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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Celebração do Equinócio do Outono – Chãs - Foz Côa - 23-09-2018- 08.00 horas, com poema de vários poetas - “Tu és belo no céu... oh! Sol vivo! - De Amenófis IV, antigo Faraó do Egipto; do inglês John Keats; de Rosalía de Castro, Galiza e dos poetas Portugueses, Gomes, Leal, Fernanda de Castro, Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de STP, de Manuel Daniel, Assunção Carqueja, Orlando Marçal, Hamilton Tavares, José Augusto Margarido, Jorge Maximino e Henrique Tigo

Jorge Trabulo Marques - Jornalista, investigador e coordenador do evento



Oportunidade de inexplicável brilho e magnificência que os participantes poderão observar, saudando e contemplando os magníficos raios do esplendoroso leão dos Céus, que nos anuncia - com o mesmo brilho de outras eras, tal como se mostrou  aos povos que ali cultuaram e veneraram a auspiciosa entrada do Outono.

Justamente no  dia e a noite se reparte  de igual modo, entre a luz e as trevas  - Hora de júbilo e de  ascensão que saúda e brinda a generosa estação da colheitas, dos frutos que o sol do Verão ajudou a crescer e  que, agora o Outono amadurece,  como dádiva divina, tal o colorido nostálgico, os odores e os sabores, as fragrâncias,  os perfumes, o incomparável garrido das aguarelas  das suas folhas, com que nos são presenteados

AQUI, NOS TEMPLOS DO SOL, DESLUMBRAM-SE OS OLHOS E BATE MAIS FORTE O CORAÇÃO NO VENTO DA EMOÇÃO - O EQUINÓCIO DO OUTONO,  23-09-2018 às 08.00 –" Tu és belo no céu... oh! Sol vivo! Quando te levantas a leste /enches todas as terras com tua beleza!

Aqui, maravilham-se os olhos e   poesia fala mais ao sentimento! No vídeo momentos de poesia, ditos pelo Prof, Adriano Vasco Rodrigues, quando, há 3 anos, aqui lemos vários poemas da sua falecida esposa MARIA DE ASSUNÇÃO CARQUEJA, que, uma vez mais, ali vamos recordar


Aqui, nos Templos do Sol, aldeia de Chás, de Vila Nova de Foz Côa, celebramos as estações do ano com emocionantes momentos de poesia e o esplendor dos raios solares, quer quando se despedem no dia maior do ano – como seja no solstício do Verão -  quer, quando, pouco depois do o sol se levantar a nascente,   atravessam a gruta do  mais impressionante e monumental  leque de granito, que parece desafiar as leis da gravidade   -



Local mágico, pleno de história e de misticismo, dos tais lugares da terra onde a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área. Que se espera venha a ocorrer se as condições atmosféricas o permitirem, durante os vários minutos em que a cripta do enorme penedo é atravessado pelos raios solares da manhã.


O enorme penedo, orientado no sentido nascente-poente, possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento e sensivelmente a mesma altura, que é iluminada pelo seu eixo, no momento em que o Sol nasce. Admite-se ter sido erguido e cultuado por antigos povos que se fixaram no maciço granítico dos Tambores, Mancheia e Quebradas, aproveitando-se dos seus penhascos rochosos como defesa e abrigo natural e, como fonte de sobrevivência, as bagas e os frutos das  espécies  autóctones e das produzidas no  fertilíssimo vale da Ribeira Centeeira,  dos Picos, que lhes ficava sobranceira




Venha celebrar connosco o Equinócio do Outono, 23 de Setembro 2018, na nossa já tradicional festividade aos ciclos da Mãe-Natureza, em perfeita comunhão com a beleza e amplitude dos espaços envolventes, das poderosas energias telúricas revitalizadoras que ali se refluem, como poderosos condensadores -refletores,  entre o infinito dos céus e a terra, num sagrado local, junto ao majestoso pórtico numa das mais surpreendentes maravilhas da Pré-história., no sopé do altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira, arredores da aldeia de Chãs, Monte dos Tambores, Vila Nova de Foz Côa



Numa cerimónia simples, mas prenhe de esplendor e magia, às 08.00 da manhã, precisamente no momento em que a graciosa gruta em forma semicircular é atravessada pelos raios solares do nascer do sol. Num espetáculo, verdadeiramente deslumbrante a quem tem o privilégio de o contemplar.

POEMA AO SOL - Amenófis IV
" Tu és belo no céu... oh! Sol vivo!
Quando te levantas a leste
enches todas as terras com tua beleza,
porque és belo, és grande e brilhas acima da Terra.
Teus raios beijam os povos e tuas criações.
Tu és deus e nos seduziste a todos.
Tu nos impuseste os liames de teu amor,
e, ainda que longe, teus raios atingem a Terra
e, ainda que alto, teus passos marcam o dia.

Dás alento e fazes viver tudo o que criaste;
quando a criança nasce lhe dás a palavra
e crias tudo o de que ela precisa para viver.
E para terminar tuas obras, criaste as estações:
o frio no inverno e o calor no verão.
Criaste o céu longe e alto para por ele subir
e observar tua criação.
Vives mergulhado no teu brilho fulgurante,
oh Sol! Que te levantas
e que desapareces para voltar.

Bendito sejas tu, que sobes no céu
e que fazes brilhar o horizonte !
Bendito sejas tu, deus sublime da paz !

