Jorge Trabulo Marques - Jornalista
"Há um mês, o
presidente Salazar estava sentado numa
cadeira e o calista tratava-lhe os
calos. O presidente lia o jornal, a cadeira desconjuntou-se e o presidente
caiu e deu ligeiramente com a cabeça no chão. Levantou-se facilmente
auxiliado pelo calista. Não ficou com dores e continuou a ler. -Poucos
dias depois veio o dia da minha visita normal. Relataram-me o sucedido" In Salazar -O Fim e a Morte
Oliveira Salazar “era muito
amado pelas senhoras” que “alimentavam um culto à sua volta” e a Cruz Vermelha
“um vespeiro de intriga política” Américo Thomaz nunca
informou Salazar da sua exoneração por Marcelo Caetano, todavia, “do ponto de
vista clínico era um homem acabado; nunca mais podia ser 1º
ministro” – Revelações ao vida-e-tempos.com pelo cardiologista Eduardo Macieira
Coelho, um dos médicos da equipa na fase terminal do
ditador. Que entrava, sempre pelas traseiras, no Hospital da Cruz Vermelha
Portuguesa, "para não ser incomodado"
“Se alguma coisa de mal sucede, o meu
filho matou o Salazar” – Macieira recorda a “angústia desses momentos” e a
preocupação do seu pai, Eduardo Coelho, médico assistente. Mas “ao 2º choque o
coração estremeceu e ficou estabilizado” – “A Pide estava sempre no corredor” O
Professor da Faculdade de Medicina de
Lisboa, especialista em Cardiologia, autor de vários estudos científicos e das artes e letras, sobrinho neto de Egas
Moniz, confessa que ainda hoje não sabe “se ele era um homem de extrema
direita ou se era um homem extremamente anti-esquerda”
ASSISTIDO NA FASE TERMINAL POR AUTÊNTICO BATALHÃO DE MÉDICOS, CUJOS SERVIÇOS E TRATAMENTOS
CUSTARAM AOS COFRES DO ESTADO MAIS DE 1,5 MILHÃO DE EUROS
Durante mais de duas décadas apenas um
médico conhecia o perfil clinico e psicológico de António Oliveira Salazar e algumas das suas confidências - era o médico assistente Eduardo Coelho – Porém, depois da célebre
queda da cadeira, foi rodeado por “uma vastíssima equipa de médicos, disponibilizados e pagos
pelo Hospital da Cruz Vermelha. Segundo uma
listagem feita pelo Expresso, foram 43 os clínicos que o trataram, das
mais variadas especialidades (desde
neurologia e neurocirurgia, até anestesiologia, passando por urologia e
nefrologia
A
listagem baseia-se no próprio processo clínico de Salazar, existente no
Hospital da Cruz Vermelha, completado por dois dos principais trabalhos sobre o
fundador do Estado Novo: a biografia "Salazar", de Franco
Nogueira, e "Salazar. O Fim e a Morte", do seu médico Eduardo Coelho, escrito em parceria com o
filho António Macieira Coelho Salazar foi acompanhado por 43 médicos –
Um dos artigos publicados no dia 27 de Julho de 2008, ou seja, inseridos no dossiê Salazar morreu há 40 anos
MUITOS MÉDICOS E GRANDE CONFUSÃO - POLÉMICAS QUE ACABARIAM POR TER EPÍLOGOS NA IMPRENSA E NOS TRIBUNAIS
Não foi por falta de médicos
que Salazar foi para a cova. Foram muitos e nem sempre se entenderam muito
bem. Houve acesas discussões e, algumas delas, quase em
vias de facto. “Ao terem nas mãos a
responsabilidade da vida de Salazar, alguns dos médicos conheceram pressões que
os marcaram, dividiram para sempre"
A história – jogo de
bastidores do mundo clínico, de interesses e de equívocos, orgulhos e
despeitos, poderes e perversidades – é longa, desconcertante, com lances incomuns
de manipulação e de hipocrisia” – Escreve Fernando Dacosta, em Máscaras de Salazar
"Está aqui tudo escrito" - diz-nos mostrando-nos a obra que, entre outros aspectos do perfil psicológico de Salazar e das observações da última doença que o vitimou, visava defender a honorabilidade de Eduardo Coelho, acusado por Vasconcelos Marques, director dos Serviços Neurocirúrgicos dos Hospitais Civis, de limitar-se a dar, durante um mês, aspirinas ao paciente, de não ter a coragem de determinar a intervenção cirúrgica, culpabilizando-o pelo desfecho dos acontecimentos"
"Cenas de pugilato" - Diz ainda Dacosta no mesmo livro
"A versão de Eduardo Coelho só virá a público 20 anos depois. Ao preparar
um artigo sobre a efeméride para o semanário O Jornal, recebo a indicação,
através de António Valdemar, da existência de um texto escrito pelo visado. A família faculta-mo.
