expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Celebração do Equinócio do Outono, com sons de violino, poesia e a celebração dos frutos, 23 de Set às 08.00 , nos Templos do Sol - Com o Bispo de S. Tomé, Dom Manuel dos Santos, no altar da Pedra da Cabeleira da Nª Srª– “Rezar com o Olhar - Senhor,/Hoje quero rezar-te através do olhar/quero apenas olhar/olhar o sol que nasce"





 Jorge  Marques - Coordenador do evento, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e da Junta de Freguesia de Chãs - 91 61 834 83


Vamos saudar o primeiro dia do Outono, associando momentos de poesia e de violino com uma breve ação de graças a Deus pelas colheitas e frutos, que a Natureza propiciou, com muito trabalho e suor  - Num lugar, que é ao mesmo tempo místico e histórico.






FESTEJE O EQUINÓCIO DO OUTONO E CELEBRE A BÊNÇÃO DOS FRUTOS NA PEDRA DA CABELEIRA DE NOSSA SENHORA – ALDEIA DE CHÃS – FOZ CÔA  - GRUTA  ATRAVESSADA PELOS RAIOS SOLARES NO EQUINÓCIO DO OUTONO - 

Dia 23 , ao nascer do sol - 08-00 -08.30 - Vamos celebrar o Equinócio do Outono, com sons de violino e poemas de Dom Manuel dos Santos - Bispo de São Tomé, natural de São Joaninho,   Castro Daire.




Rezar com o Olhar

Senhor,
Hoje quero rezar-te através do olhar
quero apenas olhar
olhar o sol que nasce
olhar a dança das ondas
olhar a sombra dos caroceiros
olhar a magia de um sorriso
olhar a beleza de uma flor
olhar o braço de uma mãe
olhar o bailado das aves
olhar…

Quero, Senhor, olhar
olhar os olhos de quem não sabe rezar
de quem se esqueceu das palavras
mas não se esqueceu  do gesto de olhar…
“Como não sei rezar,
eu só vim até aqui
para olhar, para olhar, para olhar…”

Quero,Senhor, olhar
e agradecer
agradecer  a vida
que sinto através do olhar!

Senhor, ensina-nos a olhar!
e a descobrir a tua presença
nas coisas que olhamos
agradecendo o teu amor
que se manifesta sem palavras
na vida que respiramos, sentimos
que pulsa em nós e no mundo.

Do livro Poemas de Vida e de Fé
S. Tomé , 26 de Julho de 2012

MOMENTO HISTÓRICO NA VIDA DE UMA PEQUENA ALDEIA



Pudendo, não perca a oportunidade de se associar  a tão auspiciosos momentos, de brilho e de alegria, que se esperam ali ser vividos, tal como tem acontecido em anteriores festividades, se as condições atmosféricas o propiciarem – Agora, com o prazer acrescido da  honrosa presença do mais alto dignatário da Diocese de São Tomé e Príncipe, o Bispo, Dom Manuel dos Santos, que ali vai ler alguns dos seus maravilhosos poemas de sua autoria, e, naturalmente, dar-nos a sua bênção, visto tratar-se de um lugar santo (pois é assim que as gentes da aldeia, tradicionalmente, o têm interpretado), ao ponto de haver, na pedra ao lado – na Pedra da Audição ou das Promessas – várias imagens religiosas.



Cenário iminentemente espiritual, que convida à contemplação e à purificação do corpo e da alma - Á inolvidável perceção de quem sente e escuta um hino de serenidade e de louvor a Deus!



 Na verdade, lugares há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Para bem da Humanidade, o planeta Terra tem alguns  desses lugares privilegiados, onde emanam sons e vibrações especiais, dir-se-ia, onde até as pedras falam ou através delas se pode escutar a voz ou o cântico divino.

       
"Senhor, ensina-nos a cantar a vida!

Senhor das manhãs claras e das auroras cinzentas
dos dias de primavera e das tardes de outono
Senhor dos invernos frios e dos verões escaldantes
dos circos de riso e dos olhos que choram
ensina-nos a cantar  a vida em todas as estações
a descobrir a beleza dos dias
num manto  de neve  e num canteiro de margaridas
nas nuvens escuras que anunciam a tempestade
e no sol que brilha na manhã enchendo de luz a cidade
no idoso cansado de anos e na criança que começa a vida
no jovem com os seus sonhos e na mãe que o filho acaricia.

Senhor de todos os dias,
de todas as estações
ensina-nos a cantar a vida
com tambores, violões
palmas e pandeiretas
apitos e castanholas
flautas e cornetas
concertinas  e violas

Senhor de todos os dias
de todas as estações 
ensina-nos a cantar a vida
com as tuas canções!

Do livro Poemas de Vida e de Fé
S. Tomé, 3 de agosto de 2012"


O Equinócio do Outono - momento em que a Terra é iluminada pelo Sol de igual forma no hemisfério sul como no hemisfério norte - , vai ser celebrado, no próximo dia 23, entre as 08.00 e as 08.30 da manhã,  frente ao portal de um antigo santuário rupestre, em Chãs, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, com momentos de música, de poesia e uma cerimónia religiosa alusiva à bênção dos frutos

São conhecidos por alinhamentos sagrados, remontam ao período megalítico  e existem em várias partes do mundo, mas sobretudo na Europa. Muitos deles estão em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente com os Equinócios e os Solstícios  - Perpetuam memórias de verdadeiros calendários astronómicos, que antigas civilizações elegeram como especiais locais de culto – Vários estudiosos, que visitaram os templos megalíticos dos Tambores, em Chãs, conferem-lhes significado e importância e comparam-nos a alguns dos mais curiosos monumentos que ainda subsistem. As televisões já deram a conhecer o lugar e algumas Agências Internacionais também já se lhes referiram e divulgaram as suas imagens.