Amenófis IV  - Nome do faraó egípcio, casado com Nefertiti, que reinou aproximadamente entre 1370 e 1357 a. C., filho de Amenófis III e da rainha Tiy, e que se denominou também Akenaton, ou seja, filho de Áton, deus do Sol.
A educação de Amenófis IV deve-se à influência dos seus pais, mas também ao seu mestre, o sábio Amenhotep, que o guiou nas suas tendências naturais para o misticismo, surgidas desde muito cedo.
Foi coroado faraó com a idade de 15 anos, assumindo o poder em corregência com seu pai, durante um período em que o Egito gozou de paz e prosperidade. O seu reinado durou cerca de 13 anos, tendo Amenófis III morrido ao décimo segundo ano. A sua mãe viveu durante os seis primeiros anos da sua regência, sendo responsável pela reestruturação mística do seu pensamento. https://www.infopedia.pt/$amenofis-iv

Cabeleira, arredores da aldeia de Chãs, Monte dos Tambores, Vila Nova de Foz Côa

“O MAR DA MINHA TERRA É DE GRANITO” – Diz o poeta Manuel Daniel -Agora cego – Mas, em 2011, a sua voz ergueu-se na Pedra dos Poetas para homenagearmos Assis Pacheco  -  Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas, ditos por António Lourenço ou José Lebreiro  -    São indissociáveis, de entre os poetas que aqui vamos evocar na manhã do dia 23: Orlando Marçal, Hamilton Tavares, Jorge Maximino - José Augusto Margarido - Amenófis IV; John Keats;  Rosalía de Castro,  Gomes, Leal, Fernanda de Castro, Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de STP, Assunção Carqueja e Henrique Tigo




PEDRA DA AUDIÇÃO - O LADO DA PEDRA DA CABELEIRA - LUGAR DE ORAÇÕES  - PARA MAIS FACILMENTE A SUA VOZ SOAR PELO INDIGITO DE DEUS 

Pedra da Audição - Uma estereofonia voltada ao Espaço

Nós temos algumas túnicas mas se lhe for possível, use as vestes mais brancas ou claras do Verão que se despede. sobretudo se lhe deixou boas lembranças, e, se souber tocar algum instrumento musical, levo-o consigo para o tocar sentado na pedra da audição, uma câmara de ressonância em forma de ouvido, visto ali os sons, além de lhe vibrarem intensamente no peito e na alma, parecem até expandir-se por todo o Universo - 


Ao mesmo tempo, em silêncio ou em calorosa voz, faça o pedido do sonho ou do desejo que mais gostasse de ver realizado, pois verificará, com surpresa,  que as suas palavras ali encontrarão como que um poderoso emissor astronómico, capaz de lhe levar a sua mensagem aos mais infindos espaços


Os homens da pedra lascada, dispunham apenas de rudimentares utensílios de sílex, daí, talvez a razão pela qual empregassem apenas a sua primitiva ferramenta para dar as formas naquilo que lhes era estritamente indispensável ou necessário. De resto, a estilização da arte pré-histórica, verifica-se desde as gravuras do paleolítico, e é do que nos maravilham alguns dos caprideos desenhados nas pedras xistosas do Côa. 


Este fenómeno solar não é único. Muitos desses blocos ( tais como, menires, estelas, dólmenes, recintos megalíticos), fazem parte de uma antiga herança do passado e, de facto, muitos deles, devido à posição que tomam, são geralmente conhecidos por alinhamentos sagrados, visto estarem em perfeito alinhamento com o sol, a lua ou outros corpos celestes.

A sua origem está ainda envolta nalgum mistério e nalgumas sombras, tal como, aliás,  toda a Pré-História. Presume-se, porém, que tenham sido erguidos por antigas civilizações pré-célticas e, também, sabiamente aproveitados por estas culturas que, compreendendo o poder e o significado que representavam, os utilizaram e cultuaram nos seus rituais e festividades, ligadas aos ciclos das estações.

Existem em várias partes do mundo, cada um com as suas especificidades. Porém, uma parte desses monólitos foram destruídos, perderam-se ou caíram no esquecimento: diluíram-se por entre as ruínas dos abrigos e povoados – Tal como este, até ao dia em que nos apercebemos  da singularidade da sua forma, da sua exposição,  entre outros aspetos, acreditando que não poderia ser obra do acaso: sim, demasiadas coincidências para se tratar um vulgar penedo, entre os inúmeros que por ali se espalham, a monte ou isolados, por ação e obra da Mãe-Natureza, desde o fundo do vale e por toda a vasta área planáltica do afloramento granítico.

Há quem pense que o mundo da luz e do conhecimento só começou com a descoberta da eletricidade. Mas os que assim pensam estão enganados. O homem existe há milhões de anos! E, por conseguinte, desde há muito que ele aprendeu a aperfeiçoar as suas técnicas de sobrevivência, a conviver com a natureza, e a conhecer-lhe muitos dos seus segredos, que, certamente, se foram perdendo à medida que se foi divorciando do seu contacto.


Vejam-se as mundialmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantescas com os olhos voltados aos céus, ou ainda, nos Andes, a não menos impressionante Porta do Sol, presume-se que da cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança e união do espírito com a matéria - Isto para já não falar das ruínas de Stonehenge, sobre as quais, investigadores de todos os domínios, se continuam a interrogar, sem, contudo, encontrarem as respostas que os satisfaçam.





POETA INGLÊS JOHN KEATS  Londres 31 de outubro de 1795 - Roma, 23 de Fevereiro de 1821) foi um poeta inglês. Foi o último dos poetas românticos do país, e, aos 25, o mais jovem a morrer.[1] Juntamente com Lord Byron e Percy Bysshe Shelley, foi uma das principais figuras da segunda geração do movimento romântico, apesar de sua obra ter começado a ser publicada apenas quatro anos antes de sua morte.[1] Durante sua vida, seus poemas não foram geralmente bem recebidos pelos críticos; sua reputação, no entanto, cresceu à medida que ele u uma influência póstuma significativa em diversos poetas posteriores, como Alfred Tennyson e Wilfred Owen. – Excertos de John Keats – Wikipédia,



 ROSALÍA DE CASTRO -  - Nasceu a 24 de Fevereiro de 1837 em Camiño Novo, um arrabalde de Santiago de Compostela, sendo batizada com os nomes de Maria Rosalía Rita. No registo do Hospital Real de Santiago de Compostela figura como filha de pais desconhecidos. Seu assento de baptismo rezava[1]:


Rosalía de Castro escreveu tanto em prosa como em verso, empregando o galego e o castelhano. Sua obra esteve profundamente marcada pelas circunstâncias que rodearam sua vida: como sua origem, os problemas económicos, a perda dos seus filhos e sua frágil saúde.



