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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Solstício de Inverno 2022, ocorre hoje dia 21-12 às 21h48 -Em Chãs, Foz Côa, tem sido celebrado – Recordamos-lhe um vídeo com imagens das primeiras celebrações, com um poema O INVERNO, do poeta Manuel Daniel, natural desta região.


Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 


Solstício de Inverno 2022, ocorre dia 21-12 às 21h48 -Em Chãs, Foz Côa, tem sido celebrado – Recordamos-lhe imagens das primeiras celebrações, com um poema O INVERNO, do saudoso poeta Manuel Daniel, natural desta região, 
falecido em 21 de Janeiro 2021, vítima da Covid, aos 87 anos, lido por António Lourenço, ambos de Meda, da mesma cidade

Na magia do Maciço dos Tambores, tem sido assinalado – Este ano, não o podemos fazer mas recordamos-lhe imagens de uma das celebrações


Nesta data, o inverno começa em Portugal e em todo o hemisfério norte, e o verão começa no hemisfério sul. É o dia mais curto do ano o que tem a noite mais longa.

A partir desta data, a duração do dia começa a crescer. Por isso, na antiguidade, o solstício de inverno simbolizava a vitória da luz sobre a escuridão.

Por volta das 08.30 horas, os raios solares do nascer do sol, ficam em perfeito alinhamento com o horizonte, a crista da pedra (de forma fálica) e o centro do recinto circular . Porém, à medida que nos aproximamos do menir, naturalmente que vemos o ângulo altear-se. É possível que existisse ali uma ou mais pedras a balizar o centro do terreiro e que tivessem sido retiradas para junto do muro, uma vez que todos os bocados deste maciço, até há uns anos atrás, eram cultivados de centeio: onde não podia entrar o arado com o macho, ia a enxada

O Maciço dos Tambores,  Mancheia e Quebras,  na  astronomia da Pré-História é realmente um fabuloso mundo ,de surpresas – Os antigos povos que viveram e se abrigaram em cabanas de pedras ou nas cavernas dos penedos, eram realmente dedicados veneradores e exímios observadores dos astros: tanto do sol, como da Lua e das Constelações. E, por certo, também dos planetas que gravitam em torno da astro solar 

No Planalto dos Tambores, além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão, existem também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno - Um dos quais descoberto, em 2013 por Albano Chaves.


No ano seguinte, descobrimos uma pedra de forma fálica, a que demos o nome da Pedra "Phallus Impudicus", dada a existência destes curiosos cogumelos, situada a escassos metros do Castro do Curral: alinhamento sagrado pré-histórico, cuja crista está direcionada com o nascer do sol do solstício do Inverno. Mesmo sem o esplendor da luz solar, nem assim deixámos de assinalar o dia com a leitura de poemas de vários poetas, um dos quais do poeta Manuel Daniel, lido por António Lourenço

Este anos, por via do agravamento das condições atmosféricas, decidimos não nos deslocarmos ao local, pelo o assinalámos com imagens de anos anteriores

Os raios solares, nos equinócios da Primavera e do Outono,  atravessam a  pequena gruta lembrando o famoso olho de Hórus Dentre seus muitos significados   e usos, os mais comuns e genéricos são os de poder e proteção, além da relação com Hórus, o deus dos faraós. É um dos amuletos mais mais populares de todos os tempos.


Tom Graves, o autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , famoso livro de investigação, esteve  neste local para também confirmar  as suas teorias 





O SOLSTÍCIO DO INVERNO - NAS PORTAS DOS TEMPLOS DO SOL - NO PLANALTO DOS TAMBORES - DESCOBERTO, OBSERVADO E ESTUDADO POR ALBANO CHAVES - Já conhecíamos os alinhamentos com os Equinócios da Primavera e do Outono e o Solstício do Inverno - única dúvida que havia, finalmente foi desfeita.

Tal como foi dito neste blogue, anterior site site, https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2012/03/1-solsticio-do-inverno-nos-templos-do.html a descoberta do alinhamento solsticial de Inverno nas Portas do Sol, foi observada há três anos e ficou a dever-se ao Dr. Albano Chaves – O seu desenvolvido estudo, também já publicado em Inglaterra, numa revista sobre astroarqueológica, é realmente um valioso contributo para o conhecimento e investigação do património histórico na aldeia de Chãs, no termo da qual se situam as famosas gravuras paleolíticas da Quinta da Barca . Com tão interessantíssimo trabalho de investigação, concluía-se, assim, que, no planalto do Maciço dos Tambores, conquanto não houvesse  os  artistas, do mesmo  gabarito dos  que povoaram o  Vale do Côa, mas verdadeiros astrónomos ou cultuadores do sol e dos ciclos das estações




 EMOÇÕES INESQUECÍVEIS 

Veja como viu o fenómeno, Albano Chaves:


"Não consigo descrever a sensação e a emoção que senti ao ver o Sol surgir, efectivamente, pela fenda que designei por 'Porta do Sol'. Eu tinha fortes suspeitas de que isso aconteceria e os cálculos dos engenheiros António e Miguel Lázaro assim o confirmaram, mas... como S. Tomé, quis ver para crer, quis testemunhar pessoalmente o acontecimento. Aquele primeiro momento em que a esfera solar, amarela e fulgurante, emergiu no fundo da abertura, fez-me levantar os braços e bater palmas. A emoção não esmoreceu ao seguir o movimento do Sol, elevando-se no firmamento numa trajectória inclinada para a direita. O nevoeiro que, como algodão em rama, enchia o Graben atrás de mim, trouxe-me por momentos algumas preocupações, porque por vezes também cá em cima passavam ténues manchas de nevoeiro. O nevoeiro ia subindo encosta acima, disso não restavam dúvidas, mas nessa corrida entre o surgir do Sol e o afogamento do planalto em espesso nevoeiro, o Sol venceu. Gloriosamente! Depois, como que sentindo-se vencido, o nevoeiro foi-se dissipando.
A observação do nascer do Sol neste local poderá para muitos ser uma experiência mística, pois todo aquele afloramento granítico parece ter sido ali colocado para receber o Sol, ou, numa outra perspectiva, para parir o Sol nascente no primeiro dos dias em crescimento. É um duplo nascimento: do Sol, nesse dia, e da criança que, dia após dia, não deixará de crescer até ao Solstício de Verão.
A deslocação lateral para a observação deste fenómeno é confortável, porque a 'Porta do Sol' não é um ponto, mas sim uma abertura com quase 2 metros de largura, o que permite que uma fila dupla de pessoas colocadas lado a lado, ombro a ombro, ao longo de várias dezenas de metros sobre a linha CD testemunhe o fenómeno em simultâneo.
Passado o inicial deslumbramento causado por este impressionante espectáculo natural, o sacerdote, solitário, na Fonte da Tigela, encerra as cerimónias de acolhimento do Sol"





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