O maciço dos Tambores, a curta distância da aldeia de Chãs, de Vila Nova
de Foz Côa, foi uma vez mais o cenário evocativo para assinalar a celebração do
Equinócio do Outono Em cerimónia simples, mas de expressivo simbolismo, pendor
místico e histórico, frente ao portal do antigo altar sacrificial do santuário
rupestre, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, com belos momentos
de poesia, bem-dizendo e festejando os dias da estação mais nostálgica do ano
– Com amável e simpática colaboração de um grupo de amigos, numa cerimónia simples mas plena de brilho e de luz, num misto de poesia e de caloroso misticismo, demos as boas-vindas à entrada do Outono, numa manhã radiosa e quente, que mais parecia ser do Verão, que agora se despede, que do Outono, que hoje entrou – Justamente, no dia em que, a luz se reparte com a das trevas, em que o dia e noite, tem aproximadamente a mesma duração de 12 horas, o que só sucede, e durante todo o ano, na linha do Equador
– Com amável e simpática colaboração de um grupo de amigos, numa cerimónia simples mas plena de brilho e de luz, num misto de poesia e de caloroso misticismo, demos as boas-vindas à entrada do Outono, numa manhã radiosa e quente, que mais parecia ser do Verão, que agora se despede, que do Outono, que hoje entrou – Justamente, no dia em que, a luz se reparte com a das trevas, em que o dia e noite, tem aproximadamente a mesma duração de 12 horas, o que só sucede, e durante todo o ano, na linha do Equador
CELEBRÁMOS O EQUINÓCIO DO OUTONO, COM A LEITURA DE VÁRIOS POETAS, NUMA MANHÃ ESPLENDOROSA DE SOL - Com poemas de Manuel Daniel, natural de
Meda, concelho limítrofe ao de Foz Côa, assim como de mais três poetas, aqui
nados e criados, Hamilton Tavares, Jorge
Maximino e José Augusto Margarido – E lembrámos também a poesia, alusiva ao sol
e à estação outonal, ao mítico, Amenófis IV; John Keats; Rosalía de Castro, Gomes, Leal,
Fernanda de Castro, Manuel Alegre, Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de
STP, Assunção Carqueja e do jovem Henrique Tigo
Esta é a estação marcada por migrações de animais e
pelas colheitas e o cair da folha de muitas árvores, recebemo-la hoje no
recinto amuralhado do Santuário Sacrificial da Pedra da Cabeleira, localizado
numa zona castreja em Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.
O enorme penedo está orientado
no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca
da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o
Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar
Castro do Curral da Pedra |
Alcandorado na vertente do
afloramento granítico, e num ponto predominante, existe ainda um outro
calendário pré-histórico, conhecido pela Pedra do Sol, apontado ao pôr-do-sol
do dia maior do ano. onde decorrem as celebrações do Solstício do Verão, já
consideradas como o Stonehenge português.A primeira referência ao Santuário
Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. foi feita por Adriano Vasco
Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda.,
que o classificou como local de culto ou de sacrifícios.
O
POETA PORTUGUÊS QUE AQUI ERGUEU OS BRAÇOS AOS CÉUS E SE VOLVEU PARA OS QUATRO
QUADRANTES DA TERRA, UM MÊS ANTES DA SUA MORTE – “COMO QUE ANTEVENDO E
APONTANDO O NOVO CAMINHO QUE DEUS LHE DEU “ O EQUINÓCIO DO OUTONO 23-09-2018,
NOS TEMPLOS DO SOL, FOI TAMBÉM CELEBRADO NO PEQUENO ALTAR DOS POETAS, onde o
escritor, jornalista e poeta, Fernando Assis Pacheco, em Outubro de 1995, ali
se elevou com os braços erguidos aos quatro quadrantes, como que antevendo que
no mês seguinte se ia despedir do último Outono da sua vida, tendo ali
pronunciado as palavras de um antigo código egípcio: Grande Foco! Vida do
Universo! Força Criadora!- Que eu previamente havia sugerido
Princípio divino que declara
que as leis do Universo são naturais e imutáveis, devem ser seguidas com
naturalidade e harmonia para que o espírito se enriqueça e ilumine e que a
essas leis supremas, tudo se transforma e nada escapa.
