VAMOS SAUDAR O PRIMEIRO DIA DO OUTONO RECORDANDO A BELA POESIA DE JOÃO DE
DEUS - Com poemas extraídos livro CAMPO DE FLORES, que a sua neta, amavelmente
me autografou e ofereceu - E DO POETA MANUEL
DANIEL, natural de Meda, concelho limítrofe do termo desta aldeia - Atualmente invisual
O Equinócio de outono em 2019 verifica-se em Portugal a 23
de Setembro, exatamente às 08:50. Esta é a hora oficial para o
início do outono. - Nós vamos saudá-lo às 08.00 horas no Templo Rupestre da
Pedra da Cabeleira de Nª Srª
Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador
SOL ÍNTIMO
Fitos no astro do dia
(Parece que se introduz
Tanta luz na fantasia ... )
Sabem o que acontecia?
Fechava os olhos e via
Do mesmo modo essa luz.
Assim foi certa visão
Que tive por meus pecados!
Nunca uma breve impressão
Em meus olhos descuidados
Deu tamanhos resultados ...
Que é vê-la de olhos fechados,
Ainda no coração!
João de Deus
In CAMPO DE FLORES
NASCER DO SOL NA PEDRA NO SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DE Nª SRª DA CABELEIRA, ASSINALA A ENTRADA DO OUTONO 2019
O equinócio
de outono é a designação que a astronomia atribui ao fenómeno natural que
assinala o final do verão e a chegada da nova estação. É o instante preciso
em que o sol cruza o plano do equador celeste, o que decorre em setembro no
hemisfério norte e em março no hemisfério sul. https://www.calendarr.com/portugal/equinocio-de-outono/
Os
equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas
datas em que o dia e a noite têm igual duração. A partir daqui até ao
início do outono, o comprimento do dia começa a ser cada vez maior e as
noites mais curtas, devido ao Sol percorrer um arco mais longo e mais
alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do
Solstício de Verão. É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia
20 de março marca o início do Equinócio de Outono. http://oal.ul.pt/equinocio-da-primavera-2019/
VENHA PARTILHAR OS MAIS ESPLENDOROSOS MOMENTOS DE POESIA E DE ENCANTAMENTO -
A
observação do alinhamento solar decorre, entre as 08.00 e 08.30, no
lugar de Quebradas-Tambores, num rochoso planalto sobre o Vale da
Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos
de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.
Oportunidade excelente para celebrar o primeiro dia da estação mais
desejada e florida do ano e principiar bem um santo dia. Num local
agreste mas encantador - Longe do habitual bulício urbano, em perfeita
comunhão com a Natureza e com os olhos postos numa das mais
esplendorosas imagens solares
Quis
um feliz caso, que eu pudesse ser o privilegiado dessa fabulosa
descoberta, em 2001, tal como a dos monumentos megalíticos que se
seguiram, especialmente o da Pedra do Solstício, mercê de continuada
investigação, este alinhado com o solstício do Verão, junto do qual,
graças a algumas boas vontades, têm decorrido outras celebrações.
O
objetivo destes eventos, não visa promover qualquer espécie de culto
ou de sacrifício, como talvez os povos, que se abrigavam por estas
penedias, o terão feito, mas tão somente o de recuperar, o que, esses
ancestrais costume ou rituais, teriam de mais belo, energético, sagrado e
purificador: o estreitamento com as maravilhas concedias pela
Mãe-natureza, de que a sociedade atual, tanto se tem divorciado, em
favor do supérfluo, do superficial e do ruidoso
Deus
deu-me a graça de me revelar o maravilhoso segredo que esta e outras
pedras guardavam, em 2001 e 2002, esquecido na poeira dos milénios –
Além da Pedra do Solstício, alinhada com o pôr-do-sol no primeiro dia do
Verão, existe também a Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que o povo
da minha adeia, há muito conhece: o que desconhecia é que, além de
santuário, era também um calendário solar pré-histórico -
A pedra fica situada no Maciço dos Tambores-Mancheia, no perímetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa, arredores da aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa
Este enorme megálito com 4, 5 metros de altura e sensivelmente o mesmo de comprimento, é atravessado pelos raios solares do nascer do dia e está alinhado com os Equinócios da Primavera e do Outono O fenómeno pode ser observado no próximo dia 20, instantes depois da sete horas da manhã
Venha, pois, descobrir e viver momentos de rara beleza e de esplendor! Partilhar connosco da alegria e do brilho de um espetáculo solar de sublime transcendência, que a leitura de uns belos versos vêm ainda mais sublimar -
Podendo desfrutar de uma imagem verdadeiramente invulgar aos olhos rendidos e pasmados de quem queira gozar do privilégio de se postar frente ao eixo do monumental megálito, assistindo e vendo abrir-se através de uma graciosa câmara, em forma de uma surpreendente pupila ocular, rasgada de poente a nascente, a que no antigo Egipto chamavam de Olho de Hórus, o piscar faiscante de um feixe de luminosos raios solares, como se de repente, algo de um outro mundo, lhe pudesse ofertar o mais belo cristal ou manjar dos deuses
A pedra fica situada no Maciço dos Tambores-Mancheia, no perímetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa, arredores da aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa
Este enorme megálito com 4, 5 metros de altura e sensivelmente o mesmo de comprimento, é atravessado pelos raios solares do nascer do dia e está alinhado com os Equinócios da Primavera e do Outono O fenómeno pode ser observado no próximo dia 20, instantes depois da sete horas da manhã
Venha, pois, descobrir e viver momentos de rara beleza e de esplendor! Partilhar connosco da alegria e do brilho de um espetáculo solar de sublime transcendência, que a leitura de uns belos versos vêm ainda mais sublimar -
Podendo desfrutar de uma imagem verdadeiramente invulgar aos olhos rendidos e pasmados de quem queira gozar do privilégio de se postar frente ao eixo do monumental megálito, assistindo e vendo abrir-se através de uma graciosa câmara, em forma de uma surpreendente pupila ocular, rasgada de poente a nascente, a que no antigo Egipto chamavam de Olho de Hórus, o piscar faiscante de um feixe de luminosos raios solares, como se de repente, algo de um outro mundo, lhe pudesse ofertar o mais belo cristal ou manjar dos deuses
ESTA É OUTRA MARAVILHA EXISTENTE NAQUELA ÁREA – ALINHADA COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO O VERÃO
Na
verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de
emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à
sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite,
áurea unção e arroubamento aos sentidos.
Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas cinzentas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos horizontes que se rasgam por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco
Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas cinzentas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos horizontes que se rasgam por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco
BIOGRAFIA - João de Deus nasceu em São Bartolomeu de Messines em 8 de Março de 1830, filho de Isabel Gertrudes Martins e de Pedro José dos Ramos, modestos proprietários dali naturais e residentes. O pai, também comerciante, era conhecido entre os seus patrícios por Pedro Malgovernado, não que merecesse o cognome pelo mau governo da sua casa, mas pela facilidade em satisfazer as vontades dos filhos, com os quais gastava mais do que podia.[2]
O seminário e os anos de Coimbra
João de Deus era o quarto de catorze irmãos, não lhe permitindo a situação sócio-económica da família aspirar a uma carreira universitária. Estudou latim na sua terra natal e ingressou no Seminário de Coimbra, então o único caminho para prosseguir estudos aberto aos menos abonados. Em 1850, aos 19 anos de idade, não tendo vocação para a vida eclesiástica, ingressou na Universidade de Coimbra como estudante de Direito.[1]
Preferindo as belas artes à ciência do direito, envolvido na vida boémia coimbrã, teve na universidade um percurso académico conturbado, com diversas interrupções e reprovações por faltas. Apenas se formou dez anos depois de ter ingressado, em 13 de Julho de 1859, e mesmo assim por instâncias e ameaças dos seus condiscípulos, entre os quais se incluía a melhor intelectualidade da época.
