CCB – 1993 – Palavras de Cavaco Silva, então Primeiro-Ministro: no final do que ele ele considerou de um "extraordinário espectáculo" da abertura do Centro Cultural de Belém - Declarações que então pude recolher para uma reportagem da Rádio Comercial
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Numa altura, em que, o Centro Cultural de Belém, volta
a ser manchete nos jornais, agora a propósito da audição de António Lamas
na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação,
Juventude e Desporto, na sequência do polémico afastamento do Centro Cultural
de Belém pelo ministro João Soares, vou aqui recordar as palavras, que então recolhi, do Primeiro-Ministro,
Cavaco Silva, no final do espetáculo musical, com que foi assinalada a sua abertura ao público
Dizia Cavaco Silva: Acho
que foi um belo espetáculo musical, com a nossa orquestra sinfónica nacional, que
vi pela primeira vez e que felicito, e,
os Madre de Deus, que é de facto um caso especial na música portuguesa e que eu
aprecio bastante. E a aprova, a prova da qualidade do espetáculo, está na
adesão do público: eu acho que a abertura do Centro ficou de facto marcada por
um extraordinário espetáculo e com uma
extraordinária adesão do público àquilo que aqui se passou
POLÉMICAS – O QUE SE TEM DITO
Foi iniciado em Setembro de 1988e concluído em
Setembro de 1992. Na base da sua construção esteve a necessidade de um
equipamento arquitectónico, que pudesse acolher, em 1992, a presidência
portuguesa da União Europeia, e que, ao mesmo tempo, pudesse permanecer,
como um pólo dinamizador de actividades culturais e de lazer. O seu projecto
definitivo foi decidido no início de 1988. Após de acolher a presidencia
da União Europeia, ele é transformado em um centro cultural e de conferências
em 1993.
A sua polémica implantação, teve como fundamento, o
facto de assinalar o ponto de partida dos descobrimentos marítimos, à
semelhança da Torre de Belém e do Padrão dos Descobrimentos. O simbolismo
associado a esta localização, é confirmado pela escolha na década de 40, da grande Exposição do Mundo Português. O CCB veio ocupar mesmo espaço que
foi destinado a instalar o Pavilhão "Portugueses no Mundo" e as
"Aldeias Portuguesas". Centro Cultural de Belém
23 anos depois - Centro
Cultural de Belém, uma casa à deriva
30/03/2016 - 08:00
Perdeu público e terreno
como co-produtor e divulgador das artes em Portugal. Para uns, nunca teve um
modelo de gestão adequado à sua ambição. Para outros, falta-lhe o fulgor da
década de 1990. O seu ex-presidente, acusado de o afastar da sua missão artística,
vai esta quarta-feira ao Parlamento.
No dia em que António
Lamas vai à Assembleia da República responder aos deputados, depois de um braço-de-ferro com o Governo que levou ao seu afastamento da presidência do Centro
Cultural de Belém (CCB), o PÚBLICO pediu a seis agentes culturais que olhassem
para este equipamento e reflectissem sobre o papel que tem hoje na cidade e no
país. E o retrato que fazem é, em parte, o de uma casa que, apesar das boas
propostas de programação do passado, algumas das quais verdadeiras descobertas
para o público português, nunca teve um modelo de funcionamento sólido, capaz
de resistir a pressões políticas e às mudanças que outros teatros e festivais
foram impondo nos últimos 20 anos. Uma casa à deriva no que à oferta de
espectáculos diz respeito, mas com âncoras que importa proteger, como os Dias
da Música, a Fábrica das Artes e a Box Nova. – Excerto Público - Centro Cultural de Belém, uma casa à
deriva
2013 – CCB: Vinte anos de eventos, polémicas e um projecto inacabado
O Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa,
inaugurado há vinte anos, acolheu milhares de eventos culturais, foi palco de
algumas polémicas e o projecto arquitectónico continua a aguardar uma
conjuntura económica favorável para ser concluído.
o
projecto foi muito contestado ainda antes de acolher, em 1992, a sede da
presidência portuguesa do conselho europeu, mas, ao longo dos anos, foi
conquistando o reconhecimento entre os espaços culturais de referência no país.
este
grande complexo arquitectónico - uma das maiores obras públicas do estado
português do século xx - suscitou polémica logo no final dos anos de 1980, com
a escolha da sua localização, junto ao mosteiro dos jerónimos, monumento do
século xvi classificado património mundial pela unesco. CCB: Vinte anos de eventos, polémicas e um project
06/15/2007 CCB 1993 - a
inauguração (2)
Para a história do CCB - 2 (ver nº 1)
As 1ªas exposições do CCB abriram a 10 de Junho
de 1993: Sebastião Salgado e "Trabalho" no âmbito do Mês da
Fotografia (EXPRESSO/Revista, de 19 Junho 1993, “O fim de século como
epopeia”), "O Triunfo do Barroco", vindo da Europália'91, arquitecto
Nuno Mateus - ARX Portugal e instalações de esculturas de Alberto Carneiro e
Rui Chafes.
"Inaugurar sem rede", Expresso/1º caderno de
12-06-1993, pág. A19
"Apesar de a inauguração do CCB ter sido um
êxito, sobram muitas interrogações. Sobretudo acerca dos meios financeiros que
garantam o futuro"
"Não se desvaneceu o escândalo do Centro
Cultural de Belém com a abertura ao público do módulo de exposições, mesmo que
globalmente deva ser considerado um êxito a sua inauguração com cinco mostras
simultâneas.
É um escândalo que, com ano e meio de atraso e com vários milhões de acréscimo
em relação às datas e às verbas previstas, ainda decorram obras no Centro de Espectáculos
e até no próprio Centro de Exposições, nas suas áreas de reservas, de
actividades pedagógicas e de oficinas.
Mas é sobretudo um escândalo que se mantenha em vigor o decreto-lei que criou a
Fundação das Descobertas como entidade gestora do CCB, em especial no ponto em
que se lhe atribui, mesmo que a prazo, o objectivo de atingir uma«plena independência financeira relativamente
ao Orçamento do Estado».- Excerto Alexandre Pomar: CCB 1993 - a inauguração (2)
Hotel a caminho para apoiar cultura numa obra de
regime inacabada
2013 – CCB – 20 anos depois
Os detractores apodaram-no de Centro Comercial de Belém. Mas o centro
cultural inaugurado faz duas décadas continua à espera dos últimos dois módulos
– um hotel e zona comercial –, capazes de lhe assegurar um complemento
financeiro e uma ponte com a malha urbana envolvente.
O projecto de Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, seleccionado de entre 57
a concurso, previa cinco módulos, dos quais apenas três estão construídos. A
obra dos arquitectos italiano e português gerou acesa polémica, pela linguagem
contemporânea do novo complexo junto ao Mosteiro dos Jerónimos. O monumento remonta ao século XVII e está classificado, com a Torre
de Belém, como património mundial pela UNESCO.
Os custos da empreitada dos três módulos
construídos até hoje também ampliaram o coro de críticas: os estimados 6,5
milhões de contos (32,5 milhões de euros) acabaram perto dos 38 milhões (190
milhões de euros). A construção do CCB foi lançada em 1988, era Cavaco Silva
primeiro-ministro. Na sua génese, o equipamento cultural deveria servir para
acolher, em 1992, a sede da presidência portuguesa do Conselho
das Comunidades Europeias. O que veio a acontecer, antes da abertura ao
público no ano seguinte. Em Março de 1993 abriram portas o centro de reuniões e
o pequeno auditório, seguidos do centro de exposições, em Junho, e do grande
auditório, em Setembro. A obra - CCB20 anos
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