expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Halloween – No Solar do Vale Cheínho ou Vale Cheiros – Há seis anos, a noite em que fui recordar os meus voos de ave noturna com as filhas de VénusHalloween – No Solar do Vale Cheínho ou Vale Cheiros – Há seis anos, a noite em que fui recordar os meus voos de ave noturna com as filhas de Vénus

Luís de Raziel



Tendo a noite por companheiras  e as mulheres que professavam antigos cultos pagãos, detestavam cruzes e adoravam o luar e as estrelas – Pena não me encontrar a noite passada na minha aldeia – E o luar está convidativo – Mas naquela noite não havia luar a noite estava escura, o céu coberto de nuvens e não se viam as estrelas - Mas a noite era de um Outono ameno e convidava a andarilhar por antigos caminhos romanos e a devassar os seus mistérios.


E foi justamente o que fiz: - saindo de casa depois da meia-noite, tal como convinha - Para mal dos meus pecados, levara comigo o telemóvel - e não tive outro remédio senão atender dois telefonemas de um amigo (depois tive que o desligar) que, embora estando na sede do concelho, insistia em levar com ele mais uns três amigos para me ouvirem tocar o jambê. E não só.. Pelo que depreendi, o tema de conversa no Café do Zé Pilério, tinha sido o das bruxas: ele encontrou um antigo medalhão, que tem a ver com os antigos cultos pagãos e vai da conversa descambar para o assunto do dia. Queria que me armasse em bruxo, como se, certas faculdades, que surgem ocasionalmente como flashes, estivessem à mão de semear todos os dias. Ele contara lá o episódio, que a seguir aqui vou recordar, e insistia em de-monstrar-lhes a veracidade do fenómeno




IRMÃS E SEU IRMÃO - UNIDOS NO MESMO CONVÍVIO DO CULTO DO BRILHO DA VÉNUS QUE DESPONTA NO ALVOR DE CADA MADRUGADA, ENLAÇADOS POR UM SENTIMENTO COMUM - O DE UMA FRATERNA E PACIFICA ESPIRITUALIDADE CAPAZ DE DESAFIAR A INTEMPORAL IDADE E AS MAIS AMPLAS E LONGÍNQUAS DISTÂNCIAS HUMANAS E ESTELARES -

No abraço fraterno deste amoroso e íntimo gesto

Nenhum poema ou matriz do mais inspirado verso

Poderá anular a fraternidade que cresce e cintila

do júbilo que resplandece deste espiritual amplexo

Dualidade mística: umas vezes nas vestes de Cristo, outras...

O Dr. Jorge Castro Lopes é um bom amigo de longa data - É nativo Peixes - e, como genuíno filho de Neptuno, o Deus da inspiração e da sensibilidade, também ele sente um
a inata curiosidade para a chamada fenomenologia do ocultismo e do paranormal - Ele trabalha e reside próximo da cidade do Porto, mas vai regularmente à sua terra - uma pequena cidade da província. Eu vivo em Lisboa, e também, sempre que posso me desloco à minha aldeia - Por isso, e como já lhe falei das minhas peregrinações noturnas pelos mon-tes, quis saber algo mais sobre o assunto. Numa ocasião, apostei com ele de que era capaz de fazer um determinado percurso mais rápido de que ele no seu jipe - Já passava da meia-noite e não havia luar.


Pedi-lhe que me desse apenas um avanço de 5 minutos, garantindo-lhe que era capaz de (por caminhos e atalhos) chegar mais depressa ao Vale dos Areais, junto ao cruzamento da EN. 102 - É que, do planalto, até lá lá ao fundo, com as curvas e as contracurvas da estrada alcatroada, ainda são 4 Km - Enquanto, se se for pelos atalhos e alguns troços do milenar caminho romano, a distância é bastante mais encurtada - Só que, como, raramente, alguém ali passa e, parte deles, já estão quase intransitáveis, não faltam sil-vas, ervas e giestas a dificultar a passagem. Mesmo assim logrei chegar primeiro de que ele.






Fernando Pessoa - diz-se - teria levado uma galinha pela trela ao Rossio - A ser verdade, certamente para proporcionar alguns momentos de poesia visual a quem não achasse graça ao seu desengonçado andar, Por mim, resolveria o problema de outra maneira: pegava-lhe nas pernas, levantava-a com a crista meia curvada e hipnotizava-a imediatamente com os meus olhos a bailar - Exercício que aprendi com as bruxas, lá da aldeia, que ainda hoje estou apto a fazer -


Este o cenário onde decorria o noturno ritual e se matava o galo para se lhe beber o sangue: eu incumbia-me de o pôr a dormir antes de a irmã mais velha o decepar para lhe verter a sangria prá malga, que depois passava de boca em boca para o juramento secreto da fidelidade - Foi por isso que me expulsaram do seminário, quando fiz estas confidências no confesso da igreja - Mas hoje o meu paganismo é diferente - Salvo uma ou outra esporádica tontaria de irresistível apelo à idade da inocência, tomo a figura de Cristo, como guia e exemplo


Sim, hipnotizar galinhas ou galos, era este o meu passatempo preferido, em garoto, quando a minha mãe me mandava ao poleiro para ver se havia alguma poedeira ou algum ovo no ninho - Ao agachar-me para a entrar, a primeira coisa que fazia era fitar-lhe os olhos no centro do bico: podia depois levantar-lhe as penas do rabo à vontade que não havia mais chinfrindeira alguma de cócórócós para pôr o resto da família galinácia em alvoroço, que se passeavam na rua a debicar












 OUTRA POSTAGEM DO MESMO ASSUNTO







Nenhum comentário: