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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Tributo ao poeta Eugénio de Andrade- Nos templos do Sol, aldeia de Chãs de Foz Côa - 19-01-1923 - 13-06-2005

 Tributo ao poeta Eugénio de Andrade- Nos templos do Sol, aldeia de Chãs de Foz Côa - 19-01-1923 - 13-06-2005 -Lidos dois do seus belos poemas -" É urgente o Amor" - "Gastámos tudo



menos o silêncio."Por José Lemos e José Lebreiro.


Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923 no Fundão. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de atividade poética. Revelou-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro. Os seus livros foram traduzidos em muitos países e ao longo da sua vida foi distinguido com inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 2001. Morreu a 13 de junho de 2005 no Porto, cidade que o acolheu mais de metade da sua vida.
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É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

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