-Mais tarde, em 2001, quando
ali descobri os alinhamentos solares com o nascer e pôr-do-sol, no ciclo das
estações do ano, batizei a dita pedra de Pedra dos Poetas, elegendo o
caprichoso altar como um local de peregrinação e evocação poética, tendo
passado ali a ler poemas alusivos ao sol e às estações do ano ou ao espírito
sensível dos inspirados pela Natureza ou pelas Musas
POEMA DE
UMA CRIANÇA SANTOMENSE - "AMANHÃ
SEREI HOMEM" - - “LUTAR COM PAZ
PARA VIVER EM PAZ/ PARA ACABAR COM A FOME! A MISÉRIA” - MAS LUTAR SEM ARMAS” – SINGELO TRIBUTO ÀS CRIANÇAS DE SÃO TOMÉ E
PRÍNCIPE - -
Este um dos poemas, que lemos no Altar da Pedra dos Poetas, na Celebração do
Equinócio do Outono, na sequência da cerimónia que teve inicio no Santuário da
Pedra da Cabeleira de Nª Senhora, ilustrado com imagens que registei há 4 anos, em S. Tomé, com sons musicais destas maravilhosas Ilhas Verdes do Equador
Extraído da “ANTOLOGIA POÉTICA JUVENIL DE
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE COORDENAÇÃO DE ANTÓNIO PINTO RODRIGUES
APRECIAÇÃO LITERÁRIA DE JOSÉ PALLA E CARMO
70% das crianças são afetadas pela pobreza
e falta de proteção social" – Conclui relatório da UNICEF, que frisa que
mais de 70% das crianças santomenses são pobres. – A que me referi no dia
mundial da criança no passado dia 1 de Junho
SÃO TOMÉ ONDE A ESPERANÇA TARDA A APARECER, MAS
TEM DE FLORESCER NUMA QUALQUER MANHÃ RADIOSA, UNIDOS COM O SORRISO DE DEUS, AO
VOSSO BISPO D. MANUEL DOS SANTOS, COM O ESPÍRITO E AS PRECES DO GENEROSO E
PACIFICO MAS TÃO SACRIFICADO E REPRIMIDO POVO DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE. –
O SORRISO DE DEUS
Na manhã que se levanta com o sol que nasce,
Descubro o sorriso de Deus!
E um sentimento de amado por mim perpassa,
Contemplando os Céus!
(….)Louvado. Senhor, pela beleza, desbordante
Com que pintais a madrugada!
Louvado sejais, pela vida exuberante,
Que brota da terra regada!
Excertos - Do Livro : Momentos de Verde e Mar
São Tomé, 11 de Março de 2009
Excertos - Do Livro : Momentos de Verde e Mar
São Tomé, 11 de Março de 2009
MAIS PORMENORES EM http://www.odisseiasnosmares.com/2018/10/sao-tome-e-principe-pos-eleicoes-07-10.html
“O MAR DA MINHA TERRA É DE
GRANITO” – Diz o poeta, escritor, dramaturgo, jornalista e advogado, Manuel Daniel, natural de Meda, mas que ,
depois de ter peregrinado por várias partes do pais, dedicado à causa pública, em
Pombal, S. João da Pesqueira, Reguengos de Monsaraz, Guarda, nas tesourarias e repartições
de Finanças, acabaria por se fixar em Vila Nova de Foz Côa, a cuja
cidade se entregaria com grande amor e paixão, como se fosse terra sua, tendo
aqui exercido, a par do trabalho da advocacia e do jornalismo e de um intenso gosto pela literatura, que desde
bem cedo cultivou, com vários livros publicados nos diferentes géneros
literários.
Pedro Daniel - filho de Manuel Daniel |
Mas nós não o esquecemos de, uma vez mais, ali lermos, com muito gosto, versos de sua autoria, justamente no pequeno altar dos poetas, onde, no solsticio de Junho de 2011, ali ergueu a sua voz para se associar à evocação do poeta Fernando Assis Pacheco
Sim, foi sobre aquela caprichosa pedra, que, o jornalista e escritor português, um mês antes da sua morte, ali ergueu os braços, como expressão da sua alegria a estes sagrados e encantadores lugares, nomeadamente, depois de ter andando anichado no interior da gruta da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, que, naquela altura, embora já classificada pelo investigador e professor, Adriano Vasco Rodrigues, como local de culto ou de sacrifícios, ainda se desconhecia de que era também um fantástico calendário pré-histórico.
