Estoril 1985 - Francisco Pinto Balsemão , prestando declarações, ao autor destas linhas , acerca da exposição de pintura de Isabel Torres, filha do seu grande amigo, César Torres - Ela era ainda muito nova e ele dizia que ia ser uma grande promessa na pintura - e parece que foi. - Mais tarde, , mas já na Redação do Expresso, pronunciar-se-ia para o mesmo repórter, sobre a concessão das televisões a operadores privados.
A história dos canais de TV privados, em Portugal, desde a aprovação da lei até ao inicio das emissões, teve os seus episódios e protagonistas – Ao recordar-se esse tempo, um dos nomes, que ressalta, imediatamente, sobretudo para quem acompanhou de perto as discussões e as polémicas, à volta desta questão, é o de Francisco Pinto Balsemão – Sem dúvida, o grande pioneiro dos media em Portugal, antes e depois da Revolução de Abril. - Atualmente lidera o grupo mais poderoso da Comunicação Social Portuguesa, ombreando com os mais importantes grupos internacionais.
BALSEMÃO: Defendia, que o grupo mais bem posicionado para a concessão de um canal privado de televisão, era o que ele liderava.
Já lá vão uns anos decorridos, à volta da
discussão da nova lei da Comunicação social, que, depois de aprovada,
viria a permitir a concessão de canais televisivos a grupos
privados.
Na corrida, estava o Grupo liderado por
Pinto Balsemão, Proença de Carvalho e a Igreja Católica – As concessões viriam
a ser atribuídos, ao Grupo Impresa, de Balsemão, que arranca com as emissões da
SIC, em Outubro de 1992, constituindo-se como o 1º canal de
televisão privada em Portugal. E à Igreja católica, que, começa as suas
emissões, em Fevereiro de 1993, sob a sigla de Televisão Independente (
TVI), que, naquela altura tinha o nome de "4" por ser a 4ª rede nos
canais de televisão portugueses
BALSEMÃO, A FIGURA INCONTORNÁVEL NA HISTÓRIA DAS TELEVISÕES PRIVADAS EM PORTUGAL
Naturalmente que, a ser atribuída a concessão de canais de televisão a grupos privados, Francisco Balsemão, pese o facto de ter sido primeiro-ministro e co-fundador de um partido, era quem, à partida, reunia mais créditos para chamar a si esse justificado direito e responsabilidade. Este era pois um dos argumentos de peso que jogava a seu favor. Todavia, conquanto os dois Governos de Cavaco, liderados pela AD, obtivessem a maioria absoluta, o processo foi-se arrastando e levou algum tempo a que passasse das intenções à prática.
Nesse interregno – já não nos ocorre em que data precisa – na altura em que trabalhávamos como repórter na Radio Comercial-RDP – pessoalmente tomámos a iniciativa de nos dirigirmos à redação do semanário Expresso, que era ainda ali próximo da rotunda do Marquês Pombal, parta ouvir Francisco Pinto Balsemão, acerca deste candente assunto - O qual prontamente acedeu expor as suas razões..
“O tema da privatização está em foco, em termos gerais: não apenas no que respeita à comunicação social. Isso resulta do resultado das eleições, resulta do programa do Governo. E penso que é esse o caminho a seguir, embora com naturais cautelas em relação à organização política do Estado e á intervenção que o Estado terá que ter sempre na economia.
No caso concreto da comunicação social - fico com muita pena não estar presente do debate recentemente realizado no Clube dos Empresários, pois tinha outro compromisso inadiável - , penso que a privatização da comunicação social é inevitável e é desejada. Quanto aos jornais, não faz qualquer sentido que o Estado tenha jornas: nenhum país europeu, em nenhum país do mercado comum, isso acontece. Quanto à rádio, a privatização já existe, a privatização já existe apesar da lei ainda não estra a ser aplicada e aí há que regulamentar o modo, o exercício dessa privatização.
Quanto á televisão, também penso que, não apenas porque nos países europeus isso está a acontecer mas também é a única maneira de darmos uma resposta em termos culturais e de identidade nacional à invasão das televisões estrangeiras, é realmente a privatização. É haver a possibilidade de canais privados em Portugal.
Portanto, por tudo isto eu sou defensor se que este tipo de medidas sejam tomadas rapidamente. Até aqui não foi possível, na medida em que não havia uma Governo maioritário, uma maioria na Assembleia nesse sentido. Mas, quanto à televisão, todos os partidos apresentaram propostas de lei, tendentes à existência de televisão privada.
Vejo a televisão privada, acima de tudo e como primeira prioridade, através da abertura de um concurso público para a exploração existente, o segundo canal, que é a nossa primeira prioridade, minha e do Grupo Sójornal : empresa proprietária do Expresso e que compreende vários outros jornais e publicações. Como a empresa proprietária do semanário Jornal; empresa proprietárias das revistas Nova Gente, Maria e outras: O Tempo; o Diário de Coimbra; Diário de Aveiro; O Motor. E depois, um segundo grupo, com empresas bem conhecidas em Portugal: como é o caso dos Filmes Castelo Lopes; de Costa do Castelo (filmes); da Valentim de Carvalho, Telecine-Moro e outras.
Este Grupo é um Grupo que se considera competente, porque tem experiência em matéria de comunicação social. E, por isso, julgo que as regras, no caso da televisão, devem atender à experiência no campo da comunicação social dos concorrentes – Excerto da entrevista, parte da qual editada em vídeo.
BALSEMÃO E A TEMPERA DE UM NATIVO SERRA DA ESTRELA
Pinto Balsemão tem a têmpera do granito da Guarda - Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão nasceu no dia 9 de Setembro de 1897 na cidade mais alta de Portugal - O filho Francisco nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937 - Tal como seu pai é um nativo virgiano. Ambos nasceram em dias ímpares mas ele prefere o número par. "Quando posso, arranco com os meus projetos num dia 6: o Expresso começou a 6, o PSD foi anunciado num dia 6, a Caras saiu num dia 6. A SIC Notícias só não iniciou as emissões a 6 porque era um sábado.
No dia 6 de Janeiro, dia em que o semanário expresso, completava, 40 anos, Henrique Monteiro, diz que, quando este jornal foi "lançado, em 1973, existia censura prévia, os partidos políticos eram proibidos (apenas um grupo tinha assento no Parlamento), havia guerras em Angola, Moçambique e Guiné para onde eram mandados rapazes de todo o país, o PIB per capita, a preços que podem ser comparados (preços constantes) era metade do valor atual, o número de pessoas empregadas era muito mais baixo (porque havia muito menos empregos e a população ativa era menor), além de que o país"Expresso por mais 40 anos. Parabéns
Também somos da mesma opinião: - A grande incógnita está na era pós Balsemão
Sem dúvida, o Expresso está de parabéns - E, por enquanto, ainda está nas mãos que lhe dão algum rumo -- Depois dele, poderá suceder o mesmo que à Fundação Gulbenkiam, com Azeredo Perdigão - Vão acabando com tudo, só não acabam com a administração.
Indubitavelmente, sem o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política - O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril – Por esse tempo, o autor destas linhas encontrava-se em São Tomé. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça (para onde foi estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já tinha plena consciência do que era o bisturi e até dos calabouços da PIDE e dos seus britais mimos.
UM JORNAL QUE COMEÇOU COM ALGUM CHEIRO A MANJERICÃO
Foi através do semanário Expresso que chegaram os primeiros cheiros a manjerico - Antes disso, só se fosse a bosta de boi da censura e da repressão. O cheiro dos cravos, viria um ano depois. - Entretanto, "após sucessivas desilusões, os deputados da Ala Liberal, foram abandonando a Assembleia. Sá Carneiro foi o primeiro, em 1973, com a famosa expressão "É o fim!", seguindo-se-lhe vários outros. Passaram à oposição, nomeadamente através de artigos publicados no jornal Expresso, fundado por Pinto Balsemão em Janeiro de 1973. Os esforços dos "liberais" terão tido o efeito de desacreditar a experiência marcelista junto de largos sectores das classes médias portuguesas"
"Francisco
José Pereira Pinto Balsemão (Lisboa, 1 de setembro de 1937) é um empresário
português, que foi primeiro-ministro de Portugal entre Janeiro de 1981 e Junho
de 1983.
Jurista
de formação, foi igualmente dirigente político ativo, até se dedicar
exclusivamente à vida empresarial, no setor da comunicação. Pinto Balsemão é
fundador e presidente do Grupo Impresa e presidente do Conselho de
Administração da SIC, que foi a primeira estação de televisão privada em
Portugal.
Francisco
José Pereira Pinto Balsemão nasceu a 1 de setembro de 1937 em Lisboa.[1]
Filho de
Henrique Patrício Pinto Balsemão (Guarda, 9 de Setembro de 1897 - ?) e de sua
mulher (Lisboa, 21 de Maio de 1922) D. Maria Adelaide van Zeller de Castro
Pereira (Sintra, 11 de Agosto de 1897 - ?); neto paterno de Francisco Pinto
Balsemão e bisneto paterno de Henrique António Patrício; bisneto materno de
Rodrigo Delfim Pereira, filho bastardo de Pedro IV de Portugal e da Baronesa de
Sorocaba; primo em segundo grau de Teresa, António e Alexandre Patrício Gouveia
EXCERTO DE https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Pinto_Balsem%C3%A3o
Nenhum comentário:
Postar um comentário