expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

terça-feira, 5 de março de 2024

Graça Morais no Museu do Côa – Com a sua obra “Bordel” – Depois da sua exposição Mapas da Terra e do Tempo”, que reuniu 50 obras inspiradas no período do Paleolítico., a pintora transmontana passou agora a estar representada, em exposição permanente, com “O Bordel”. Peça produzida para a encenação de “Os Biombos”, de Jean Genet, em 1993.

                                                      Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

A cerimónia  da assinatura e do respetivo protocolo entre a Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), a Museus e Monumentos de Portugal e a Fundação Côa  decorreu no passado  dia 29 de Fevereiro, com a presença da artista e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva

Trata-se de um conjunto de seis painéis, de 400 por 200 centímetros cada, pintados propositadamente para a peça “Os Biombos”, de Jean Genet, levado à cena pelo teatro Experimental de Cascais em 1993, adquiridos em 2023 ao encenador Carlos Avilez pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) por 60 mil euros.

Graça Morais encontrou inspiração nas raízes da arte paleolítica para pintar esta obra-prima de grandes dimensões, tendo estudado a icónica figura do “feiticeiro” da gruta de Trois Fréres, nos Pirenéus franceses. “O Bordel” está há vários meses em exposição permanente no auditório António Guterres, no Museu do Côa.

“Eu, na minha ingenuidade de criança, gostava de desenhar nas fragas da minha aldeia. Quando começou o movimento da defesa das gravuras do Côa, fui das pessoas que se associaram à causa e aos grandes defensores desta forma de arte“, disse Graça Morais à Lusa, dias antes da inauguração desta sua  exposição,


A pintora explicou, ainda, o quão importante é para o ser humano deixar a sua marca numa fraga e depois mais tarde no papel e por aí fora: “Nasci numa terra, aqui perto do Côa, onde parte da aldeia só tinha fragas. Nos intervalos da escola primária e nas minhas brincadeiras de criança gostava muito de desenhar nas fragas e tinha um enorme prazer em pegar no pedaço de telha ou numa pedrinha aguçada e fazer desenhos. Isto faz parte da natureza humana”, disse a artista, natural de Vieiro, no concelho de Vila Flor, distrito de Bragança.

Esta minha exposição é um encontro com as gravuras paleolíticas do Côa e com esta manifestação dos primeiros artistas. Por este motivo, tentei reunir obras que, em 1983, tiveram como ponto de partida certas imagens das grutas de Altamira em Espanha, ou a enigmática figura, conhecida pelo ‘homem-bisonte’, encontrada na caverna de Les Trois-Frères, em França, ou a Vénus de Willendorf”, explicou, em entrevista à Lusa, Graça Morais


Nenhum comentário: