Jorge Trabulo Marques - Jornalista
O evento contou com centenas de visitantes, que ao longo da tarde participaram
nas várias atividades do programa e no jantar oferecido pela Junta de Freguesia
de Numão.
Ao inicio da noite, apesar do frio que se fazia sentir no local, a peça de teatro “O Velho da Horta”, uma farsa de Gil Vicente escrita em 1512 e interpretada pelo Grupo de Teatro Filandorra - Teatro do Nordeste, aqueceu e alegrou a alma a todos quantos resistiram ao Frio.
Referem estudos, que, Com a independência de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-1185) doou os seus domínios ao seu cunhado, Fernão Mendes de Bragança. Este nobre, em 8 de Julho de 1130, concedeu Carta de Foral à povoação (referida como Civitate Noman) e promoveu a reedificação do castelo.
Posteriormente, sob o reinado de seu filho e sucessor, D. Sancho I (1185-1211), foram concluídas obras de recuperação das muralhas e a ereção da torre de menagem, conforme inscrição epigráfica (hoje desaparecida) datada de 1189.
Sob o reinado de D. Sancho II (1223-1248), os domínios de Numão e seu castelo foram doados temporariamente a Abril Peres de Lumiares. Em 1247, era tenente da terra, D. Afonso Lopes de Baião, a quem, como representante régio, competia exercer funções de caráter administrativo e militar.
Em outubro de 1265, D. Afonso III (1248-1279) confirmou o foral à vila. Uma nova etapa construtiva nas suas defesas, entretanto, só terá tido lugar a partir da confirmação deste título por D. Dinis (1279-1325), em 27 de Outubro de 1285.
À época do reinado de D. Fernando (1367-1383), em 1373, era alcaide-mor de Numão o conde de Marialva, Vasco Fernandes Coutinho. Esta função permaneceria em sua família até ao 4° conde de Marialva, D. Francisco Coutinho, no reinado de D. João III (1521-1557).
Quando da crise de 1383-1385, Numão tomou o partido por D. Beatriz, juntamente com as vilas e castelos vizinhos de Penedono, Pinhel, Sabugal, Castelo Rodrigo e Trancoso.
Sob o curto reinado de D. Duarte (1433-1438) aqui foi instituído um couto
de homiziados (1436), o que parece indicar alguma dificuldade com o seu
povoamento. A vila recebeu Foral Novo de D. Manuel I (1495-1521) a 25 de Agosto
de 1512. À época era Comenda da Ordem de Cristo. O Cadastro da População do
Reino, em 1527, mostra que a vila de Numão contava com 15 fogos, e mais 41 em
seus arredores.
Com a extinção da família dos Coutinhos por falta de descendentes (1534), a povoação e seu castelo tiveram o seu processo de decadência agravado: dois séculos mais tarde a povoação mudava-se para novo local, no sopé do monte. Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo refere, em 1798-1799, que o castelo se encontrava praticamente arruinado e que na porta "que fica ao Poente" se encontrava uma inscrição epigráfica, que transcreveu: "Incepit Tvrrem in Era MCCXXVII" (correspondente ao ano de 1189 em nosso calendário).Mais informação em https://culturanorte.gov.pt/patrimonio/castelo-e-vila-muralhada-de-numao/ - E também em https://www.castelosdeportugal.pt/castelos/CastelosSECXII/numao.html
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