O enorme penedo orientado no sentido nascente-poente possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no centro, no momento em que o Sol nasce. Situa-se num pardo ermo de um impressionante afloramento granítico, conhecido por Tambores, numa vasta área de abundantes vestígios pré-históricos, entre os quais avulta o Castro do Curral da Pedra .Fica ainda dentro do perímetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa e também muito próximo de dois dos principais núcleos de gravuras paleolíticas: Ribeira dos Piscos e Quinta da Barca.     
   

Visto de nascente para poente, tem a forma de um gigantesco crânio humano, porém, observado de costas para poente, a sua fronte, abrindo em forma de um majestoso leque, mais parece ter sido talhada de alto abaixo por um só golpe. 








A sua cripta, que se estende de extremo a extremo pela base, é relativamente baixa, tendo apenas 2,08 de largura por 85 cm de altura, sendo a parte posterior um pouco menos alta e mais larga. No interior, à direita de quem entra pela parte ocidental, "encontra-se um nicho onde se ajusta perfeitamente uma cabeça humana e tendo desenhada de forma impressionante uma cabeleira humana negra, longa e desgrenhada" - esta descrição feita pelo Prof.Adriano Vasco Rodrigues, ao debruçar-se sobre o estudo deste santuário. 

Espetáculo inolvidável. E só quem se encontre  no local, e naqueles momentos, em que os raios solares atravessarem de extremo a extremo o eixo da curiosa câmara, poderá ter a plena consciência de estar perante a revelação de uma fabulosa visão, de um verdadeiro hino à Natureza! – à Terra, aos Céus, ao Cosmos!

O convite é dirigido não só  à população da aldeia e às gentes do concelho e redondezas, convidando-as evocar as festas dos ciclos da natureza dos seus antepassados, e fazendo com que as mesmas continuem a fazer parte do seu património cultural, como também a  todos aqueles que se interessem pelo estudo e pesquisa do passado longínquo da História do Homem e das particularidades desta região, cheia de um passado riquíssimo, contribuindo com o seu testemunho e partilhando num acontecimento de rara beleza e significado



 SEDE BEM-VINDOS

Vinde, e sede bem-vindos às portas hospitaleiras da minha aldeia,
à amplidão dos grandes espaços,  aos silenciosos caminhos e atalhos,
trilhos milenares, que vos hão-de  levar  ao reino misterioso
das Quebradas e dos Tambores, vasto planalto sulcado
por cerros morros, semeado por negros penedos,
rasgado por rudes penhascos,
ladeado por muralhas de ladeiras escalvadas,
denegridos flancos muito agrestes, muito abruptos,
coroados por esfíngicos bustos, desnudadas fragas,
hercúleos titãs, figuras míticas e trágicas,
há muito divinizadas por  homens de outrora
e pelos olhares sagrados dos seus deuses
que, em rituais bárbaros, os adoravam e invocavam!

Vinde Ver estes antigos sacrários! Vinde Visitá-los!
Tal como diz o imortal poeta, o iluminado!
Vinde comparar os altares erguidos por nossas mãos
com os sagrados lugares da Natureza, que,
unindo a Terra aos Céus,
não limitam, nem os nossos passos,
nem cerceiam a nossa imaginação,
na infindável procura de se encontrarem,
com paixão e amor,
os laços verdadeiros que nos unem a Deus,
em uníssono diálogo e profundo cântico interior
com a Criação, a Sua Altíssima Vontade,
as Maravilhas e Alegria dos Seus Prodígios!

Vós, a quem humildemente me dirijo,
vinde contemplar, livremente,
em plena paz de espírito,
os genuínos templos celestiais, erigidos
ao culto e em celebração da altíssima
unidade Universal!

Vinde ver estes calmos e míticos  lugares
repletos de silêncio, de solidão e de  rocha,
povoados  por ígneos perfis, fulminadas pedras,
que ora surgem isoladas e se destacam
nas vertentes rochosas, no cimo de duríssimas escarpas,
ora se amontoam, encasteladas, quase se diluem e confundem,
desfiguradas, por toda a vasta mancha acidentada,
tisnada e calva, da erma paisagem!

Vinde, pois, estender o vosso olhar sobre os grande espaços abertos,
onde as mais poderosas energias da terra e do cosmos
se fundem e expandem, subtilmente,
vos saúdam e acolhem, alegremente,
para que, assim, bem recebidos,
nos altares destes puríssimos ares,
possais contemplar o que é divino,
aquilo que,  a todos, fala  a linguagem da imortalidade,
- a silenciosa voz das coisas sublimes,
dádiva generosa que, a todos nós
e por igual, nos é oferecida! –

Jorge Trabulo Marques


Nenhum comentário: