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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

CP – Horários – Machadada: Mudança de horários de 10´ no Intercidades Guarda-Lisboa, com partida às 07.00, deixa o autocarro que serve os concelhos de Meda e Foz Côa sem possibilidades de ligação com este comboio.




(imagem WEB)

É inadmissível que, quem está à frente da Administração da CP (atualmente é o ex-deputado do CDS,  Manuel Queiró), quando se proceda a mudança de horários, não exija um estudo que equacione as implicações que essas arbitrárias decisões possam provocar às populações que se servem dos autocarros (nomeadamente as mais afastadas das linhas férreas) para viajarem de comboio.

 
A partir do momento em que a hidra liberal sobrepôs o interesse coletivo ao privado, esquecendo até algumas  imposições da ditadura do Estado Novo, descurou-se, completamente, entre outras prestações essenciais, um serviço fundamental às populações – que era o de assegurar  que o  autocarro pudesse apanhar o comboio ou vice-versa: quem, viajasse de comboio, podia ter ligação assegurada no autocarro. Agora, na maioria das situações, só de Táxi.

Infelizmente, já  lá vai o tempo em que, pelo menos, a nível de transportes públicos, havia o mínimo de entendimento, entre as empresas de autocarros e a CP. Em que os horários dos autocarros das vias que dão acesso às estações da CP (nomeadamente quando únicos) não eram desfasados mas funcionavam de forma a que o serviço público fosse assegurado

POPULAÇÕES DE MEDA E FOZ CÔA PREJUDICADAS - SEM ALTERNATIVAS SENÃO O TAXI - QUE NÃO ESTÁ AO ALCANCE DE TODAS AS BOLSAS

Antes, mesmo quase à tangente, ainda era possível apanhar o primeiro IC e chegar ao fim da manhã à capital. Agora, só depois das 13 horas, com chegada a Lisboa ao fim do dia. 

A antecipação de 10 minutos do ICidades que partia da Guarda às 07.10  para as 07.00 impede que o autocarro, que parte de Foz Côa, por volta das seis da manhã, servindo este concelho e Meda, apanhe aquele comboio. 




Se o anterior horário era já de si apertado, então, com a nova  alteração, é que não há mesmo qualquer hipótese: quem vier neste autocarro terá que esperar mais três horas pelo comboio regional – E, se viajar para o Porto ou Lisboa, terá depois de comprar movo bilhete, na Pampilhosa ou em Coimbra, ficando-lhe a viagem mais cara, além dos inevitáveis transtornos. Como se já não bastasse o facto de que, quem, parta de Lisboa à 13.39, já não possa apanhar o autocarro, em Vila Franca, que regressa da Guarda para Foz Côa  - Obviamente que as empresas de autocarros também deviam fazer algum esforço nesse sentido: só que, pelos vistos, já ninguém olha ao interesse coletivo.

COMBOIOS NA MIRA DA CONCESÃO PRIVADA

(...) “O que vai acontecer é que a parte que dá lucro será concessionada a privados e o que der prejuízo fica para as autarquias”. Por outro lado, fica o caminho mais aberto para os despedimentos, pois, ao concessionarem-se serviços, os ferroviários serão transferidos para outras entidades empregadoras ou arriscam-se a ficar sem trabalho. – Este o alerta então lançado, em 2009, por um elemento da Comissão de Trabalhadores da C.P., na altura  em que “ao fim de 153 anos , a sigla “caminhos-de-ferro portugueses”, era substituída por “Comboios de PortugalComissão de Trabalhador Excerto de Noticia do Público 16/04/2009 - CP deixa de ser empresa pública e passa a Entidade

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista

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