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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª- Surpreendente imagem de teia de aranha na manhã do Equinócio do Outono, pendurada à entrada da borda superior do semi-arco da graciosa gruta que atravessa e se assemelha à réplica solar que ali se pode contemplar ao nascer do sol que a ilumina de ponta a aponta através do seu eixo central no primeiro dia dos equinócios

                                       Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador 




Na manhã do último sábado, dia 23, na já tradicional sessão de boas-vindas ao primeiro dia do Outono, que decorreu ns Pedra da Cabeleira de Nª Srª, conforme postagem anterior, num dos sítios do maciço dos Tambores, que é atravessada pelos raios solares do nascer do sol nos Equinócios do Outono e da Primavera, proporcionando um deslumbrante espectro solar, sim, quem haveria de imaginar que ali iriamos deparar como uma espécie de réplica da imagem que ali íamos contemplar e, de algum modo também a fazer lembrar a da imagem do entrançado da pintura rupestre que ali existe num nicho do seu interior, que, um estudo da toponímia local, do Prof. Moisés Espírito Santo, classifica como símbolo solar

Coincidência?.. Diz a sabedoria popular que nada acontece por mero acaso – Seja como for, não deixou de surpreender especialmente a Drª Antonieta Maria de Jesus Rosendo, uma das nossas peregrinas, quando ali se debruçou junto ao gracioso portal e nos chamou atenção daquela tão curiosa teia, que ali estava pendurada , não resistindo ao fascínio de se ajoelhar e de entrar pela gruta adentro e observar atentamente o seu teto e a pintura rupestre ali existente.

Estudo em nave espacial, em 2020, revelou interessante comportamento  aranhas - Foi referido que, um par de Aracnídeos, que passaram dois meses flutuando na Estação Espacial Internacional para uma experiência científica por um grupo de cientistas suíços e americanos, revelaram um comportamento muito curioso , sobre como estes insectos produzem suas teias na ausência de gravidade .. Os resultados da observação de dois meses foram publicados no começo na revista científica Science of Nature.



Tal como já dissemos, vários têm sido os investigadores deste santuário, que ali se têm deslocado e debruçado sobre o monumental megálito - Além do estudo de Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro académico e arqueólogo a pronunciar-se dobre a Pedra da Cabeleira de Nª Srª, sim, do prestigiado Director Jubilado da Schola Europaea , U.E. Bélgica. Ex-Professor Associado da Unividade Portucalense, antigo colaborador do Instituto Superior de Investigação Cientifica de Angola, autor de numeoras publicações sobre educação, pré-história, arqueologia e arte africana,de que evidencia Arqueologia da Península Hispânic

Também o referido templo solar foi objecto de especial atenção por parte Moisés Espírito Santo, autor de várias obras na área da sociologia e etnologia, professor catedrático jubilado em Sociologia e Etnologia das Religiões, desde 2004, um dos fundadores e membros do Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões (1991-2004), do Instituto Mediterrânico (1991-2004) e da Associação de Estudos Rurais (1991-2004), cujos estudos  contribuiram decisivamente, com as suas investigações, para o conhecimento científico da origem e da identidade da Língua Portuguesa, com origem no Noroeste da Península Ibérica   e cuja matriz deriva das variantes de que foi objeto o Fenício, o Hebraico antigo e o Hebraico,

No seguimento da sua deslocação ao Santuário e à minha aldeia, Chãs, freguesia de V. N. de Foz Côa, diz ter dado particular atenção aos nomes dos sítios e das pedras dos calendários. Frisando que, o que ali observou e pôde interpretar “não consta nos livros de História de Portugal” onde - segundo afirma -, “crassa ignorância e uma verdadeira fobia quanto à cultura dos nossos antepassados lusitanos. 


Castro do Curral da Pedra - Mancheia-Tambores

Os historiadores e arqueólogos procuram fazer-nos crer – acrescenta o investigador - “que os lusitanos eram uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes, quando foram o povo que «durante mais tempo se opôs aos romanos», conclui o Catedrático, citando Estrabão

Poderei citar muitos mais testemunhos da riqueza pré-histórica da região, os quais localizei através das minhas prospecções, entre eles, necrópoles, grutas, abrigos, castros e dos mais representativos a Estátua-menhir de Longroiva, representando um homem, possivelmente um caçador, acompanhado pelo mesmo equipamento do homem encontrado na geleira do Tirol, em Setembro de 1991, entre a Itália e a Suíça, conhecido por Ossi.

"Pedra da Cabeleira é o nome da pedra grande através de cuja fenda se vê o sol nascer nos equinócios. Excluirmos a lenda da «cabeleira que Nossa Senhora aí deixou» por ser uma adaptação recente do nome original à religião católica popular. Como a fenda da pedra serve para ver, nos equinócios, o nascer do sol, Cabeleira é uma corrupção de qabal awra [lê-se: cabalaura] em que qabal (do acádico) significa «no meio, mediano, posição ao meio», e awra (do cananita e hebraico) «aurora, nascer do sol».


Portanto qabal awra significou literalmente «posição ao meio do nascer do sol», isto é, «posição do nascer do sol ao meio» do ano, «posição mediana do nascer do sol», sendo os equinócios a posição do sol «ao meio» do seu aparente percurso celeste. Em hebraico, qbl [lê-se: qabal] também significa «aceitar, recolher, acolher»; qbl awra seria então «aceita, recebe, acolhe o nascer do sol», tratando-se duma significação complementar (a fenda acolhe o sol nascente).

O QUE DIZ O PRIMEIRO ESTUDO DA PEDRA DA CABELEIRA DE Nª SRª

O Prof. Adriano Vasco Rodrigues, um grande entusiasta por estes lugares, nomeadamente pela Pedra da Cabeleira, que, já em 1956, havia visitado e classificado como “um local de sacrifícios ou culto do crânio”, diz o seguinte:

- “Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade.

O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores.

Junto deste santuário localizei uma pequena cavidade em forma de concha, que poderá ter servido para recolha de sangue proveniente de sacrifícios. Em frente de uma das entradas do abrigo interior daquela fraga, havia uma pedra quadrangular, com 1,5 m. de lado, em forma de arco, que se adaptava perfeitamente, deixando uma abertura suficiente para permitir a entrada dos raios solares.

O jornalista Jorge Trabulo Marques, natural das Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que meritoriamente tem pesquisado toda esta área, levantou o problema de se tratar de um calendário solar, tendo o homem pré-histórico aproveitando este monumento natural e adaptando-o, como se comprovou pela presença da pedra, que atrás referi. Esta hipótese não foi levantada despropositadamente, pois está comprovado por testemunhos de períodos coevos em que foram levantados calendários relacionados com a marcação de solstícios de Verão e de Inverno. O culto ao Sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras. O culto à Deusa Mãe e ao Sol dos primeiros agricultores está relacionado.

Também já num tempo pré-histórico mais próximo dos nossos dias, temos o exemplo de Stonehenge, convidando à observação do Sun rose e do summer solstice. Na Irlanda, o túmulo chamado New Grange, mostra uma abertura pela qual entra a luz solar no dia do solstício de Inverno percorrendo a câmara até à sua parede final.

Dou os meus parabéns ao jornalista e fotógrafo Jorge Trabulo Marques pela iniciativa do turismo cultural que vem levando a efeito com tanto sucesso.”

INTERESSANTES OBSERVAÇÕES DE TOM GRAVES

Autor do famoso livro - Agulhas de Pedra, A Acupunctura da Terra – o escritor e radiestesista, Tom Graves, que veio expressamente da Austrália para visitar o local

O autor da obra sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano, deslocou-se, em Outubro de 2008,  da Austrália aos Templos do Sol para ali confirmar a sua teoria de que «Em toda a parte existe uma interação entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.»tom graves veio da austrália para estudar as pedras

Espantoso achado, encontrado nos Tambores  – pelo autor deste blogue – Denota faltar-lhe uma parte e a ponta - 



Na anta da Cunha·Baixa (Mangualde), a que me referi a cima, Pág.71, encontrei um objecto de granito, com a conformação indicada na figura 73: o objecto tem de comprimento 1m,20 e de maior largura om,20, apresentando ao longo uma serie de sulcos feitos com toda a regularidade; estava deitado à entrada da camara. Não me parece fácil determinar precisamente o uso d'este objecto. Nunca vi outro igual, conquanto tenha encontrado dentro das antas pedras mais ou menos compridas e irregulares, que talvez lá não fossem postas sem especial intuito I. Num livro do sr. Joly s vem o desenho de um objecto que represento na fig. 74, o qual não deixa de ter alguma parecença com o de cima, embora  talvez seja muito menor, e de outra substância; o A. denomina-o registre-se de  comptes, Inclino-me a crer que o objecto Cunha-Baixa representa um troféu, designado os sulcos

A linha de água do Vale da Ribeira Centeeira, ou Graben de Longroiva, mais conhecido por Vale dos Areais, vai desaguar ao Côa, depois de tomar o nome de Ribeira dos Piscosem cuja foz  se situa um  dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade. 

Do lado de lá, as encostas são xistosas e ficam localizadas as povoações da Pestana, Cornalheira, Gamoais e Vale do Pereiro, onde se estendem lindíssimas vinhas  - Sobranceiras ao vale, situam-se duas magnificas quintas, muito bem aproveitadas, a Quinta da Veiga e a Quinta da Canameira – A Quinta dos Areais, outra das áreas fertilíssimas, onde até o Salazar ia deliciar-se com a sua fruta e a comida regional,  lamentavelmente, nos últimos anos  tem estado praticamente desaproveitada - Com  um extenso pomar de pereiras, carregado de peras,  inundado de arbustos e de silvas, em terrenos onde se chegaram a cultivar belas hortas e meloais – A propriedade é pertença dos antigos herdeiros de um  médico de Salazar, que residem em Viseu, onde há mais pinhais de que hortas.

graben de Longroiva é o prolongamento para Sul do graben da Vilariça. É uma depressão tectónica formada com o desnivelamento dos blocos laterais e abatimento do bloco central de uma fracturação paralela numa faixa de 0,5 a 1 km de largura na Falha da Vilariça. O bloco Oeste desenvolve-se em patamares desde a Ribeira da Centeeira, que corta o vale, a altitudes da ordem de 300m, até à região de Mêda, a altitudes de 650 a 750 m. O bloco Este forma uma escarpa de falha de 150 a 200 metros de altura. https://www.geocaching.com/geocache/GC3G5EN



sábado, 23 de setembro de 2023

Equinócio do Outono 2023 – Saudado em manhã suave e luminosa, em Chãs - Vila Nova de Foz Côa –Longe do alarido mediático que gosta mais de dar notícias negativas ou estrangeiradas. Poucos, mas imbuídos de calorosa alegria, em ação de graças aos frutos que a terra nos oferece

Jorge Trabulo Marques - Há videos a editar

O primeiro dia do Outono, por estas paragens do maciço granítico dos tambores, nos templos do Sol, foi recebido com momentos de poesia, iluminados pelo esplendor solar, cremos que por todo o concelho de V. N. de Foz Côa e região envolvente, coroado por um céu de um azul límpido e brilhante, a fazer esquecer os dias de ventanias e chuvadas mais invernias de que de despedida da estação mais quente do ano

Agradecimento especial à Junta de Freguesia – Pelo cuidado que teve em mandar limpar de giestas e das silvas uma parte do recinto, facilitando-nos, deste modo, a celebração do evento.

                                       CALOROSO ABRAÇO DE GRATIDÃO

À sempre amável e preciosa presença de  António Lourenço, José Lebreiro e Pedro Daniel, bem como ao Vasco Costa Marques, que aguardou na sua residência em Foz Côa, conhecida pelo solar do Conde de Pinhel, a vinda de sua  esposa de Tavira, Algarve,  Antonieta Maria de Jesus Rosendo e sua amiga Ana Paula Serrão Martins – Que, mesmo depois de uma longa viagem, não hesitaram em vir saudar o primeiro dia do Outono, tendo-nos proporcionado momentos de calorosa simpatia e alegria

A todos a minha sincera gratidão por não olharem ao incómodo  de se levantarem cedinho, com um tempo mais convidativo a  ficar no quentinho da caminha de que a ter que sacrificar mais algumas horas de merecido repouso

Lembramos a memória do jornalista José Domingues, recentemente falecido, natural da Guarda, mas que acabaria por passar a sua adolescência e juventude, numa quinta da família, na freguesia de Longroiva, concelho de Mêda, ao qual devemos as primeiras noticias, através da Lusa, das primeiras celebrações nos Templos do Sol.

