Jorge Trabulo Marques - "Filmes de Glauber Rocha, o elogio do homem - A corrida às armas é desgraça e crime
A 9 de agosto de 1945, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram um novo ataque atómico ao Japão. Depois de Hiroxima foi a vez de Nagasaki. Duas cidades diferentes, a mesma destruição que ficou para a História.
O céu estava limpo, o que ajudou a que o
bombardeamento fosse certeiro. A bomba foi lançada pelo avião Bockstar e
atingiu em cheio uma cidade que não esperava um ataque.
Pelo menos 74 mil pessoas, a larga maioria
civis, morreram na sequência da bomba de plutónio que tinha como alvos uma
fábrica de material de guerra e outra fábrica de aço.”
Neste vídeo, parte de uma interessante e honrosa entrevista, que o escritor Jorge Amado me concedeu, em Lisboa, nos anos 80 – Inicialmente para me falar do seu amigo, o cineasta Glauber Rocha, que depois derivaria para outras questões
https://www.youtube.com/watch?v=JaQGBRPWdE0
COMO O ESCRITOR RECORDA DATA TÃO FUNESTA PARA O JAPÃO E PARA A HUMANIDADE
Jorge Amado – Eu tinha 39 anos: eu me recordo perfeitamente. Foi durante a guerra; foi lançada sobre o Japão!
No momento em que não havia necessidade de que bomba atómica fosse lançada, a guerra estava ganha pelos aliados, foi um crime! Um crime terrível não só para a população japonesa mas contra a humanidade!
Entrevista concedida por Jorge Amado, em 6
de Agosto de 1981, a escassos dias do seu aniversário e da morte do seu grande
amigo, o cineasta, Glauber Rocha, um dos cineastas mais notáveis do chamado
Cinema Novo Brasileiro, iniciado no começo dos anos 60. – Esta entrevista,
feita no dia em que se completavam 36 anos sobre o lançamento da bomba atómica
sobre Hiroxima, assunto que também é colocado ao escritor Jorge Amado, foi
transmitida na então Rádio Comercial – RDP e escutada por Glauber, então
enfermo no Hospital da CUF, a quem telefonei, dando-lhe conhecimento, a pedido
de Fernando Namora, com o fim de lhe dar ânimo.
Depois do 25 de Abril. Jorge Amado, deslocou-se várias vezes a Portugal: vindo, nomeadamente, de Paris, onde passava algumas temporadas, sobretudo na década de 80, numa fase, literáriamente, ainda muito ativa – Não era que gostasse mais de viver na Europa de que no Brasil; o motivo não era esse mas a falta de privacidade e o necessário isolamento, que não conseguia encontrar na sua cidade natal, onde era constantemente solicitado - Nascido em Tabuna, a 10 de Agosto de 1912, Estado da Baía, e, em cujas terras, havia também de falecer: Em Salvador, 6 de Agosto de 2001
Depois do 25 de Abril. Jorge Amado, deslocou-se várias vezes a Portugal: vindo, nomeadamente, de Paris, onde passava algumas temporadas, sobretudo na década de 80, numa fase, literáriamente, ainda muito ativa – Não era que gostasse mais de viver na Europa de que no Brasil; o motivo não era esse mas a falta de privacidade e o necessário isolamento, que não conseguia encontrar na sua cidade natal, onde era constantemente solicitado - Nascido em Tabuna, a 10 de Agosto de 1912, Estado da Baía, e, em cujas terras, havia também de falecer: Em Salvador, 6 de Agosto de 2001
Confessou-me que adorava o nosso país: deliciar-se com a sua gastronomia, admirava o artesanato do Minho (nomeadamente o da cerâmica), as belezas naturais, o nosso sol, nosso clima, a simpatia das nossas gentes, onde contava com bons amigos, alguns dos quais, fonte de inspiração, como personagens nas suas obras: é o caso, por exemplo, de Nuno Lima de Carvalho, diretor da Galeria de Arte do casino Estoril
Tanto ele, como Zélia Gattai, sua esposa, deram-me o prazer de me concederem várias entrevistas, que aguardo no meu arquivo. Uma das quais feita por ocasião do Congresso de Escritores Portugueses, em 1988 (creio que o 2º), ou seja, dois anos antes da assinatura do então já polémico acordo ortográfico – Obviamente, que o tema não deixou de vir à baila, gerando acaloradas discussões, tal como, de resto, ainda hoje continua a suscitar,
PROSSEGUE A CORRIDA NUCLEAR - COMO SE A MÁ MEMÓRIA DO PASSADO NUNCA TIVESSE EXISTIDO OU JÁ NÃO BASTASSEM AS AGRESSÕES CLIMÁTICAS QUE O PLANETA VEM SOFRENDO
PROSSEGUE A CORRIDA NUCLEAR - COMO SE A MÁ MEMÓRIA DO PASSADO NUNCA TIVESSE EXISTIDO OU JÁ NÃO BASTASSEM AS AGRESSÕES CLIMÁTICAS QUE O PLANETA VEM SOFRENDO
É referido que "O tratado que durante três décadas travou o desenvolvimento de mísseis nucleares de alcance intermédio pelos EUA e pela Rússia deixou de ter efeitos a partir desta sexta-feira. O desfecho era esperado, depois de as duas potências nucleares se terem acusado mutuamente de violações ao acordo.