“Fui eu que assumi”, lê-se nele, a responsabilidade de um hematoma
intracraniano subdural e da intervenção cirúrgica, por os neurocirurgiões
presentes não concordarem com o diagnóstico”. E acrescenta: “Quem fez a
operação não foi Vasconcelos Marques, foi o Álvaro Athayde. Ao abrir o cérebro
de Salazar, ele até exclamou: «É um grande hematoma»” .
A revelação do documento
provoca alvoroço nos meios políticos, médicos, jornalísticos. Vasconcelos
Marques vê-se obrigado a assumir em público o que divulgara em
privado. “ – Excertos transcritos de Máscaras de Salazar
EDUARDO MACIEIRA COELHO FALOU-NOS DO LIVRO “SALAZAR - O FIM E A MORTE” – COM TEXTOS DE SEU PAI EDUARDO COELHO E DO SEU IRMÃO MAIS VELHO, António Macieira Coelho
"Está aqui tudo escrito" - diz-nos mostrando-nos a obra que, entre outros aspectos do perfil psicológico de Salazar e das observações da última doença que o vitimou, visava defender a honorabilidade de Eduardo Coelho, acusado por Vasconcelos Marques, director dos Serviços Neurocirúrgicos dos Hospitais Civis, de limitar-se a dar, durante um mês, aspirinas ao paciente, de não ter a coragem de determinar a intervenção cirúrgica, culpabilizando-o pelo desfecho dos acontecimentos"
Um livro que chegou a ser anunciado, em 1970, com o título "Salazar Visto pelo seu médico". mas que a sua morte veio a protelar. Refere a obra, que, Eduardo Coelho pretendia inseri-lo "num conjunto de ensaios relativos a personagens que estudou, nacionais e estrangeiros, de diferentes épocas, na sua projecção científica, histórica e cultural, queria deixar o seu testemunho sobre Oliveira Salazar, também um dos seus doentes e que conheceu bem ao longo de quase vinte e cinco anos"
Imagem Web)
Imagem Web)
Sobre,
Vasconcelos Marques, esclarece: "Um mês depois
do artigo de Fernando Dacosta, o semanário O Jornal, nº 707 ( de 9 a 15 de
Setembro)publica em página inteira uma carta de Vasconcelos Marques com o
título “Só eu fui responsável pela operação de Salazar” (doc.1 pág.197)
única maneira de avaliar
a
injúria.
Finalmente vinha a descoberto a origem das inverdades que recheavam as páginas 391 a 492 da biografia de Franco Nogueira. Vasconcelos Marques denunciava-se: nas mentiras, na deturpação dos factos, nas contradições, na invenção de situações, nas calúnias
(...) "Vasconcelos Marques tinha-se aproveitado da ocasião que lhe era proporcionada pela ingenuidade e a boa fé de um autor , para se vangloriar por haver sido chamado para operar o presidente do Concelho, Oliveira Salazar. Não havendo percebido o diagnóstico e não o aceitando, receoso da intervenção cirúrgica, recusou operar o doente; mas como já era o único dos principais protagonistas clínicos, insinuou-se junto do historiador para passar à história."
Finalmente vinha a descoberto a origem das inverdades que recheavam as páginas 391 a 492 da biografia de Franco Nogueira. Vasconcelos Marques denunciava-se: nas mentiras, na deturpação dos factos, nas contradições, na invenção de situações, nas calúnias
(...) "Vasconcelos Marques tinha-se aproveitado da ocasião que lhe era proporcionada pela ingenuidade e a boa fé de um autor , para se vangloriar por haver sido chamado para operar o presidente do Concelho, Oliveira Salazar. Não havendo percebido o diagnóstico e não o aceitando, receoso da intervenção cirúrgica, recusou operar o doente; mas como já era o único dos principais protagonistas clínicos, insinuou-se junto do historiador para passar à história."
