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sexta-feira, 14 de junho de 2024

Celebração do Solstício do Verão - 20 de Junho 2024 - ao pôr-do-sol: com o tradicional cortejo celta, momentos de poesia, esplendor solar e muita alegria – Das 18.30 às 20.45 horas – Associe-se, no Stonehenge Português – Chãs- Foz Côa - à saudação do dia maior do ano Convidado especial o escritor, poeta, pintor, escultor e ator, Carlos Nascimento

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Autor da descoberta e dinamizador do evento


O solstício de verão de 2024 ocorre a 20 de junho (quinta-feira) em Portugal, marcando oficialmente o início do verão.  Marca o dia mais longo do Hemisfério Norte e o dia mais curto do Hemisfério Sul.  Define o momento em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador


Os participantes na ação evocativa poderão testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício, um dos calendários pré-históricos ali existentes nos templos do sol -

Não foi sem razão que os antigos Persas edificaram
as aras nos mais elevados lugares, no cume
das montanhas que contemplar a terra, e assim
escolhem um templo verdadeiro e sem muralhas, onde encontram
o Espírito – e nunca em santuários que as nossas mãos
constroem em seu louvor. Vinde então comparar
colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,
com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,
e não vos confineis a templos que limitam as vossas
preces.
Excerto de “A tempestade”, de Lord Byron

SETE ALINHAMENTOS 

No Maciço dos tambores, até à presente data, foram descobertos sete alinhamentos: Pedra da Cabeleireira de Nª Senhora, atravessada pelos raios solares do nascer do sol nos Equinócios; a Pedra  do Solstício, alinhada com o pôr do sol do Solstício do Verão; "As Portas do Sol, alinhada com o nascer do sol  do Solstício do Inverno e o pôr do sol do Verão;  Pedra Phallus Impudicus, alinhada com o nascer do sol do Solstício do Inverno ;a Pedra da Ursa Maior com as sete fossetes, alinhada com os Equinócios e com simbologia ou enquadramento com  Ursa Maior e a Pedra Caranguejo,  atravessada pelos raios solares do pôr do sol dos equinócios

Os antigos povos, que habitaram  e se abrigaram  tinham relógios nem calendários, como hoje os temos, mas  nem por isso deixavam de saber quando uma estação terminava e outra começava. Erguiam enormes blocos ou aproveitam-se de outros já existentes e adaptavam-nos para as suas observações astronómicas. E faziam deles, além de verdadeiros monumentos, também os seus locais de culto. Muitos caíram no esquecimento ou foram destruídos. Porém, outros, ainda subsistem em vários pontos do Globo: o mais famoso é Stonehenge e, em Portugal, os templos do sol, no maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, onde são celebrados os ciclos do ano e evocados, tempo idos.







Observado de véspera
VAMOS CELEBRAR O DIA MAIS ESPERADO DO ANO - O SOLSTÍCIO DO VERÃO!  -Partilhe connosco da mesma alegria!


Na vertente de um antigo castro  e no mesmo perímetro de dois dos principais núcleos de gravuras paleolíticas do Parque Arqueológico: a Ribeira dos Piscos e Quinta da Barca. -É um local mágico, pleno de história e de misticismo, dos poucos lugares da terra onde a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área.


Impressionante megálito, alinhado com o pôr-do-sol no dia mais longo o ano - Com três metros de diâmetro, que, visto de oriente para ocidente, se assemelha  a uma enorme réplica da esfera terrestre - Observado dos lados, toma a forma de dois extraordinários bustos



                                     Vídeo registado de véspera - dia 20 de Junho 2013 ao pôr do sol

Além das habituais presenças dos peregrinos e colaboradores, bem como dos representantes da junta de freguesia e o município, que nos têm concedido o seu apoio, entre outros convidados e personalidades, desta vez contamos também com a participação de Carlos Nascimento,  figura carismática nos grandes acontecimentos culturais.

Escritor, poeta, pintor, escultor e ator, Natural de Freixo de Espada à Cinta, Trás-os-Montes. Estudou pintura e escultura na Escola Artística do Porto. Trabalhou em Madrid com o pintor espanhol mestre José Freixanes. Autor de vários livros Expôs individual e coletivamente em mais de 70 exposições e bienais de arte em Portugal e Espanha


A Pedra do Solstício tem forma arredondada e, no próximo dia 20, sábado, os raios solares "tocam" o seu eixo imaginário, ficando perpendicularmente alinhados "com a crista do monumental megalítico em forma esférica, o circulo evocativo a nascente e o disco luminoso ao esconder-se a poente

Olinda Beja, a poetiza embaixatriz Luso-Santomense, deu-nos o prazer da sua presença, na celebração do solsticiodo Verção, em 2021 declamou, cantou e encantou, acompanhada à viola pelo mestre Luís de Almeida – Com belos poemas de longe e de perto - Uns inspirados e dedicados a estas terras durienses, outros das suas raízes e memórias de África, bem como das terras beirãs, Mangualde, distrito de Viseu, que a adotaram desde criançaFoi proferida a  leitura de um dos seus poemas por Olinda Beja e palavras de tributo à sua memória  pelo Vereador da Cultura do Município Fozcoense  João Paulo Lucas Donas Botto Sousa e  por António Lourenço, ex-Presidente da Junta da Freguesia de Chãs e atual Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntário de Vila Nova de Foz Côa. 



MARAVILHA DE UM PORTUGAL DE MISTÉRIOS  E DE VALIOSA HERANÇA ANCESTRAL-   É umas das enormes pedras que os povos da pré-história terão erguido  para celebrar o dia maior do ano, cultuar os seus deuses, num dos cruzamentos ou  veios da Terra, que os radiestesistas classificam de pontos nodais, com propriedades telúricas, energéticas ou talvez mesmo curativas.

Tom Graves, o autor do fascinante livro "Agulhas de Pedra   A Acupunctura da Terra", obra de referência acerca do papel da radiestesia na pesquisa dos Mistérios da Terra, também ali quis estar para testar a sua teoria - 
O investigador de nacionalidade inglesa, deslocou-se, propositadamente da Austrália, onde reside para ali fazer vários estudos



O majestoso monumento megálitico, configurando o disco  solar e a esfera terrestre, ergue-se, sobranceiro ao aprazível vale da Ribeira Centieira, afluente do Rio Côa (na foz do qual existe um dos mais belos núcleos de gravuras rupestres do paleolítico, classificados  como Património da Humanidade. Destacando-se na vertente do Castro do Curral da Pedra, a curta distância  do Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora, outro gigantesco monolito, cuja gruta, em forma de semi-arco, na sua base, é  atravessada   pelos raios solares do nascer-do-sol sol nos equinócios.
Visto, perpendicularmente, em direcção ao pôr-do-sol no solstício, assume a forma redonda. Observado, porém, noutro ângulo, deforma-se e  toma a forma de um busto feminino, de perfil a norte e, masculino, de perfil a sul    


De manhã, o solstício do verão, é celebrado ao nascer do sol em Stonehenge, no condado de Wilshire, Inglaterra . E, ao pôr-do-sol, nos Tambores-Mancheia - aldeia de Chãs.



A cerimónia decorre no lugar de Quebradas-Tambores, num planalto sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.


Este é um dos raros lugares da Europa – e talvez do mundo – onde ainda persistem calendários pré-históricos alinhados com todas as estações do ano – As festividades evocativas, iniciam-se com o tradicional cortejo druida às 18 horas, acompanhadas pelo Grupo de gaiteiros  Mirandum  -


ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO  - Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e repete-se todos os anos, ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, desde que  as condições atmosféricas o permitam.


A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio






NASCER DO SOL NA PEDRA NO SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DE Nª SRª DA CABELEIRA, ASSINALA  A ENTRADA DA PRIMAVERA E DO OUTONO 

Os Equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o dia e a noite têm igual duração. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do dia começa a ser cada vez maior e as noites mais curtas, devido ao Sol percorrer um arco mais longo e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão. É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio de Outono. 



 

O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar



Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos. 

Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas  cinzentas  fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco

Vinde comparar os altares erguidos por nossas mãos
com os sagrados lugares da Natureza, que,
unindo a Terra aos Céus,
não limitam, nem os nossos passos,
nem cerceiam a nossa imaginação,
na infindável procura de se encontrarem,
com paixão e amor,
os laços verdadeiros que nos unem a Deus,
em uníssono diálogo e profundo cântico interior
com a Criação, a Sua Altíssima Vontade,
as Maravilhas e Alegria dos Seus Prodígios!

