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segunda-feira, 18 de março de 2019

CELEBRAÇÃO DO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA. 20 DE MARÇO, 07 HORAS . AO NASCER DO SOL, ALDEIA DE CHÃS - FOZ CÔA - Com poemas de David Mourão Ferreira, Amália Rodrigues, Alda Graça Espírito Santo, Teixeira de Pascoais, Manuel Daniel entre outros poetas. Partilhe da alegria e do encantamento de uma das mais majestosas maravilhas da pré-história - Venha conhecer a esplendorosa réplica e o poder energético do OLHO DE HÓRUS - o mais antigo símbolo da civilização egípcia - Lugar místico e lendário já conhecido pelo "Stonhenge Português"

Jorge Trabulo Marques. Autor da descoberta e coordenador do evento




NASCER DO SOL NA PEDRA NO SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DE Nª SRª da  CABELEIRA, ASSINALA  A ENTRADA DA PRIMAVERA 
Equinócio da Primavera 2019

Ocorre no dia 20 de março às 21:58 horas[1]. Este instante marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,789 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de junho às 16:54 horas. Os instantes estão referenciados à hora legal.

Os equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o dia e a noite têm igual duração. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do dia começa a ser cada vez maior e as noites mais curtas, devido ao Sol percorrer um arco mais longo e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão. É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio de Outono. http://oal.ul.pt/equinocio-da-primavera-2019/





VENHA PARTILHAR OS MAIS ESPLENDOROSOS MOMENTOS DE POESIA E DE ENCANTAMENTO  - Com a leitura de poemas   de David Mourão Ferreira, Amália Rodrigues, Alda Graça Espírito Santo, Teixeira de Pascoais, Manuel Daniel entre outros poetas

O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar

A observação do alinhamento solar decorre, entre as 07.00 e 07.30, no lugar de Quebradas-Tambores, num rochoso planalto sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade. Oportunidade excelente para celebrar o primeiro dia da estação mais  desejada e florida do ano e principiar bem um santo dia. Num local agreste mas encantador - Longe do habitual bulício urbano, em perfeita comunhão com a Natureza e com os olhos postos numa das mais esplendorosas imagens solares

Quis um feliz caso, que eu pudesse ser o privilegiado dessa fabulosa descoberta, em 2001, tal como a dos monumentos megalíticos que se seguiram, especialmente o da Pedra do Solstício, mercê de continuada investigação, este alinhado com o solstício do Verão, junto do qual, graças a algumas boas vontades, têm decorrido outras celebrações.

 O objetivo destes eventos, não visa  promover qualquer espécie de culto ou de sacrifício, como talvez os povos, que se abrigavam por estas penedias, o terão feito,  mas tão somente o de recuperar, o que,  esses ancestrais costume ou rituais, teriam de mais belo, energético, sagrado e purificador: o estreitamento com as maravilhas concedias pela Mãe-natureza, de que a sociedade atual, tanto se tem divorciado, em favor do supérfluo,  do superficial e do ruidoso

Deus deu-me a graça de me revelar o maravilhoso segredo que esta e outras pedras guardavam, em 2001 e 2002, esquecido na poeira dos milénios  – Além da Pedra do Solstício, alinhada com o pôr-do-sol no primeiro dia do Verão, existe também a  Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que o povo da minha adeia, há muito conhece: o que desconhecia é que, além de santuário, era também um calendário solar pré-histórico   - 

A pedra fica situada no Maciço dos Tambores-Mancheia, no perímetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa, arredores da aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa 

Este enorme megálito com 4, 5 metros de altura e sensivelmente o mesmo de comprimento, é atravessado pelos raios solares do nascer do dia e está alinhado com os Equinócios da Primavera e do Outono  O fenómeno pode ser observado no próximo dia 20, instantes depois da sete horas da manhã

Venha, pois, descobrir e viver momentos de rara beleza e de esplendor!  Partilhar connosco da alegria e do brilho de um espetáculo solar de sublime transcendência, que a leitura de uns belos versos vêm ainda mais sublimar  - 
Podendo desfrutar de uma imagem  verdadeiramente invulgar aos olhos rendidos e pasmados de quem queira gozar do privilégio de se postar frente ao eixo do monumental megálito, assistindo  e vendo abrir-se através de uma graciosa câmara, em forma de uma surpreendente pupila ocular, rasgada de poente a nascente, a que no antigo Egipto chamavam de Olho de Hórus,  o piscar faiscante de um feixe  de  luminosos raios solares, como se de repente, algo de um outro mundo,  lhe  pudesse ofertar  o mais belo cristal ou manjar dos deuses
ESTA É OUTRA MARAVILHA EXISTENTE NAQUELA ÁREA – ALINHADA COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO O VERÃO





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Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos. 

Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas  cinzentas  fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco 



" O Nascimento" - Teixeira de Pascoaes

Aí vem a estrela! Aí vem, sobre a montanha, 

Rompendo a sombra etérea do crepúsculo! 

A paisagem tornou-se mais estranha, 

Mais cheia de silêncio e de mistério! 

Dormem ainda as árvores e os homens, 

E dorme, em alto ramo, a cotovia… 

E, se ergue já seu canto, é porque sonha 

julga ver, sonhando, a luz do dia! 



E, pelos negros píncaros, a estrela 
É divino sorriso alumiante. 
Oh, que esplendor! Que formosura aquela! 
É lírio de oiro aberto! É rosa a arder! 

Aí vem a estrela! Aí vem, sobre a montanha, 
Tão virginal, tão nova, que parece 
Sair das mãos de Deus, a vez primeira! 

E como, sobre os montes, resplandece! 

Persegue-a o sol amado... No oriente, 
Alastra um nimbo anímico de luz. 
E a antiga dor das trevas, suavemente, 
Ondula, em transparência e palidez.





Aí vem a estrela, alumiando a serra! 

E os olhos encantados dos pastores 

Voltam-se para a estrela... E cá na terra 

Há mágoas e penumbras, a fugir... 



Como ela voa, cintilando e rindo 

Aos penhascos agrestes e desnudos! 


E os pastores, atentos, vão seguindo 
A direcção etérea do seu voo... 

E a quimérica estrela deslumbrante 
Parou sobre a capela, onde a Saudade 
Agasalhava o Deus recém-nascido, 
Com seu manto de amor e claridade. 
E, amparando-o nos braços, lhe estendia 
Os seios maternais. A criancinha 
Mamava. E a Saudade lhe sorria, 
Num enlevo, num êxtase sagrado. 

A primavera, errante no Marão, 
Veio cobrir de lírios e de rosas 
O berço do Menino. E veio o outono, 
E vieram ermas sombras dolorosas. 
Logo, o outono rezou a sua prece 

Excerto  - Teixeira de Nascoaes 



ABENÇOADA LUZ QUE ME ILUMINAS E TRANSFORMAS



"Quem és tu! Quem és tu, ó minha Alma?

«Não te conheço, não! E todavia,
Vejo teu lindo rosto, e sinto bem
A minha dôr beijar tua alegria!
Se és luz, dissipa a nuvem que te veste!
Toma presença humana, ao pé de mim!
Antes fosses um tronco ou rocha agreste
Do que essa Fórma animica e ilusoria!»

E ela então: «Se entendeste a minha voz,
É porque sou vivente creatura...
E é perfeito signal de que eu existo
O teu amor por mim, essa ternura.
Não sabes quem eu sou? Mas para quê
Desejas tu saber! Mais vale amar!
É luz crucificada a luz que vê...

E saberás um dia quem eu sou.»

Teixeira de Pascoaes 


“Quem és tu? Quem és tu, ó minha alma?
Não te conheço, não. E, todavia,
Vejo a tua figura, e sinto bem
A minha dor a beijar a tua alegria!

Se és luz, dissipa a nuvem que te veste!
Toma presença e vida, ao  pé de mim!
Antes fosses um tronco ou rocha agreste
Do que essa forma anímica e ilusória…”

Teixeira de Pascoaes - In Marânus




Teixeira de Pascoaes produziu a partir da experiência existencial da saudade - presente de forma vaga e imprecisa nos seus primeiros textos em verso - uma reflexão, a que subjaz o princípio fundamental de que o ser manifesta uma condição saudosa. Do Ser ao ser, processa-se uma verdadeira queda ontológica, uma cisão existencial, manifestando o mundo, na sua condição decaída, um "pathos universal". Da condição saudosa de ser resulta pois uma condição dolorosa do mesmo ser. Dor de privação, dor de saudade, consciência da finitude, de imperfeição, de insuficiência ôntica.
A experiência da dor pelo homem saudoso, é simultaneamente individual e universal. Por ela o homem–poeta entende o mundo como "uma eterna recordação", percebendo a realidade como evocadora de uma outra realidade mais real que aquela.

A condição dramática da existência manifesta-se assim numa permanente tensão entre Ser e existir. O homem existe num primeiro nível de dignidade ontológica, partilhando pelo corpo o mundo da matéria, e vive pelo espírito. A vida é pois uma eterna aspiração à ultrapassagem da realidade material. A alienação é a situação que resulta da impossibilidade de o homem ser, verdadeiramente. Dividido entre assumir-se como puro espírito ou pura matéria, o homem não é nem pode ser verdadeiramente, oscilando eternamente entre uma e outra condição.
 Excerto de http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/1910a.html


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