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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

É Festa de Nª Senhora de Assunção - Há alegria e foguetes no ar a estrelejar


FESTA NA MINHA ALDEIA - ESTRELEJAM FOGUETES, OS CÉUS RASGAM-SE EM MÚLTIPLAS CORES LUMINOSAS E FANTÁSTICAS!  Hoje é a festa de Nossa  Senhora da Assunção, padroeira da freguesia - A venerada imagem agradece a alegria e, mesmo que exagerem, não leva a mal - Aí está o pleno mês de Agosto, e, com o esplendor do Verão, as manhãs e tardes ensolaradas, as festas religiosas das aldeias - É o convivo dos poucos que cá ficam, que cá estão, com os muitos que emigram e que voltam à santaterrinha para matar saudades - Cada vez a aldeia mais se despovoa, fenómeno, aliás, idêntico, a um Portugal envelhecido e que cada vez mais tende a descaracterizar-se das suas raízes e da sua identidade: residir nas cidades, Lisboa ou Porto,  com as rendas das casas,, altíssimas, tomadas por legiões de estrangeiras, que passaram a ocupar os bairros históricos, mas não só, vai sendo cada vez mais proibitivo a quem dependa de pensões modestas ou do modesto ordenado mínimo - Nas aldeias, há muitas casas, mas não gente para as habitarem. Por esta altura do ano, a vida aqui toma outro movimento mas, daqui a uns dias, volta-se à pasmaceira habitual: as gerações mais velhas, vão partindo, e, não havendo nascimentos, a tendência é inevitavelmente a da desertificação - Curiosamente, e ao contrário de anos anteriores, começam a ver-se muitos filhos de emigrantes, que, dantes, preferiam, porventura, ir para as praias, pois, mas, ao preço que está o aluguer de quartos, sempre é preferível  curtir uns dias na aldeiazinha.




São duas e tal manhã do dia 15, estou tranquilamente na centenária casa dos meus avós maternos, relativamente próximo do adro, donde  se vão ouvindo  as músicas populares de uma banda contratada pelo dinâmico grupo de  mordomos,.


A fé no catolicismo, já não é o que era  – Tal como as ideologias, também as crenças vão dando lugar à descrença e a um certo vazio. No entanto, as festas religiosas, talvez pelo seu vínculo ao paganismo, em que a devoção se mistura e confunde com a recreação e evasão, continuam ainda a ser os dias festivos que o povo não dispensa – As aldeias vão ficando despovoadas e vai sendo cada vez mais difícil arranjar voluntários para angariarem fundos e organizarem os festejos – Mas, lá se vai teimando, em quanto se puder, enquanto houver meia dúzia de carolas. A eles, os meus parabéns, por não deixarem morrer a celebração do único dia em que, os emigrantes, aqueles que passam o ano fora da sua amada aldeia, vêm conviver e matar saudades com o seu torrão natal, com os seus conterrâneos e com os que lhes são mais queridos


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