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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Peregrino de Luz, da terra e do mar me confesso em plena liberdade de solitárias navegações marítimas e caminhadas terrestres

 

                                                    Jorge Trabulo Marques  

                                      No Heterónimo de Peregrino da Luz 

Peregrino de Luz, da terra e do mar me confesso
em plena liberdade de solitárias navegações e caminhadas
Peregrinando imerso na paz que este meu chão sagrado me dá
Em busca de um invisível Deus que não se vê mas que nos escuta!
Deslumbrado com o fulgor silencioso que nos purifica e liberta!
Sim, aqui, a luz, mesmo que turva pela névoa é sempre purificada!
Sinto pairar em torno de mim e acima dos meus olhos, um fluido
num crescendo volume de imensidade e plenitude de lúcida esfera!
De vibrátil quietude flutuante que se me abre num silêncio musical
Longe do bulício e do tumulto confuso da Terra, de todo o Mundo!
Caminhando por trilhos e caminhos, sem programa e sem destino!
Aspirando o perfume dos fetos, das ervas e das urzes e das giestas!
Que pacifica e tranquiliza em pacifico júbilo melodioso, imortal!
Sobre um chão de pedras, em que, cada um dos meus passos
ganha o alvor sublime de um sentido de eternidade, sem igual!
A sensibilidade perfeita e silvestre dum cristal luminoso e divino!





As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas. 
Manuel Alegre   

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