Morreu a fadista Celeste Rodrigues. A irmã mais nova de Amália Rodrigues faleceu esta
quarta-feira, 1 de agosto, aos 95 anos de idade. A informação foi avançada nas
redes sociais pelo neto da cantora, Diogo Varela Silva.
Tive o prazer de a
conhecer em casa de Amália, nos anos 80 – Ver episódio em
Curiosamente, ainda há dias, tendo
visitado o Museu da Amália, em amável diálogo com a Estrela, falámos da Celeste
– E, também ontem, em conversa com uma sua amiga. a Milú, fiquei a saber que
era vontade da Estrela, preparar um dia especial para recordar Amália - Afinal,
a irmã já não o pode viver - Repousará. certamente, no lugar dos justos, pois
longa foi a sua vida, dedicada e intensa - Agora no lado de lá onde já repousa
irmã Amália
Esta a notícia dada pelo seu neto: “É com um enorme
peso no coração, que vos dou a notícia da partida da minha Celestinha, da nossa
Celeste. Hoje deixou uma vida plena do que quis e sonhou, amou muito e foi
amada, mas acima de tudo, foi a pedra basilar da nossa família, da minha mãe,
da minha tia, dos meus irmãos, sobrinhos e filhos, somos todos orgulhosamente
fruto do ser humano extraordinário que ela foi”, escreveu Diogo Varela Silva na
rede social Facebook, remetendo para mais tarde informações adicionais.
Nascida no Fundão, em 14 de março de 1923, a irmã de
Amália Rodrigues iniciou a carreira há 73 anos, ao aceitar o convite feito pelo
empresário José Miguel (1908-1972), detentor de vários teatros e casas de fado,
entre os quais o Café Casablanca. Do seu repertório constam, entre outros
temas, “A Lenda das Algas” e o “Fado das Queixas”.
Ao longo da carreira fez parte dos elencos de várias
casas de fados, como o Café Latino, o Marialvas, Adega Mesquita, Tipóia e Adega
Machado e a Parreirinha de Alfama, de Argentina Santos.
Além do Brasil, onde regressaria no início da década
de 1950 a fadista atuou em Espanha e em Áfica, ainda antes das independências,
em territórios como o do então Congo Belga, nos países que se encontravam então
sob administração britânica e em Angola e Moçambique.
Em 1953 casou-se com o ator Varela Silva e, em 1957,
tornou-se proprietária do restaurante típico A Viela, ao qual renunciará quatro
anos mais tarde. Ainda em finais da década de 1950 foi das primeiras fadistas a
atuar na televisão, ainda no período experimental da RTP, no teatro da Feira
Popular, e “a primeira a enfrentar as câmaras, quando os estúdios do Lumiar
passaram da fase de experiências para as emissões regulares”, segundo o “Álbum
da Canção”, de maio de 1967.
Em 2005, o encenador Ricardo Pais, então diretor do
Teatro Nacional São João, no Porto, convidou a fadista a participar no
espetáculo “Cabelo Branco é Saudade”, ao lado de Argentina Santos, Alcindo de
Carvalho (1932-2010) e Ricardo Ribeiro, e com o qual fez uma digressão
europeia.
Em 2007 editou o álbum “Fado Celeste”, no qual gravou
fados tradicionais e inéditos com letras de autores contemporâneos, como Helder
Moutinho, José Luís Gordo e Tiago Torres da Silva. - LUSA - Excerto de
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