Manuel Daniel, compreendendo a importância do poeta, quis dar-nos o prazer de se associar à singela homenagem, três anos depois, de ali termos contado com a presença dos dois filhos do poeta e de de Maria do Rosário Pinto Ruella Ramos - mulher do falecido
EIS A RAZÃO PELA QUAL O POETA FERNANDO ASSIS PACHECO, ALI ERGUEU OS BRAÇOS NOS QUATRO QUADRANTES DA TERRA
solstício 2008 |
Ao
regressarmos do Castro do Curral da Pedra,
e, vendo-o no seu rosto, um tal encantamento , sugeri-lhe para erguer os braços
numa pedra, em forma de altar que estava ali junto a um dos muros da área
castreja. Era Outubro, com o outono, já matizar as folhas de mil aguarelas ou
mesmo já a desprende-las – Curiosamente, um mês depois, despedir-se-ia da vida
para sempre
DESLOCOU-SE AO LUGAR DOS TAMBORES – Um mês
antes da sua partida para a Eternidade
Foi em Outubro de 1995.
Estava-se em plena polémica das gravuras. Encontrei-o a meio da tarde desse
dia, em Foz Côa, e já de regresso do Vale do Côa, para onde fora destacado, em
reportagem, pela revista Visão. Embora visivelmente cansado da jornada,
saudou-me com um ar de muita satisfação e alegria, parecendo não dar por
perdido o esforço da sua missão, cujo contentamento acentuou ainda mais quando
me perguntou se eu era daqui. Respondi-lhe que era natural de uma aldeia que
também tinha bonitas gravuras, no seu termo, as da Quinta da Barca, junto ao
Côa, e uma fragas muito curiosas, nas proximidades, que gostaria que visitasse.
Junho 2008 - Rosa Ruella - Filha de Fernando Assis Pacheco |
A PEDRA DA CABELEIRA - QUE ELE VISITOU –
JÁ ERA UM ANTIGO LOCAL DE PEREGRINAÇÃO DA ALDEIA E ATÉ
ESTUDADO - MAS LONGE DE SE SABER QUE ERA TAMBÉM
UM ANTIQUÍSSIMO CALENDÁRIO ASTRONÓMICO - ATRAVESSADA PELO
SOL NOS EQUINÓCIOS.
.E foi então que, acendendo amavelmente ao meu convite, surgiu a oportunidade
de se deslocar, com o repórter fotográfico, José Oliveira, até à Pedra da
Cabeleira de Nossa Senhora, bem como a outros locais da área, que o deixariam
verdadeiramente encantado, tendo mesmo prometido ali voltar! – E longe ainda de
se saber que existiam os tais fenómenos solares, que, mais tarde, eu
pessoalmente haveria de descobrir E muito menos de se imaginar que esta seria a
sua despedida para sempre?
JÁ SE HAVIA POSTO O SOL QUANDO
DALI SAÍAMOS - E também já estava a fazer-se demasiado tarde para a longa
viagem que tinham pela frente, até Lisboa. Ao vê-lo tão feliz , quando
descíamos do alto do Castro do Curral da Pedra, onde se avista uma panorâmica,
de raro alcance e beleza, e ao passarmos junto a uma pedra que parecia quase um
pequeno altar, disse-lhe: Olha, Fernando! Já que vais tão contente, sobe para
aquela pedra e agradece ali aos deuses que aqui foram adorados, pelos antigos
povos; agradece-lhe a tua vinda aqui! E assim fez, irradiando uma enorme
alegria, abrindo espontaneamente os braços aos céus, num largo e expressivo
sorriso, voltando-se em várias posições para com os quadrantes da Terra e
repetindo umas palavrinhas que, em jeito de evocação, eu lhe dissera. A última
das quais foi com a mão esquerda estendida ao longo do corpo e a direita
apontando para onde se havia posto o sol! – Hoje quando revejo essa imagem só
penso numa coisa: que aquela direcção para onde ele então apontava, só poderia
estar já a indicar-lhe o caminho da eternidade!... O caminho dos deuses! Como
não tinha película na máquina, pedi um rolo emprestado ao José Oliveira. Ele
foi ainda mais generoso, registou o momento e deu-me o negativo.