(…) "Face ao
artigo difamatório perfilavam-se três caminhos: esclarecer publicamente os
desígnios obscuros de Marques, utilizando a mesma imprensa; intentar uma acção
penal quanto ao crime de difamação com a agravante que a lei prevê tratando-se
de uma pessoa falecida; apresentar queixa na Ordem dos Médicos por graves
ofensas à deontologia, claramente patentes no Código Deontológico da
profissão."
SALAZAR DEU PLENA LIBERDADE AO SEU MÉDICO
ASSISTENTE DE FORMAR A EQUIPA QUE ENTENDESSE - A GOVERNANTA SÓ NÃO QUERIA QUE
HOUVESSE ALGUM CONTRA O REGIME - Mas um dos médicos convidados - era militante
do PC - recusou o convite. Macieira Coelho não nos falou do nome do colega mas
o Expresso, também cita o referido episódio.
"Perguntei
se podia chamar um neurocirurgião da minha confiança. Salazar deu-me toda a
liberdade para eu escolher o que entendesse. " - diz Eduardo
Coelho, em "Salazar - O Fim e a Morte
"Só a Maria de Jesus me
afirmou: “Veja lá se vem alguém que seja contra a situação”. Respondi-lhe:
“Tomo a responsabilidade pelo cirurgião que eu chamar”.
(...)
Avisado o chefe de Estado do ocorrido, os membros do Governo e
amigos políticos do presidente Salazar . Exposição e discussão do caso clínico,
enquanto não chegava o chefe do Estado.
Para mim o caso clínico
punha-se com grande nitidez. A história clínica era bem significativa: que as
alterações motoras, quer as psíquicas e as de sensibilidade, aparecidas 4 a 6
semana depois do traumatismo, são características. Tratava-se de um hematoma
intracraniano, subdural, e o doente tinha que ser operado sem demora. O
neurocirurgião punha dúvidas e pensava que devia tratar-se de uma
trombose , portanto, sem indicação operatória"
(...) A situação do
doente agravava-se progressivamente desde as 20 horas, quer dizer
desde que saiu do Forte de Santo António . Perguntei se queriam
ouvir mais alguém . Assistiam à discussão deputados, ministros e
outras entidades que ficaram muito impressionadas.
O Dr. Mário de
Figueiredo e o Dr. Bissaia Barreto, em vista ao nosso desacordo,
propuseram a vinda do Prof. Almeida Lima, que chegou meia hora
depois.
Este colega admite
poder tratar-se de uma "trombose" da carótida interna
esquerda. O Dr. Vasconcelos Marques aceitou imediatamente este
diagnóstico. Concluíram nada haver a fazer, o doente estava perdido, sem
recurso cirúrgico. Tratou-se de um discussão acesa , até violenta. O Dr. Soares
Fonseca disse-me dois dias depois que nunca me vira assim. De um
lado, um neurocirurgião que negou a existência de um hematoma, e se afastava
portanto do diagnóstico. Do outro, o médico assistente que o chamara para
operar , totalmente seguro do seu diagnóstico
OUTROS EXCERTOS DE " Salazar, o fim e a morte: Historia de uma mistificacão
Salazar
tem apenas alguns amigos íntimos. Um dia contou-me a razão pela qual se privava
de alagar as amizades; far-lhe-iam um chuva de pedidos sem poupança. “Eu tinha
de me libertar dessa pecha”- acentuou.
A solidão
constituiu um factor de vulto, para o poder criador de Salazar
.
2. Madame
Garnier, autora de uma biografia íntima de Salazar, fala das razões que o
levaram a desviar-se do casamento. Parece ter havido a intenção de se casar com
a filha de um proprietário da Beira, de cujas propriedades o pai de Salazar era feitor. Outros casos
haveria. Salazar escreveu alhures que o
casamento o privaria de dar a sua vida integralmente à Nação. Na verdade, sacrificou
tudo ao País, até a sua vida íntima afectiva.
(…)Mas
outro caso ainda se passou comigo, dizendo-me respeito e onde mostrou a sua
frieza.
Visitava-o
no dia em que dois dos meus filhos partiam para destinos bem diferentes – um
para os Estados Unidos para uma especialização
médica que prosseguia, outro para a Índia como médico, chamado pelo
exército em guerra. À pergunta de Salazar notando qualquer alteração no meu
estado de espírito, disse-lhe o que se passava quanto a dois dos meus filhos:
um ia especializar-se para continuar as suas especializações e ganhar a vida;
outro, talvez fosse perdê-la. Salazar imperturbável atalhou: “se a perder será
pela Pátria e isso constituirá motivo de orgulho”. O desfecho da Índia foi o
que se sabe mas Salazar nunca mais me falou no assunto.
