Recebi um amável e-mail do Dr. Manuel Daniel, no qual, entre
outras palavras amigas, aproveitava para me “desejar
um Santo e Feliz Natal e um Novo Ano cheio de venturas”, cujos votos com um caloroso abraço retribuo, tendo ainda tido a amabilidade
de me enviar um dos seus belos poemas, alusivo ao Natal, que no fundo é também
uma forma não só de celebrar a figura do chamado Deus-Menino, como ao mesmo
tempo um retorno à inocência
Por isso mesmo, antes de aqui tomar a liberdade e ter
o grato prazer de editar esse belíssimo poema neste meu site, vou recordar umas
palavras de outro meu distinto amigo, que, por várias vezes, me deu a honra de
me receber em sua casa, sim, um dos textos extraído da obra diarística,
“conta-corrente” 1982-1983
em humanidade e
elevação. É a que diz «Glória a Deus nas altura e paz na Terra aos homens de
boa-vontade.» Da glória a Deus dirão aqueles a quem Deus ainda fala; da paz na
Terra dirão aqueles para quem o homem é
ainda, dentre todos, o mais alto valor. Mas tudo isso se condensa afinal na
realidade da infância, pelo que aí há de ternura e inocência; e não é assim por
acaso que o Natal é acima de tudo a festa da criança. Eis porque todo o esforço
deve ser o retorno a essa infância que a esse amor pertence. O que posso
desejar a quem me ouve é portanto a recuperação
de uma iluminação do espírito, para se acreditar que a vida e o
homem e a união de todos os povos são a
expressão mais alta do nosso encontro comum e da nossa aventura sobre a Terra."
NOITE DE NATAL
O Céu não estava estrelado
Mas uma estrela luzia.
Num barraco desprezado
Estava José e Maria.
Num monte distanciado
A branca neve caía.
Mas no negrume fechado
De repente se fez dia.
Uma criança chorava
Quando a luz se reflectia
Num espaço onde ecoava
Um cântico de alegria,
Cântico que reboava
Numa perfeita harmonia,
Enquanto José louvava
E aos Céus agradecia.
Era um mistério sagrado
O que ali acontecia.
Um pastor, admirado,
Cantava, dançava e ria.
O próprio Tempo, abismado,
Em dois tempos se partia.
E sobre palhas deitado
O Deus Menino dormia.
Manuel Daniel
AS
CELEBRAÇÕES NOS TEMPLOS DO SOL - SÃO TAMBÉM UMA OUTRA MANEIRA DE EVOCARMOS A
MEMÓRIA DAS NOSSAS ANTIGAS RAÍZES E DE NOS INTERROGARMOS PERANTE O MILAGRE DO
COSMOS E DA VIDA
Vou
aqui também a aproveitar para transcrever um texto que editei neste site,
alusivo às palavras do Dr. Manuel Daniel, que, por várias vezes nos deu o
prazer de se associar às celebrações nos Templos do Sol, em Chãs, e que se
enquadram nestes tempos da quadra natalícia
O HOMEM PERANTE O UNIVERSO
MANUEL
DANIEL – UM RARO EXEMPLO DE AMOR ÀS LETRAS E À CAUSA PÚBLICA
Tal
como já tive oportunidade de aqui referir, Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu
em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida,
um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras
e de sentido e dedicação ao bem comum.
Advogado, escritor, poeta, dramaturgo, estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica. A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem como em jornais brasileiros, prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”, de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.
Mas não
menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas em
discos e cassetes - Interpretadas por Ramiro Marques, em EP
nas canções “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 –
E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas
temáticas sobre “Natal e Avós” E, com música de Carlos Pedro, as “Bolas
de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.
Manuel
Daniel, atualmente, mais dedicado à advocacia, lá continua com a mesma entrega
de sempre às causas que lhe são confiadas, gozando do mesmo prestígio e
seriedade, que tem tido desde o princípio da sua carreira.
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