Vós, a quem humildemente me dirijo,
vinde contemplar, livremente,
em plena paz de espírito,
os genuínos templos celestiais, erigidos
ao culto e em celebração da altíssima
unidade Universal!
Vinde ver estes calmos e míticos lugares
repletos de silêncio, de solidão e de rocha,
povoados por ígneos perfis, fulminadas pedras,
que ora surgem isoladas e se destacam
nas vertentes rochosas, no cimo de duríssimas escarpas,
ora se amontoam, encasteladas, quase se diluem
e confundem,desfiguradas,
por toda a vasta mancha acidentada,
tisnada e calva, da erma paisagem!

Vinde, pois, estender o vosso olhar sobre os grandes espaços abertos,
onde as mais poderosas energias
da terra e do cosmos se fundem e expandem,
subtilmente, vos saúdam e acolhem, alegremente,
para que, assim, bem recebidos,
nos altares destes puríssimos ares,
possais contemplar o que é divino,
aquilo que, a todos, fala a linguagem da imortalidade,
- a silenciosa voz das coisas sublimes,
dádiva generosa que, a todos nós
e por igual, nos é oferecida! 

Jorge Trabulo Marques



Poeta Manuel Pires Daniel - Um dos nossos saudosos peregrinos dos templos do sol - Deixou-nos,  em 22 de Janeiro de 2021 - A sua poesia  é também um património nos templos do sol - Nela não  há jogo de palavras mas palavras que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.

Um coração de poeta, muito admirado e querido, cuja sua obra intelectual, se estende em todos os géneros literários, perfeitas maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa



Poeta Fernando Assis Pacheco,  que também marcou a sua presença nestes sagrados alatres, um mês antes da sua partida para a eternidade. Em Outubro de 1995 - Emcontrámo-nos, por um feliz acaso, num bar em Foz Côa. Ao vermo-nos, como já nos conhecíamos das lides jornalísticas, cumprimentámo-nos calorosamente, tendo-o convidado a visitar estes maravilhosos espaços  da minha aldeia, que já haviam merecido a atenção de Adriano Vasco Rodrigues, antigo Prof da Universidade Portucalense, em Gaia, que, num estudo publicado em 1982, sobre a História Remota da Mêda, classificando a Pedra da Cabeleira de Nª Sra., que tem a forma de um gigantesco crânio, encimada no altar de um recinto amuralhado, onde parece desafiar as leis da gravidade, como um local de sacrifícios, integrado cronologicamente na revolução neolítica - Se bem que, só, em 2001, por um feliz casso, eu pudesse constatar que os raios solares do nascer do sol, atravessavam a sua graciosa gruta, em forma semicircular, no primeiro dia do Equinócio da Primavera e do Outono.

E foi, então, quase ao fim da tarde daquele dia,  acedendo, amavelmente, ao meu convite, acompanhado pelo repórter fotográfico, José Oliveira, se deslocou ao santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, bem como a outros locais da área, que o deixariam verdadeiramente encantado, tendo prometido ali voltar - E, naturalmente, ainda longe de se saber, que existiam os tais calendários solares, que mais tarde, haveria eu de descobrir - E muito menos de se imaginar que esta seria a sua última despedida para sempre, deste local

- Rosa Ruella - Filha  de Fernando Assis Pacheco 

Sim, ele adorou. Ficou muito contente por ver aquelas pedras. Tendo chegado a perguntar-me, se o poeta Miguel Torga, também já ali havia estado.. Respondi-lhe que desconhecia; no entanto, anos depois, vim a saber, que até andou por ali à caça. segundo me confessou outro grande e saudoso poeta, Manuel Daniel, natural de Meda, que também ali se descolou a esta pedra a prestar-lhe a sua homenagem, que nos deixou em Janeiro passado – Natural da cidade da Mêda, onde  nasceu em 18 de Novembro de 1934.  Faleceu em 21 de Janeiro 2021, vitima da Covid 19 - Já depois de alguns anos de penosa situação de invisual, sem, n

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