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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Manuel Pires Daniel - O Poeta de Terras de MEDA, “Luz da Beira” - Completaria hoje o seu 87º aniversário, se Deus o não tivesse chamado para a Eternidade

 JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista


Manuel J. Pires Daniel, nasceu em 18 de Novembro de 1934, em Vila de Meda, conhecida a sua torre cimeira, como o farol da Luz da Beira,. Faleceu em 21 de Janeiro 2021, vitima da Covid 19 - Já depois de alguns anos de penosa situação de invisual, sem, no entanto, abdicar da sua verve poética - As almas bondosas e iluminadas, não se perdem na eternidade - A dor é infinita dos que as perdem mas esse é o caminho que um dia todos levam, mais tarde ou mais cedo - Meu abraço solidário


Um coração de poeta, que, embora não tendo alcançado a fama que deveria merecer, privou com Miguel Torga e escreveu algumas letras lidas por João Vilarét - Homem muito admirado e querido, não só na sua terra natal, em todo o concelho, bem como em V. Nova de Foz Côa, onde passou grande parte da sua vida, dedicado à causa pública e cuja obra intelectual, se estende em todos os géneros literários, perfeitas maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa

Recordo com saudade os bons momentos de diálogo, que tive o prazer de partilhar com a sua simpatia, sensibilidade e saber - Sem dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras e de sentido e dedicação ao bem comum –

- Autor de uma vasta obra - “Caminhada Imperfeita”; “Mar da Minha Terra” ; "Coração Acordado"; "A Porta do Labirinto"; Intermitências". "Auto da Juventude"; "Eram meninos como nós" (teatro); " "O Feriado Municipal de S. Martinho" - Entre outros livros - Com cerca de uma vintena de peças de teatro para crianças e jovens, algumas das quais, inéditas - Advogado, poeta, escritor, ensaísta, dramaturgo e jornalista na imprensa e na rádio

Na poesia de Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavras que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.

Manuel Daniel e Marialice Daniel - Era um modelo exemplar de vida conjugal e profissional. Um casal tranquilo e feliz, a morte os separou - - Recordando um poeta da nossa terra, que dificilmente será esquecido - Deixou-nos em Janeiro passado, vitima da Covid 19 - Esta é uma das várias fotografias, que tive o prazer de lhes fazer em sua casa, em Agosto de 2019 - Além de me ter dado a oportunidade de lhe gravar alguns poemas e de o entrevistar., que não deixarei de recordar, sempre que me for possivel e achar oportuno.

Uma vida intensa e multifacetada, pautada pela dedicação mas também pela descrição. Desde, há alguns anos, vinha debatendo-se com extremas limitações da sua vista, por ter ficado completamente cego, no entanto, nem por isso, dentro do que lhe era possível e com apoio amigo da família, lá ia compondo os seus versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa - Dominando com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressando, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem

Na poesia de Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavras que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra. -O meu abraço de eterna saudade

Uma biografia rica e diversificada - Advogado, escritor, poeta, estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica. A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem como em jornais brasileiros, prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”, de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.

Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas em discos e cassetes, Interpretadas por Ramiro Marques, em EP nas canções “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.

Indubitavelmente, se há homens que dedicam a sua vida à causa pública, com total entrega, honestidade, inteligência e dedicação, Manuel Daniel, é um desses raros exemplos – Sim, então num tempo em que vão escasseando exemplos dignos de referência: ele pode olhar para o seu passado, com orgulho e de cabeça erguida - Numa longa carreira, com desempenhos nas tesourarias e repartições de Finanças da Meda, Pombal, S. João da Pesqueira, Reguengos de Monsaraz, Vila Nova de Foz Côa e Guarda, culminando como dirigente superior da Direção Geral do Tesouro, no Ministério das Finanças, onde foi responsável pelos serviços técnicos e financeiros das Tesourarias da fazenda Pública.

A par da sua vida profissional, foi ao mesmo tempo desenvolvendo o gosto pela literatura – Lendo as obras dos melhores autores, escrevendo poemas, contos e peças infantis e manifestando o seu apego ao jornalismo: iniciou a suas primeiras colaborações, em 1954, em “Luz da Beira”, jornal de Meda, a sua terra natal, que ajudaria também a fundar, colaboração que manteve durante 20 anos, creio que até à sua extinção. Nesse recuados anos, estendeu ainda o seu contributo jornalístico aos jornais a ”Palavra”, de Reguengos de Monsaraz – 1964-1968. Em Moura, colabora com a “Planície”- 1961- 1962. Posteriormente, já com residência em Foz Côa, publica vários artigos na “Coavisão” edição do município. Foi colaborador da “Capital”, na “Defesa” e na revista “Solidariedade” – Continuando a ser um dos mais considerados e ativos colaboradores do jornal “O Fozcoense”

Manuel Daniel, era casado com Alice Daniel, pai de dois filhos: do Dr. João Paulo Daniel, o guitarrista do extinto grupo Requiem Pelos Vivos, bem como Eng.Pedro Daniel, Eng.º Pedro Daniel, dinâmico Coordenador e Técnico da empresa Fozcôactiva, ambos ligados de coração e alma por Foz Côa, à semelhança dos seus pais." - Estas algumas de referências com que é enaltecida a sua vasta e notável biografia.

 

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