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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Grupo de naturais da aldeia de Chãs, em noite de convívio e de fados, em Sintra e em Lisboa, vivida com muita alegria e entusiasmo, abrilhantada pelo fadista-cancionista, Jorge Fernando.



Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

NOITE DE FADO A CONDIZER COM A NOSTALGIA ROMÂNTICA DO  CAIR DA FOLHA OUTONAL  - ABRILHANTADA POR UM ARTISTA,  QUE SÓ A VOZ E A SIMPATIA QUE DISTRIBUI,  FAZEM A FESTA.

O Novembro já vai a meio, o Outono adiantado, as árvores despem-se,  é o cair da folha mas não é o do fado, que, também canta a nostalgia das chuvas que caem ou da solidão dos corações  tristes e amargurados, mas que, em cada ciclo, se renova e nunca envelhece. 

Foram precisamente emoções essas, que pude reviver, neste último domingo, à noite – Sim, a bem dizer, há  muito que não conhecia uma noite assim: um jantar-convívio, promovido pelos meus  conterrâneos, da aldeia de Chãs, do concelho de Vila Nova de  Foz Côa,  no restaurante da  Adega típica de Tala, Algueirão Martins, para os lados de Sintra, e,  depois da meia-noite, no Pub Távola,  coroado por  alguns dos mais afamados  fados.

Cantados e tocados à guitarra por  Fernando Jorge, um dos antigos meninos do Bairro da Bica. Um fadista de gema, que despertou para o fado aos sete anos de idade com cinco amigos  de infância que também gostavam de música e aos 10, tendo formado  o conjunto  musical “Os 5 Estrelas da Bica” – Usando Tambor. Maracas, Viola, Ferrinhos,  Pandeireta e Reco-Reco – “Nenhum sabia tocar, mas eram grandes fazedores de uns ruídos  a que chamavam de ritmo - Recorda, Fernando Jorge, num breve opúsculo, que junta a  uma coletânea de fados, editados em dois CDs, com que pretendeu assinalar os  50 anos de cantigas, sublinhando,  porém, que, na “verdade cantavam tudo o que era moda na altura e não desafinavam. Por graça, eram convidados  a subir aos palcos  nos santos populares  e outras ocasiões, por alguns adultos."

E assim começava a brilhante carreira de Fernando Jorge, que, tocado pelo bichinho dos sons, nunca mais conheceria outra vida senão a da música – Desde sempre  ligado a conjunto musicais,  que o levariam às sete partidas do mundo, como fadista—cancionista,  mas sobretudo na pátria lusitana, ilhas e continente, quer como intérprete,  mas também como compositor, ator de cinema, teatro de revista, rádio e televisão,  a ser o One Man Show, uma presença, constantemente solicitada, em bares e pubs.




Fado da Meia Laranja  -Letra de José Luis Gordo / Música de Joaquim Campos 
Fado Vitória – Interpretado por Fernando Jorge



Foi guitarra de ouro, dez anos e microfone de oiro, 12 anos, nos concursos radiofónicos  . A VOZ  DO ANO,  (17 anos) Na votação pública  ao programa realizado no Cinema Éden. Tomou parte do Show de 1 hora  na estreia  da TVA (Televisão de Angola) - Cantou contracenou com o nomes mais populares do teatro, do cinema e música. Autor de vários trabalhos editados em cassetes de cartuchos, normais, vinil, vídeo e CDs. Realizador/Locutor durante mais de uma década na antiga RS (Rádio Seixal), atual RDS, além de colaboração na Rádio de Sintra, nomeadamente, na divulgação de poetas, dos artistas e da música portuguesa. Atualmente, é o artista que  regularmente dá brilho e alegria  no Pub Távola, do Alberto, também ele um excelente fadista, tal com ficou demonstrado pela interpretação do Fado Meia Laranja,  acompanhado à guitarra por Jorge Fernando, que também ia dando voz a algumas estrofe

  
Neste vídeo, excertos de uma colectânea dos mais afamados fados, interpretados por Jorge Fernando - Registo breve de cada um mas  creio que o bastante  para encantarem  e matarem algumas das saudades das  letras e sons que mais tocam ao sentimento,  encantam ou arrebatam o coração dos fadistas e dos apaixonados pela mais popular canção nacional -  A feliz oportunidade deste apontamento, fico a devê-lo ao popular artista, mas também  graças à iniciativa do jantar-convívio, de um simpático punhado de chanenses, num encontro que é também como que a dar já o cheirinho fraterno à quadra natalícia, que se avizinha. 
 


Os meus parabéns, ao Daniel Ferreira, um dos principais entusiastas e organizadores do convívio dos chanenses –  Oportunidade para um reencontro fraterno e amigo, sobretudo  daqueles que, estando longe da sua santa-terrinha, não a esquecem e desejam manter viva a chama do chão que os viu nascer, numa pequena mas ridente aldeia, sob os mesmos largos horizontes que lhe haveriam de moldar o caráter e o sonho de viver.

Há, pois, que manter viva esta iniciativa, que, desde há alguns anos,  já vai ganhando foros de tradição, não apenas para  não deixar perder   tão amistosa como saudável confraternização, mas também para lembrar de que, não serão as sombras das desertificação que  vão despovoando a passos largos a nossa aldeia, tal como tantas outras, que hão-de apagar as boas recordações do nosso torrão natal ou cercear os laços fraternais, que a todos nos unem - Pois que é senão, no seu já reduzido número de lares,  praticamente a mesma família.

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