A MORTE UM MÊS DEPOIS - Um mês depois, e justamente quando dali regressava a
casa, ao ligar o rádio, qual não é o meu espanto e a minha tristeza quando ouço
a notícia da sua morte, que o surpreendeu com uma mão cheia de livros à saída
da livraria Bucholz, em Lisboa.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão.
Imagem de José Oliveira -Fotógrafo da Visão - a Fernando Assis
Pacheco
.Olá Fernando! ainda te vejo
Ali a sorrir e abrir os teus braços!
Na verdade, sempre que por ali vagueio,
por aqueles ermos lugares da minha aldeia,
não deixo de me lembrar de ti,
como se estivesse
ainda a ver-te abrir os braços aos céus,
coroados por aquele teu largo sorriso,
que te era tão pessoal, tão genuíno e tão teu!
Olhando à volta, ainda lá vejo recortado
o teu vulto, como que projectado
na linha do sol posto,
recortado com um perfil humano
por todo o espaço!
Vejo-te ainda com uma das mãos,
estendida ao longo do corpo
e, com a outra, apontada ao crepúsculo
com aquele olhar compenetrado,
como se quisesses descortinar
o que haveria para lá da mancha doirada
e rosácea, que se estendia acima do horizonte,
ao longo da extensa cordilheira dos montes,
e no sentido de sul para norte,
muito para lá do vale e da sinuosa linha,
onde o sol, momentos antes, se havia despedido
daquele nostálgico fim de tarde outonal.
Ao qual tu agora te rendias, plantado
no centro daquela pedra,
num gesto tão aberto, num esgar
tão vigoroso e arrebatado!…
- Oh ímpetos incontrolados da alma!
Oh misteriosos delírios de luz!
Oh trágicos prenúncios, inesperados símbolos da vida! –
Não era quereres respirar a pureza daqueles largos ares
ou sentires a emoção da plenitude da sua beleza
- oh misteriosas alturas! - mas tocares,
bem de perto, com o teu peito, o teu coração
e as tuas mãos, os místicos confins do Cosmos,
as maravilhas, os enigmas do Infinito!
por aqueles ermos lugares da minha aldeia,
não deixo de me lembrar de ti,
como se estivesse
ainda a ver-te abrir os braços aos céus,
coroados por aquele teu largo sorriso,
que te era tão pessoal, tão genuíno e tão teu!
Olhando à volta, ainda lá vejo recortado
o teu vulto, como que projectado
na linha do sol posto,
recortado com um perfil humano
por todo o espaço!
Vejo-te ainda com uma das mãos,
estendida ao longo do corpo
e, com a outra, apontada ao crepúsculo
com aquele olhar compenetrado,
como se quisesses descortinar
o que haveria para lá da mancha doirada
e rosácea, que se estendia acima do horizonte,
ao longo da extensa cordilheira dos montes,
e no sentido de sul para norte,
muito para lá do vale e da sinuosa linha,
onde o sol, momentos antes, se havia despedido
daquele nostálgico fim de tarde outonal.
Ao qual tu agora te rendias, plantado
no centro daquela pedra,
num gesto tão aberto, num esgar
tão vigoroso e arrebatado!…
- Oh ímpetos incontrolados da alma!
Oh misteriosos delírios de luz!
Oh trágicos prenúncios, inesperados símbolos da vida! –
Não era quereres respirar a pureza daqueles largos ares
ou sentires a emoção da plenitude da sua beleza
- oh misteriosas alturas! - mas tocares,
bem de perto, com o teu peito, o teu coração
e as tuas mãos, os místicos confins do Cosmos,
as maravilhas, os enigmas do Infinito!
2008 - João Canto e Castro |
Como se já intuísses ou adivinhasses
através dos teus versos proféticos
- ó poeta do “OS ÚLTIMOS DESEJOS”,
cujo repto há muito havias lançado -
que o verdadeiro caminho que te esperava,
Era “ voar como os Anjos”
Seguires em frente, a poente - além
do vasto e esmorecido horizonte…
E, talvez, tomasse então a via
onde o sol se havia escondido,
instantes antes, suave,
nostálgico, chamejante e triste….