Em 1863 foi publicado em Vigo o seu primeiro grande livro, "Cantares Gallegos", pelo seu marido, Manuel Murguía, que geriu, sem a licença da sua esposa, a saída do prelo de um poemário que fixa o começo de uma nova era para a poesia galega e que foi a base do Ressurgimento da literatura galega. Cantares gallegos constitui o primeiro livro escrito em galego numa época na qual a língua galega estava extinta como língua escrita. Muitos poemas do seu livro são glosas de cantigas populares; nelas Rosalía denuncia a miséria, a pobreza e a emigração massiva a que estavam obrigados os galegos, sem deixar de verter seus sentimentos e vivências pessoais.



A 17 de Maio daquele mesmo ano, Rosalía assinou a dedicatória da obra para Fernán Caballero (Cecilia Böhl de Faber y Larrea), sendo adotada essa data por ocasião do seu centenário, como Dia das Letras Galegas (1963).  – Mais pormenores em Rosalía de Castro – Wikipédia,

Fernanda de Castro e  António Ferro

FERNANDA DE CASTRO - Romancista, poeta e conferencista portuguesa, conhecida pelo seu nome de solteira, com vasta e diversificada obra, escreveu poesia, literatura infantil, romance e memórias. Filha de um oficial da Marinha ficou órfã de mãe aos doze anos. Estudou em Portimão, Figueira da Foz e Lisboa, tendo frequentado, nesta cidade, os Liceus D. Maria Pia e Passos Manuel. Começou por escrever livros infantis com sucesso nomeadamente "Mariazinha em África", 1926; "A Princesa dos Sete Castelos" e "As Novas Aventuras de Mariazinha", 1935. Conheceu África que transmitiu com talento nos seus livros. Casada com António Ferro, jornalista e homem forte do regime de Salazar, promoveu a cultura no país e estrangeiro em importantes exposições. Criou e desenvolveu, nos anos trinta, a Associação Nacional dos Parques Infantis, dadas as suas excelentes relações com as mais altas instâncias governamentais. A sua poesia é francamente inspirada e está de novo a ser divulgada. Destacam-se "Asa no Espaço", 1955; "Poesia I e II", 1969, "Urgente", 1989. David Mourão-Ferreira elogia vivamente a sensualidade feminina dessa poesia. Fernanda de Castro recebeu, em 1969 o Prémio Nacional de Poesia e recebera em 1945 o Prémio Ricardo Malheiros pelo romance "Maria da Lua". Escreveu até praticamente ao fim da vida, embora nos últimos anos a doença a retivesse na cama. Foi avó da escritora Rita Ferro. Escreveu “Ao Fim da Memória: Memórias (1906-1986)”, 1986. - https://www.leme.pt/biografias/80mulheres/castro.html Mais informação em Fernanda de Castro – Wikipédia,



GOMES LEAL   - António Duarte Gomes Leal nasce em Lisboa em 1848. Filho ilegítimo de um funcionário público, vive com a mãe e a irmã, a sua principal fonte de inspiração. No ano da morte de sua irmã, em 1875, publica Claridades do Sul, a sua primeira obra poética. Quando a mãe morre, converte-se ao catolicismo, o que tem influência na sua obra. Poeta e jornalista, é escrevente de um notário e publica inúmeros textos panfletários de denúncia político-social. A sua poesia oscila entre os três grandes paradigmas literários do final do século XIX: romantismo, parnasianismo e simbolismo. De 1899 a 1910, compõe e publica quase diariamente. Termina os seus dias na miséria, primeiramente vivendo da caridade alheia, na rua, e depois sustentando-se com uma pensão anual do Estado português que lhe foi conseguida por um grupo de amigos, dos quais se destaca Teixeira de Pascoaes. Morre em 1921
 Gomes Leal - Século XIX

HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA  - ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO  -  Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol   - São indispensáveis.

MANUEL DANIEL –  UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA

 A sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição. Atualmente, debatendo-se com extrema slimitaçoes da sua vista, por via de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação, nem por isso a verbe do poeta se esgota  e, dentro do que lhe é possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e editando livros.  Em cujos poemas  perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa -  Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressa, a par de um  profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos,  suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida  e o destino do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas que vêm  do coração, que brotam  naturalmente, como água da  melhor fonte, que corre das entranhas  do xisto ou do granito da nossa terra.





Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu  em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida,  um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras  e de sentido e dedicação ao bem comum. Mal concluiu a instrução primária, aos 11 anos, ei-lo a fazer-se à vida  -   Era ainda uma criança mas já tinha de começar a pensar no futuro.


Uma vida intensa e preenchida - A partir dos 20 anos de idade , propôs-se  e fez os exames do ensino secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978 da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser licenciado.


Advogado, escritor, poeta, dramaturgo,  estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida  à função pública e à  vida autárquica.  A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem  como em jornais brasileiros,  prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”,  de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado  - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.


Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas  em discos e cassetes -   Interpretadas por  Ramiro Marques, em EP nas canções   “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com  música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.


Depois de breves passagens por Pombal, S. João da Pesqueira e Reguengos de Monsaraz ,  em 1971, fixou-se na cidade de Vila Nova de Foz Côa, que adotou de alma e coração,  Grande devotado à vida municipal e ao estudo e divulgação do património cultural e histórico das nossas gentes, personalidade bem conhecida e respeitada no nosso concelho e na região. Tendo o município fozcoense,  do qual foi Presidente da Assembleia Municipal, durante 12 anos,  e, durante 23, na qualidade de  provedor da Santa Casa da Misericórdia, lhe atribuído o  “ Diploma de Mérito”  - Distinção inteiramente merecida e aprovada por unanimidade.


Indubitavelmente, se há homens que dedicam a sua vida à causa pública, com total entrega, honestidade, inteligência e dedicação, Manuel Daniel, é um desses raros exemplos – Sim, e  num tempo em que vão escasseando exemplos dignos de referência: ele pode olhar para o seu passado, com orgulho e de cabeça erguida -  De uma longa carreira, com desempenhos  nas tesourarias e repartições de Finanças da Meda, Pombal, S. João da Pesqueira, Reguengos de Monsaraz, Vila Nova de Foz Côa e Guarda, culminando como dirigente superior da Direção Geral do Tesouro, no Ministério das Finanças, onde foi responsável pelos serviços técnicos e financeiros das Tesourarias da fazenda Pública.