Logo no ano de ingresso na universidade revelou o seus dotes líricos, escrevendo versos que circularam manuscritos no meio académico e com os quais obtinha modestos rendimentos que ajudavam na sua parca subsistência. De 1851 conhece-se o poema Pomba e a elegia Oração, a qual foi a sua primeira obra publicada, tendo saído a público na Revista Académica em 1855, tendo merecido imediata aclamação pública.[1] – Prossegue em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Deus_de_Nogueira_Ramos
Neta de João de Deus, o autor da Cartilha Maternal (1876), e filha do pedagogo João de Deus Ramos, foi inscrita na toponímia de Lisboa a também educadora Maria da Luz Ponces de Carvalho, pelo Edital de 03/07/2008, no eixo pedonal entre as Malhas 19 e 20.1 do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar que passou a ser um Jardim, com uma área de 0,37 ha, na então Freguesia da Charneca e hoje, de Santa Clara.
Maria da Luz de Deus Ramos Ponces de Carvalho (Lisboa/27.06.1918 – 08.12.1999/Lisboa), nascida alfacinha na freguesia de São Sebastião da Pedreira, foi a principal continuadora da obra de seu avô e de seu pai, exercendo a partir de 1943 trabalho educativo nos Jardins-Escolas João de Deus e leccionando em simultâneo a disciplina de Educação Sensorial no Curso de Educadoras de Infância pelo Método João de Deus.
Bacharel dos cursos de preparação de Professores Adjuntos do Ensino Técnico e Profissional da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e ainda, com o curso de Ciências Pedagógicas da mesma Universidade, participou ainda em 1943 na fundação do primeiro Curso de Educadores de Infância que muito contribuiu para impulsionar a educação Pré-Escolar e Pré-Primária. Maria da Luz Ponces de Carvalho também fundou a Escola Superior de Educação assim como, em 1979, o Comité Português da OMEP – Organização Mundial de Educação Pré-Escolar, entidade que em julho de 2000 a tornou seu Membro Honorário.
Eleita Presidente da Direcção da Associação de Jardins-Escolas João de Deus no ano de 1955 – que manteve até ao seu falecimento – ainda editou em 1997 um Guia Prático da Cartilha Maternal (1997) para facilitar um melhor conhecimento e uso do Método João de Deus e da Cartilha Maternal.
Para além de ter participado em inúmeras conferências, congressos, seminários e colóquios, em constante defesa dos direitos da criança e em prol da educação em Portugal foi agraciada com os graus de Comendador (1985) e de Grande-Oficial da Ordem de Instrução Pública (1990). https://toponimialisboa.wordpress.com/2015/10/12/o-jardim-da-neta-de-joao-de-deus/
HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA - ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO - Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol - São indispensáveis.
MANUEL DANIEL – UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA
A sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição. Atualmente, debatendo-se com extrema slimitaçoes da sua vista, por via de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação, nem por isso a verbe do poeta se esgota e, dentro do que lhe é possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa - Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressa, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.
Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras e de sentido e dedicação ao bem comum. Mal concluiu a instrução primária, aos 11 anos, ei-lo a fazer-se à vida - Era ainda uma criança mas já tinha de começar a pensar no futuro.
Uma vida intensa e preenchida - A partir dos 20 anos de idade , propôs-se e fez os exames do ensino secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978 da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser licenciado.
Advogado, escritor, poeta, dramaturgo, estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica. A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem como em jornais brasileiros, prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”, de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.
Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas em discos e cassetes - Interpretadas por Ramiro Marques, em EP nas canções “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.
MANUEL DANIEL - NUMA HOMENAGEM AO POETA FERNANDO ASSIS PACHECO - No Solstício do Verão de 2011 - Na Pedra dos Poetas - Nessa altura, seu olhos ainda podiam contemplar os largos e belos espaços onde aqui ergueu a sua voz
O HOMEM PERANTE O UNIVERSO - 23/06/2011 “No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel, pronunciadas, há dois anos, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol “ – É justamente com o objetivo de refletirmos nestas mesmas interrogações, que hoje aqui estamos de novo a celebrar o Solstício deste Verão e prestarmos justíssimas homenagens a quatro figuras admiradas no nosso concelho e na nossa região – Obviamente, que há outras que mereciam igual destaque – Mas, se Deus assim o permitir, não deixaremos de o fazer em próximas celebrações.“
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