O Kremlin decretou o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês) “formalmente morto”, depois de Washington ter confirmado o abandono do tratado. “A Rússia é unicamente responsável pelo fim do tratado”, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, num comunicado.
“Com o apoio total dos nossos aliados da NATO, os Estados Unidos concluíram que a Rússia está em violação material do tratado e, consequentemente, suspendeu as suas obrigações ao abrigo do tratado”, acrescentou Pompeo. https://www.publico.pt/2019/08/02/mundo/noticia/tratado-nuclear-eua-russia-formalmente-morto-1882136
"EUA anunciam suspensão de tratado nuclear com a Rússia - Saída provisória dos norte-americanos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio, de 1987, era desejada por Trump e foi anunciada por Pompeo. Retirada total agendada para daqui a seis meses.https://www.publico.pt/2019/02/01/mundo/noticia/eua-anunciam-suspensao-tratado-nuclear-russia-1860331
"China ameaça retaliar caso EUA instalem mísseis de médio alcance na Ásia
O Governo chinês disse que "não vai ficar de braços cruzados" e que vai tomar contra-medidas caso os Estados Unidos instalarem mísseis de médio alcance na região do Indo-Pacífico, como está planeado para breve.. https://www.dn.pt/mundo/interior/china-ameaca-retaliar-caso-eua-instalem-misseis-de-medio-alcance-na-asia-11184398.html
China avança em corrida armamentista: As armas de alta tecnologia com as quais o país desafia poderio dos EUA e da Rússia https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46974553
Não
ao Nuclear – Paz e Liberdade - Em Nagasaki Nunca Mais - 9 de Agosto de 1945
Ó
fonte clara de luz,
astral
sublime e luminosa voz!
Belo
é o teu manto estrelado, e ditosa e bela
é
também a minha terra materna, onde vos
canto!
Por
isso, ó teto divino e morada da verdade,
escutai
o meu cântico, do alto da fraga em que me encontro,
e
olhai em mim a vossa sagrada imagem,
mesmo
que seja através dos olhos deste penedo,
aparentemente
cego, é certo,
porém,
sendo obra do Criador,
e
estando livremente exposta aos céus,
certo
é que tem olhos,
que
não sendo os meus,
vêm
a imensa obra de Deus
Jorge
Trabulo Marques
Jorge Amado nasceu a 10 de Agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no
distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do
fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.
Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Fez os
estudos secundários no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em
Salvador. Neste período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida
literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.
Publicou o seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931.
Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse
ano publicou seu segundo romance, Cacau.
Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935.
Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre
1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em
1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.
Em 1945, foi eleito membro da Assembleia Nacional Constituinte, na legenda
do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais
votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em
vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano,
casou-se com Zélia Gattai.
(…) A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para
cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias
partes do Brasil. Os seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo
também exemplares em braile e em formato de audiolivro.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de Agosto de 2001. Foi cremado
conforme o seu desejo, e as cinzas foram enterradas no jardim da sua residência
na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos.
A obra de Jorge Amado mereceu diversos prémios nacionais e internacionais,
entre os quais destacam-se: Estaline da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade
(França, 1971), Nonino (Itália, 1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda
(Rússia, 1989), Etruria de Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França,
1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de
Camões (Brasil, Portugal, 1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da
Cultura (Brasil, 1997).
Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela,
França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina; além de ter sido feito Doutor
Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, na Itália, na França, em Portugal
e em Israel. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que
recebeu pessoalmente, em 1998, na sua última viagem a Paris, quando já estava
doente.Jorge Amado orgulhava-se do título de Obá, posto civil que exercia no
Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia. - Excerto de
Fonte: Fundação Casa Jorge Amado
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