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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Obra de Francisco Simões censurada por olhar vesgo e distorcido de puritanismo piegas sobre o pretexto de "desgosto estético" e "desaprovação moral" - - Conhecemos e admiramos a obra do artista, desde os anos 80 – Também já nos confessou a sua perplexidade, no diálogo telefónico que tivemos, entre a minha aldeia e a sua residência na ilha da Madeira, tendo-lhe manifestado a minha solidariedade


                                    Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 

Mestre Francisco Simões num  expontâneo momento de feliz  contentamento

David Morão Ferreira olhos nos olhos com o seu amado filho

Se o poeta David Mourão Ferreira, ressuscitasse da tumba e soubesse da provocação à estátua do autor do Amor de perdição, já não voltaria a erguer-se, visto ambos –  tanto o poeta como o escultor – terem partilhado inspirações mútuas sobre a beleza e o erotismo feminino  


Era inimaginável, que, quase 50 anos depois da queda do fascismo e da censura salazarista ainda subsistissem mentes manifestando tão evidente falta de  abertura e de compreensão estética pela liberdade artística a quem não faz da mulher a redoma de vidro ao estilo castrador e opressivo dos véus islamitas mas a celebra e glorifica na sua mais espontânea sensualidade e  nudez. -  Sim,  censura vinda de quem não tem sido nenhum modelo exemplar na autarquia da cidade invicta


Mestre Francisco Simões, fez variadíssimas e belíssimas   ilustrações inspirado nos poemas e livros do poeta David Mourão Ferreira, o qual, por sua vez, também se inspirava em muitas das obras do escultor - Sendo " o autor dos poemas que iluminam e perfumam os desenhos de Francisco Simões" - Diz Marília Regina Brito, em "Complementaridade das Artes: David Mourão-Ferreira e Francisco Simões https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/7757.pdf

Havendo quem considere o romance "Um Amor Feliz" de David Mourão Ferreira, ilustrado por Francisco Simões, como obra de dimensão universal  - Já que trata do Amor, do sentido da Vida e da Morte e da relação destes temas profundos com a Arte - Que  parecem ter  partido de "duas almas gémeas. Duma certa maneira, formam juntos a figura de “artista bifronte"Explica a Prof. Dra Lúcia da Silva (universidade de Paris) https://abralic.org.br/eventos/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/complemento/LUCIA_SILVA.pdf

David Mourão-Ferreira é conhecido sobretudo como “o poeta do amor e dos sentidos”. Mas é este seu romance, único em mais de 50 anos passados a escrever, que ficou o livro da vida de Francisco Simões: escultor e autor, unidos numa amizade duplicada, entre a vida real e a ficção.

David Mourão Ferreira, autor de uma obra em que configuram todos os géneros literários.  Poeta, ficcionista, ensaísta, crítico literário, dramaturgo, tradutor e professor universitário. Nasceu em Lisboa, em 24/02/1927.Seu nome ficaou também ligado ao de Amália Rodrigues, que interpretou cerca de duas dezenas dos seus poemas. Faleceu em 16/06/1996. https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=1163

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O ato censório a Francisco Simões, autor da escultura de Camilo, no Largo Amor de Perdição, no Porto, que se confessa  "perplexo", na reações que  teve quando tomou conhecimento do  abaixo-assinado que pede a retirada da estátua que doou, em 2012, à cidade. Acrescenta que ninguém da Câmara do Porto o contactou a dar conta do pedido dos 37 signatários: "deviam ter tido essa sensibilidade".

A estátua, oferecida pelo escultor em 2012, retrata Camilo Castelo Branco, autor do célebre romance 'Amor de Perdição', abraçado a uma mulher nua. Na carta enviada pelos signatários à Câmara do Porto, fala-se em "desgosto estético" e "desaprovação moral" e o exemplar é descrito como "mais ou menos pornográfico"..

Segundo o JN, o presidente da autarquia, Rui Moreira, reencaminhou a carta para o vereador do Urbanismo, acompanhada de uma nota na qual o próprio autarca se refere a "tão deselegante obra", afirmando concordar com as críticas colocadas pelos signatários. Rui Moreira solicita que se proceda à remoção da estátua e que esta seja colocada nas reservas municipais

Entretanto, além das inúmeras reações a condenarem o ato  censório, que se fizeram manifestar na imprensa e nas redes sociais, corre também uma Petição: Pela não remoção de Estátua de Camilo, no Porto, à  Presidência da Câmara Municipal do Porto, ao Senhor Ministro da Cultura, ao Senhor Primeiro-ministro, ao Senhor Presidente da Assembleia da República, ao Senhor Presidente da República https://peticaopublica.com/viewsignatures.aspx?pi=PT117680&pg=137


 

Francisco Simões - Nasceu em Almada, em 1946. Concluiu o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio em 1965 e o curso de Escultura da Academia de Música e Belas Artes da Madeira em 1974. Em 1967 foi bolseiro da OCDE em Roma, Turim, Novara, Verona e Milão e no ano seguinte trabalhou no Museu do Louvre a convite de Germain Bazin.

 Em 1989 foi nomeado, pelo Ministério da Educação, consultor de Artes Plásticas para o projeto - A Cultura começa na Escola, em 1990 foi colaborador do Jornal de Letras, Artes e Ideias e em 1992 foi nomeado, pelo Ministério da Educação, membro do grupo de trabalho de Humanização e Valorização Estética dos espaços Educativos. Escolheu Sintra  para viver e trabalhar durante mais de 20 anos, mas actualmente reside na Ilha da Madeira, onde se instalou e onde criou o  "Centro de Artes Francisco Simões". 

É pintor e escultor e conta com uma série de monumentos e obras em espaços públicos, nomeadamente as esculturas do Parque dos Poetas, em Oeiras.  https://www.cps.pt/en/artists/francisco-simoes

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