Castelo Melhor - V. N. de Foz Côa - Ermida de S. Gabriel |
O que pensa da
morte? - “A morte não me assusta mas tenho pena de morrer” – Acrescentando que
gostaria de viver além do ano 2000 e, se
possível muito mais além, desde que não ficasse velho e caquético: afinal, nem
sequer morreu velho.
Deu-me esta resposta,
em pleno auge da sua carreira artística, em meados da década de 80, no final de
um pequeno concerto improvisado que decorrera no famoso Botequim de
Natália Correia – Numa das minhas incursões ao vasto arquivo das minhas
memórias de repórter da Rádio Comercial, sou surpreendido com esse curioso
apontamento.
Disse-me que cantou muitos temas
sobre a morte, especialmente de autores alemães mas quando lhe perguntei se lhe
agradava cantar a morte, respondeu-me: eu prefiro cantar a vida; gosto de
cantar coisas alegres. Porém,, no dia em que lhe fazia esta pergunta, acerca de
um inquérito radiofónico, que estava a realizar, sobre a morte e
também do então apregoado fim do mundo que certas
profecias profetizavam para o ano 2000, ele havia justamente acabado
de cantar um tema de opera sobre a menina e a morte de um compositor alemão
Por isso, tratando-se, de
tão relevante talento artístico, decidi editar como singelo tributo à sua
memória o então imprevisto apontamento, que ilustro com algumas imagens de
Lisboa, Aveiro e Porto, as cidades portuguesas, que, em Portugal, mais
terão feito parte do roteiro da sua vida artística e académica
Video disponível em https://www.youtube.com/watch?v=UNPEBJe31uM
ALGUNS
EXCERTOS DO QUE ENTÃO SE ESCREVEU NA ALTURA
DA SUA MORTE
“José de Oliveira
Lopes, barítono português e primeiro professor de canto da Universidade de
Aveiro. Oliveira Lopes foi um dos barítonos mais importantes da sua geração,
com uma longa e ilustre carreira nacional e internacional. Foi solista
convidado de prestigiadas orquestras e festivais em Portugal, França, Espanha,
Bélgica, Polónia, Japão, EUA, Brasil, China, Rússia. Era particularmente
reconhecido como exímio intérprete de Lied e Oratória, mas também dominava
vários papéis de ópera, que apresentou em Portugal e no estrangeiro”
“EXPRESSO - "Considerado, por unanimidade do júri, como o melhor intérprete de Lieder no XIX Concurso internacional de Canto da Baviera, na Alemanha. O corpo do baixo português, que faleceu ontem aos 71 anos no Hospital de São João, foi hoje cremado no Porto.
Com mais de 1500 atuações como solista, em concertos, óperas e recitais por todo o mundo, atuou durante mais de 20 anos nas temporadas musicais do Teatro São Carlos e Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo contracenado com míticos cantores como Franco Corelli, Zylis-Gara, Kraus, Elly Amelling, Vanzo, Cotrubas, Bergonzi, Giacomini.
Representou em palco cerca de 40 personagens de ópera,
com destaque para Don Alfonso (Così fan tutte), Conde de Almaviva (Le nozze de
Fígaro), Albert (Werther), Sharpless (Madama Butterfly), Scarpia (Tosca),
Bártolo ( Il Barbiere di Siviglia), orpheo (Orpheo ed Euridice), Mago Tcelio
(Lámour dês trois Oranges), entre outras.
Foi figura principal em óperas portuguesas como
Arsénio (Spinalba), Rei (Variedade de Proteu) e Prisioneiro (Em Nome da Paz).
Teve, ainda, uma breve passagem pelo cinema, como ator e cantor, desempenhando papéis, por exemplo, como o de apresentador no filme-ópera "Os Canibais" de Manoel de Oliveira e João Pães. Interpretou também as partes cantadas de Frohlo e Arcebispo na versão portuguesa do filme "O Corcunda de Notre Dame", das produções Disney.
José de Oliveira Lopes foi professor na Universidade de Aveiro, Academia Superior Metropolitana, Escola Superior de Música do Porto e no Conservatório Nacional em Lisboa, e era frequentemente convidado para masterclasses na Europa, Brasil, China, Japão, Rússia e USA. Integrava ainda, regularmente, júris de concursos internacionais de canto.
Teve, ainda, uma breve passagem pelo cinema, como ator e cantor, desempenhando papéis, por exemplo, como o de apresentador no filme-ópera "Os Canibais" de Manoel de Oliveira e João Pães. Interpretou também as partes cantadas de Frohlo e Arcebispo na versão portuguesa do filme "O Corcunda de Notre Dame", das produções Disney.
José de Oliveira Lopes foi professor na Universidade de Aveiro, Academia Superior Metropolitana, Escola Superior de Música do Porto e no Conservatório Nacional em Lisboa, e era frequentemente convidado para masterclasses na Europa, Brasil, China, Japão, Rússia e USA. Integrava ainda, regularmente, júris de concursos internacionais de canto.
Foi solista de grandes orquestras como as sinfónicas de São
Paulo e do Rio de Janeiro (Brasil), Denver (USA), Filarmónicas de Pequim,
Moscovo, Bogotá e Varsóvia, entre outras, sob a direção de maestros consagrados
como Eliot Gardiner, Maurice Gendron, Philipe Entremont e Dimitri
Kitaenko.
Tem vários álbuns gravados com os pianistas Takashi
Yamasaki, Noël Lee, Filipe de Sousa, Adriano Jordão e com as Orquestras
Gulbenkian, da Rádio Húngara, da RDP e com a Sinfónica de Budapeste.
Em 2001, publicou "A voz, a fala e o
canto", sobre quatro décadas de prática musical e de pesquisa de
técnica vocal. Expresso | Morreu José de Oliveira Lopes
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