A par da sua vida profissional, foi ao mesmo tempo desenvolvendo o gosto pela literatura e manifestando o seu apego ao jornalismo - Lendo as obras dos melhores autores, escrevendo poemas, contos e peças infantis - Em 1960, lança o seu primeiro livro de poemas, “Caminhada Imperfeita”. Seguem-se as  peças de teatro, “Auto da Juventude” e “Loures”. Depois , em 1965, vê editadas as obras: “A História da Carrocinha” (versão para BD); Grão de Bico/Arado; Ac.Cat. Rural; “Auto  Sacramental do Baptismo” – Revista Catequista.   -  Em 1970, surge com o jogo cénico “Eram Meninos como nós”. Mais tarde, em 1983, publica na Revista Altitude, “ O galo canta à meia-noite” e “Entremez da Ribeirinha”. Em 1999, profere uma conferência na C.M. de Meda, sobre “O feriado Municipal de Meda e S. Martinho”, que é editado pelo Município. Tem inéditas, cerca de uma vintena de peças de teatro, a maior parte das quais para crianças e jovens e um conjunto de contos que intitulou “Histórias ao Espelho”.


Muitos são os títulos das suas obras literárias, pelo  que, numa breve resenha, seria difícil enuncia-los a  todos,  além de que, alguns permanecem inéditos – E oxalá um dia possamos ter o prazer de os ver publicados. 


Recuando ainda no tempo,  Manuel Daniel, coordenou  as várias obras editadas pelo município,  nomeadamente “Foz Côa Solidária,  em 1977. E, por ocasião do centenário do nascimento do Dr. José Silvério de Campos Henriques Salgado Andrade, em 2002, coordena uma publicação lembrando o médico, o autarca, o poeta e o homem solidário, seguida de uma conferência.


 Antes de ficar cego
Agora seus olhos já não vêm a luz do dia 
Em termos jornalísticos, iniciou a suas primeiras colaborações, em 1954, em “Luz da Beira”,  jornal da sua terra natal, que ajudaria também a fundar,  colaboração que manteve durante 20 anos, creio que até à sua extinção.  Nesse recuados anos, estendeu ainda o seu contributo jornalístico aos jornais a ”Palavra”, de Reguengos de Monsaraz – 1964-1968. Em Moura, colabora com a “Planície”- 1961- 1962. Foi também cofundador e diretor do boletim intermunicipal “ Terras e Gentes” dos municípios de Meda, S. João da Pesqueira e V.N. de Foz Côa, de 1986 a1995; Colaborou na Rádio Altitude, da Guarda (1973-74),  com a crónica dominical “O jornal da casa, um palito e um copo de água”;
Posteriormente, já com residência em Foz Côa, publica vários artigos na “Coavisão” edição do município. Foi colaborador da “Capital”, na “Defesa” e na revista “Solidariedade” – Continuando a ser um dos mais considerados e ativos colaboradores do jornal “O Fozcoense”

MANUEL DANIEL - NUMA HOMENAGEM AO POETA FERNANDO ASSIS PACHECO - No Solstício do Verão de 2011 - Na Pedra dos Poetas - Nessa altura, seu olhos ainda podiam contemplar os  largos e belos espaços onde aqui ergueu a sua voz





O HOMEM PERANTE O UNIVERSO   - 23/06/2011 No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel, pronunciadas, há dois anos, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol “ – É justamente com o objetivo de refletirmos nestas mesmas interrogações, que hoje aqui estamos de novo a celebrar o Solstício deste Verão e prestarmos justíssimas homenagens a quatro figuras admiradas no nosso concelho e na  nossa região – Obviamente, que há outras que mereciam igual destaque – Mas, se Deus assim o permitir, não deixaremos de o fazer em próximas celebrações.


HAMILTON TAVARES – O POETA DAS “GRAVURAS E PEDRAS QUE FALAM”  - - Outro dos poetas da nossa região, cujos versos gostosamente voltámos  a evocar.

Hamilton Tavares, professor, natural de Vila Nova de Foz Côa, autor de vários livros de poesia e colaborador da imprensa regional - 

Hamilton Tavares deixou a Matemática e as Ciências, sua formação académica, para se dedicar à Literatura porque, afinal, esse é o seu "mundo e o seu "gosto", mas "sem vaidade nem orgulho".
Ele vai buscar motivos de inspiração a tudo quanto o rodeia e sensibiliza: às nossas gentes e aos seus costumes e tradições, ao clima, às  belezas naturais do nosso concelho. Nada passa despercebido ao seu olhar atento e à  sua sensibilidade poética
O autor de “Ex-Votos”, livro exclusivamente dedicado à devoção à Senhora da Veiga, e  o livro  “Gravuras e pedras que falam”, entre outras obras.   Mais de que os títulos que deu à  estampa, que logrou editar graças ao apoio do Município, escreveu muitos poemas – Foi muito diversificado, bastante prolífero  na sua criatividade. 




Inspiram-no as Ninfas do Côa, as Coíadas, que o seu imaginário idealiza como "novas, bonitas, cheias de juventude, emergindo das águas do Côa", o rio que atravessa o distrito da Guarda vindo da Serra das Mesas, nos Fóios (Sabugal) e desemboca no Douro perto do Foz Côa, onde abriga as gravuras rupestres, do Paleolítico e eras posteriores, classificadas como Património da Humanidade.
Como no famoso poema épico de Luís de Camões, os versos de "Os Fozcoíadas" são "oitavas em rima cruzada e os últimos dois versos em rima emparelhada, c om decassílabos", um estilo que Hamilton Tavares lamenta não ser seguido hoje na poesia livre.
Hamilton Tavares está convicto que Camões "tinha intenção de continuar a escrever sobre os factos, sobre a descoberta do Brasil, por exemplo, de forma mais desenvolvida. Mas o poeta faleceu em 1580 e a História continuou". "Era preciso cantá-la como Camões desejava", acrescenta.
Impulsionado por amigos, Hamilton Tavares empreendeu a conceção de "os Fozcoídas" que registam, em poema, os factos principais ocorridos na História d e Portugal a partir da Terceira dinastia...e não só!.
O professor lembra que antes da Primeira Dinastia de réis portugueses, "já existia História", nomeadamente no Vale do Côa, onde o passado longínquo dos Homem ficou registado em gravuras de animais, algumas estranhas e místicas, em painéis xistosos ou em pinturas de abrigos graníticos um pouco mais a sul, perto de Cidadelhe.
O Vale do Côa "é o berço do povo Luso porque esta é precisamente a terra onde a História deveria ter começado", afirma. O Património da Humanidade representado pelas gravuras do Vale do Côa c constitui uma parte significativa de "Os Fozcoíadas", assim como as ocupações dos romanos, dos povos Bárbaros e dos muçulmanos.
A obra evoca depois factos ocorridos a partir da Terceira Dinastia, especialmente as consequências da tragédia de Alcácer Quibir

ORLANDO MARÇAL - POETA DE FOZ CÔA – CAÍDO NO ESQUECIMENTO - QUE TAMBÉM CANTOU  A NATUREZA - Nado e criado em Foz Côa, o qual,  pelo que nos é dado saber, cedo se revelou (com vários livros de poesia, romance e contos) mas que cedo também  partiu para a eternidade. Entre os títulos publicados, figuram: O Peregrino, poema dramático, 1906; Esfolhadas, contos, 1907;Iluminuras, 1908; Maria - líricas, 1909; Asas, contos, 1912; Horas Suaves, 1916;; Mocidade Florida, versos; Arte Humilde, critica e fantasia; Flores de Lenda, narrativas; Berço da Saudade, memórias coimbrãs; Postula Humana, romance.
Também já o lembrámos e lemos alguns dos seus belos versos numa das nossas celebrações mas voltaremos a fazê-lo, com muito prazer, na manhã do próximo domingo 

Orlando Alberto Marçal, advogado, poeta e escritor, pais de José António Marçal e mãe Balbina Cândida de Almeida Marçal (Vila Nova de Foz Côa 8-3-1884  -  20-3-1947 Parede), formado em direito pela Universidade . de Coimbra (1910), poeta de alta inspiração e prosador vigoroso e combativo ,fez parte do Partido Republicano Radical; publicou: "Esfolhadas", Maria Mocidade Florida ","Os Baldios" – Manteve correspondência com Alexandre Herculano, em 1910 “relativa a casos que tratou como advogado entre o fim da década de trinta e os últimos anos da sua vida (faleceu em 1947). Entre esses documentos de 1910 inclui-se correspondência com Brito Aranha.- Referência In - Ephemera

Do Comercio do Porto : - ... o distinto autor deste livro, Sr. Orlando Marçal, já suficientemente conhecido no mundo das letras pelas suas obras, algumas de real valor, e nas quais se tem afirmado um talento privilegiado e progressivo de escritor e artista delicado e perfeito-consegue dar-nos um saliente aspeto da sua personalidade e do seu temperamento de emotivo que sabe deixar impresso em paginas musicais, cheias de ritmo e de imagens caprichosas e rutilas como joias que um perdulario semeasse a esmo, prodigamente. E são verdadeiras joias Iliterárias em que, suavemente, a alma de um poeta e de um sonhador descreve, com raro brilho, as sensações que recebeu, numa prosa límpida e harmoniosa, onde há o vago perfume das coisas belas .

• • • é um livro encantador, em cujas paginas continua a afirmar-se o temperamento original do brilhante autor do Asas, em que há contos primorosos de urna doce edialidade.


Adicionar legenda
D'O Jornal de Noticias, Porto:- ... O Dr. Orlando Marçal, escritor que já hoje conta um lugar nas  fileiras dos contistas portugueses, acaba de brindar-nos com um formoso livro de crónicas. O titulo é tudo quanto  há mais expressivo. De facto, no presente volume não marulham imprecações nem catadupam sarcasmos, mas  alindam-se  delicadas telas impressionistas e deslisam serenas evocações de horas felizes. Nem o rumor do odio, nem o cascalhar das apóstrofes. Apenas hossanas de alevantado espírito, 


Do Diário Pernambuco, Brasil :- … Este brilhante escritor português, um dos fortes rebentos da nova geração literária em Portugal, que é um poeta de inspiração se nos revela agora com este novo livro um esplêndido conteúdo, através do qual bem se acentua o seu talento maleável. Nessas produções, porém, há um paisagista perfeito apanhando integralmente a natureza nas cambiantes de suas cores, nos seus cantares, na espessura de suas árvores verdes onde pelo interstício da folhagem um sol ruborizante entra e se escoa. Os seus contos são ligeiros, sóbrios, dão-nos a figura dos personagens através dum riso, dum olhar, duma palavra, deixando transparecer os intuitos que a revelam.


Jorge Maximino – Natural de Vila Nova de Foz Côa - Poeta e animador cultural - Diretor do Festival bienal de Poesia de V.N. de Foz Côa, desde há 33 anos. Louvável iniciativa esta que já se afirmou como das mais antigas no género, em Portugal, considerada, pelos seus responsáveis,  como uma oportunidade para contactar diretamente com os escritores num ambiente informal e procurar momentos de partilha entre várias gerações de artesãos da palavra


Cesário Verde - Naquele piquenique de burguesas... Por Jorge Maximino   Poema dito por Jorge Maximino, há cerca de 30 anos,  que aqui edito, com imagens de minha autoria  e sonorização de música  coreana, que trouxe de Las Palmas, nos anos 80. Trata-se de um breve registo que fui buscar ao meu arquivo gravado em cassetes, como repórter da ex-Rádio comercial RDP – Faço-o por duas razões: a primeira, porque o  poema de  Cesário Verde, é singularmente belo e mais belo ainda é quando dito como o Jorge o diz.

Por outro lado, é também uma forma de aqui destacar o esforço de um talentoso poeta,  as suas qualidades multifacetadas, quer como autor, quer como  diretor e fundador dos encontros com escritores e atores  do Festival bienal de Poesia e Música em Vila Nova de Foz Côa, organizado pela Câmara Municipal com o apoio do Agrupamento de Escolas da cidade. Museu do Côa, além das autarquias por onde  se distribui

JOSÉ AUGUSTO MARGARIDO  -  Poeta, pintor e fotógrafo, um foscoense de extraordinário talento artístico– Um dinâmico interveniente cultural, fundador e cofundador de várias associações culturais nas terras que o viram nascer e, também, um apaixonado viajante e retratista de costumes, espaços e gentes das mais diferentes paragens, desde a Europa à África, além do observador e critico atento.

José Augusto Margarido 
Imagem de um dos seus poemas
Natural de Vila Nova de Foz Côa. Residente em Macedo de Cavaleiros desde 1977.
Frequentou a Escola Profissional Agrícola D. Dinis - Paiã, anterior Escola Prática de Agricultura D. Dinis – Paiã. Foi funcionário entre outros organismos tb no Instituto Nacional de Estatística e depois do serviço militar no quadro do actual Instituto da Água como Técnico Agrícola nos empreendimentos hidroagrícolas.


Aos 17 anos de idade fez as suas  primeiras quadras. Desde essa altura – diz: fui apenas alimentando a ideia de um dia me iniciar na poesia. Comecei em 2011. Em 2015 decidi publicar no Facebook os meus poemas e tb os meus desenhos a lápis e carvão e tb fotografia. Tenho mais de 50 poemas escritos que foram publicados no Face e outros tantos desenhos.e mais de mil fotos.

Continuo a fazer poesia e desenhar. Tenciono expor quando tiver uma oportunidade.
 Fundei uma Associação com o nome de Sociedade de Expansão Cultural legalizada no notário, onde me mantive durante cerca de 3 ou 4 anos com actividades culturais,. Saraus recreativos e outros; bem como o espaço à leitura através de uma mini biblioteca.

Fiz parte de uma Associação de Pais. Colaborei na Rádio local Onda Livre na questão de publicidade durante mais de 3 anos. Gosto de Viajar no País e no estrangeiro. Espanha, França (Paris), Alemanha, Escócia, Áustria (Salzburgo). Conheci Moçambique durante dois anos como militar. Gosto de comentar no Facebook, publicar poesia e desenho e tb música. A minha próxima ambição é a pintura.
José Augusto Margarido – 15.09.2017







DOM MANUEL DOS SANTOS - Natural de São Joaninho,  pequena aldeia de Castro Daire, distrito de Viseu, ordenado pela Diocese de Lamego, a mesma à qual pertencem estas terras

Bispo da Diocese de STP - Deu-nos a honra e o prazer da sua presença, há 3 anos - Vamos lembrá-lo na manhã deste domingo, com a leitura de um dos seus belos poemas, entre outros poetas - Bem-Haja, Caro Sacerdote da Palavra de Deus - Que a sua divina luz o proteja dos malfeitores - Às 08.00 horas, quando os raios solares atravessarem a gruta da Pedra da Cabeleira de Nª Sra., nosso pensamento estará também com São Tomé Príncipe -
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FOI ASSIM:





De um poema, de  inspiração autobiográfico, onde  o poeta, se inspira nas suas origens – “Nascido no mês de março, ainda sou filho do Inverno! Mas já cheiro

D. Manuel (atual Bispo de São Tomé e Príncipe), através da linguagem poética, radicada nos textos bíblicos de cujas passagens e figuras colhe inspiração, leva-nos a percorrer os variadíssimos espaços de circunstância, de história e de geografia - muitos da sua peregrinação pessoal -, que nos ajudam a perceber e a vivenciar a Presença que tudo habita e permanentemente a todos envolve, tanto ontem como hoje.

Manuel António Mendes dos Santos, nasceu a 20 de Março  de 1960, em São Joaninho, pequena aldeia de Castro do Concelho de Castro Daire, distrito de Viseu,
Frequentou os Seminários da Diocese de Lamego até aos 18 anos. Nessa altura, ingressou na Congregação dos Missionários claretianos, tendo sido ordenado sacerdote, na sua terra natal, em 13 de Julho  de 1985.

Em Dezembro de 1993, teve a primeira experiência de África, ao desembarcar em Luanda, Angola, a caminho de São Tomé e Príncipe, país onde desenvolveu a sua ação missionária até Abril de 1995, seguindo, uns meses depois, para Roma,  a fim de continuar estudos de especialização.

Regressa a Portugal, em 1997, assumindo a paróquia de São Sebastião,  na cidade de Setúbal. Em Abril de 2001 é escolhido como Superior Provincial da sua Congregação, cargo que desempenhou até 1 de Dezembro de 2006, altura em que foi nomeado Bispo de São Tomé e Príncipe.

É neste país de África que tem atualmente a sua residência, ao serviço de Deus e das pessoas. “ – Mais pormenores em Agência Ecclesia - Novo Bispo escreve à Diocese de São 

MARIA DE ASSUNÇÃO CARQUEJA  - Disse,  Manuel Pires Daniel, no Jornal “OFOZCOENSE”   - "Descobri o seu nome pelos idos de 50, pela mão do meu querido amigo Prof. Adriano Vasco Rodrigues, que veio a ser o seu marido e que, então, coordenava no quinzenário "Luz da Beira'', da Meda, um suplemento literário que veio a inserir trabalhos de jovens como José Augusto Seabra, Eurico Consciência e outros.

Maria da Assunção Carqueja era já uma excelente poeta, natural do Felgar - Moncorvo e estudante da Universidade de Coimbra. Desde logo a fixei. Os seus versos fluíam, como água corredia, quase em surdina, mas dizendo muito. Poesia daquela que nos fala à alma e que se exprime tao bem que chega a dizer muito em muito pouco.

Fui acompanhando as felizes aventuras do casal, vicissitudes à altura das suas reais capacidades, e, em contraponto, a poesia da Dr' Maria da Assunção Carqueja, impunha-se-me como uma das belas vertentes do casal. Com o avolumar dos currículos de cada um, ia-se avolumando igualmente o acervo de livros que o casal produzia, como se outros filhos fossem além dos sue quatro belos rebentos.

Diria, à boa maneira da nossa gente, que Maria da Assunção Carqueja foi derramando muito da sua produção, mormente a poética, por uma boa mancheia de títulos: "Versos do meu Diário" (com pseudónimo Miriam, 1978; "Porquê, mais que nada", 2002, "Os tempos do Tempo". 2005, "Jardim da Alma", 2008, "Torre de Moncorvo" (história em verso) e "As nuvens passam ... " (edição póstuma), 2014.

