limitaçoes da sua vista, por via de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação, nem por isso a verbe do poeta se esgota  e, dentro do que lhe é possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e editando livros.  Em cujos poemas  perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa -  Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressa, a par de um  profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos,  suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida  e o destino do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas que vêm  do coração, que brotam  naturalmente, como água da  melhor fonte, que corre das entranhas  do xisto ou do granito da nossa terra.



Um coração de poeta, muito admirado e querido, onde a sua obra literária que é numerosa e perfeita, é reconhecidíssma, em todos os géneros literários em que se tem expressado, perfeitas maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa.

O paisagista inspirado, por genuíno temperamento de artista, que soube conservar e realçar todo o encanto da graça virginal da alma campesina e do realismo forte destas terras; o panteísta nato que extasia e enche de ternura, de empolgante enlevo e emocionante saudade, o espírito de quem o lê, sulcado por emoções, lavradas por suave harmonia e o doce e inebriante perfume de terra virgem, plena de misticismo e de mistérios sedutores e fecundos

O autor dos maravilhosos espectáculos rurais e da natureza envolvente, que mais terão impressionado a retina dos seus olhos, enquanto a mesma não foi toldada pelas trevas do fatalismo cruel da cegueira, com a qual tem agora de conviver as 24 horas do dia, valendo-se da memória, mas que, mesmo assim, tão minuciosamente continua a descrever, entremeando-os de episódios encantadores e de uma saudável originalidades bem genuína


Hamiltn Tavares  - Professor e colaborador da Imprensa regional - Autor de vários livros de poesia - Nomeadamente, "Gravuras e Pedras que falam" 

AS MULHERES DAQUELE TEMPO – POEMA DE HAMILTON TAVARES
DO LIVRO GRAVURAS E PEDRAS QUE FALAM

As fêmeas do humanos não paravam
Um só momento em cada novo dia:
Ainda o sol a dormir, já se ajeitavam
Tomando banho em água quente ou fria...

A comida para todos preparavam ,
Dando a comer, felizes de alegria...
E quantas vezes , rezes se abeiravam ,
Que delas se abichavam sua fatia...

E à tarde , iam buscar ao longe as presas
Que os homens nas calçadas abatiam,
Recolhiam também frutos silvestres...

E tudo, tudo, sem qualquer despesas.
A não ser  de energias que cresciam

Nos seus torneados corpos de rupestres...