Lemos poemas, cujos registos contámos editar, logo que possível, de Manuel Daniel, nosso saudoso e distinto amigo, que ali se deslocou algumas vezes, uma das quais pouco antes do seu falecimento, dia 22 de Janeiro de 2021 e  de Dom Manuel António Mendes dos Santos, ex-Bispo de S. Tomé, que  nos honrou com a sua presença no Equinócio do Outono de 2019, bem como dos poetas, António Ramos Rosa e de sua esposa, Agripina Costa Marques, Manuel Alegre, Maria de Assunção Carqueja, saudosa esposa de Adriano Vasco Rodrigues, que também ali chegou dar-nos o prazer da sua participação, juntamente com Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro investigador a debruçar-se sobre a Pedra da Cabeleira de Nº Sra, assim como  dos poetas Miguel Torga e Teixeira de Pascoais, da poetiza Fernanda de Castro, Alda do Espírito santo e também de dois poetas do concelho de Foz Côa, Hamilton Tavares  e Orlando Marçal 




terça-feira, 19 de setembro de 2023

Celebração do Equinócio do Outono, em Chãs. V. N de Foz Côa, dia 23-09-2023 - 08.30H - Associação Cultural Templos-do-sol-Chãs-Monte-dos-Tambores - maciço granítico sobranceiro ao maravilhoso vale da Ribeira Centeeira - convida-o e dá-lhe as boas vindas para saudar o dia em que ambos os hemisférios da Terra se encontram igualmente iluminados pelo Sol

                            


                        Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador do evento 
                            O maciço dos Tambores, Quebradas e Mancheia 
a curta distância da aldeia de Chãs, vai ser  uma vez mais o cenário místico e contemplativo  para festejar  o ciclo  das estações do ano.  

Excetuando o Inverno  - já o fizemos três vezes  - mas o tempo  em que o frio se instala, com dias cinzentos e encobertos, não convidativo, o local já entrou definitivamente no calendário mediático das principais celebrações evocativas, com o objetivo de saudar a  Mãe-Natureza, indo  ao encontro das mais antigas tradições e cultos medievos dos vários povos, de cuja passagem por estas áreas e  na região, e, por ventura, numa boa parte do nosso país, sim, dos quais, legamos as nossas raízes étnicas e culturais  mais profundas

                        O ex-Bispo de S. Tomé e Príncipe, Dom Manuel dos Santos, no Equinócio do Outono 2015, cantou e encantou-nos com os seus belos poemas - https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2015/09/equinocio-do-outono-2015-chas-foz-coa.html   E na saudação ao Equinócio de 23-09- 2019, com a leitura de poemas lidos e cantados  de João de Deus pelo bisneto António Ponces de Carvalho e sua esposa Filomena e o trineto, Salvador https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2019/09/celebrado-o-equinocio-do-outono-23-09.html

                      Entretanto, maravilhe-she com o video que a seguir lhe ofereço
e,

Associação Cultural Templos-do-sol-Chãs-Monte-dos-Tambores  ( em vias de formação) - convida-o a  conhecer  ou a revisitar a  esplendorosa réplica da imagem e a receber o poder energético do símbolo mais antigo da civilização egípcia, que os homens da pré-história ali terão ido buscar às suas raízes ancestrais mais longínquas - Ou seja, o símbolo de hórus

Símbolo Horus  - Que ali está bem expressivo no frontal do santuário, é  dos amuletos mais importantes no Egito ...Lugar místico e lendário já conhecido pelo "Stonhenge Português" 

O enorme monumento megalítico, orientado no sentido nascente-poente, possui uma graciosa gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento e sensivelmente a mesma altura, que é atravessada e iluminada pelo seu eixo, no momento em que o Sol ali se começa a erguer por detrás da cercadura amuralhada que o envolve. 

O Outono vai começar, astronomicamente,  às 2h04 de dia 23 de Setembro. Assinala o instante em que o Sol, tal como o vemos a partir da Terra, cruza o plano do equador  terrestre. 

A partir deste instante, com o passar do tempo, os dias vão ficando menores e as noites maiores. o Sol passará a ser visto abaixo do equador, fenómeno astronómico que  irá durar até ao dia 22 de dezembro de 2023, quarta-feira, às 03h27, momento em que  o inverno começa em Portugal e em todo o hemisfério norte.


 Vai ser celebrado  dia 23, no próximo sábado, das 08.00 às 08.30  horas, no Santuário  Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª  - Em louvor aos frutos que a terra nos ofereceu nesta bela região duriense   De forma simples, livre e descomprometida, mas com o coração e o peito abertos, em festa, ávidos de esplendorosa consolação, de purificadora energia e sublime beleza

Com momentos de poesia em louvor aos frutos que a terra nos ofereceu nesta bela região duriense   - Com homenagem ao jornalista e investigador José Domingues, recentemente falecido – Singelo tributo ao peregrino e divulgador dos Templos do Sol e do Vale do Côa - Referência cultural e jornalística do nosso distrito


Ergue-se alcandorado sobre uma laje em forma  de altar no ponto predominante de um recinto amuralhado e a curta distância do chamado castro do Curral da Pedra, inserido na área do Parque Arqueológico do Vale do Côa, voltado a poente sobre o planalto  de um  pardo mas impressionante afloramento granítico, que se reveste e transcende de maravilhosas manchas bancas como a neve com a  floração das giestas na Primavera, que então cobrem todas as rochas e penhascos, conhecido por Monte dos Tambores, onde persistem abundantes vestígios e núcleos de habitações, desde o neolítico, calcolítico e períodos seguintes.

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TAMBORES DEVERIA INTEGRAR ROTEIROS DE TURISMO DE FOZ CÔA-  Defende “Novos Insólitos Noticias Incríveis que nos fazem refletir https://novosinsolitos.blogspot.com/2010/09/tambores-devia-integrar-roteiros.html


É um local pleno de história e de misticismo, dos tais lugares da terra onde a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área - . O que se espera venha  a ocorrer durante os breves minutos em que a cripta do enorme megálito é atravessada pelos raios solares da manhã, caso as condições meteorológicas o permitam, com momentos de poesia

Não tinham relógios nem calendários, como hoje os temos, mas  nem por isso deixavam de saber quando uma estação terminava e outra começava. Erguiam enormes blocos ou aproveitam-se de outros já existentes e adaptavam-nos para as suas observações astronómicas. E faziam deles, além de verdadeiros monumentos, também os seus locais de culto. Muitos caíram no esquecimento ou foram destruídos. Porém, outros, ainda subsistem em vários pontos do Globo: o mais famoso é Stonehenge e, em Portugal, os templos do sol, no maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, onde são celebrados os ciclos do ano e evocados, tempo idos 

Se puder, não falte – A meteorologia promete-nos melhoria das condições atmosféricas – Oportunidade de inexplicável brilho e magnificência que os participantes poderão observar, saudando e contemplando os magníficos raios do esplendoroso leão dos Céus, que nos anuncia - com o mesmo brilho de outras eras, tal como se mostrou aos povos que ali cultuaram e veneraram a auspiciosa entrada do Outono.

Justamente no dia e a noite se reparte de igual modo, entre a luz e as trevas - Hora de júbilo e de ascensão que saúda e brinda a generosa estação da colheitas, dos frutos que o sol do Verão ajudou a crescer e que, agora o Outono amadurece, como dádiva divina, tal o colorido nostálgico, os odores e os sabores, as fragrâncias, os perfumes, o incomparável garrido das aguarelas das suas folhas, com que nos são presenteados

Ergue-se alcandorado sobre uma laje em forma  de altar no ponto predominante de um recinto amuralhado e a curta distância do chamado castro do Curral da Pedra, inserido na área do Parque Arqueológico do Vale do Côa, voltado a poente sobre o planalto  de um  pardo mas impressionante afloramento granítico, que se reveste e transcende de maravilhosas manchas bancas como a neve com a  floração das giestas na Primavera, que então cobrem todas as rochas e penhascos, conhecido por Monte dos Tambores, onde persistem abundantes vestígios e núcleos de habitações, desde o neolítico, calcolítico e periodos seguintes

"Os fenómenos astronómicos solstício e equinócio marcam o início de cada estação em cada hemisfério. Quando o Sol atinge seu limite máximo ao Norte ou ao Sul no seu movimento aparente, ocorrem os solstícios de verão e inverno. Quando o sol incide sobre a Linha do Equador, estando em seu posicionamento médio, ocorrem os equinócios de primavera e outono.