Deixando de parte toda a sua actividade académica, em Portugal, Angola e no coração da Europa, onde, com o seu marido, foram semeando cultura e saber, exercendo cargos brilhantes, participando em ilustrados congressos, importe-nos mais a sua actividade intelectual e espiritual, sobretudo esta, como expressão mais pura dos seus sentimentos. E, no caso da autora, o seu mundo criativo, esse "espaço moral que foi sempre uma descoberta em crescendo. Com um vocabulário simples, mas preciso na sua acepçao, os seus poemas como que lhe irrompiam do chão, em tudo sabendo ver um tema interessante: uma pedra, um passarito, o cansaço, as mãos dadas, a amizade, a dúvida, ou o amor em todas as suas dimensões, em especial, o amor conjugal, que deixava antever  como uma felicidade plena. que todavia receava perder, a ponto de pedir "não me deixes deixar-te ". É  uma poesia aparentemente simples, mas onde espreita a sua formação filosófica, todavia discreta, como que a presenciar de longe o fluxo criador, que livremente se desprende do seu mundo íntimo. Uma poesia translúcida, brincando aos improvisos entre as balizas da forma, sugerindo acasos que o não são, porque a poeta sabe muito bem por onde se encaminham os versos que o  papel guarda.

HENRIQUE TIGO  -  HENRIQUE TIGO – POETA, ESCRITOR, PINTOR E ANIMADOR CULTURAL – ARTISTA MULTIFACETADO -


HENRIQUE TIGO, pintor, escultor e poeta -Autor de livros de poesia, ensaio e uma peça de teatro.- Meu prezado amigo, tal como seu pai, o pintor H. Mourato Henrique Tigo, nasceu em Lisboa, década de 70, Comendador da Ordem de São Miguel de Ala. É Licenciado em Geografia e Mestrado em Ciência Política, Tem ainda os cursos: de Gravura, da Cooperativa de Gravadores Portugueses e de Xilogravura, da Universidade Lusófona. Tem publicado vários artigos e ensaios ligados a Geografia e não só em variados jornais. Autor dos Livros; Analise Demográfica do Concelho de Góis, em 2007 (edição da ADIBER), Um pequeno retrato de Colmeias 2008 (Edição do Noticias de Colmeias). Autor da tese “O papel das ONG’s na educação para o Desenvolvimento”, Autor da peça de teatro “As Portas de Abril”, Edição Calçada das Letras 2014; "Estranha forma de Poesia" Edição Ideia Fixe 2014. Poesia ComTigo Edição Ideia Fixe 2015. Maçonaria e Eu Edição Ideia Five 2015. Bodas de Madeira da Confraria dos Enchidos Ideia Fixe 2017 Escreveu ainda vários prefácios. Participou nos livros: Introdução ao Pensamento do Prof. Agostinho da Silva; Aspectos das Artes plásticas III; Arte 98; In Memoriam de Agostinho da Silva,entre outros. Além de Geógrafo é Pintor, Escultor, Gravador e Poeta. http://henriquetigo.blogspot.com/

Com seu pai - H. Mourato

Nasceu em Lisboa, década de 70, Comendador da Ordem de São Miguel de Ala. É Licenciado em Geografia e Mestrado em Ciência Política, Tem ainda os cursos: de Gravura, da Cooperativa de Gravadores Portugueses e de Xilogravura, da Universidade Lusófona. Tem publicado vários artigos e ensaios ligados a Geografia e não só em variados jornais. Autor dos Livros; Analise Demográfica do Concelho de Góis, em 2007 (edição da ADIBER), Um pequeno retrato de Colmeias 2008 (Edição do Noticias de Colmeias). Autor da tese “O papel das ONG’s na educação para o Desenvolvimento”, Autor da peça de teatro “As Portas de Abril”, Edição Calçada das Letras 2014; "Estranha forma de Poesia" Edição Ideia Fixe 2014. Poesia ComTigo Edição Ideia Fixe 2015. Maçonaria e Eu Edição Ideia Five 2015. Bodas de Madeira da Confraria dos Enchidos Ideia Fixe 2017 Escreveu ainda vários prefácios. Participou nos livros: Introdução ao Pensamento do Prof. Agostinho da Silva; Aspectos das Artes plásticas III; Arte 98; In Memoriam de Agostinho da Silva,entre outros. Além de Geógrafo é Pintor, Escultor, Gravador e Poeta.
  - https://www.blogger.com/profile/06554105601178103333


Tom Graves, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , o famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano, deslocou-se, em Outubro de 2008,  da Austrália aos Templos do Sol para ali confirmar a sua teoria de que «Em toda a parte existe uma interação entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.»tom graves veio da austrália para estudar as pedras



Estes megálitos, são conhecidos por alinhamentos sagrados, remontam ao período megalítico e existem em várias partes do mundo, mas sobretudo na Europa. Sendo o mais famoso o Stonehenge. Muitos destas gigantes estruturas estão em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente com os Equinócios e os Solstícios - Perpectuam memórias de verdadeiros calendários astronómicos, que antigas civilizações elegeram como especiais locais de culto – Vários estudiosos, que visitaram os templos megalíticos dos Tambores, em Chãs, conferem-lhes significado e importância e comparam-nos a alguns dos mais curiosos monumentos que ainda subsistem.

UM DOS PONTOS NODAIS DAS VEIAS TELÚRICAS DA TERRA

“Dirigir-se frequentemente a determinados lugares que tenham uma carga mística, ou, pelo menos, de vez em quando, a banhar-se um pouco naquele ambiente  é algo que alimenta a nossa alma. 