(,,,) 3 Maria de Jesus, a governanta de Salazar desde há 50 anos, tem desempenhado um papel excepcional na vida do Presidente Salazar. Inteligente, discreta, com muito senso comum, “advinha” os desejos do chefe e segue-lhe os passos. Apreende as suas ideias e dirige-lhe a vida doméstica. Ao fim do dia ouve-lhe o desabafo das arrelias que o incomodaram, que ela procura suavizar com as suas frases “não faça caso”, “não se consuma”. Sabe retirar-se a tempo. Tem a noção perfeita do lugar que ocupa e do que deve fazer. Depois da doença vascular coronária de que a D. Maria foi cometida, Salazar tem com ela cuidados paternos.
(,,,) 3 Maria de Jesus, a governanta de Salazar desde há 50 anos, tem desempenhado um papel excepcional na vida do Presidente Salazar. Inteligente, discreta, com muito senso comum, “advinha” os desejos do chefe e segue-lhe os passos. Apreende as suas ideias e dirige-lhe a vida doméstica. Ao fim do dia ouve-lhe o desabafo das arrelias que o incomodaram, que ela procura suavizar com as suas frases “não faça caso”, “não se consuma”. Sabe retirar-se a tempo. Tem a noção perfeita do lugar que ocupa e do que deve fazer. Depois da doença vascular coronária de que a D. Maria foi cometida, Salazar tem com ela cuidados paternos.
5. Salazar tinha uma vida de colegial. Este era o segredo do trabalho intenso que ele executava sem descanso. Levantava-se às oito horas, lia os jornais da manhã, trabalhava até às catorze. Recebia em geral determinados visitantes às quinze. Descansava das dezasseis às dezoito. Tomava o chá e continuava a trabalhar até às 21-22 horas, com os ministros ou com o subsecretário de Estado da Presidência, ou com os secretários. Deitava-se à meia-noite.
Era frugal nas refeições e nas bebidas. Bebia apenas um decilitro do vinho do Dão, das suas pequenas propriedades. O café era para Salazar “a melhor bebida depois da água”. Não podia todavia tomar café porque o excitava . Nunca fumou.
A sua vida estava organizada de uma forma regrada e simples. Muitas vezes dizia que esperava acabar os seus dias em Santa Comba apenas com a sua pequena reforma que lhe chegaria desde que a Maria lhe tratasse das couves e das batatas.
Aí pensaria escrever as suas memórias. Uma frase de Maria: “ essa pequena reforma chegará se a conta da farmácia não aumentar”
7. O mundo moderno provocava-lhe tristeza, sobretudo as fraquezas do Ocidente, “que resvalava para o abismo” (…)A Europa a continuar como faz , deixa de existir como valor de influência no Mundo e ficará em situação secundária. Será no tempo dos seus netos.
A China é um enigma. Daqui a 20 ou 30 anos o que será ela? Combaterá a Rússia? É muito provável. Uma guerra entre ambas poderá salvar a Europa. - Excertos copiados linha a linha directamente do livro Salazar - O Fim e a Morte
As recordações inesquecíveis, de Maceira Coelho, o sobrinho Neto de Egas Moniz - Sem com isto pretendermos misturar os dois temas, que prometemos não associar, todavia, como ponta final deste trabalho, é também um gesto do nosso sincero reconhecimento pela amabilidade de nos ter concedido a entrevista - Cientes de que estamos aqui a deixar um registo histórico, sobre o testemunho de duas figuras muito diferentes - a de um ditador que governou quase meio século Portugal e um dos nomes mais prestigiados da medicina portuguesa e mundial.
Eduardo Maceira
Coelho mostrando a capa do livro da biografia de António Egas Moniz , de
autoria de João Lobo Antunes , outro
distinto investigador merecedor do mais alto galardão João Lobo Antunes:
“Egas Moniz merecia dois prémios Nobel ..