Naquela direcção, entre os quatro pontos,
onde estendeste a mão e mais te fixaste,…
E que ali se abria, escancarava,
tão amplamente e tão misteriosa,
ao teu olhar rendido e emocionado,
como se, de facto, aquela via
fosse a grande estrada, premonitório,
que, ali, já previamente, traçavas
a caminho da indecifrável eternidade!
através dos teus versos proféticos
- ó poeta do “OS ÚLTIMOS DESEJOS”,
cujo repto há muito havias lançado -
que o verdadeiro caminho que te esperava,
Era “ voar como os Anjos”
Seguires em frente, a poente - além
do vasto e esmorecido horizonte…
E, talvez, tomasse então a via
onde o sol se havia escondido,
instantes antes, suave,
nostálgico, chamejante e triste….
Naquela direcção, entre os quatro pontos,
onde estendeste a mão e mais te fixaste,…
E que ali se abria, escancarava,
tão amplamente e tão misteriosa,
ao teu olhar rendido e emocionado,
como se, de facto, aquela via
fosse a grande estrada, premonitório,
que, ali, já previamente, traçavas
a caminho da indecifrável eternidade!
Maria do Rosário Pinto Ruella
Ramos - mulher do falecido poeta e os seus dois filhos:João Ruella Ramos Assis
Pacheco; Rosa Ruella Ramos Assis Pacheco - num convívio com a população
local, que teve lugar após a
celebração do solstício e a cerimónia de homenagem a Fernando Assis Pacheco.
Fernando Assis Pacheco nasceu em Coimbra,
Portugal, em 1935. Faleceu em Lisboa, a 30 de Novembro de 1935 - Jornalista, critico, tradutor e escritor
Estreou em 1963 com o livro Cuidar dos vivos,
cujo título define, desde a primeira capa, toda uma atitude frente à tradição e
o trabalho poético, e é considerado por muitos um livro-marco daquela década na
poesia portuguesa.
Licenciado em Filologia Germânica, esteve ligado aos grupos
teatrais académicos durante os seus estudos universitários, em Coimbra. Após um
período de mobilização na guerra colonial, em Angola, enveredou pelo
jornalismo, estreando-se no Diário de Lisboa, em 1965. Colaborou em publicações
literárias e em vários jornais, como o República, O Jornal, o Se7e, o Jornal de
Letras (de que também foi redactor) e o Record. Era, à altura da sua morte,
redactor da Visão. Participou, ainda, em programas de rádio e televisão, foi
autor de poemas musicados por compositores portugueses e de textos e diálogos
para documentários e filmes. Dedicou-se também à tradução. Como escritor, Assis
Pacheco não esteve ligado a qualquer escola literária. Os seus textos, ao mesmo
tempo que reflectem um esforço de pesquisa e experimentalismo na língua
portuguesa, são fortemente marcados por uma intenção de crítica social e pela
experiência da guerra colonial portuguesa. Publicou, durante muito tempo,
pequenas tiragens em edição de autor, com os títulos A Profissão Dominante
(1982), Nausicaah! (1984) e A Bela do Bairro e Outros Poemas (1986), o que não
impediu a imposição do seu nome na moderna literatura portuguesa. Estreou-se
com o volume de poesia Cuidar dos Vivos (1963), a que se seguiram Câu Kiên, um
Resumo (1972, título vietnamita com o qual pretendia iludir a censura
salazarista e que saiu, em 1976, como Catalabanza Quilo e Volta), Viagens na
Minha Guerra (1972), Siquer Este Refúgio (1976), Memórias do Contencioso
(1976), Variações em Sousa (1987) e Musa Irregular (1991). Na ficção em prosa,
foi autor de Walt (1978) e do romance Paixões e Trabalhos de Benito Prada
(1993) – Mais pormenores em https://www.escritas.org/pt/bio/fernando-assis-pacheco
E também em https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Assis_Pacheco
AMÁVEIS ESTES SAGRADOS LUGARES QUE ME GERARAM E CRIARAM
Temos mais vídeos e imagens por editar, que, por razões técnicas, neste momento não o podemos fazer