Naturalmente, uma consciência sujeita a este estado tem necessariamente de sofrer alguma alteração, uma transmutação tanto mais forte tanto o impacto sofrido pela compreensão que lhe foi “revelado”. Algo a tocou e a despertou  para um estado superior de compreensão, de uma experiência vivida. Estados destes são muito similares àqueles que nos são relatados  pelos grandes místicos da humanidade  como, por exemplo, S. João da Cruz e Santa Teresa de Ávila. A aquisição de tais conhecimentos  e experiências vividas  nesse “momento de revelação” são fruto de profundos estados de êxtase que, necessariamente, se deverão reflectir em acções.” – Escreveu Eduardo Amarante, em Lugares Mágicos






Albano Chaves, autor de descoberta do alinhamento das “Portas do Sol”, com o solstício do Inverno, num desenvolvido estudo que apresentou neste site, em
Março 2012 - vida-e-tempos, diz o seguinte, referidno-se à Pedra da Cabeleira de Nª Srª

O eminente historiador, arqueólogo, investigador e autor Dr. Adriano Vasco Rodrigues descreve assim esta pedra[1][1][1]: O penedo tem o seu assento sobre uma vasta superfície rochosa granítica. A face poente está desbastada como uma enorme testa. Na parte inferior rasga-se uma abertura com cerca de um metro de diâmetro, que dá entrada para uma espaçosa câmara com uma altura de um metro e meio. Este espaço comunica com o exterior por outra abertura rasgada na face oriental.

No tecto desta câmara notam-se manchas avermelhadas de sais de ferro parecendo resultarem de uma pintura destruída pela erosão produzida pela corrente de ar, estabelecida pelas duas entradas.

Na vasta câmara, rasga-se, à direita de quem entra pela face ocidental, um nicho onde se pode introduzir um homem. A cúpula desse nicho é arredondada, ajustando-se perfeitamente a uma cabeça humana e tendo desenhado de forma impressionante, como se houvesse sido escalpelada, uma cabeleira humana negra, longa e desgrenhada. O material da coloração é constituído por sais de manganésio, como revelou a análise.

Levei ali um geólogo, o Sr. Eng. Carlos Pires Lobato, visto ter dúvidas se devia considerar a "cabeleira" como o resultado dum capricho da natureza, ou uma intencional pintura humana. As dúvidas persistiram. De qualquer modo é evidente que a "cabeleira de Nossa Senhora" serve desde remotas eras uma tradição cultual.

No exterior, a curta distância da entrada poente, está uma pedra quadrangular com 1,50 m de lado por 15 cm de espessura, em forma de arco. Devia ter sido adaptada à entrada. No alto da enorme cabeça está uma tosca escultura simbolizando uma figura humana, com a cabeça do tipo triangular.

(…) O povo ligou uma lenda cristianizada àquele lugar. Assim, a Virgem Maria na sua caminhada para o Egipto, num dia de estio, à semelhança do que ainda agora fazem os pastores com os rebanhos, recolheu-se naquela lapa para repousar. Ao partir, os cabelos, que haviam tocado na rocha, focaram ali gravados para sempre...

Quanto ao período de utilização deste santuário, ele remontaria à revolução neolítica.
Diz ainda o Prof. Adriano Rodrigues[2][2][1]: Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade."

 Albano Chaves, no notável estudo que teve a amabilidade de nos oferecer, antes de apresentar a sua descoberta, tece estas palavras das pedras de Chãs:


"Um sono milenar está a chegar ao fim. Pedras, enormes umas, mais pequenas outras, emitem sons, balbuciam palavras continuamente desde há muito. Dez, quinze, vinte, cinquenta mil anos? Ninguém as ouvia, no entanto. Falam por si, entre si, estabelecem ligações. Formam figuras geométricas no terreno, que é preciso olhar, ver, identificar, ler, entender, integrar em expressões, frases, períodos, textos, crónicas.

"O Maciço das Lapas e das Quebradas, na freguesia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa, onde a Meseta Ibérica se despede, despenhando-se para o Graben de Longroiva, acorda agora ao som de pétrea vozearia, que acorre a pétreo chamamento. 


Chãs, contrariamente ao que poderia parecer – terreno chão ou plano – provém do acádico shamsh [lê-se xâmexe], que significa o astro «sol», a divindade «sol» e também «relógio de sol», como diz o Prof. Moisés Espírito Santoprofessor universitárioetnólogosociólogofilólogo e linguista[1][1][1].

Que ouve Chãs?
Que vê Chãs?
Que sente Chãs?
Parece que ouve, mas nenhum som compete com ladrar de cão ou balir de ovelha.
Parece que vê, mas o que vê é apenas o que pensa ter visto sempre: pedras.
Parece que sente, mas o que parecia sentir esvaiu-se como sonho ao acordarmos.
Acorre gente de fora, trazida por alguém da terra.
Mede-se, perscruta-se, rodam varas de vedores, há quem use GPS. Porquê? Para quê?
Uma pedra começou a falar mais alto. Vamos ouvir o que tem para dizer."


Não perca o estudo, que foi também publicado em http://www.vida-e-tempos.com/2012_03_01_archive.html -Albano Chaves, natural de Leça de Palmeira mas que tem a ligação maternal ao concelho de Vila Nova de Foz Côa, através do apelido Donas-Boto - Tradutor e especialista de línguas germânicas . – É um investigador apaixonado pela Arqueoastronomia

O VERBO OPERA PRODÍGIOS - É APENAS UMA QUESTÃO DE SABER PRONUNCIAR A PALAVRA E ESCOLHER O LUGAR

“A luz resplandece nas trevas, e contra elas as trevas não prevaleceram. (..)Havia a verdadeira luz que, vinda ao mundo, alumia a todo o homem.” Palavras do apóstolo João, mas cujo eco repercute dos primórdios da Humanidade,  sob diversas formas, desde o paganismo às religiões instituídas.

 Assim as terão interpretado todos aqueles que, desde tempos imemoriais, celebraram, com os seus ritos o astro solar, harmonizavam as suas vidas com os ciclos das estações, viam nos seus raios,  a fonte da vida, a luz purificadora e regeneradora, agradeciam e celebravam as grandes dádivas da Mãe-natureza. - Acreditavam que «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. – O que divergiu não foi a intenção mas o meio ou a a imagem de imaginar Deus  – Entre os  que procuram o contato com o sagrado, o divino, nas igrejas ou catedrais ou aqueles que se recolhem nos lugares mágicos, nos lugares sagrados da Natureza – É justamente na esteira dessas tradições esquecidas, que, mais uma vez, nos dirigimos aos Templos do Sol.
E

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