Grupo de naturais da aldeia de Chãs, em noite de convívio e de fados, em Sintra e em Lisboa, vivida com muita alegria e entusiasmo, abrilhantada pelo fadista-cancionista, Jorge Fernando.
Por Jorge Trabulo
Marques - Jornalista
NOITE DE FADO A CONDIZER COM A NOSTALGIA ROMÂNTICA DO CAIR DA FOLHA OUTONAL - ABRILHANTADA POR UM ARTISTA, QUE SÓ A VOZ E A SIMPATIA QUE DISTRIBUI, FAZEM A FESTA.
O Novembro já vai a meio, o Outono adiantado,
as árvores despem-se, é o cair da folha
mas não é o do fado, que, também canta a nostalgia das chuvas que caem ou da
solidão dos corações tristes e
amargurados, mas que, em cada ciclo, se renova e nunca envelhece.
Foram precisamente emoções essas, que pude
reviver, neste último domingo, à noite – Sim, a bem dizer, há muito que não conhecia uma noite assim: um jantar-convívio,
promovido pelos meus conterrâneos, da
aldeia de Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, no restaurante da Adega típica de Tala, Algueirão Martins, para
os lados de Sintra, e, depois da
meia-noite, no Pub Távola, coroado por alguns dos mais afamados fados. Cantados e tocados à guitarra por Fernando Jorge, um dos antigos meninos do Bairro da Bica. Um fadista de gema, que despertou para o fado aos sete anos de
idade com cinco amigos de infância que
também gostavam de música e aos 10, tendo formado o conjunto
musical “Os 5 Estrelas da Bica” – Usando Tambor. Maracas, Viola,
Ferrinhos, Pandeireta e Reco-Reco – “Nenhum
sabia tocar, mas eram grandes fazedores de uns ruídos a que chamavam de ritmo” - Recorda, Fernando
Jorge, num breve opúsculo, que junta a
uma coletânea de fados, editados em dois CDs, com que pretendeu
assinalar os 50 anos de cantigas, sublinhando, porém, que, na “verdade cantavam tudo o que
era moda na altura e não desafinavam. Por graça, eram convidados a subir aos palcos nos santos populares e outras ocasiões, por alguns adultos."
E assim começava a brilhante carreira de Fernando
Jorge, que, tocado pelo bichinho dos sons, nunca mais conheceria outra vida
senão a da música – Desde sempre ligado a
conjunto musicais, que o levariam às
sete partidas do mundo, como fadista—cancionista, mas sobretudo na pátria lusitana, ilhas e continente,
quer como intérprete, mas também como
compositor, ator de cinema, teatro de revista, rádio e televisão, a ser o One Man Show, uma presença, constantemente
solicitada, em bares e pubs.
Fado
da Meia Laranja -Letra de José Luis Gordo / Música de Joaquim Campos Fado Vitória – Interpretado por Fernando Jorge
Foi guitarra de ouro, dez anos e microfone
de oiro, 12 anos, nos concursos radiofónicos
. A VOZ DO ANO, (17 anos) Na votação pública ao programa realizado no Cinema Éden. Tomou
parte do Show de 1 hora na estreia da TVA (Televisão de Angola) - Cantou contracenou
com o nomes mais populares do teatro, do cinema e música. Autor de vários
trabalhos editados em cassetes de cartuchos, normais, vinil, vídeo e CDs.
Realizador/Locutor durante mais de uma década na antiga RS (Rádio Seixal),
atual RDS, além de colaboração na Rádio de Sintra, nomeadamente, na divulgação
de poetas, dos artistas e da música portuguesa. Atualmente, é o artista que regularmente dá brilho e alegria no Pub Távola, do Alberto, também ele um excelente fadista, tal com ficou demonstrado pela interpretação do Fado Meia Laranja, acompanhado à guitarra por Jorge Fernando, que também ia dando voz a algumas estrofe
Neste vídeo, excertos de uma colectânea dos mais
afamados fados, interpretados por Jorge Fernando - Registo breve de cada um mas creio
que o bastante para encantarem e matarem algumas das saudades das
letras e sons que mais tocam ao sentimento, encantam ou arrebatam o
coração dos fadistas e
dos apaixonados pela mais popular canção nacional - A feliz
oportunidade deste apontamento, fico a devê-lo ao popular artista, mas também graças à iniciativa do jantar-convívio, de um simpático punhado de chanenses, num encontro que é também como que a dar já o cheirinho fraterno à quadranatalícia, que se avizinha.
Os
meus parabéns, ao Daniel Ferreira, um dos principais entusiastas e
organizadores do convívio dos chanenses – Oportunidade para um
reencontro fraterno e amigo, sobretudo daqueles que, estando longe da
sua santa-terrinha, não a esquecem e desejam manter viva a chama do chão
que os viu nascer, numa pequena mas ridente aldeia, sob os mesmos
largos horizontes que lhe haveriam de moldar o caráter e o sonho de
viver. Há,
pois, que manter viva esta iniciativa, que, desde há alguns anos, já
vai ganhando foros de tradição, não apenas para não deixar perder tão
amistosa como saudável confraternização, mas também para lembrar de
que, não serão as sombras das desertificação que vão despovoando a
passos largos a nossa aldeia, tal como tantas outras, que hão-de apagar
as boas recordações do nosso torrão natal ou cercear os laços
fraternais, que a todos nos unem - Pois que é senão, no seu já reduzido
número de lares, praticamente a mesma família.
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