"Um dos exames mais conhecidos pelo público é a cinecoronariografia, que é realizada como parte fundamental do exame hemodinâmico, possibilitando a realização das cirurgias de by-pass de safenas e artérias mamárias (hoje chamadas torácicas).(...) Quem teria criado esse exame, que possibilitou em grande parte tanto avanço na cardiologia? Se perguntarem aos cardiologistas, a maioria deles dirá que foi o Professor Sones (Mason), dos USA. Na realidade, Sones tornou operacional e prático o exame em 1958, difundindo-o pelo mundo. Contudo, seu criador, o primeiro a fazer a demonstração radiológica de uma Coronariografia, feita em um exame hemodinâmico com injeção de contraste, foi outro. Foi um cardiologista que trabalhava em Lisboa, Portugal, o Professor Eduardo Coelho, em 1952.-
O autor desta coluna de Cardiologia valeu-se, ao escrever esta matéria, das contribuições: “OLHARES/VIEWS”. Fragmentos para uma História da Cardiologia Portuguesa. Eduardo Coelho e a Escola de Cardiologia de Lisboa. Autor: Professor Dr. E. Macieira-Coelho. Editores:Carlos Perdigão, Manuel Valente Alves. Sociedade Portuguesa de Cardiologja, 2006. Comunicação Pessoal: Dr. E. Macieira-Coelho, julho 2006 Excertoshttp://dev.atmosferafeminina.com.br/internas/interna_generica.aspx?page=colunistas/detalhe_coluna.ascx?colunas_id=57
Outros trabalhos de Eduardo Macieira http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/1184/836 -----http://eurekamag.com/research/007/671/postexercise-electrocardiographic-medical-patients-sick-sinus-syndrome.php
As recordações inesquecíveis, de Maceira Coelho, o sobrinho Neto de Egas Moniz - Sem com isto pretendermos misturar os dois temas, que prometemos não associar, todavia, como ponta final deste trabalho, é também um gesto do nosso sincero reconhecimento pela amabilidade de nos ter concedido a entrevista - Cientes de que estamos aqui a deixar um registo histórico, sobre o testemunho de duas figuras muito diferentes - a de um ditador que governou quase meio século Portugal e um dos nomes mais prestigiados da medicina portuguesa e mundial.
Eduardo Maceira
Coelho mostrando a capa do livro da biografia de António Egas Moniz , de
autoria de João Lobo Antunes , outro
distinto investigador merecedor do mais alto galardão João Lobo Antunes:
“Egas Moniz merecia dois prémios Nobel ..
Macieira Coelho - Também ele
um investigador com prestígio internacional - Afável, simples e de uma
grande generosidade -Professor da
Faculdade de Medicina de Lisboa, especialista em Cardiologia, autor de vários estudos científicos e das artes e
letras, sobrinho neto de Egas Moniz,
- O nosso sincero agradecimento pelo prazer e honra de nos ter recebido
em sua casa e nos ter proporcionado tão agradável como interessante diálogo
–
"Um dos exames mais conhecidos pelo público é a cinecoronariografia, que é realizada como parte fundamental do exame hemodinâmico, possibilitando a realização das cirurgias de by-pass de safenas e artérias mamárias (hoje chamadas torácicas).(...) Quem teria criado esse exame, que possibilitou em grande parte tanto avanço na cardiologia? Se perguntarem aos cardiologistas, a maioria deles dirá que foi o Professor Sones (Mason), dos USA. Na realidade, Sones tornou operacional e prático o exame em 1958, difundindo-o pelo mundo. Contudo, seu criador, o primeiro a fazer a demonstração radiológica de uma Coronariografia, feita em um exame hemodinâmico com injeção de contraste, foi outro. Foi um cardiologista que trabalhava em Lisboa, Portugal, o Professor Eduardo Coelho, em 1952.-
O autor desta coluna de Cardiologia valeu-se, ao escrever esta matéria, das contribuições: “OLHARES/VIEWS”. Fragmentos para uma História da Cardiologia Portuguesa. Eduardo Coelho e a Escola de Cardiologia de Lisboa. Autor: Professor Dr. E. Macieira-Coelho. Editores:Carlos Perdigão, Manuel Valente Alves. Sociedade Portuguesa de Cardiologja, 2006. Comunicação Pessoal: Dr. E. Macieira-Coelho, julho 2006 Excertoshttp://dev.atmosferafeminina.com.br/internas/interna_generica.aspx?page=colunistas/detalhe_coluna.ascx?colunas_id=57
Outros trabalhos de Eduardo Macieira http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/1184/836 -----http://eurekamag.com/research/007/671/postexercise-electrocardiographic-medical-patients-sick-sinus-syndrome.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário