Na vida há um tempo para
tudo e agora a vida do investigador Galopim de Carvalho, professor jubilado da Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa, é quase
conventual. Passa o tempo, em sua casa, dedicado à escrita. “Evolução do Pensamento Geológico, é o seu 15º livro pela Âncora Editora. A obra, que foi apresentada pelo Prof.
Doutor José Barata-Moura, no passado dia 25 de setembro, na Sala de Conferências da
Reitoria da Universidade de Lisboa e tem a chancela da Ãcora Editora, pretende
ser um tributo, aos que, "desde a
Antiguidade, pedra sobre pedra, ergueram o maravilhoso edifício que alberga as
ciências da Terra. O facto de a esmagadora maioria das personalidades lembradas
nesta obra serem homens deve-se unicamente à condição de inferioridade imposta
no passado às mulheres, a quem o ensino era praticamente vedado, à semelhança
do que estamos a assistir em sociedades do presente por fundamentalistas
islâmicos. Com estas lamentáveis excepções, o Séc. XX acabou com essa
indignidade e assim, são muitas as mulheres, hoje tantas ou mais do que os
homens, que ocupam os bancos e a cátedras das universidades e participam, a
todos os níveis, na investigação científica e tecnológica.”
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
A ESCRITA COMO ÚNICO OFÍCIO
Os autores da escrita que alicerçam os seus conhecimentos
no saber profundo, preferem o isolamento à vida mundana – Procedem tal como os
monges nos seus retiros espirituais, contemplativos e intelectuais. Assim fez o
poeta Sebastião da Gama, ao isolar-se, nos últimos anos da sua vida, na Serra da
Arrábida. José Mattoso, historiador
medievista e professor universitário, recordo-me, que, quando o prémio Fernando
Pessoa, lhe foi atribuído, é justamente num remoto casebre - creio que algures no Minho - que o foram encontrar. Ele que, durante vinte
anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de Singeverga, e usando
o nome de Frei José de Santa Escolástica Mattoso”, não consegue dispensar o
isolamento.
.Algures na serra da Arrábida onde, também, se refugiou Pedro Tamen,
poeta, tradutor, antigo administrador da Fundação Gulbenkian .
Com
Galopim de Carvalho, quase se passa a mesma coisa. Não pocura o isolamento no
silêncio de uma serra mas encontra-o na intimidade de sua casa, na companhia de sua esposa e
dos seus livros.
Entrevistámo-lo por ocasião da Feira do Livro em Lisboa, junto ao pavilhão da âncora Editora, numa sessão de autógrafos – Em cima de mesa, entre vários títulos, as “Conversas com os Reis de Portugal Histórias da Terra e dos Homens" - Obra que lhe levou três anos a escrever e que pretende “ensinar geologia aos professores de história e ensinar história de Portugal aos professores de geologia” procurando combinar a História de Portugal com as Ciências da Terra, ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as humanidades e as ciências, recheado de animadas conversas com os Reis de Portugal. Indicado para profissionais, ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as humanidades e as ciências.
Entrevistámo-lo por ocasião da Feira do Livro em Lisboa, junto ao pavilhão da âncora Editora, numa sessão de autógrafos – Em cima de mesa, entre vários títulos, as “Conversas com os Reis de Portugal Histórias da Terra e dos Homens" - Obra que lhe levou três anos a escrever e que pretende “ensinar geologia aos professores de história e ensinar história de Portugal aos professores de geologia” procurando combinar a História de Portugal com as Ciências da Terra, ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as humanidades e as ciências, recheado de animadas conversas com os Reis de Portugal. Indicado para profissionais, ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as humanidades e as ciências.
Também nós quisemos aproveitar uns breves momentos
de diálogo, com um prestigiado cientista e um amável e excelente comunicador, uma personalidade simples mas fascinante.
Depois de nos ter falado do livro que a editora se preparava para lançar, numa
das semanas seguintes, mas que, só agora, nos finais de Setembro, veio à
estampa, foi-nos dizendo que, já não faz investigação no terreno mas lê muito e
escreve muito. Além dos livros que publica, vai publicando muitos
textos e crónicas na imprensa ou em blogues.
“Como sou um
grande surdo, não convivo socialmente nada, passo muito tempo em casa, e, estar em casa, estou a escrever. Habituei-me a convier comigo próprio.
Esta situação propicia, facilita a interiorização, só leio e só escrevo; faço muitas crónicas"
UMA VIDA DEDICADA À INVESTIGAÇÃO, À DOCÊNCIA E À
ESCRITA
“O Professor
Galopim de Carvalho é um dos nomes grandes da divulgação da ciência em
Portugal. Mais do que ninguém foi responsável pela promoção das Ciências da
Terra entre nós, através de uma uma acção incansável ao longo de décadas que
passou pelas suas aulas e pela sua investigação na Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, pelos seus livros (ainda recentemente publicou um muito
útil Dicionário de Geologia), pelas suas palestras de divulgação por
todo o país e no mundo, pelo seu diligente trabalho à frente do Museu Nacional
de História Natural (onde esteve durante mais de dez anos) e noutros locais
(ainda há pouco abriu em Viseu o Museu do Quartzo, em larga medida da sua
inspiração), e pelas suas sábias intervenções na imprensa escrita, na Internet,
na rádio e na televisão. PREFÁCIO A "CONVERSAS COM OS REIS DE PORTUGAL"
Galopim de Carvalho, Professor Jubilado
da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, autor de várias obras de geologia,
entre outras, possuidor de um currículo vastíssimo,
conhecido em Portugal como
"o avô dos dinossauros" por ter sido o responsável pela organização da exposição sobre dinossauros-robôs que, em 1992, levou à
Rua Politécnica mais de três centenas e meia de milhares visitantes e
pela sua denodada defesa das pegadas dos dinossauros de Carenque, às portas de
Lisboa, Mas também por ser o fundador da Feira
Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis..
Dirigiu inúmeros projectos de
investigação, de que são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis
do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de
dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português". Dirige e integra
diversos organismos nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica
Intergovernamental da UNESCO. Foi colaborador dos Serviços Geológicos de
Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de
Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries
televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra. Participou
e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme impacto causado,
sobressai a famosa "Dinossáurios regressam a Lisboa", que contou com
347 000 visitantes em apenas 11 semanas.
Em 1993, foi agraciado com o grau de Grande
Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada e foi distinguido pela Casa da Imprensa
com o prémio "Bordalo" para a Ciência, em 1994. – FonteGalopim de Carvalho – Wikipédia
No dia 14 de Janeiro de 2013, “O Comité Português para o Programa Internacional de, homenageou-o pelo seu grande contributo para o conhecimento
das Geociências, enquanto professor da Universidade de Lisboa, e na divulgação
e promoção das Geociências, em particular do património geológico, junto da
sociedade”, explica Artur Abreu Sá, presidente do Comité Nacional para o
Programa Internacional de Geociências. Tributo a AM
Galopim de Carvalho - Faculdade de Ciência
EXCERTOS DO ÚLTIMO LIVRO: "EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
GEOLÓGICO"
A chamada Antiguidade Clássica refere um longo
período da História da Europa, com especial incidência na metade oriental do
Mediterrâneo, entre o surgimento da poesia grega de Homero [1], no século VIII
a.C., e a queda do Império Romano do Ocidente, na segunda metade do século V
d.C., durante o qual as antigas civilizações grega e romana, para além de
outros aspectos relevantes, abriram as portas ao conhecimento científico, entre
o qual se encontra o que conduziu à geologia.. 1. evolução do pensamento geológico no contexto
filosóf
Situada entre aproximadamente os séculos V e XV,
a Idade Média foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural
na Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos
Beneditinos. - 2. evolução do pensamento geológico no contexto
filosófic
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