Violinista António Barbosa, em 2007

VENHA POIS CONTEMPLAR UMA DAS MARAVILHAS ASTRONÓMICAS DA PRÉ-HISTÓRIA   - Onde outras pedras também capricham por espantosas formas de animais ou bustos humanos - Naturalmente que não são obra do acaso


Castro do Curral da Pedra - Mancheia-Tambores

     

Admite-se ter sido erguido e cultuado por antigos povos que se fixaram no maciço granítico dos Tambores, Mancheia e Quebradas, de que existem abundantes vestígios, aproveitando-se dos seus penhascos rochosos como defesa e abrigo natural e, como fonte de sobrevivência, as bagas e os frutos das  espécies  autóctones e das produzidas no  fertilíssimo vale da Ribeira Centeeira,  dos Piscos, que lhes ficava sobranceira

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Além dos primeiros estudos de Adriano Vasco Rodrigues, que classificou, o recinto da Pedra da Cabeleira, como "local de culto ou de sacrifícios" e do levantamento arqueológico da área, levado a acabo pelos arqueólogos Sá Coixão e, depois,  por António Faustino Carvalho,  https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/23534/1/Carvalho2003.pdf  também já ali se deslocaram, entre outros, Gonçalves Guimarães, Lima Garcia e, por duas vezes, o astrónomo Máximo Ferreira


Bem como o autor do famoso livro - Agulhas de Pedra, A Acupunctura da Terra – o escritor e radiestesista, Tom Graves, que veio expressamente da Austrália para visitar o local, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , o famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano, deslocou-se, em Outubro de 2008,  da Austrália aos Templos do Sol para ali confirmar a sua teoria de que «Em toda a parte existe uma interação entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.»tom graves veio da austrália para estudar as pedras

Posteriormente, também o prestigiado Catedrático da Universidade Nova de Lisboa, Moisés Espírito Santo, que teve a gentileza de oferecer um estudo à comissão organizadora das celebrações, no qual associou os vários nomes dos da área envolvente ao culto do sol


O autor da Sociologia das Religiões, diz ter dado particular atenção aos nomes dos sítios e das pedras dos calendários. Frisando que, o que ali observou e pôde interpretar “não consta nos livros de História de Portugal” onde - segundo afirma -, “crassa ignorância e uma verdadeira fobia quanto à cultura dos nossos antepassados lusitanos. Os historiadores e arqueólogos procuram fazer-nos crer – acrescenta o investigador - “que os lusitanos eram uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes, quando foram o povo que «durante mais tempo se opôs aos romanos», conclui o Catedrático, citando Estrabão

Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., referindo-se  à Pedra da Cabeleira de Nº Srª, diz o seguinte: “Também na freguesia de Chãs, que foi outrora anexa de Longroiva e agora pertence ao concelho de Vila Nova de Foz Côa, localizei, a curta distância da povoação, na Lapa de Nossa Senhora, no interior de um penedo com forma de crânio, um nicho contendo algo que parece a pintura de uma cabeleira humana”

Castro do Curral da Pedra - Mancheia-Tambores

“O penedo tem o seu assento sobre uma vasta superfície rochosa granítica. A face poente está desbastada como uma enorme testa. Na parte interior rasga-se uma abertura com cerca de um metro de diâmetro, que dá entrada para uma espaçosa câmara com o exterior por outra abertura rasgada na face ocidental.”

Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade.

O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores.

Os nossos antecipados agradecimentos à Câmara Municipal de V. N. de Foz Côa, pelo apoio que nos tem prestado e também à Junta de Freguesia de Chãs, que nos costuma disponibilizar o salão nobre da autarquia, como alternativa,  se as condições atmosféricas não nos propiciarem a ida ao local - E, naturalmente, à entidade proprietária onde se localizam os “templosdosol”, assim como aos habituais amigos e colaboradores destes eventos.
 

A linha de água do Vale da Ribeira Centeeira, ou Graben de Longroiva, mais conhecido por Vale dos Areais, vai desaguar ao Côa, depois de tomar o nome de Ribeira dos Piscosem cuja foz  se situa um  dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade. 

Do lado de lá, as encostas são xistosas e ficam localizadas as povoações da Pestana, Cornalheira, Gamoais e Vale do Pereiro, onde se estendem lindíssimas vinhas  - Sobranceiras ao vale, situam-se duas magnificas quintas, muito bem aproveitadas, a Quinta da Veiga e a Quinta da Canameira – A Quinta dos Areais, outra das áreas fertilíssimas, onde até o Salazar ia deliciar-se com a sua fruta e a comida regional,  lamentavelmente, nos últimos anos  tem estado praticamente desaproveitada - Com  um extenso pomar de pereiras, carregado de peras,  inundado de arbustos e de silvas, em terrenos onde se chegaram a cultivar belas hortas e meloais – A propriedade é pertença dos antigos herdeiros de um  médico de Salazar, que residem em Viseu, onde há mais pinhais de que hortas.

O graben de Longroiva é o prolongamento para Sul do graben da Vilariça. É uma depressão tectónica formada com o desnivelamento dos blocos laterais e abatimento do bloco central de uma fracturação paralela numa faixa de 0,5 a 1 km de largura na Falha da Vilariça. O bloco Oeste desenvolve-se em patamares desde a Ribeira da Centeeira, que corta o vale, a altitudes da ordem de 300m, até à região de Mêda, a altitudes de 650 a 750 m. O bloco Este forma uma escarpa de falha de 150 a 200 metros de altura. https://www.geocaching.com/geocache/GC3G5EN



Poeta Manuel Pires Daniel - Já não está entre nós mas continuará vivo no nosso pensamento

Além das televisões e da Imprensa estrangeira, vários especialistas, de reputada craveira, já por aqui passaram e nos deram valiosos contributos. E, até, altas entidades religiosas, como o Reve. Cónego José da Silva, o saudoso poeta Manuel Pires Daniel,  o Bispo de S. Tomé, Dom Manuel dos Santos, assim como os netos e bisnetos de João de Deus - E, naturalmente , músicos como João Canto e Castro, a companhia de dança Amalgama, a Companhia de Dança de Lisboa e vários grupos de gaiteiros -  No solsticio de 2021,  a poetiza Olinda Beja.



                                        STNOHENGE PORTUGUÊS

Estes megálitos, são conhecidos por alinhamentos sagrados, remontam ao período megalítico e existem em várias partes do mundo, mas sobretudo na Europa. Sendo o mais famoso o Stonehenge. Muitos destas gigantes estruturas estão em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente com os Equinócios e os Solstícios - Perpectuam memórias de verdadeiros calendários astronómicos, que antigas civilizações elegeram como especiais locais de culto – Vários estudiosos, que visitaram os templos megalíticos dos Tambores, em Chãs, conferem-lhes significado e importância e comparam-nos a alguns dos mais curiosos monumentos que ainda subsistem.





Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar, fica na vertente de uma antigo castro – o ponto mais alto deste vasto maciço rochoso. Foi registada, pela primeira vez, às 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003. Todos os anos, por esta altura, o sol, ao pousar no horizonte, projeta os seus raios em perfeito alinhamento com a sua crista e o centro do círculo votivo, situado no enfiamento a uns metros a oriente. Assinalando a entrada do Verão e proporcionado um verdadeiro posto de observação astronómico.


SETE ALINHAMENTOS 


No Maciço dos tambores, até à presente data, foram descobertos sete alinhamentos: Pedra da Cabeleireira de Nª Senhora, atravessada pelos raios solares do nascer do sol nos Equinócios; a Pedra  do Solstício, alinhada com o pôr do sol do Solstício do Verão; "As Portas do Sol, alinhada com o nascer do sol  do Solstício do Inverno e o pôr do sol do Verão;  Pedra Phallus Impudicus, com o nascer do sol do Solstício do Inverno, nome associado a um certo tipo de cogumelos que surgem naqueles dias mais húmidos e frios; a Pedra da Ursa Maior, com a inscrição de e o alinhamento de sete fossetes alinhada com os Equinócios, porventura enquadrada com a Pedra Caranguejo, a escassos metros e que é atravessada pelos raios solares do pôr do sol dos equinócios.